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Destaque
Lula é a única saída para o embate entre o Congresso e o STF
19/08/2024A rinha entre o Judiciário e o Legislativo está transbordando para estamentos variados do aparelho de Estado. As Forças Armadas acompanham com certa apreensão a disputa entre Poderes, que se tornou ainda mais renhida nos últimos dias. O ministro da Defesa, José Múcio, tem mantido o presidente Lula informado do clima de preocupação no meio militar.
O ambiente nos Altos-Comandos é inteiramente o oposto dos tempos de Jair Bolsonaro, quando se estimulava a ação das Forças Armadas como poder moderador – a partir de uma tortuosa e conveniente reinterpretação do Artigo 142 da Constituição. Um dado curioso.
Segundo um general da ativa fonte do RR, o consenso é que somente Lula, nesse momento, poderia gravitar entre os dois lados, com seu jeito peculiar de conciliador. A perspectiva, ao contrário do passado, é que o presidente entre em campo e, nos bastidores ou mesmo publicamente, consiga distender a animosidade entre Judiciário e Legislativo. Lula tem mais trânsito entre os togados do que junto à “República de Arthur Lira”. Contudo, o presidente sabe que a seu favor conta o incômodo popular com as emendas, seus valores extremados e as justificativas dos parlamentares, mesmo que constitucionais.
Termos como “orçamento secreto” ou “emendas PIX” começam a incomodar a opinião pública. O Palácio do Planalto recebeu pesquisa que confirma esse diagnóstico. Mas, no meio do caminho, existe uma pedra, que se chama eleições municipais. Um pedra com a textura de um cristal.
Lula, líder de um partido hoje minoritário no Congresso, sabe de cor e salteado que afagos e composições serão necessários. A questão é que os outros dois Poderes não parecem querer arrefecer. De um lado, o Judiciário unido, tal qual uma infantaria espartana, está disposto a cortar regalias, o poder de imposição e a ausência de transparência nas decisões do Congresso. Do lado do Legislativo, as legiões de Arthur Lira querem se sobrepor às determinações da Corte e usar o expediente das PECs para restringir os poderes do Supremo.
É tiro de lá e tiro de cá. Na última sexta-feira, o plenário do STF referendou por unanimidade a decisão do ministro Flavio Dino, que suspendeu as emendas impositivas. Arthur Lira reagiu de imediato. No mesmo dia, encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça da Câmara duas PECs. Uma delas, já aprovada pelo Senado, limita decisões monocráticas dos ministros do Supremo.
A outra dá ao Congresso o poder de suspender decisões da Corte. Em que situações? Quando “a decisão exorbita do adequado exercício da função jurisdicional e inova o ordenamento jurídico como norma geral e abstrata”. Qualquer coisa cabe nessa afasia legislativa.
Parlamentares do próprio Centrão, menos inebriados pelas benesses distribuídas por Lira, começam a ver a necessidade de uma saída mediada do conflito. Esgarçar demasiadamente a corda está longe de ser a melhor das escolhas. O fato é que o país corre o risco de entrar em algo como um circuit breaker decisório, com os dois Poderes se travando mutuamente. Pior: em Brasília, já se fala da possibilidade dessa disputa descambar para golpes abaixo da linha de cintura, com acusações cruzadas, dossiês de um lado e do outro, vazamentos etc. Ou seja: uma espécie de “Lavajatismo infraconstitucional”, como se um certo espírito de Sergio Moro incorporasse nos congressistas e dos togados.
Na última sexta-feira, por exemplo, congressistas já falavam em vasculhar emendas do PT e “os passos de Flavio Dino” – conforme informou o jornalista Robson Bonin, da revista Veja.
Sob certo aspecto, a crise empoderou Lula. Até porque a crise não pertence ao Executivo. O próprio Arthur Lira entrou em contato com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, pedindo que o presidente intercedesse junto a Flavio Dino. Por ora, no entanto, Lula segue com uma postura cautelosa. Na última quinta-feira, chegou a dizer que o Congresso “sequestrou” o orçamento para logo depois falar da necessidade de negociar com o Legislativo um “acordo razoável” em relação às emendas. Há método nesse morde e assopra.
Lula tem procurado driblar o assunto, valendo-se, inclusive, de manifestações diversionistas na tentativa de desviar o foco para outras questões. Foi o caso, por exemplo, da declaração de que não reconhece a vitória de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas. Lula tenta ganhar tempo – e poucos líderes políticos no Brasil chegam perto da sua intuição e da sua capacidade de identificar o timing certo das coisas. A ver a hora e forma como se mexerá. Bem, e os militares nessa história toda? Estão preocupados e em prudente expectativa. É natural. Desde que fiquem longe do cenário político.
Política
Sergio Moro é um ponto de interrogação envolto em um enigma
14/08/2024A pole position do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro nas pesquisas eleitorais para governador do Paraná, em 2026, apesar da distância, já é motivo de polarização. Uma parcela do eleitorado acredita que Moro faria como Nikita Khrushchov na Assembleia da ONU: tiraria o sapato, bateria com ele na mesa e sairia “lava-jatando” os petistas, por quem estaria tomado pela raiva eterna. Outros, talvez um tanto quanto ingênuos, acham mais provável que Moro alimente o sentimento de que foi traído por Jair Bolsonaro e sua turma. Nessa linha de raciocínio, o ex-juiz, como bom quinta coluna, se sentaria ao lado de Gleisi Hoffmann e iria deletando, sem qualquer prêmio ou prova, seus antigos aliados. Pois bem, assim é se lhe parece. Mas que Moro é uma esfinge, ninguém dúvida.
Política
Eduardo Girão já tem seu “Sergio Moro”
31/07/2024O senador Eduardo Girão (Partido Novo), que vai disputar a eleição para a Prefeitura de Fortaleza, já tem seu candidato a Sergio Moro. Girão teria convidado o ex-procurador e ex-deputado (cassado) Deltan Dallagnol para integrar sua eventual gestão. Seria um cargo voltado à área de segurança pública. Sabe-se lá que geringonça é essa que Girão idealizou para acomodar Dallagnol, uma vez que segurança é assunto do governo de estado. No máximo, o ex-comandante da força-tarefa da Lava Jato no Ministério Público poderia chefiar a Guarda Municipal. Bem isso se vê depois. Agora, o que Girão, bolsonarista de carteirinha, quer mesmo, é usar a figura de Dallagnol e o lava-jatismo para galvanizar o apoio do eleitorado mais conservador.
Governo
Graça Foster assumindo nova função no governo é a “volta dos que não foram”
15/05/2024A nomeação de Magda Chambriard para a presidência da Petrobras abre caminho para a ressurreição de Graça Foster. Em meio ao tiroteio de informações disparadas desde a noite de ontem, circula à boca pequena que a volta de Graça à estatal teria sido tratada na conversa que Lula manteve com Dilma Rousseff antes do anúncio da demissão de Jean Paul Prates. Uma das possibilidades cogitadas seria a indicação da executiva para o comando da ANP.
Essa medida exigiria uma intervenção à la PT, uma vez que o mandato do atual diretor-geral da agência, Rodolfo Saboia, se encerra apenas em dezembro deste ano. A interferência para abreviar a gestão de Saboia poderia ser feita de forma jeitosa, a partir de uma costura política, ou a fórceps, com uma pressão nos bastidores para a renúncia do atual nº 1 da ANP.
Outra hipótese aventada seria a indicação de Graça Foster para uma diretoria da Petrobras. A princípio, esse movimento poderia causar certa estranheza, pelo fato de uma ex-presidente da estatal voltar à empresa em um cargo hierarquicamente inferior. Mas está longe de ser algo incomum. Lula e Dilma são os próprios exemplos.
Após oito anos como presidente da República, o primeiro esteve perto de assumir a Casa Civil – só não o fez por culpa de Sergio Moro; já Dilma ocupa hoje o comando do Banco dos BRICs, o que pode ser considerado um downgrade para quem também foi eleita e reeleita para a Presidência. Olhando-se para prateleiras abaixo, há o caso de Miriam Belchior. Ministra do Planejamento no primeiro mandato de Dilma, Miriam ocupa atualmente a secretaria-executiva da Casa Civil.
Seja na ANP, seja na diretoria da Petrobras, a volta de Graça Foster seria uma espécie de compensação, ainda que tardia, pelos serviços prestados. Graça sempre foi muito próxima de Dilma Rousseff. Sob a ótica petista, a executiva foi sacrificada ao deixar a presidência da Petrobras, em 2015. Guardadas as devidas proporções, é vista como uma vítima da Lava Jato, assim como a própria Dilma. Que seja. O fato é que quem vai pagar o pato, como quase sempre, é a Petrobras. O eventual retorno de Graça Foster seria mais uma demonstração de captura da companhia pelo governo, uma interferência em um grau exagerado mesmo se tratando de uma estatal.
Política
Cresce a expectativa de que o “Zé” volte ao governo
8/05/2024Nas hostes do PT raiz há um burburinho de que José Dirceu caminha gradualmente para voltar ao governo. Mais do que isso: caminha para retornar a um cargo que já lhe pertenceu, o de ministro da Casa Civil. Tem mais jeito de ser um pensar desejante. Alguns petistas puro-sangue, um pouco mais cautelosos, entendem que esse movimento é muito pouco provável , mas factível. Seja pelos atributos que abundam em Dirceu, seja pelas qualidades que faltam à boa parte dos quadros da gestão Lula. O governo não tem um estrategista, um operador político e muito menos uma autoridade com ascendência sobre a coalizão de esquerda. Dirceu já provou ser tudo isso em um só, com o bônus de ter a capacidade de interagir com todos os demais espectros ideológicos. O ex-ministro é, antes de tudo, um pragmático.
Guardadas as devidas proporções, José Dirceu assumiria a Casa Civil para salvar o governo Lula, como o próprio Lula quase assumiu a Casa Civil para salvar o governo Dilma. A diferença é que agora sem os grampos e vazamentos de Sergio Moro. Nem Rui Costa, atual titular do Gabinete Civil, nem Alexandre Padilha, em tese o responsável pela articulação política, têm o peso e a representatividade de Dirceu. O ex-ministro já foi mais do que testado em situações de crise. É enérgico por excelência, algo indispensável para um governo que só perde seus confrontos, ou melhor, praticamente já nem os cria por saber de antemão da derrota. Também conta a seu favor a relação histórica com Lula.
O prestígio de José Dirceu pode ser medido por demonstrações públicas – vide a recente festa de 94 anos de José Sarney, quando foi incensado por quase todos os presentes – ou por indicadores não visíveis, como as vezes em que é procurado reservadamente por políticos não só da base aliada, mas de diversos outros partidos. Todos costumam se deparar com as mais diferentes faces de Dirceu: o lobista, o articulador, o operador, o observador arguto. O ex-ministro emana poder. Recentemente, ao ser perguntado sobre a possibilidade de voltar a ter um cargo no governo, Dirceu respondeu de pronto: “Por enquanto, não”. Para bom entendedor…
Política
Rodrigo Pacheco ganha a pecha de trancar requerimentos contra o governo
8/05/2024Nos corredores do Congresso, Rodrigo Pacheco tem sido acusado por senadores da oposição, leia-se bolsonaristas, como Rogério Marinho e Sérgio Moro, de travar propositadamente os Requerimentos de Informações (REQs) destinados a ministérios e demais órgãos do executivo federal. A estratégia “tranca-REQ” seria uma forma de Pacheco proteger a gestão Lula de pautas desfavoráveis. Na prática, o Requerimento é um instrumento regimental quase sempre usado por adversários do governo – seja que governo for – para levantar denúncias e suspeições contra atos do Executivo, disfarçadas de pedidos de abertura de dados e informações.
Na semana passada, por exemplo, a Comissão Diretora do Senado responsável pela análise e encaminhamento das solicitações liberou 97 REQs, quase todos já meio embolorados – alguns com meses de atraso. Um exemplo: somente agora, o Itamaraty e o Ministério da Defesa receberão o requerimento do senador Espiridião Amim sobre os procedimentos diplomáticos da Pasta em relação ao conflito entre Venezuela e Guiana e o possível envio de tropas militares para a fronteira com os dois países. Já faz cinco meses que Nicolas Maduro ameaçou invadir a Guiana.
Judiciário
Polarização política acirra eleição do futuro desembargador do TJ-RJ
18/04/2024A disputa pela vaga de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), que será aberta em maio com a aposentadoria do magistrado Maurício Caldas, já mobiliza a Corte e o Ministério Público do Estado, a quem cabe a indicação. Segundo o RR apurou, no tradicional e feérico jogo de indicações e contraindicações travado nos gabinetes do TJ-RJ, dois nomes são dados como certos na lista sêxtupla do MP. O primeiro deles é o do promotor de Justiça Guilherme Peña. Conferencista emérito da Emerj (Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro) e autor de 25 livros da área do direito, Peña tem bastante prestígio não apenas dentro do Ministério Público como também na esfera acadêmica. O segundo bem cotado é o procurador de Justiça Marlon Oberst Cordovil, que atua no Órgão Especial do próprio TJ-RJ.
“Barbadas” à parte, a polarização política deverá ter um peso expressivo na montagem da lista sêxtupla. Essa dualidade é personificada nas figuras dos promotores Eduardo Paes Fernandes e Adriana Alemany de Araújo, que contam com o apoio de alas distintas dentro do MP. No Ministério Público e no Judiciário fluminense, Fernandes é tido como alguém de perfil “bolsonarista”. Este pode ser um ativo junto ao governador Claudio Castro, que tem a palavra final na escolha dos desembargadores do TJ-RJ. Já Adriana Alemany é identificada com o “outro lado”. Um de seus casos marcantes, na condição de promotora eleitoral, foi o inquérito que investigava o senador Flávio Bolsonaro por suposta lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral em sua declaração de bens nas eleições de 2014, 2016 e 2018. Na ocasião, Adriana pediu à Justiça o envio do inquérito para a Polícia Federal. O ex-ministro Sergio Moro, em seus momentos de revanche contra Jair Bolsonaro, disse que a pressão do então presidente da República por mudanças na cúpula da PF no Rio começou exatamente por conta das investigações contra Flavio.
