Agricultura faz vigilância sanitária com um olho só

  • 19/01/2016
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  Os grandes frigoríficos brasileiros gastam por ano mais de R$ 2 bilhões para assegurar o cumprimento de rigorosas normas sanitárias. Pelo andar do ajuste fiscal, este espeto vai ficar ainda maior. Os cortes no orçamento da União têm reduzido sistematicamente as verbas do Ministério da Agricultura para vigilância e inspeção sanitária. No ano passado, o desembolso foi de apenas R$ 200 milhões, metade dos recursos de 2014. Para este ano, tudo indicava que haveria um aumento dos recursos para a defesa agropecuária, mas a realidade começa a mostrar o contrário.  Na aponta do lápis, o orçamento do Ministério da Agricultura prevê um total de R$ 331 milhões para o combate a doenças no pasto ao longo deste ano. Mas já se sabe que o governo promoverá novos cortes no orçamento da Agricultura. No próprio Ministério, a expectativa é que a verba para ações de defesa agropecuária não passe dos R$ 250 milhões. Segundo cálculos dos técnicos da Pasta, trata-se de metade do valor necessário para garantir minimamente os serviços de vigilância e inspeção sanitária do gado bovino em todo o país. A questão é ainda mais preocupante em relação aos pequenos frigoríficos: muitos deles operam às margens das melhores práticas sanitárias. A conta estoura no andar de cima da indústria, que é obrigada a ocupar a lacuna deixada pelo Estado e a aumentar seus gastos com inspeção e vigilância dos fornecedores.

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