Câmbio estraga o show do Mubadala

  • 14/09/2015
    • Share

A maldição do “X” foi substituída pelo feitiço do câmbio. O dólar à beira dos R$ 4,00 abalou os planos do Mubadala Development Company para a IMM – nova versão da antiga empresa de entretenimento de Eike Batista, a IMX. Em um setor altamente indexado ao câmbio, a começar pela contratação de atrações internacionais, a conta simplesmente não fecha. Entre janeiro e agosto, os custos operacionais da IMM teriam subido quase 30% em relação ao orçamento desenhado no fim de 2014. As estimativas para o Ebitda da empresa neste ano já teriam sido cortadas em 50%. Oficialmente, a IMM nega a redução das projeções. O Mubadala sabe que o show tem de continuar, mas uma desvalorização cambial de 70% em 12 meses exige drásticas mudanças na coreografia. A primeira vítima poderá ser o contrato com o Cirque du Soleil, um dos fatores de pressão sobre a estrutura de custos da IMM. Os árabes também se perguntam se, nessas circunstâncias, é viável organizar a pré-temporada da NBA no Brasil. A empresa garante que os dois contratos serão mantidos. Desde que assumiu o controle da velha IMX, o Mubadala já mandou para escanteio alguns negócios pouco rentáveis ou deficitários, como a participação no consórcio responsável pela administração do Maracanã ou a unidade de gestão de carreira de atletas. A alta do dólar, no entanto, praticamente anulou os efeitos positivos decorrentes dessas medidas. A má performance da empresa pode, inclusive, precipitar mudanças no capital da IMM. A IMG Worldwide, dona de 20%, teria manifestado a intenção de deixar o negócio. Ao menos o assento não deve ficar vazio. A também norte-americana Raine, grupo com negócios nas áreas de eventos esportivos, jogos eletrônicos e televisão, estaria disposta a se associar à IMM.

#IMM #Mubadala Development Company #Raine

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.