Judiciário
Afastamento de juízes da Lava Jato tem a caligrafia de Alexandre de Moraes
18/04/2024No próprio CNJ, há quem enxergue a silhueta de Alexandre de Moraes na decisão do corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, de afastar a juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, além de outros três magistrados da Lava Jato – punição, em parte, anulada posteriormente pelo ministro Luis Roberto Barroso. Salomão é bastante próximo de Moraes desde 2020, quando ambos atuaram juntos no TSE. Na Corte a sintonia entre ambos chamava a atenção: raras vezes, os dois tiveram votos divergentes em julgamentos no plenário, como pode ser observado nas gravações das sessões disponíveis no canal do Tribunal no YouTube. No mês de agosto de 2022, quando Moraes foi empossado na presidência do TSE, em conversa com o RR Salomão vaticinou que o colega ia “vir com tudo” à frente da Justiça Eleitoral. Não era uma profecia, mas uma declaração de quem priva dos pensamentos do ministro do STF. Por sinal, magistrados próximos a Salomão sabem que ele sonha com uma cadeira no Supremo, com o apoio de Moraes.
Política
Absolvição recoloca Sergio Moro e Lava Jato no game de 2026
9/04/2024Judiciário
TSE quer um fast track para cassações de mandato
5/04/2024Em meio ao julgamento de Sergio Moro no TRE-PR, uma discussão começa a ganhar corpo no TSE. Entre os ministros da Corte circula a ideia de criação de uma Turma para tratar exclusivamente de processos de cassação de mandato. O principal artífice da proposta seria o próprio Alexandre de Moraes, presidente do TSE. A estrutura seria replicada nos tribunais regionais, como forma de dar celeridade ao grande número de ações sobre o tema em curso na Justiça Eleitoral. O próprio TSE tem um considerável engarrafamento no que diz respeito a cassações de mandato. A Corte ainda julga casos do pleito municipal de 2020. Daqui a pouco, os eleitos terminam seus mandatos e as ações morrerão de morte morrida, sem serem levadas a julgamento.
Empresa
Jari Celulose adia assembleia de credores e sua própria agonia
21/02/2024A novela da Jari Celulose ganhou novos e incertos capítulos. Os credores da empresa estão sendo convocados para uma assembleia no próximo dia 28, no Hotel Radisson Maiorama, em Belém. A reunião marcada para o último dia 7 – informação antecipada pelo RR – foi cancelada por falta de quórum da classe quatro, que reúne microempresas e empresas de pequeno porte. São fornecedores que têm a receber cerca de R$ 57 milhões. Na paralela, há uma queda de braço nos tribunais entre Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa e controlador da Jari, e o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial.
O empresário tenta evitar o pior desfecho possível para a agonia da fabricante de celulose. Solicitou à Vara Distrital de Monte Dourado prazo para se manifestar diante do pedido de falência da companhia impetrado por Santos. Mais do que a negociação da dívida de R$ 1,75 bilhão, o maior desafio de Amoroso neste momento é provar que Jari reúne condições para retomar suas atividades, paralisadas desde 31 de julho de 2022. Segundo o RR apurou, a empresa não teria caixa sequer para arcar com a compra do combustível necessário para fazer a fábrica rodar, um custo da ordem de R$ 5 milhões por mês.
Destaque
Jari Celulose cambaleia entre o BNDES e a ameaça de falência
31/01/2024Em meio ao lançamento do “Nova Indústria Brasil”, uma velha, aliás, velhíssima empresa do setor atormenta o BNDES. Há uma pressão de parlamentares da Região Amazônica, liderada pelo senador David Alcolumbre (União-AP), para que a agência de fomento injete recursos na Jari Celulose, em recuperação judicial desde 2019. O apoio financeiro do banco é tratado como a única solução capaz de dar sobrevida a um dos mais conturbados projetos industriais da história do país.
O pleito, no entanto, não encontra eco dentro do BNDES, ao menos não na área de crédito. No ano passado, com o auxílio de uma consultoria externa, o banco fez um estudo sobre a fabricante de celulose encravada na fronteira do Amapá com Pará, às margens do Rio Jari. O trabalho apontou a necessidade de um aporte de R$ 360 milhões apenas assegurar a retomada das operações, interrompidas desde 2022.
De lá para cá, no entanto, o assunto esfriou e está parado dentro do BNDES. A agência de fomento, não custa lembrar, é um dos maiores credores da produtora de celulose, com exatos R$ 932 milhões a receber. Em contato com o RR, o banco informou que “está em fase de discussão com a empresa sobre o seu plano de recuperação judicial e não comenta negociações em curso”.
Perguntado especificamente sobre o pleito de lideranças políticas para um apoio financeiro à companhia, o BNDES não se manifestou. É importante ressaltar que um novo empréstimo do banco à Jari Celulose estaria condicionado à saída da companhia da RJ. As normas internas do BNDES vedam a liberação de recursos para empresas em recuperação judicial, como a própria instituição confirmou ao RR.
Bem, há caminhos e caminhos, alguns diretos; outros, oblíquos. Em 2016, a agência de fomento chegou a criar uma linha de crédito de R$ 5 bilhões específica para financiar a compra de ativos de empresas em recuperação judicial. No ano passado, no auge do escândalo contábil da Americanas, o próprio presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, cogitou a possibilidade de um financiamento especial para fornecedores da rede varejista impactados pelo escândalo contábil da empresa.
Já se vão quase 60 anos desde que o empresário Daniel Ludwig resolveu colocar uma fábrica de celulose inteira em uma balsa e transportá-la do Japão até os confins da Floresta Amazônica. De lá para cá, o empreendimento esteve ameaçado por diversas vezes, mas talvez nunca como agora. O lobby pró-Jari junto ao BNDES é impulsionado por justificativas de ordem social e econômica.
O reinício das operações representaria a salvação de aproximadamente 2,5 mil postos de trabalho. Além disso, mesmo com o estado permanente de crise da Jari Celulose, a economia de municípios da região – como Laranjal e Vitória do Jari, no Amapá, e Monte Dourado e Almeirim, no Pará – é bastante dependente da empresa. A mobilização política em torno de mais um transfusão financeira do BNDES é uma corrida contra o tempo.
Há pouca areia na parte da cima da ampulheta. No próximo dia 7 de fevereiro, às 11 horas, no Hotel Radisson Maiorana, em Belém, haverá uma assembleia de credores para avaliar o novo plano de recuperação judicial da companhia. A reunião ocorrerá sob um clima de tensão, alimentada pelas crescentes dúvidas sobre a continuidade da operação. No último dia 20 de dezembro, o advogado Mauro Cesar Santos, administrador da recuperação judicial de Jari, pediu à Vara Distrital de Monte Dourado (PA) a falência da empresa.
Em conversa com o RR, Santos disse que, se o plano de RJ, nos termos atuais, for aprovado no dia 7 de fevereiro, será uma decisão “surreal”. O advogado aponta alguns fatores, além do passivo total de R$ 1,75 bilhão, que tornam praticamente inviável a retomada das atividades. Um deles é a própria obsolescência do complexo industrial. Segundo Santos, a fábrica precisa ser feita totalmente.
Há outro grave problema: a falta de matéria-prima na região. “A questão do insumo não saltou aos olhos até agora porque Jari produziu muito pouco enquanto esteve operacional – cerca de cinco mil toneladas por mês. Caso fosse uma fábrica de celulose para valer, teria que trazer eucalipto de longe”.
O RR não conseguiu contato com a Jari Celulose até o fechamento desta matéria. Segundo o administrador judicial, há rumores de que na assembleia de credores haverá um movimento forte para alongar o pagamento da dívida por 25 anos, com 36 meses de carência. Seria uma forma dos credores e do atual controlador da companhia, o empresário Sergio Amoroso, fundador do Grupo Orsa, ganharem tempo na tentativa de buscar um novo investidor.
Política
Zeca Dirceu cobiça o lugar de Gleisi na eleição para o Senado
12/12/2023Poucos petistas torcem tanto pela indicação de Gleisi Hoffmann para o Ministério da Justiça quanto Zeca Dirceu. A nomeação de Gleisi provocaria um efeito dominó no tabuleiro político do PT no Paraná. Abriria caminho para o filho de José Dirceu disputar a eleição suplementar ao Senado caso Sergio Moro seja cassado pela Justiça Eleitoral. No entanto, Lula tem juízo. É pouco provável que leve a sério essa ofensiva do PT para que Gleisi substitua Flavio Dino.
Política
Sergio Moro vai encarar a PEC do STF?
6/11/2023Primeiro, o PL tentou Flavio Bolsonaro. Não colou. Agora, a ala bolsonarista do partido articula nos corredores do Congresso para que Sergio Moro (União Brasil) seja o relator da PEC que fixa em oito anos o mandato dos ministros do STF. Parece até coisa de inimigo. Moro é alvo de um processo no TRE do Paraná, que pode custar a perda de mandato e sua inelegibilidade. Em caso de condenação, o ex-juiz dependerá de um recurso ao TSE, onde estão três dos ministros do Supremo.
Política
Tarcísio de Freitas já tem adversário para 2026. E não é Lula
26/10/2023Sergio Moro não morreu. Mesmo com a sombra do processo na Justiça Eleitoral, que pode custar a cassação do seu mandato, o senador está em campanha para a Presidência da República em 2026. Moro trabalha em duas frentes. Na política, articula apoios para viabilizar sua candidatura, dentro ou fora do União Brasil. Um dos cenários traçados é uma dobradinha com Deltan Dallagnol, que testaria a força do lava-jatismo nas urnas já no ano que vem, disputando a Prefeitura de Curitiba pelo Partido Novo. Em outro front, o ex-juiz tem se dedicado a esculpir a imagem de candidato a partir de um meticuloso trabalho de comunicação. Nas redes sociais, é possível identificar uma maior presença de Moro. No X (antigo Twitter), por exemplo, o senador mantém uma média de cinco postagens diárias, praticamente todas com um ponto em comum: Lula é citado, ou melhor, criticado em mais de 90% das publicações.
A edificação da candidatura Sergio Moro se reflete também no aumento da sua exposição. A julgar pelas menções ao seu nome, Moro é o principal candidato a disputar as “prévias da direta” com Tarcísio de Freitas, leia-se a definição do adversário de Lula ou de seu indicado no pleito presidencial. É o que mostra um levantamento exclusivo junto a uma base com 212.180 veículos de todo o país. Do dia 1º de janeiro às 20h30 de ontem, o senador somou 61.392 citações vinculadas à eleição de 2026. É superado apenas pelo próprio Tarcísio, cuja exposição é naturalmente alavancada pelo cargo que ocupa – o governador de São Paulo é quase um segundo presidente do Brasil. O ex-ministro da Infraestrutura totaliza 95.862 registros. Moro está à frente de outros nomes apontados como possíveis candidatos da direita em 2026, como a ex-primeira-dama Michele Bolsonaro (48.948 citações) e o governador Romeu Zema, que, a julgar pela pesquisa e pelas 31.291 referências computadas, tem sua visibilidade circunscrita aos muros de Minas Gerais.
O maior calcanhar de Aquiles de Sergio Moro é também o seu principal handicap, notadamente junto a um eleitorado mais à direita da direita: a vinculação com Jair Bolsonaro. Ainda que esta seja uma relação marcada por frenéticos zigue-zagues. No embalo da Lava Jato, Moro foi um dos primeiros ministros anunciados por Bolsonaro após a eleição de 2018. À frente da Pasta da Justiça, teve poder e foi esvaziado quase na mesma medida. Saiu do governo atirando contra Bolsonaro, com denúncias de interferência na Polícia Federal. O aliado que virou desafeto voltou a ser aliado ao apoiar publicamente a reeleição do presidente. O calendário marcava 2022, mas Moro já enxergava 2026. Mais do que a motivação de se unir a Bolsonaro, o ex-juiz já trabalhava em prol de um autoprojeto: reforçar a imagem do anti-Lula.
Política
Justiça eleitoral dá tempo a Sergio Moro
16/10/2023O ex-juiz Sergio Moro ainda terá um tempo razoável para preparar sua defesa. Segundo um ministro do TSE vaticinou em conversa com o RR, a ação que pede a cassação e a inelegibilidade do senador não será julgada antes de junho de 2024. O cálculo do magistrado se baseia na série de ritos que ainda terão de ser cumpridos no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Até o momento, o União Brasil sequer encaminhou a comprovação dos gastos de campanha solicitados pela Corte. Seria um expediente dos advogados de Moro com o objetivo de empurrar para 2024 o início formal da análise do processo no TRE-PR.
Institucional
“PEC da lista tríplice” coloca procuradores e Lula em rota de colisão
28/09/2023Lula atiçou o espírito de corpo dentro do Ministério Público. A Associação Nacional dos Procuradores da República vai se engajar pela aprovação da PEC que obriga o presidente da República a escolher o Procurador Geral da República pela lista tríplice. A mobilização teria o emblemático apoio de Luisa Frischeisen e Mario Bonsaglia, dois dos três nomes mais votados para a sucessão de Augusto Aras – votação essa que não será seguida por Lula, segundo ele próprio já declarou reiteradas vezes. Como se já não bastasse a reação dos procuradores contra o presidente, há – por que não? – um componente de provocação no apoio ao projeto. Quem desarquivou a Proposta de Emenda sobre o tema (25/2020) foi o senador e ex-juiz Sergio Moro.
Empresa
A nova identidade das velhas empreiteiras baianas
29/08/2023Devagar e paulatinamente as empreiteiras que foram devastadas pela Lava Jato estão se recuperando, ainda que as obras do governo federal sigam em ritmo bem inferior do que antes do carrasco Sérgio Moro. As construtoras baianas tocaram os atabaques, capricharam no compliance e mudaram suas marcas. A OAS virou Coesa; a Odebrecht tornou-se OEC; e a GDK adicionou duas letras ao seu nome, o NG (de Nova Geração). O mercado que tem crescido mais para as empreiteiras da Bahia é o de obras dos governos estaduais.
Com a mudança da Petrobras macarthista, a cassação de contratos com a estatal e multa paga pelos “cleptobrasmaníacos” e as exigências cada vez mais radicais de governança e transparência das empreiteiras, os deserdados pulam animadamente atrás do trio elétrico. A GDKNG, por exemplo, previa levantar a recuperação judicial só em novembro, mas já antecipou a suspensão para o início de outubro. A expectativa agora é a retomada do acesso às obras federais, em ritmo acelerado.
Política
“Lei dos vazamentos” paira sobre a mesa de Arthur Lira
1/08/2023O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem sido assediado para apoiar uma “lei dos vazamentos”. Parece um negócio difícil de pegar. Afinal, vale a sensaboria: vazamentos são vazamentos. Assim foi a festa da Lava Jato. Ocorre que cada vez mais os vazamentos são oficiais, digamos assim. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que o diga. O órgão praticamente assina a quebra de sigilos financeiros, ignorando que os inquéritos estão em andamento, que a defesa ainda desconhece o teor das investigações e que o expediente prejulga o infeliz junto à opinião pública. Nos tempos tenebrosos de Sérgio Moro e “República de Curitiba”, a explicação para o procedimento, feito à luz do dia, era que a pressão da imprensa ajudava a evitar que os processos fossem para a gaveta ou parassem devido à influência de algum “poderoso”. Deu no que deu. Agora, o próprio Moro tem de rezar para não ser vítima da sua criatura. Não se sabe como Arthur Lira conduzirá as conversações, nem mesmo se os deputados incomodados têm disposição ou força para tocar o pleito para frente, mas quando uma lei, a que proíbe os vazamentos de quebra de sigilos nos inquéritos, deixa de ser tratada como lei, há algo de errado que precisa ser corrigido.
Justiça
O juiz contra o ex-juiz
4/07/2023O juiz Eduardo Appio quer guerra. O magistrado pretende entrar com uma ação contra Sergio Moro. O caso deverá ser levado ao STF, uma vez que Moro, na condição de parlamentar, tem prerrogativa de foro. O senador foi um dos responsáveis pela denúncia contra Appio encaminhada ao TRF-4. Segundo Moro, o juiz teria telefonado para o advogado João Malucelli, fazendo ameaças. Malucelli é filho do desembargador Marcelo Malucelli e sócio do próprio Moro e de sua mulher, Rosangela Moro, em um escritório de advocacia. A acusação custou a Appio seu afastamento do cargo de titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Destaque
Brasil e Estados Unidos negociam acordo contra o terrorismo
27/06/2023O Ministério da Justiça está discutindo com o seu congênere norte-americano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, um acordo de cooperação voltado especificamente ao combate à chamada criminalidade complexa. Entram nesse rol, entre outras modalidades, os crimes cibernéticos, a lavagem de dinheiro e o terrorismo. Este último é justamente o ponto mais sensível para os norte-americanos. Os Estados Unidos miram, sobretudo, na Tríplice Fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai. Já há algum tempo investigações internacionais apontam a atuação de células ligadas a grupos terroristas na região. Segundo a fonte do RR, os norte-americanos querem intensificar o monitoramento nessa área, incluindo a presença de integrantes do Bureau of Counterterrorism – agência de combate ao terrorismo no exterior. Procurado pelo RR, o Ministério da Justiça não se pronunciou.
O assunto ainda é tratado em uma esfera muito restrita dentro da Pasta da Justiça. O próprio ministro, Flavio Dino, está diretamente envolvido nas discussões com o governo norte-americano, em conjunto com o Itamaraty. Em 2019, não custa lembrar, o então ministro da Justiça, Sergio Moro, firmou convênios com o próprio FBI e o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (Homeland Security – DHS) para o compartilhamento de informações sobre o crime organizado. Para Dino e sua equipe, não passou de espuma, com poucos efeitos práticos. A ideia agora é que, além da Polícia Federal e do FBI, a atuação conjunta envolva também o Ministério Público e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Política
Um curto-circuito petista dentro de Itaipu
15/05/2023A distribuição de cargos em Itaipu Binacional está provocando uma saia justa dentro do PT. O presidente do lado brasileiro da hidrelétrica, Ênio Verri, estaria cozinhando até onde pode a nomeação do ex-deputado federal André Vargas como assessor especial da companhia. Seu nome enfrenta resistências dentro do Conselho e da própria direção da estatal. Mas Verri dificilmente vai conseguir atender aos pleitos interna corporis contra a chegada de Vargas. O ex-parlamentar, assim como o próprio Verri, é uma indicação direta da presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Vargas foi um dos petistas condenados pelo então juiz Sergio Moro, na Lava Jato. Em dezembro do ano passado, a sentença foi anulada pelo STF. Em fevereiro, a assessoria de Itaipu chegou a soltar nota negando a contratação de André Vargas. No que depender de Gleisi, muito em breve terá de publicar outra, informando sobre a sua nomeação.
Justiça
Tacla Duran vira uma pedra preciosa
13/04/2023O depoimento do ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran está provocando uma certa tensão entre as autoridades. Segundo o RR apurou, a Polícia Federal destacou mais de 40 agentes para reforçar o esquema de segurança no Fórum do Paraná, amanhã, quando Tacla Duran comparecerá à 13ª Vara Federal de Curitiba. Além do pedido feito pela Procuradoria Regional da República, em Curitiba, a determinação para o policiamento extra teria partido do próprio ministro Flavio Dino. Figurinha carimbada da Lava Jato, Tacla Duran ganhou relevância ao denunciar uma suposta tentativa de extorsão por parte do então juiz e hoje senador Sergio Moro, aquele que Lula, segundo suas próprias palavras, só pensava em “f…” durante a sua prisão.
Política
Lula quer aumentar a dose de veneno contra Moro
24/03/2023O RR apurou que o presidente Lula encomendou ao ministro da Justiça, Flavio Dino, que coloque lenha nas “armações” do senador Sérgio Moro, principalmente em fatos inéditos comprometedores e vinculados à Lava Jato. Está valendo também o desenterro de ossos da operação. Tudo que possa comprometer Moro e sustentar o discurso de que as ameaças do PCC ao ex-ministro são uma “farsa”. É uma espécie de macarthismo versão petista.
Se o veneno será, de fato, inoculado não se sabe. Mas com certeza ficará guardado no paiol de Lula. Um exemplo dos fatos comprometedores de Moro, que podem ganhar uma dimensão maior, dependendo da narrativa e novas informações, é a relação do ex-juiz com a CIA. Ela existiu – ou existe. Mas pode ir de um simples comparecimento a um curso de extensão à suspeita de espionagem.
Seja como for, Lula destampou um bueiro no qual o risco de afogamento no equívoco é muito mais seu do que o de Moro. O senador estava quieto no seu canto, lambendo as feridas da sua participação no governo Bolsonaro. Lula veio e colocou os holofotes sobre o ex-ministro, levantando ilações sobre uma operação realizada pela Polícia Federal, subordinada a Dino e, em última instância, a ele próprio. Moro só tem a agradecer. O presidente construiu uma pantomima na qual ele interpreta um personagem que anda em círculos, oscilando entre a tolice e a vilania. Lula alimenta seus inimigos com seu estoque de suspeições equivocadas. E o que é pior, tende a fazer do emblema “avançar ou avançar” a marca do seu governo. Avançar mesmo que seja em direção ao abismo.
Política
Paulo Bernardo ganha força para assumir Itaipu
19/12/2022O ex-ministro Paulo Bernardo, integrante da equipe de transição, está cotado para assumir a presidência de Itaipu Binacional. Seu nome conta com importantes apoios dentro do PT, notadamente de Dilma Rousseff, de quem foi ministro das Comunicações, e da presidente do partido, Gleisi Hoffmann – com quem foi casado. No caso de Dilma, é quase um acerto de contas com o passado. Em 2015, a então presidente da República nomeou Paulo Bernardo para a direção-geral de Itaipu. No entanto, se viu obrigada a volta atrás: na mesma semana em que o petista tomaria posse, Sergio Moro enviou para o STF documentos com o suposto repasse de recursos ilícitos para Gleisi, então casada com Bernardo.
A escolha do futuro nº 1 de Itaipu tem ainda mais importância no mosaico de cargos da área de energia devido a uma circunstância especial. No próximo ano, Brasil e Paraguai terão de negociar o novo Tratado de Itaipu – o atual, em vigor desde 1973, expira no mês de abril.
Política
O adversário de Moro na corrida pelo STF
28/10/2022Sergio Moro tem, desde já, um forte concorrente à vaga no STF, caso Jair Bolsonaro seja reeleito. Trata-se de Bruno Bianco, Advogado-Geral da União. Segundo o RR apurou, Bolsonaro considera indicar Bianco para a vaga de Ricardo Lewandowsky, que se aposentará em maio de 2023. O AGU é tido no Palácio do Planalto como um dos integrantes do governo que mais desfrutam da confiança de Bolsonaro. Bianco tem atuado como uma espécie de adviser jurídico do comitê do presidente. Ao longo da campanha, foi regularmente consultado sobre a legalidade de medidas que poderiam ser contestadas pela Justiça Eleitoral. Foi o caso do empréstimo consignado a beneficiários do Auxílio Brasil, que acabou questionado pelo TCU.
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A volta do juiz
20/10/2022Sergio Moro está municiando os marqueteiros de Jair Bolsonaro com uma numeralha a ser aproveitada no programa eleitoral. A ideia do staff de campanha é criar um quadro intitulado “O que Lula já roubou”.
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Articulador de ocasião
10/10/2022Sergio Moro está cheio de banca no União Brasil após sua eleição ao Senado. Ofereceu-se a ir a Salvador para conversar com ACM Neto e tentar convencê-lo a apoiar Jair Bolsonaro. Só tem dois “senões”: se unir a Bolsonaro na Bahia seria uma queimação de filme – Lula teve quase 70% dos votos no estado. Além disso, ACM Neto não tem Sergio Moro em boa conta. O baiano foi um dos principais articuladores para ceifar pela raiz a candidatura do ex-ministro à Presidência da República pelo União Brasil.
Acervo RR
Plano B
8/09/2022Atrás de Alvaro Dias na disputa pelo Senado, Sergio Moro foi sondado por uma universidade privada para dar aulas a partir de 2023.
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A lenta e complexa ressurreição da construção pesada
13/07/2022O comitê de economistas do PT responsável pelo programa econômico do Lula, Aloizio Mercadante à frente, tem quebrado a cabeça para encaixar o setor de exportação de serviços no texto. Em princípio, Lula não abriria mão dessa inclusão, pois ela faz parte do seu roteiro diplomático, caso seja eleito. Ou seja, China, África e América do Sul, para início de conversa. O assunto é delicado. Foi pela via da exportação de serviços de engenharia que a Lava Jato se cristalizou. A proximidade com as empreiteiras, de certa forma, foi responsável pela sua prisão.
O fato é que, independentemente dos passivos de outrora, Lula sabe que é preciso descontaminar essas operações. O tema é também examinado, internamente, pela área militar. As Forças Armadas reconhecem que a inanição do Brasil junto aos países demandadores de serviços de arquitetura, engenharia e construção, enfraquece um dos pilares geopolíticos da Nação. No caso específico, África e América do Sul, que estão sendo disputados palmo a palmo pela China e Chile, principalmente, e Coreia e Índia correndo em uma segunda fila. Talvez os militares e suas preocupações legítimas sejam um caminho para o resgate para exportações de serviços.
Eles sabem, por exemplo, que nos países africanos se encontram os maiores depósitos minerais do mundo, algumas das maiores riquezas inexploradas em energia fósseis e oportunidades de participação em obras de infraestrutura gigantescas. Mas há complicadores de toda ordem. Primeiramente seria preciso resgatar a construção pesada, que foi Deus e o diabo na terra arrasada por petistas de goela larga. Esse segmento esteve próximo da dizimação com Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e cia. Há um outro enfoque: o setor, juntamente com as áreas de arquitetura, seguros e financeiro) foi responsável pela geração direta e indireta de R$ 170 bilhões em cinco anos (2008 a 2012), segundo um dos últimos estudos antes do fenecimento da indústria da construção pesada.
Nesse saco cabem propinas pagas a estatais, governantes de outros países e em toda a cadeia de venda do serviço. Lula não pode dizer, mas a China e o Chile, fazem igualzinho, porque somente assim se fecham contratos dessas operações, noves fora a corrupção dentro do país. Mas atrás desses US$ 170 bilhões vem gente. Está se falando da indústria de trans- formação e de bens de capital, que exportam seus produtos em função da venda de serviços no exterior. Se o Brasil fizer forfait, vai ficar de fora de investimentos na infraestrutura global da ordem de US$ 60 trilhões. O PT sabe que vai ter que colocar o BNDES para trabalhar no assunto com urgência. Só que agora de forma limpa e transparente.
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Desunião Brasil
5/07/2022O clima azedou no União Brasil. Sergio Moro desautorizou o pré-candidato à Presidência, Luciano Bivar, a usar seu nome como futuro ministro da Justiça.
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Não é piada
17/06/2022Sugestão levada ao pé de ouvido de Sergio Moro por um dos caciques do União Brasil: “preservar” seu nome para 2024 e disputar a eleição à Prefeitura de Maringá, sua cidade natal.
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Candidato sem gás
16/05/2022A pequena ala pró-Sergio Moro no União Brasil lançou um balão de ensaio: a proposta de prévias para decidir o candidato do partido ao Senado em São Paulo. Moro disputaria a indicação com Milton Leite, presidente da Câmara de Vereadores de São Paulo. Provavelmente, o balão vai murchar bem antes de chegar aos céus.
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Exílio
6/05/2022Sergio Moro confidenciou a um importante advogado, fonte do RR, que volta para os Estados Unidos se não for candidato.
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Os órfãos de Moro
22/04/2022Colaboradores do ex-candidato Sergio Moro têm buscado recolocação no “mercado de trabalho” eleitoral. É o caso do senador Marcos do Val (Podemos-SP), que vem tentando uma reconciliação com o presidente Jair Bolsonaro. Val era o coordenador do programa de governo de Moro para a área de segurança pública.
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Apêndice do Planalto
19/04/2022O ministro Jorge Oliveira, notório aliado do presidente Jair Bolsonaro, é um dos principais artífices das investigações do TCU contra Sergio Moro e a Alvarez & Marsal.
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Partido ao meio
14/04/2022Há uma “guerra fria” dentro do Podemos pela vaga de Sergio Moro como candidato do partido à Presidência. Uma ala da sigla trabalha pelo nome do senador e empresário Oriovisto Guimarães, fundador da Positivo, em contraponto a Alvaro Dias.
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O corta e cola de Pastore
13/04/2022O economista Affonso Celso Pastore, uma referência no século passado, já foi chefe de Paulo Guedes. Agora parece ter se tornado seu aluno. O programa econômico de governo idealizado por Pastore, por encomenda de Sérgio Moro, é uma cópia deslavada da política econômica de Guedes. Na realidade, há uma sutil diferença: o nome Desenvolvimento, Inclusivo, Sustentável é Ético. As quatro palavras não cabem no governo Bolsonaro.
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A tiracolo
12/04/2022Sergio Moro quer levar para o União Brasil o marqueteiro argentino Pablo Nobel, responsável pela sua finada candidatura à Presidência da República. O problema é quem paga? É custo demais para uma campanha a deputado federal ou mesmo senador.
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Legado Moro
7/04/2022Sergio Moro se mandou para o União Brasil, mas pendências financeiras da sua efêmera campanha presidencial ficaram penduradas no Podemos. Segundo o RR apurou, há dívidas referentes, sobretudo, a viagens de Moro e ao pagamento de profissionais da área de marketing.
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Será que cola?
24/03/2022Sergio Moro articula um novo encontro com o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. Deve levar uma proposta para Barbosa concorrer ao Senado pelo Podemos.
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Suprema Corte
10/03/2022Sergio Moro vem tentando atrair o ex-ministro do STF Ayres Britto para a sua campanha. Curiosamente, quando ainda estava no Supremo, o jurista por diversas vezes atacou a “ilegitimidade” da Lava Jato.
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Jair Bolsonaro renova os votos de fé nos evangélicos
4/03/2022Vem aí uma espécie de “Pacotão da fé”. O Palácio do Planalto articula com o Centrão uma tour de force para acelerar a aprovação de pautas de interesse dos evangélicos. Uma das prioridades é a chamada Lei Geral das Religiões, que assegura às organizações pentecostais isonomia jurídica em relação à Igreja Católica.
Em meio a idas e vindas, a discussão se arrasta há mais de uma década. Entre outros benefícios, o projeto garante acesso a recurso públicos para reforma, reestruturação e construção de templos. Em tese, favorece a todas as entidades religiosas; na prática, trata-se de um pleito, sobretudo, das grandes igrejas evangélicas do país. O governo trabalha ainda pela aprovação do projeto de lei 4936/20.
A proposta isenta organizações religiosas do pagamento de Imposto de Renda e IOF nas remessas de recursos ao exterior para cobrir gastos pessoais de seus representantes. O Palácio do Planalto pretende botar pressão também na aprovação do novo Código Eleitoral. Em meio a 902 artigos, há um jabuti cuidadosamente incluído pela bancada da Bíblia. O texto impede que pastores e padres candidatos sejam enquadrados por abuso de poder religioso.
Na prática, libera as campanhas eleitorais em igrejas e templos com a justificativa de proteger a liberdade de expressão. Na articulação política do presidente Bolsonaro há um consenso de que são necessários movimentos mais agudos de reaproximação com os evangélicos. Nos últimos meses, surgiram fissuras na relação entre Bolsonaro e uma de suas mais importantes bases de apoio. Alguns dos principais líderes evangélicos, como Silas Malafaia e RR Soares, têm se distanciado do presidente, ao mesmo tempo em que flertam com a candidatura de Sergio Moro.
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Sobras de campanha
4/03/2022O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, tem trocado palavras com Sergio Moro. Weintraub anda ressentido com Jair Bolsonaro, que preteriu sua candidatura ao governo de São Paulo para apoiar Tarcisio Freitas.
…
Em tempo: outro ex-ministro da Educação, o olavista Vélez Rodriguez, também tem se aproximado de Moro. E daí? – diria Bolsonaro, dessa vez com toda a razão.
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Plantão judiciário
22/02/2022Em conversas reservadíssimas no STF, Gilmar Mendes tem cravado que o desembargador Ney Bello, do TRF-1, está com um pé no STJ. Com o seu dedicado apoio.
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O Centrão trabalha para dizimar as chances de indicação dos desembargadores João Gebran e Leandro Paulsen, do TRF-4, à outra vaga no STJ. Ambos são vistos como “carrascos” de políticos: na Lava Jato, referendaram quase todas as decisões de Sergio Moro.
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Esquenta a disputa… pelo terceiro lugar
21/02/2022O argentino Pablo Nobel, marqueteiro de Sergio Moro, está em busca de youtubers para participar dos programas eleitorais do candidato. A ideia é criar um quadro fixo no estilo podcast, voltado ao público jovem. Seria uma resposta aos vídeos de Ciro Gomes, no modelo “react”, desconstruindo entrevistas e declarações do próprio Moro. Os vídeos do pedetista têm feito razoável sucesso nas redes sociais.
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Novas cartas no baralho da campanha
18/02/2022Há uma estrela ascendente no rol de assessores militares de Jair Bolsonaro: o coronel da reserva Eduardo Gomes da Silva, que ocupa a Secretaria Especial de Modernização do Estado, vinculada à Secretaria Geral da Presidência. Ligado ao general Luiz Eduardo Ramos e egresso da área de Inteligência do Comando Militar do Sudeste, o oficial tem sido um assíduo conselheiro de Bolsonaro para temas sensíveis, como governo digital e segurança cibernética do aparelho de Estado. De acordo com fonte do Palácio do Planalto, o grau de confiança do presidente em relação ao colaborador é tão elevado que Bolsonaro pretende, inclusive, contar com a sua participação no núcleo duro de campanha.
…
O advogado Uziel Santana, presidente licenciado da Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos), tornou-se um personagem quase onipresente na campanha de Sergio Moro. De um lado, é o responsável por aproximar o candidato das igrejas neopentecostais; por outro, recebeu a missão de articular um manifesto de juristas pró-Moro contra o TCU. O objetivo é denunciar os “abusos” do Tribunal de Contas, que investiga a relação entre a Alvares & Marsal, consultoria onde o ex-juiz trabalhou, e empreiteiras condenadas pela Lava Jato.
…
Damares Alves mergulhou na campanha de Tarcísio Freitas. A ministra da Mulher e da Família tem trabalhado para aproximar o candidato ao governo de São Paulo de lideranças evangélicas no estado, notadamente da Igreja Universal. Nas próximas semanas, Freitas deverá fazer uma peregrinação por templos no interior do estado, ao lado da colega de Ministério.
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Horário eleitoral
10/02/2022Emissários de Sergio Moro sondaram uma plataforma de streaming tentando emplacar uma série documental sobre a Lava Jato.
Política
Espírito de corpo
9/02/2022O RR recebeu a informação de que a direção do Sindipetro avalia divulgar um manifesto contra declarações feitas por Sergio Moro na semana passada, chamando a Petrobras de “empresa atrasada”.
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Positivo na mira das fake news
8/02/2022Informação de dentro do Supremo: o STF vai investigar a origem de uma série de ataques contra a Positivo Informática nas redes sociais, no âmbito do inquérito das fake news, conduzido por Alexandre de Moraes. Os posts acusam a empresa, fabricante das novas urnas eletrônicas compradas pelo TSE, de participar de um esquema para fraudar as eleições. As fake news associam ainda a companhia ao candidato Sergio Moro,pelo fato do fundador da Positivo, o senador Oriovisto Guimarães, pertencer ao mesmo partido e ser um dos principais apoiadores do ex-juiz. Alexandre de Moraes
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O réu e o ex-juiz
8/02/2022Aecio Neves confidenciou a um senador tucano, fonte do RR, a intenção de encontrar o presidenciável Sergio Moro. Aécio é o líder da ala que mais cresce no PSDB: a anti-Doria.
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Variante eleitoral
7/02/2022Sergio Moro está tentando cooptar para a sua campanha a infectologista Luana Araújo. No ano passado, Luana ficou célebre por ser convidada para a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid, mas não assumir o cargo por divergências com o presidente Jair Bolsonaro.
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De fininho
31/01/2022Em busca de adesões do empresariado, Sergio Moro vem tentando se aproximar de Flavio Rocha, dono da Lojas Riachuelo. Rocha chegou a ser pré-candidato à Presidência em 2018. Depois virou “bolsonarista” de carteirinha, sempre dando uma piscadela de olho para João Doria.
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Fica, Moro
28/01/2022Um dos nomes mais empenhados em segurar Sergio Moro no Podemos é o senador Oriovisto Guimarães, fundador do Grupo Positivo. Guimarães foi fiador de primeira hora do nome de Moro junto ao empresariado.
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Sergio Moro ganha pecha de “traíra” entre os militares
25/01/2022Sergio Moro, que já foi os quindins dos militares, tem recebido sinalizações de que não é mais bem-quisto no meio castrense. O generalato não suporta deslealdade. O ex-juiz é visto dentro das Forças Armadas como alguém que traiu o presidente Jair Bolsonaro. Moro deixou o governo vazando informações intestinas que não deveriam se tornar públicas. E segue dizendo que tem documentos para mostrar. Trata-se de uma postura que o transforma em persona non grata junto aos militares. O general Santos Cruz uma espécie de embaixador do candidato junto às Forças Armadas, tem se empenhado para contornar essa situação. Mas mesmo Santos Cruz, com todo o prestígio junto aos seus, vem encontrando dificuldades para reverter a pecha de “traíra” que hoje pesa sobre Moro. Quem te viu, quem te vê. No período lavajatista, o então juiz era considerado pelas Forças Armadas um quadro de alta estirpe, alguém que estava prestando grandes serviços à Nação. Uma de suas principais contribuições foi enquadrar Lula e tirá-lo do jogo eleitoral em 2018 – como se sabe, os militares não nutrem simpatia pelo petista.
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Vidas cruzadas
25/01/2022Marco Antonio Cabral, filho do ex-governador Sergio Cabral, flerta com o União Brasil. Poderá, portanto, ser colega de partido de Sergio Moro, que, indiretamente, ajudou a colocar seu pai na cadeia.
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Espelho, espelho meu
19/01/2022O presidenciável Sergio Moro tem feito diversas calls por semana com economistas, juristas e empresários. Moro tem pedido a esses interlocutores que o sabatinem sobre os mais diversos assuntos. O ex-juiz quer estar tinindo por ocasião das entrevistas à imprensa e dos debates eleitorais.
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“Partido Judicialista”
18/01/2022Sergio Moro segue tentando costurar sua “coalizão judicialista”. Depois de se reunir com Joaquim Barbosa, articula um encontro com Marco Aurelio Mello. Se Barbosa saiu da conversa vazando à imprensa sua “desconfiança” em relação à candidatura de Moro, desta vez o presidenciável deve pisar em um território menos ou nada hostil. Mello tem notória simpatia pelo ex-titular da 13a Vara Federal de Curitiba. Em uma de suas últimas votações no Supremo, foi contra a suspeição de Moro nas condenações contra Lula. E ainda se referiu ao ex-juiz como um “herói nacional”.
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Noivado
17/01/2022Sérgio Moro está noivando com o partido União Brasil. Mas o Podemos se esforça para manter o candidato.
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Ataque ao rival
10/01/2022O PL, de Jair Bolsonaro, tem feito seguidos movimentos na tentativa de cooptar o senador Marcos do Val. Mais do que ter o parlamentar do lado, o que Bolsonaro quer mesmo é desfalcar a “tropa” inimiga. Val é o responsável pela elaboração do programa de Sergio Moro para a área de segurança pública – conforme o RR antecipou na edição de 16 de novembro.
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Caravana do Moro
10/01/2022Sergio Moro está programando ainda para este mês uma série de visitas a cidades do Centro-Oeste. Vai testar sua popularidade, sobretudo, junto ao agronegócio.
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Quem diria? Moro contra um procurador
6/01/2022O presidenciável Sergio Moro já confidenciou a assessores mais próximos a intenção de denunciar o procurador Lucas Furtado ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Moro sente-se perseguido. Furtado, procurador do MPF junto ao TCU, é o autor do pedido de suspensão de qualquer pagamento à Alvarez & Marsal no âmbito da recuperação judicial da Odebrecht. Também solicitou que o Tribunal de Contas analise o “papel” do então juiz Sergio Moro na derrocada da empreiteira. Um dia da caça…
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Lula não para de construir suas pontes
5/01/2022As articulações para uma aliança entre Lula e Alexandre Kalil, prefeito de BH e candidato a governador de Minas Gerais, avançaram várias jardas nos últimos dias. Gilberto Kassab, presidente do PSD, está costurando um encontro entre o petista e Kalil ainda para o mês de janeiro. Seria a dobradinha antípoda ao atual governador Romeu Zema, uma espécie de deus Jano da política mineira, com uma face virada para Jair Bolsonaro e outra para Sergio Moro.
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O Moro de Moro
4/01/2022Sergio Moro tem sido aconselhado a anunciar logo o nome do seu ministro da Justiça – no seu caso, simbolicamente um cargo tão importante quanto o ministro da Economia. Seria um mote para Moro apresentar um programa de combate à corrupção e ao crime
organizado. É por onde ele mais pode ganhar votos.
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Uma frente ampla para o Ministério da Economia
3/01/2022O economista Arminio Fraga acende uma vela a Deus e outra ao diabo. Diz que está pronto a colaborar – ser ministro da Economia – de um governo que adote suas ideias. Por aderência natural migraria para a candidatura Sérgio Moro. Mas o candidato lavajatista já tem o seu ministro – o professor Affonso Celso Pastore – e reduzidas chances de vitória. Com Bolsonaro, Fraga não tem nem conversa. De Lula recebeu acenos, mas teria recusado. Não é bem verdade. Teria, sim, postergado. Fraga aguarda a indicação de Geraldo Alckmin à vice-presidência de Lula. Seria a forma tortuosa de abrir um canal de diálogo com o líder das pesquisas eleitorais.
O controlador da Gávea Investimentos espera que Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati e José Serra, entre outros “tucanos de cabelos brancos”, venham a aderir à chapa Lula-Alckmin para se juntar aos apoiadores pessedebista da coligação lulista. Ou seja: esse PSDB informal e depurado de nomes como o de Aécio Neves, só para dar o exemplo mais gritante. Fraga se perfila entre os tucanos de boa cepa, mas no fundo tem um lado pessoal que lembra Paulo Guedes: quer obsessivamente ser ministro há anos e anos, amém. Sabe que Lula caminhará para a centro direita.
E que muitas das suas ideias serão incorporadas em um futuro governa lulista. A chave de entrada seria a formalização de Alckmin na vice-presidência. A tropa de choque lulista não descarta um convite a Fraga, mas ele não lidera a lista dos mais bem quistos potenciais futuros ministros da Economia. Lula preferiria um perfil político, mais próximo de estilo Antônio Palocci, titular da Pasta no seu primeiro governo. Dois nomes se sobressaem nessa lista: o do governador do Maranhão e professor de Direito Constitucional da Universidade do Maranhão, Flávio Dino; e do ex-vereador por Teresina, deputado estadual, federal, senador e quatro vezes governador do Piauí – inclusive exercendo o atual mandato -, Wellington Dias. Ressalte-se que os dois compareceram ao jantar oferecido por um grupo de advogados paulistas para aproximar Lula ainda mais de Geraldo Alckmin.
Apetece também ao ex-presidente a escolha de um empresário do setor real da economia. Há diversos papeizinhos com nomes nesse pote: Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice de Lula, José de Alencar, e presidente da Fiesp; Pedro Passos, um dos controladores da Natura, que daria um toque ESG à política econômica; Pedro Wongtschowski, industrialista e presidente do Conselho do Grupo Ultra; Benjamin Steinbruch, presidente da CSN (ver RR de 22 de dezembro de 2021) e amigo pessoal do assessor de Lula, Aloizio Mercadante – seja lá o peso que isso tenha na escolha; e até mesmo o octogenário Abilio Diniz, que voltou à cena, expondo suas ideias na mídia como se quisesse ser lembrado. Correndo por fora do setor real viria o tecnocrata financeiro multi-partidário Henrique Meirelles – presidente do BC de Lula, ministro da Fazenda de Michel Temer e secretário da Fazenda de João Doria.
Meirelles não está na pole position da indicação para o Ministério da Economia, mas reúne três pontos a favor: se dá bem com Lula, conta com o aval do mercado e teria um bom entendimento com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que estará à frente da autoridade monetária, seja lá quem for o futuro presidente. Meirelles, contudo, tem um ponto avantajado contra ele: a atual relação estreita com Doria, que fará uma campanha eleitoral fustigando Lula. Nesse contexto, Fraga seria o candidato natural do mercado. Recentemente, passou a namorar a centro-esquerda. E atrairia pessedebistas ainda recalcitrantes em relação ao apoio a Lula. Um senhor ponto contra é que é detestado por segmentos influentes do PT. Candidatos a ministro da Economia, portanto, ainda pululam aos montes. De certo mesmo, somente é que todos serão “subministros”. O “titular da Pasta” de fato será o próprio Lula, que, se eleito, pretende que a política econômica seja realizada com dosimetria política. O inverso de Jair Bolsonaro. O que não deixa de ser uma boa notícia.
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O passado te condena?
27/12/2021A candidatura de Sergio Moro anda tirando o sono de Jair Bolsonaro. O presidente determinou que o GSI passe um pente fino em antigas mensagens e e-mails trocados entre seus ministros e o então titular da Pasta da Justiça. Será que há motivo para tanta paranoia?
Acervo RR
Duas caras
27/12/2021Em conversas com assessores mais próximos, Jair Bolsonaro não esconde a irritação com Romeu Zema, com direito a muitos impropérios – ao melhor estilo Bolsonaro. O motivo é o “jogo duplo” do governador mineiro, que pisca um olho para o presidente ao mesmo tempo em que estende a mão para Sergio Moro.
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Do outro lado da trincheira
21/12/2021O nome do marqueteiro Vladimir Porfírio circula no comitê de campanha de Sergio Moro. Seria um reforço para a equipe comandada pelo publicitário Fernando Vieira. Ressalte-se que Porfírio acabou de sair das “fileiras” inimigas. Depois de 28 anos, deixou o PL, novo partido de Jair Bolsonaro.
Política
Partido da Lava Jato
17/12/2021O ex-procurador Carlos Fernandodos Santos Lima, um dos “homens de ouro” da Lava Jato, bateu o martelo: vai concorrer à Câmara dos Deputados. Junta-se a Sergio Moro e Deltan Dallagnol no Podemos para reeditar a “República de Curitiba”.
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Diáspora
15/12/2021A candidatura de Luiz Felipe D ´Avila à Presidência derrete por dentro. A ala sulista do Partido Novo, ligada ao deputado gaúcho Marcel Van Hattem, tem se aproximado gradativamente de Sergio Moro.
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Zona de conforto
13/12/2021Sergio Moro vai propor em seu programa de governo a cisão do Ministério da Justiça, que um dia já foi seu. A ideia de Moro é criar uma Pasta de Combate ao crime organizado. Em tempo: a proposta serviria de mote para o ex-ministro da Justiça dizer que não conseguiu avançar nessa seara por causa do presidente Jair Bolsonaro.
Política
Provocação
10/12/2021O vice-presidente, general Hamilton Mourão, articula um encontro com o candidato Sergio Moro.
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Uma chapa tucana puro-sangue
8/12/2021A chapa “café com leite”, como é chamada a possível dobradinha entre o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o governador de São Paulo, João Doria, está saindo do terreno das possibilidades abstratas para o das articulações concretas. Emissários dos dois lados têm agido com celeridade para marcar um encontro entre os dois políticos antes do Natal, em Porto Alegre, mais precisamente na semana que antecede os festejos. A ideia é capturar o simbolismo desse período de concórdia, paz e amistosidade. Essa seria a marca da dobradinha.
Há simpatia mútua entre ambos. E há também complementariedade. A fonte do RR aposta que a chapa Doria e Leite é a terceira via definitiva. “Eles vão empolgar o Brasil. São os únicos capazes de isolar o Sérgio Moro”. Há ganhos por vários lados nessa combinação. Doria e Leite conseguiriam esterilizar o estrago que a eventual chapa Lula/Geraldo Alckmin poderia fazer no PSDB, dividindo o partido e levando seus caciques, a exemplo de Fernando Henrique e José Serra, para o lado do ex-presidente e do “chuchu”.
Até Aécio Neves, que tem desabrida admiração por Leite e ódio por Doria, faria uma concessão e trabalharia pela unidade do PSDB. E viriam artistas, celebridades, um universo alegre que identifica esses sentimentos nos personagens. Pode ser que a fonte do RR esteja enxergando um mundo cor de rosa. Mas faz o maior sentido a chapa constituída por Dudu – apelido de Leite na infância – e o “calça apertada”, apelido de Doria na maioridade.
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Terceira via
8/12/2021Flavio Rocha, da Lojas Riachuelo, tem feito aproximações sucessivas do presidenciável Sergio Moro.
Acervo RR
Antídoto
6/12/2021O presidenciável Sergio Moro está contratando uma empresa internacional para monitorar as redes sociais e identificar a ação de robôs e a eventual disseminação de fake news com o seu nome. Coisa de quem esteve próximo dos Bolsonaro e sabe onde mora o perigo.
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“Mandelização” de Lula será uma das armas de campanha do PT
3/12/2021Pode soar como uma tirada ao melhor estilo do humor inglês: Lula quer fazer do limão do cárcere uma limonada. Uma das estratégias de campanha que será usada pelo PT é a comparação entre a passagem do ex-presidente pela prisão e a via crucis de Nelson Mandela – ainda que uma tenha durado 580 dias e a outra, 27 anos. A ideia é explorar o discurso de que Lula, assim como o líder sul -africano, foi um prisioneiro político, vítima de uma ação persecutória de seus inimigos.
Esse processo de “mandelização” do petista funcionaria como uma peça de ataque, mas também de defesa contra a agenda da corrupção que certamente será levantada pelos adversários durante a campanha. Ainda que, tecnicamente, o ex-presidente não esteja livre dos processos, as absolvições que já ocorreram e, sobretudo, a decisão do STF anulando as sentenças da 13a Vara de Curitiba garantirão a consistência jurídica da mensagem. Há outro componente que dá uma coloração ainda mais especial a essa estratégia: o iminente embate eleitoral com Sergio Moro.
De um lado, o “preso político”; do outro, o magistrado que o “perseguiu”. Os planos de Lula incluem uma viagem à África do Sul. Em maio deste ano, o petista se encontrou com o embaixador sul-africano em Brasília, Vusi Mavimbela, quando manifestou a intenção de visitar aquele país. Colar sua imagem à de Nelson Mandela traria ainda outros dividendos para Lula. O ex-presidente poderá explorar esse reconhecimento de fora para dentro do Brasil, aproveitando-se do seu prestígio internacional – vide a sua recente passagem pela Europa.
…
As desculpas pedidas por Sergio Moro ao STF pelo “levantamento do sigilo” – melhor dizer vazamento – das conversas da presidente Dilma Rousseff com Lula, tido como inconstitucional por carradas de juízes, são mantidas como um brinco de brilhantes no arsenal do ex-presidente. O comitê de campanha de Lula considera que tem munição de sobra contra Bolsonaro – e está certo. Agora, é o momento de guardar a artilharia contra Moro.
Acervo RR
Take over
2/12/2021Depois de se reunir com Romeu Zema, Sergio Moro articula um encontro com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. A exemplo de Zema, Rocha é mais um governador aliado de Bolsonaro que está “costeando o alambrado” da terceira via, como diria Leonel Brizola.
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Os generais de Moro
30/11/2021O general Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, está tentando atrair o colega de farda e de patente Otavio do Rego Barros para a campanha de Sergio Moro. A exemplo de Santos Cruz, Rego Barros, ex-porta-voz de Jair Bolsonaro, foi mais um general que deixou o governo descontente com o presidente. Ressalte-se que o grupo de militares em torno do presidenciável Sergio Moro já conta com outros nomes, como os generais Paulo Chagas e Maynard Santa Rosa.
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A integridade de um economista candidato a ministro
30/11/2021O colunista de O Globo, Lauro Jardim, que costuma acertar quase todas, cantou a pedra, na edição do último domingo, sobre a nova predileção da avenida que é sinônimo do rentismo no Brasil. A Faria Lima já começou a oferecer seu rico apoio a Sergio Moro. Sabe-se que um banco especializado em estar muito próximo, às vezes dentro do governo, já teria corrido para ofertar recursos de campanha Moro, especialmente devido à presença do professor Affonso Celso Pastore como futuro ministro da Economia. Pastore é um inegável chamariz para a Faria Lima, por sua respeitabilidade e laços com o mercado financeiro. Mas não pensem que ele é o caminho para essas conversas. Se forem falar com o professor de dinheiro, provavelmente vão ouvir: “Porra, que papo é esse? Não estou entendendo. Esse assunto não é comigo, porra!”. O RR acha Pastore um personagem tão íntegro que deveria ser condecorado pela República.
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Delfim vs. Pastore?
26/11/2021Em outras épocas poderia se imaginar que Delfim Netto também estaria migrando para a candidatura de Sergio Moro. Ele e Affonso Celso Pastore eram unha e carne. Porém, mais recentemente, os dois economistas esfriaram suas relações. Há quem diga que o desfecho não foi nada amistoso. A separá-los há também a paixão de Delfim por Lula.
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Chumbo grosso
22/11/2021Eduardo Bolsonaro estaria costurando com Steve Bannon, o marqueteiro de Donald Trump, uma consultoria formal para a campanha de Jair Bolsonaro em 2022. O jogo ficou mais duro: além de bater no “comunista” Lula, Bolsonaro terá de desconstruir o “conservador” Sergio Moro.
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O “ministro da segurança” de Sergio Moro
16/11/2021Relator do pacote anticrime apresentado pelo então ministro Sergio Moro, o senador Marcos do Val teria sido convidado pelo ex-juiz para elaborar seu programa de governo na área de segurança pública. Desfalque à vista na base aliada de Jair Bolsonaro: até outro dia, o senador era bolsonarista de carteirinha.
Acervo RR
Inimigo meu
11/11/2021Um ponto específico do discurso de Sergio Moro, ontem, caiu mal dentro do Podemos. Ao pregar o fim da reeleição, Moro deu um tiro no pé dos mais de 80 prefeitos do partido eleitos em 2020 e que poderão tentar o bis em 2024.
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Sala de aula
5/11/2021Após se desligar da Alvarez & Marsal, o presidenciável Sergio Moro já recebeu convites de duas universidades para dar aula. Pelo menos até a campanha eleitoral esquentar para valer.
Acervo RR
Positivo
27/10/2021O senador e fundador do Grupo Positivo, Oriovisto Guimarães, é hoje o principal responsável por construir pontes entre o presidenciável Sergio Moro e o empresariado.
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Marina é a peça que faltava ao mosaico do centro
17/09/2021Marina Silva está sendo empurrada para se tornar uma “quarta via” no xadrez eleitoral de 2022. Seus correligionários empresariais têm estimulado a ex-ministra do Meio Ambiente a conduzir uma série de conversas junto a lideranças políticas com o objetivo de costurar uma espécie de frente ampla do centro para o apoio da terceira via – seja ela quem for. O mandato para a missão veio de um grupo restrito de empresários, de perfil modernizante, com os quais Marina mantém relação há longo tempo.
A iniciativa teria o respaldo de nomes como Neca Setubal, herdeira do Itaú, Pedro Passos, da Natura, os irmãos Moreira Salles, Pedro Wongtschowski, do Grupo Ultra, entre outros. Trata-se de um núcleo empresarial reformista, empenhado na busca da terceira via, conforme já disse o RR – ver edições de 11 e 31 de agosto. O perfil de Marina Silva cabe como uma luva na missão: discreta, respeitada e sem arestas junto a todo o espectro político, seja do centro, da esquerda ou da direita. Ela não deixaria necessariamente de ser candidata à presidência pelo seu partido, o Rede Sustentabilidade.
Mas, teria também o mandato de articular um cinturão de apoio ao nome tirado das pesquisas para concorrer com Lula e Bolsonaro. Quem tiver maior densidade eleitoral, em determinada data a ser acertada pelas partes, passaria a ser apoiado pelos demais. Seriam chamados para conversar os postulantes à Presidência considerados de centro, ou seja, João Doria, Eduardo Leite, Sergio Moro, João Amoedo, Rodrigo Pacheco e Henrique Mandetta, entre os mais notórios. O senador Tasso Jereissati, que retirou o seu nome das prévias do PSDB para a escolha do candidato à Presidência, também seria convidado para participar do “frentão de presidenciáveis”.
E Ciro Gomes? Um eventual entendimento com o pedetista é visto como difícil, o que não quer dizer que ele não será procurado. O RR entrou em contato com os diversos candidatos de centro. Apenas Henrique Mandetta se posicionou até o fechamento desta edição. O ex-ministro afirmou que concordaria, sim, em participar de conversas com Marina Silva e os demais concorrentes de centro à Presidência. Mandetta disse ainda estar disposto a abrir mão de sua candidatura para apoiar um nome de consenso. Na estratégia em discussão, tão importante quanto o nome do candidato de centro é a construção do leque de apoios ao seu redor.
Mesmo porque, ao menos até agora, não há um “candidato a candidato” da terceira via com desempenho arrebatador nas pesquisas. Os votos que, neste momento, não são nem de Lula nem de Bolsonaro estão espalhados entre os mais variados concorrentes do centro. A costura de uma coalizão entre figuras do espectro político e de parcela importante do empresariado em torno de um único candidato criaria um fato político suprapartidário de grande impacto. A campanha eleitoral passaria a ser colegiada. Por ora, o que existe de articulação entre os candidatos à terceira via são conversas dispersas, que não conseguiram chegar a lugar algum e muito menos definir um nome de consenso. O centro, por enquanto, somente assiste a Lula e Bolsonaro ficarem mais folgados na disputa à Presidência. Marina, como se sabe, disputou e perdeu às eleições à Presidência da República em 2010, 2014 e 2018. Difícil ganhar em 2022. Há quem diga que sequer concorrerá. Mas pode ser que emplaque o “seu candidato”. E terá grandes méritos nessa vitória.
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ESPECIAL | Os “frotistas” sentaram praça na política
10/08/2021O RR fez afirmações contundentes, em duas edições da newsletter (26 de julho e 4 de agosto), sobre a aversão dos militares a Lula. A repercussão foi grande. Mas nada vai mudar. As Forças Armadas continuam sendo o “partido” mais fiel ao presidente e odeiam Lula pela conjugação de acontecimentos históricos, envolvendo a biografia e uma certa distonia nos discursos. As alianças políticas, relações internacionais, posicionamento em temas como a Amazônia – os generais acham que os países ricos querem usurpá-la do Brasil – e o discurso demasiadamente pró-povo, confundido com a intenção de criação de um exército de contingência, geram um incômodo sem par dos militares em relação ao petista.
O episódio da Lava Jato deu o arremate nesse divórcio do que nunca foi um casamento. Veio então o Armagedom. Com a eleição de Jair Bolsonaro, os ataques de Lula ao presidente passaram a ser tomados como contra os militares. Até o ex-comandante do Exército, general Villas Bôas – um “castelista” de raiz -, que se comportou com fidalguia na gestão Lula deu um basta aos pruridos e saiu da caserna para o Twitter, fazendo ameaças. Bolsonaro, então, com sua linguagem dos quartéis – entre o grosseiro e o inconveniente – e as permanentes mesuras aos militares, tornou-se o candidato in pectore das Forças Armadas. O RR conversou com três generais da ativa. Ainda que com desconforto para comentar o tema, todos desmentiram ou desconfiaram da frase do general Hamilton Mourão sobre a esperança em relação ao surgimento de uma terceira via para a disputa eleitoral.
O candidato verde oliva é Bolsonaro. O “inimigo” é Lula. O ex-presidente representa na cabeça dos militares um caso psicanalítico, tamanho o número de interpretações, ressignificações, mal entendidos e acidentes cognitivos. Lula não é o bicho papão que pensam as Forças Armadas. Ao longo da sua trajetória, fez alianças à gauche e à droite. Como todo mobilizador social, acendeu um sinal no Forte Apache. A proximidade, na campanha, com colaboradores e ativistas petistas e de outras correntes mais aguerridas e, principalmente, a ida de José Dirceu para chefiar o governo, funcionaram como o balde de água vermelha. A disposição de “El Comandante” de influir na formação dos militares e intervir no sistema de informações das Forças, além de apoiar um projeto de regulação da mídia, colocou socialistas brandos e radicais no mesmo saco.
Lula, que nunca foi um socialista, acabou embrulhado como o mais perigoso deles. Isso jamais foi dito, mas causou reações fortíssimas. Dilma Rousseff, por sua vez, chegou com a sua indisposição para acarinhar o estamento militar. Pelo contrário: valorizava sua trajetória de guerrilheira – esfregada várias vezes na cara dos oficiais -, reforçando o que já era um pensamento inamovível: a revolução bolchevique estaria aguardando em alguma esquina para marchar e “tomar o poder”. Um poder, aliás, que os petistas já detinham. Vai entender… Durante a passagem de Joaquim Barbosa pelo STF, foi utilizada a teoria do domínio do fato para enfeixar Dirceu como o “cérebro da meliância” e Lula, o “chefe da gangue”.
Sergio Moro, posteriormente, foi useiro e vezeiro do mesmo expediente. Os militares, com todas as preocupações com ingerências na sua soberania, nunca fizeram carga sobre uma suposta associação de Moro com a CIA, apesar de alguns indícios de que as ligações existiam. Pode ser. Mas Moro serviu a um propósito além da “eugenia jurídica”. Ao contrário do que ocorreu com o ex-juiz, foram levantadas todas as suspeitas sobre a “guerrilheira Wanda” ter criado a Comissão da Verdade com o objetivo de manifestar seu desapreço pelos militares. A iniciativa foi um marco de afastamento do PT das forças de segurança, que encontrariam em Bolsonaro a sua tradução mais oportuna. O atual presidente apoia procedimentos “mais brutos”, digamos assim, e domina a linguagem intimidadora do estamento policial.
O pachorrento Lula nunca foi um quadro de armas ou um pregador bolchevique perigoso, nem mesmo um menchevique manso. Bobagem. Como dizia o general Golbery do Couto e Silva, “Lula é dos nossos”. O cardeal Dom Evaristo Arns falava a mesma coisa. Sindicalistas também. Os poderosíssimos dirigentes das grandes montadoras achavam o ex-presidente um bom negociador, mas suave. Ele sempre queria concluir as conversações em torno de um chope ou um copo de destilado, de preferência em um boteco. Golbery não disse que o então sindicalista era um dos “nossos” para depreciá-lo. Quem “não era dos nossos” era Leonel Brizola. Lula teve um papel importante no xadrez dos militares da época para o desmonte do político gaúcho.
Nem assim, deixou de ser “comunista”. O petista é articulado, pragmático, negociador por natureza, odeia soluções agressivas, tem passagem por todos os grupos da sociedade civil e está pronto para compor com a centro-direita e até com uma direita civilizada na feitura do seu programa de governo e na composição da base aliada. Aliás, já fez isso no passado. Os generais “castelistas”, a começar pelo presidente Geisel, tratavam Lula como um ogro de pelúcia. Tinham a compreensão de que o líder sindical podia ser mais colaborador do que adversário.
A distensão gradual e democrática da ditadura tinha no petista um hábil apoiador. Lula mordia e soprava. Com Jair Bolsonaro, o Alto Comando, os quartéis, as polícias, todos endureceram. O número de “frotistas” – referência ao ex-ministro do Exército, general Sylvio Frota – aumentou, especialmente no Palácio do Planalto. O general Braga Netto, que já teve seu momento “castelista”, bandeou-se para o “frotismo”, afinando suas posições com as do general Augusto Heleno, um “frotista” de carteirinha. Esta simbiose entre Bolsonaro e os militares acaba por gerar malefícios, inclusive para a própria imagem das Forças Armadas. Um exemplo: até exercícios militares ou mesmo solenidades passam a ser interpretados como manifestações políticas.
É o caso do desfile de blindados das Forças Armadas programado para hoje, em Brasília. Lula tem determinação, como já mostrou em episódios de prisão e massacre moral. Voltou às quadras para disputar uma nova partida. Leva um carry over complicadíssimo, de fidelidade em relação aos “companheiros vermelhos”, que ousaram mais do que podiam em uma convivência de cristais. Mas não é um vampiro nem a mula de sete cabeças. Muito menos um Lenin reencarnado. É um populista, igual Bolsonaro, s que antenado em causas mais patrocinadas pelo mundo. Lula é o candidato ESG; Bolsonaro, o postulante que chuta porta de todas as causas humanitárias internacionais. Ambos prometem o que não vão entregar. Nenhum deles diz sinceramente quem é.
Inventaram personagens. A questão é que o “comunismo d plantão”, que, segundo os radicais, ameaça tingir a bandeira verde e amarela de vermelho, foi anexada ao pacote “Lula incendiário”. Como se muda um pensamento obsessivo? Mesmo que o trem não vá na direção da Estação Finlândia, Luiz Inácio não escapará da pecha de comunista. É o “Joseph” Lula da Silva, vulgo Koba, um nordestino atarracado que poderia ser tomado por um georgiano, a despeito das diferenças de biotipo. O ex-presidente terá de convencer os quartéis de que o Lula revolucionário somente existe no imaginário dos militares. Bolsonaro, por sua vez, joga o jogo com um trunfo na mão. É o presidente-candidato confiável para todas as forças de segurança do país. Paciência! É difícil que, para os militares, o “sapo barbudo” deixe de ser o “Lulinha vermelho”, sem paz nem amor. Na atual geração de generais, essa visão dos fatos parece irreversível. Mas, mesmo com todo o excesso de convicção, anotem: não vai ter golpe.
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A agenda da CIA
23/07/2021O diretor da CIA, William J. Burns, conversou sobre três assuntos, entre outros, com Jair Bolsonaro: Sérgio Moro, Lula e Lava Jato. A fonte da informação é quentíssima. Burns encontrou o presidente Bolsonaro no dia 1o de julho, em uma “visita de cordialidade”, sem que a agenda fosse divulgada pelo Palácio do Planalto.
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Juiz de paz
22/07/2021O ministro Dias Toffoli tem se empenhado na tentativa de reaproximar Gilmar Mendes e Kassio Nunes. As relações entre ambos foram para o vinagre depois que Nunes votou pela imparcialidade de Sergio Moro nos processos contra Lula.
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Dirceu ficha limpa?
23/06/2021A defesa de José Dirceu também vai entrar com um pedido para que o STF julgue a parcialidade de Sergio Moro nos processos contra o ex-ministro. Uma eventual decisão favorável abriria caminho para a anulação das condenações de Dirceu. Ou seja: Lula e o ex-ministro ficariam em condições de igualdade. Quem sabe Dirceu não volta à Casa Civil?
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Controle remoto
10/05/2021Línguas ferinas do STF afirmam que o ministro Dias Toffoli tem feito a cabeça de Kassio Nunes em julgamentos relevantes da Corte, a exemplo do recente voto favorável à suspeição de Sergio Moro.
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A tristeza do general Heleno com o fim do blefe
6/04/2021Se tem alguém no entorno do presidente Jair Bolsonaro que ficou desolado com a convulsão envolvendo o Ministério da Defesa e as Forças Armadas foi o general Augusto Heleno. Foi Heleno que costurou o “dispositivo militar” do governo Bolsonaro, constituído por um ministério palaciano formado por generais quatro estrelas em volta do presidente – estes, por sua vez, com relações pessoais e muitas vezes quase fraternas com os generais do Alto Comando, tendo, na origem, como pivô de toda a construção o general Eduardo Villas Bôas, ícone do Exército. Foi Villas Bôas quem iniciou, com toda a sua autoridade, o blefe, ainda no governo Temer, ameaçando o mundo político caso o STF concedesse habeas corpus para o ex-presidente Lula. Ganhou um cargo nobiliárquico no Planalto, no governo Bolsonaro, já sem condições de trabalho, devido a uma doença degenerativa.
O blefe não era mais do que uma ameaça permanente, ainda que tácita, de um golpe militar inexistente. Constituía em nada mais do que a repetição permanente por Bolsonaro do apoio militar qualquer que fosse sua ação administrativa ou política. Foi Heleno quem sistematizou o blefe do golpe. O ministro do GSI foi também quem aparou todas as manifestações contrárias à estratégia de “colar” Bolsonaro nos militares, a exemplo do general Santos Cruz, que, quando estava na Secretaria de Governo da Presidência, trabalhou contra o discurso construído pelo general decano. Heleno esteve por trás da demissão de Sérgio Moro e do alerta sobre Mauricio Valeixo, enclave de Moro na Polícia Federal. No final da história, havia apenas um frágil fio condutor entre generais legalistas, cuja indicação tinha sido feita pelo general Fernando Azevedo e Silva, também legalista, indicado pelo general Heleno, o fiador de Bolsonaro no “dispositivo” do blefe.
O fio da meada do “contragolpe” do blefe começa com uma gravação enviada a Heleno sobre uma conversa de Azevedo com o presidente STF, Luiz Fux, na qual este último consultava, em linhas gerais, sobre a “segurança institucional” do país. Azevedo tranquilizou Fux, dizendo que as Forças Armadas cumpririam sua missão democrática e constitucional. Heleno não aceitou que a conversa não tivesse sido combinada antes, entre ele e Azevedo. Havia e há uma suspeição de que o STF é quem daria o golpe, sustentando que o Artigo 79 da Constituição era largo o suficiente para enlaçar Bolsonaro consigo. Heleno e Braga Netto, então, chamaram para si a missão de comunicar a Azevedo o seu afastamento. Foi quando Heleno deu um tiro no próprio pé. Com o “contragolpe” do blefe, o ministro Heleno, o mais ouvido dos generais entre os oficiais superiores lotados no Planalto, ficou, digamos assim, “vendido”.
A saída dos chefes das Forças Armadas, em silêncio, sem justificativa pública, desmontou a engenharia do ministro do GSI. Seu movimento final foi o acerto para que a retirada dos comandantes militares fosse atribuída a uma demissão feita por Bolsonaro e não a uma renúncia de protesto, o que efetivamente ocorreu. Heleno também esteve por trás do reaparelhamento da Defesa, com a nomeação, ato contínuo, do general Braga Netto. A indicação não significa a volta do status quo. Braga Netto vai acalmar os Altos-Comandos, com sua notória respeitabilidade, e não há dúvida de que a hierarquia será respeitada. Mas os integrantes dos Estados Maiores das Forças sabem muito bem o que houve e não querem ser associados a Bolsonaro. O “dispositivo” do blefe, portanto, não será reconstruído, pelo menos com as três Forças.
O simbólico evento da renúncia coletiva dos comandantes militares deixou para dentro a forte mensagem de que havia utilitarismo no uso da imagem das Forças Armadas. O novo comandante do Exército, general Paulo Sergio, é adepto desse pensamento. Ou seja: a primeira fortificação de defesa de Bolsonaro caiu, de uma forma que Heleno não podia imaginar. Mesmo porque não passava de uma linha imaginária. A tristeza e a solidão do general Heleno neste momento são proporcionais ao crepúsculo da sua relevância para a blindagem institucional do presidente Jair Bolsonaro.
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Mais uma de Sergio Moro
6/04/2021O Ministério Público Federal está entrando com recurso na tentativa de suspender o agravo regimental da Segunda Turma do STF, que anulou a sentença contra o doleiro Paulo Roberto Krug. É mais uma investida do Supremo contra Sergio Moro. Krug foi condenado pelo então juiz por crimes financeiros no âmbito do caso Banestado, que, de certa forma, serviu para a “República de Curitiba” como um aquecimento para a Lava Jato.
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Lava Jato em vertigem
29/03/2021Uma fonte do RR ligada a Petra Costa disse que a diretora de “Democracia em Vertigem” estuda produzir um documentário sobre a derrocada da Lava Jato e de Sergio Moro.
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O jogo virou?
22/03/2021A “Rádio Lava Jato” informa: a defesa de Eduardo Cunha deverá solicitar ao STF acesso ao conteúdo de todas as mensagens entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol obtidas pela Operação Spoofing. É mais caldo para o pedido de suspeição de Moro.
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Outro prego no caixão da Lava Jato
15/03/2021O processo de desmontagem e desmoralização da Lava Jato avança, de forma sincronizada, em várias frentes. Ao mesmo tempo em que o STF julga a suspeição de Sergio Moro, o RR apurou que Augusto Aras deverá encaminhar ao Conselho Nacional do Ministério Público o pedido de abertura de mais dois processos contra Deltan Dallagnol e os demais integrantes da força-tarefa. De acordo com a mesma fonte, o entendimento na PGR é que os procuradores incorreram em violação de sigilo profissional (previsto no artigo 325 da Constituição) e em quebra do sigilo das operações de instituições financeiras (tratada no artigo 10, da Lei Complementar 105/2001). Eles teriam infringido os dois artigos ao pedir para investigar ministros do STF e do STJ. Consultada pelo RR, a Procuradoria Geral da República informou que “não antecipa posicionamentos ou manifestações”. Uma eventual punição interna corporis contra Dallagnol e cia. daria ainda mais fôlego ao inquérito aberto pelo STJ para apurar se a “República de Curitiba” investigou ilegalmente ministros da Corte. No Tribunal, há quem diga que, indiretamente, esse seria um fator a mais de pressão para a eventual anulação de provas usadas pela força-tarefa.
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Mais um desencontro entre o traidor e o destemperado
9/03/2021Ciro Gomes teve uma série de conversas com aliados ontem à tarde tão logo saiu a decisão do ministro Edson Fachin anulando as condenações de Lula. O teor das discussões pode ser resumido em uma frase: é bater ou bater. Ciro deixou claro que vai subir o tom contra o ex-presidente. As circunstâncias exigem uma agenda de combate ainda mais vigorosa.
O waiver do STF fortalece Lula sob os mais variados aspectos: reaquece seu eleitorado, traz a hipótese de crescimento nas pesquisas eleitorais e alimenta o discurso do ex-presidente de que ele foi injustiçado e perseguido por Sergio Moro. Ciro só tem uma certeza em relação a 2022: Jair Bolsonaro já está no segundo turno. Portanto, o seu mata-mata é com Lula. Trata-se do adversário a ser batido no primeiro turno.
Seria um acerto de contas com o “traidor”, como Ciro costuma se referir a Lula. Ciro Gomes foi cuidadoso em sua primeira manifestação pública sobre a decisão do STF. Até como forma de não se desdizer, republicou no Twitter uma sucessão de declarações dadas por ele entre 2016 e 2019 atacando a Lava Jato e o juiz Sergio Moro. Mas que ninguém se deixe enganar por esse Ciro ponderado.
A mão vai pesar e muito contra Lula. Uma amostra veio ontem mesmo, na parte da manhã, poucas horas antes do anúncio da decisão de Fachin. Em uma entrevista, ao ser perguntado sobre a possibilidade de candidatura de Lula em 2022, o pedetista rebateu: “Não contem comigo para esse circo”. Ciro Gomes mantém um pé na Faria Lima e outro em Paraisópolis. As conversas com a esquerda permanecem – ele pretende se encontrar com Guilherme Boulos. Ainda que Ciro e Lula sejam antípodas, sempre haverá a possibilidade de uma aliança da esquerda em um segundo turno.
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Deltan ´s boys
9/02/2021Circula no MPF a informação de que os procuradores de Curitiba pretendem lançar um manifesto contra o fim da Lava Jato e, por tabela, o governo Bolsonaro. Sergio Moro teria sido convidado para ser um dos subscritores. Por ora, não disse nem que sim nem que não.
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Nome certo no lugar certo
15/01/2021No Ministério Público circula a informação de que Augusto Aras pretende transferir o procurador Celso Três da chefia da Operação Greenfield para o comando da Lava Jato. O curioso é que Três assumiu a liderança da Greenfield há apenas dois meses e sua atuação tem sido questionada por seus colegas. Há quem diga ele vem agindo para esvaziar a Operação. Sob a lógica de Aras, talvez seja um mérito. Ressalte-se ainda que Três sempre foi um crítico da Lava Jato e, em especial, de Sergio Moro. Entre outros ataques, já disse que a “parcialidade de Moro é escandalosa”.
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Posse a distância
8/12/2020Sergio Moro decidiu assumir de forma remota, no Brasil, suas funções como diretor da consultoria Alvarez & Marsal. Por conta da pandemia, seu visto de trabalho e consequentemente sua mudança para Washington só devem sair em fevereiro.
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Ao menos faz barulho
3/12/2020A defesa de Lula vai usar o novo trabalho de Sergio Moro como munição no pedido de anulação da sentença contra o ex-presidente. O ex-juiz está assumindo um cargo na consultoria que conduz a recuperação judicial da Odebrecht, um dos principais alvos da Lava Jato.
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Indulto de Natal pode provocar uma “rebelião” no CNPCP
18/11/2020O indulto de Natal ameaça desencadear uma crise dentro do aparelho de Justiça. Segundo o RR apurou junto a um dos integrantes do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), ao menos quatro dos 13 membros do colegiado ameaçam renunciar ao cargo. De acordo com a mesma fonte, o CNPCP, vinculado ao Ministério da Justiça, tem sido pressionado pelo governo a beneficiar policiais nas regras a serem estabelecidas para o perdão natalino deste ano. A questão já foi objeto de polêmica no ano passado.
Na última hora, Bolsonaro assinou na marra um decreto estendendo o indulto a agentes policiais condenados por crime culposo no exercício da sua função, sem que tal critério tivesse sido previamente aprovado pelo colegiado. Em tese cabe ao Conselho estabelecer as regras para o perdão e encaminhar a proposta para o Presidente da República, dono da palavra final. Bolsonaro estaria tentando pressionar o CNPCP a sancionar a medida, de forma a dar ainda mais legitimidade ao indulto natalino a agentes da área de segurança. A proposta é questionada por importantes juristas; muitos a consideram inconstitucional. Em tempo: não custa lembrar que o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária tem um histórico recente de se rebelar contra interferências do governo: em abril deste ano, oito conselheiros renunciaram ao cargo após a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça.
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O caldeirão eleitoral de Luciano Huck começa a ferver mansamente
16/11/2020Depois de um primeiro momento de recusa, a esposa de Luciano Huck, Angélica, é a principal entusiasta da candidatura do marido. Disputará o lugar de primeira dama mais bonita da história do país.
- Luciano Huck já não descarta mais publicamente sua candidatura. Segundo seus colaboradores mais próximos, as condições para a disputa presidencial nunca foram tão boas.
- A reticência de Rodrigo Maia em fazer qualquer afago à candidatura de Huck é estratégica. Se apoiar o presidenciável agora, fica sem moeda de troca futuramente.
- Maia se considera uma opção para vice de Huck, caso a rejeição a Moro na área política se revele muito grande.
- De qualquer forma, Huck está indexado ao DEM, a quem chama de “direita leve”. O prefeito de Salvador, ACM Neto, é um dos seus principais assessores.
- As articulações de Huck junto ao empresariado têm uma segunda intenção: sensibilizar o PSDB em relação à sua candidatura. Como se sabe, os melhores interlocutores com o “partido da social democracia”, são os plutocratas da Faria Lima.
- O empresariado paulista, especialmente, disputa desde já quem será mais o próximo do candidato.
- O clã dos Diniz está empenhado até a alma em uma futura “presidência de Luciano Huck”.
- O chanceler do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, já jogou suas fichas no apresentador-candidato.
- Para Cardoso somente Huck tem a empatia necessária para evitar que Bolsonaro ganhe mais uma.
- Na área da política econômica, o “candidato Huck” traz uma novidade: um teto do gasto mais alto concomitantemente à volta do regime de metas do primário. Apud Armínio Fraga, o Paulo Guedes de Huck.
- No meio ambiente, o economista Sérgio Besserman é quem está mais próximo de Huck. Como se sabe o discurso do presidente terá a preservação ambiental como um dos pontos centrais.
- Armínio tem grupos técnicos trabalhando para construção do programa de governo em todas as áreas.
- Por enquanto, o banqueiro chama os trabalhos de contribuição pública. Mas para quem? Bolsonaro? É óbvio que se trata de um planejamento para o governo Huck. Armínio Fraga é explicitamente o futuro ministro da Fazenda de Huck. Terá o papel que Guedes teve de acalmar os mercados. No quesito bom senso, comparado ao atual ministro, Armínio é uma mudança da água para o vinho.
- Huck tem conversado com seus consultores sobre as providências em relação a sua plêiade de empresas “caso” venha a ser candidato à presidência. Não dá para ter tudo.
- A mesma questão diz respeito a sua situação profissional de apresentador exclusivo – ele e sua esposa Angélica – da TV Globo. Huck é muito bem quisto pela família Marinho. Qualquer solução em relação à Globo será para facilitar sua candidatura. Tudo dentro dos conformes.
- Os pensadores da “campanha” de Huck consideram que o “candidato” captura eleitores de todos os segmentos, inclusive dos bolsonaristas. As elites e os antilulistas já são dados jogados.
- E o povão? Huck é conhecido em todo o país. Uma das ideias dos seus colaboradores é que o apresentado-candidato rode o Brasil inteiro – com ênfase no Norte e Nordeste – visitando famílias nas suas casas. O frenesi com sua chegada será transformado em lives e utilizadas na campanha. O mote será “nunca um presidente foi tão amado”.
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A luta do século
15/10/2020Teoria conspiratória que circula no entorno de João Doria. A demolição da Lava Jato é para tornar Lula elegível. Bolsonaro quer disputar a eleição de 2022 com o ex-presidente. Ele considera que seria uma vitória acachapante e simbólica. E, com Lula na competição, Bolsonaro tiraria Sérgio Moro da disputa. Faz sentido como ficção científica.
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Até logo, Brasil?
15/10/2020O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro tem recebido diversos convites de universidades norte-americanas para passar uma temporada como professor visitante. Moro já teria se decidido pela Columbia University.
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Toda a Lava Jato será castigada
8/09/2020A Lava Jato vai sofrer mais um constrangimento dentro do próprio MPF. Segundo o RR apurou junto a um dos integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público, na reunião de amanhã o colegiado vai reabrir o Procedimento Administrativo Disciplinar contra o procurador da República Diogo de Mattos. Em 2019, Mattos, ex-integrante da força-tarefa, comprou espaço em um outdoor em Curitiba e pôs um anúncio em homenagem à Lava Jato. Na época, com Sergio Moro no governo, a investigação pedida pelo corregedor-nacional do MP, Rinaldo Reis Lima, acabou arquivada. Porém, agora, o vento mudou de direção.
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Justiça Eleitoral entra na mira do “Gabinete do ódio”
4/09/2020O STF – mais precisamente o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news – deverá investigar a onda de ataques conjuntos que têm sido feitos contra o TSE e, de roldão, a Positivo Tecnologia nas redes sociais. Há fortes evidências de que a Suprema Corte Eleitoral e a fabricante de computadores tornaram-se alvos do “Gabinete do ódio”. Nos últimos dias, a Positivo vem sendo
torpedeada com boatos de que teria sido vendida para a chinesa Lenovo.
Ao que tudo indica, o objetivo da fake news é atingir a Justiça Eleitoral, sob o comando do ministro Luis Roberto Barroso. Postagens já recolhidas pelo STF insinuam que os chineses vão controlar as eleições brasileiras, com o beneplácito do TSE. Mais uma vez, os autores da fake news valem-se do expediente de contar uma mentira falando verdades. Para construir o raciocínio, citam que a Positivo ganhou licitação do TSE para a produção de 180 mil urnas eletrônicas, o que de fato ocorreu. Segundo o RR apurou, alguns perfis chegaram a postar no Facebook e posteriormente apagar mensagens chamando a empresa de “laranja” do governo chinês e insinuando pagamentos ilegais no exterior.
Procurada, a Positivo reconhece as publicações nas redes sociais, mas “desmente o rumor de que foi vendida à Lenovo”. Sobre as investigações da procedência das postagens, a empresa diz que “não tem informações a respeito”. O rocambolesco enredo mistura sinofobia e suspeições contra a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas, sabidamente dois temas que habitam o ideário bolsonarista. Bem ao seu estilo, o próprio Jair Bolsonaro já afirmou ter provas de fraudes no sistema de votação, sem jamais apresentá-las.
Em tempo: há ainda um personagem que ajuda a colocar mais algum tempero nessa história: o híbrido de empresário e político Oriovisto Guimarães, fundador da Positivo. O senador, ressalte-se, costuma adotar uma postura crítica em relação a Bolsonaro. Na saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, Oriovisto atacou o governo e a interferência política na PF e se disse “fã absoluto” do ex-superministro que virou adversário figadal de Bolsonaro. Perguntada se vê alguma conexão política nos ataques, a Positivo afirma que o senador “deixou em 2012 a gestão e a sociedade do grupo. Logo a empresa não pode afirmar o que gerou as postagens sobre as notícias falsas”. Mesmo após transferir suas ações para os filhos, a imagem de Oriovisto está visceralmente ligada à companhia. Talvez o “Gabinete do ódio” tenha unido a fome à vontade de comer ao juntar o TSE de Barroso e a Positivo no mesmo algoritmo.
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Legado Moro
3/09/2020O ministro da Justiça, André Mendonça, vai anunciar nos próximos dias a segunda fase do “Em frente, Brasil”, programa de combate a crimes violentos idealizado pelo seu antecessor, Sergio Moro. Por ora, no entanto, o projeto não passa de uma miniatura. Na primeira etapa, foi implementado só em cinco cidades. Agora serão outras dez.
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“Lei Messer” regula a partilha do dinheiro do crime
1/09/2020O “testamento” do doleiro Dario Messer tornou-se a proxy para uma negociação bilateral ainda mais ampla. Os governos do Brasil e do Paraguai costuram um novo acordo de cooperação contra o crime organizado, com foco na partilha de bens oriundos de atividades ilegais. A iniciativa, já chamada informalmente no Ministério da Justiça de “Lei Messer”, é uma espécie de Parte 2 do convênio assinado no ano passado pelo então ministro Sergio Moro, quando os dois países criaram equipes conjuntas de investigação – as ECIs – para acelerar a apuração de crimes transnacionais.
O território paraguaio é reconhecidamente um (acolhedor) refúgio para traficantes, doleiros, contraventores e congêneres brasileiros, o que enseja um acordo bilateral para a partilha de recursos de criminosos com atividades nos dois países. O caso Messer é bastante representativo, pela sua complexidade. Do patrimônio total de R$ 1 bilhão que o doleiro entregará à Justiça brasileira, cerca de R$ 700 milhões dizem respeito a bens no Paraguai, entre os quais 81 imóveis, como fazendas e apartamentos.
O Ministério Público do Paraguai já comunicou ao seu congênere brasileiro que vai requisitar parte desses bens. A Justiça brasileira vai concordar com o pedágio. Até porque precisará do apoio das autoridades paraguaias para garantir a regularização e a posterior venda das propriedades de Messer no país vizinho, a maior parte delas em nome de “laranjas”
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Lava Jato 2
5/08/2020Diante dos sinais de fenecimento da Lava Jato, Alvaro Dias sonha em lançar candidatura de Deltan Dallagnol ao Senado pelo Podemos, em 2022. Dias tem obsessão pela República de Curitiba. Em 2018, durante a campanha, convidou Sergio Moro para o Ministério da Justiça. Levou um “não”.
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A desidratação da Operação Greenfield
31/07/2020Há um novo foco de embate dentro do Ministério Público. Simultaneamente ao desmonte da Lava Jato, procuradores do MPF apontam que Augusto Aras estaria agindo para desarticular também a Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos fundos de pensão. A PGR tem ignorado os seguidos pedidos de locação de novos procuradores para o caso. A rigor, a força-tarefa da Greenfield hoje é o exército de um homem só, o procurador da República Anselmo Lopes, chefe de si próprio na equipe. O desmanche se dá justo no momento em que o MPF denunciou à Justiça 13 ex-dirigentes de Previ, Petros e Funcef, o que, na visão dos procuradores, poderá ensejar acordos de delação, denúncias e novas linhas de investigação. A PGR chegou a lançar um edital interno para selecionar colaboradores para a Greenfield, no entanto os desafetos de Aras no MPF dizem que a medida é apenas para inglês ver. Os procuradores sequer seriam cedidos de forma exclusiva para a Operação. Ou seja: formalmente ficariam alocados na força-tarefa, em Brasília, mas, na prática, seriam usados em outros casos.
A Lava Jato que interessa
Está por detalhes para a PGR fechar o acordo de delação de Rodrigo Tacla Duran. Trata-se de uma rara ponta da Lava Jato que Augusto Aras parece empenhado em levar adiante. Apontado como operador de empreiteiras, Tacla Duran se notabilizou por jogar foco sobre Sergio Moro. Ele acusou o advogado Carlos Zucolotto, amigo pessoal do ex-juiz, de ter cobrado US$ 5 milhões em troca de vantagens em um acordo de delação.
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Nem a Covid-19 contamina a reeleição de Bolsonaro
27/07/2020Nem o novo coronavírus está se mostrando capaz de deter a marcha firme do presidente Jair Bolsonaro rumo à reeleição. É o que mostra sondagem realizada pelo RR na semana passada junto a 78 nomes da sua base de assinantes. Os resultados são muito próximos aos verificados no levantamento do Paraná Pesquisas, divulgado na última sexta-feira em parceria com a revista Veja. Bolsonaro ganha de todos candidatos, em todas as simulações eleitorais, no primeiro e no segundo turno. Ressalte-se as diferenças entre ambos os levantamentos.
Por exemplo: a sondagem do RR é mais modesta e não incluiu diversos potenciais candidatos, tais como João Amoedo, Guilherme Boulos e Wilson Witzel. A conclusão é que, pelo menos por enquanto, Bolsonaro é invencível. Mesmo com a inclusão de Lula na simulação eleitoral estimulada, o presidente se distancia do petista em nove pontos na sondagem do RR para o primeiro turno, 31% a 22%, uma diferença ainda maior do que a verificada pelo Paraná Pesquisas (27,5% a 21,9%). No segundo turno, de acordo com o levantamento do RR, o intervalo entre o atual e o antigo presidente é ainda mais amplo, 47% a 34% (placar maior do que o do Paraná Pesquisas, 45,6% a 36,4%).
Lula, diga-se de passagem, tem uma base de eleitores permanentes da ordem de 30%, praticamente igual à de Bolsonaro. Quando a comparação é com Sérgio Moro, em simulação igualmente estimulada, Bolsonaro dá uma goleada: o presidente ganha do ex-juiz e ex-ministro por 32% a 16% na sondagem do RR para o primeiro turno, com Lula listado. Segundo o Paraná Pesquisas, o score é de 29% a 17,1% a favor de Bolsonaro, sem Lula listado, e de 27,5% a 16,8%, com Lula. Em uma terceira simulação estimulada, a competição direta é com Fernando Haddad. De acordo com o levantamento junto aos assinantes do RR, a diferença chega a 20 pontos percentuais pró-Bolsonaro – 33% a 13%. O resultado é ainda superior aos mais de 16 pontos atestados pelo Paraná Pesquisas (30,7% a 14,5%). Nessa mesma listagem de perguntas também consta o governador Flavio Dino, novo darling das esquerdas.
De acordo com o RR, o abismo entre Bolsonaro e Dino é de 33 pontos percentuais: 34% a 1%. Segundo o Paraná Pesquisas, o presidente receberia 30,7% dos votos em primeiro turno contra apenas 1,6% para o governador do Maranhão. O Paraná Pesquisas incluiu o “Mr. Pandemia”, Henrique Mandetta, na competição. Resultado: diferença de 25 pontos pró Capitão, 30,7% a 5,7% (o RR não adicionou Mandetta). E vamos ao segundo turno.
A enquete do RR apontou os seguintes resultados: na disputa contra Fernando Haddad, 45% a 36% a favor de Bolsonaro (46,6% a 32% no Paraná Pesquisas); contra Ciro Gomes, 47% a 30% (48,1% a 31,1% no Paraná Pesquisas); contra Sérgio Moro, 46% a 35% (44,7% a 35% no Paraná Pesquisas); contra João Dória, 54% a 22% (51,7% a 23% no Paraná Pesquisas); e, finalmente, o celebrado Luciano Huck: no RR, 47% a 29% a favor de Bolsonaro (50,8% a 27,6% no Paraná Pesquisas). Segundo um cientista político que colaborou com o RR na sondagem, haveria um fator de fortalecimento eleitoral do “mito”: o auxílio emergencial, que angariou gratidão junto a segmentos e regiões mais pobres, a exemplo do Nordeste, que era um feudo exclusivo do PT. O auxílio vai virar permanente, transformando-se no programa social “Renda Brasil”. Mesmo assim, com tudo que o presidente faz para envergonhar os brasileiros, os números assustam pela sua distância em relação aos virtuais candidatos. Será que Jair Bolsonaro está se tornando imbatível?
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André Mendonça tira os presídios de Moro da gaveta
23/07/2020O ministro da Justiça e da Segurança Pública, André Mendonça, pretende retomar o programa de construção de presídios federais, que acabou relegado a segundo plano na gestão de Sergio Moro. Segundo o RR apurou, a Pasta estuda a instalação de três penitenciárias de segurança máxima na Região Sul, cada uma com capacidade média para cerca de mil detentos. A ideia seria montar um modelo híbrido: a construção e a gestão do presídio ficariam a cargo de uma PPP; já a segurança seria de responsabilidade do próprio Estado, por meio de guardas penitenciários.
Tudo muito bom, tudo muito bem, mas a proposta enfrentaria resistências dentro do próprio Ministério, mais precisamente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCC). De acordo com a mesma fonte, parte do colegiado estaria questionando esse sistema de administração compartilhada. De fato, o benchmarking no Brasil não é dos mais inspiradores. Modelo similar foi adotado no Complexo Penitenciário Anisio Jobim, em Manaus, no qual morreram 75 presos em duas grandes rebeliões, uma em 2017 e outra em 2019.
Outro ponto contestado é a falta de critério geográfico de Mendonça. O projeto prevê uma concentração de recursos na Região Sul e nada para o Sudeste, onde há a maior escassez de vagas carcerárias no país. Erguer os três presídios não chega a ser um trabalho de Hércules do ponto de vista fiscal: na média, o Ministério da Justiça estima um custo em torno de R$ 50 mil por preso, o que daria algo como R$ 150 milhões no total. Mas trata-se de uma gotícula perto do que o governo teria de investir para reduzir o déficit carcerário no país. Para isso, teriam de ser abertas mais de 250 mil vagas, ao custo total de R$ 12,5 bilhões.
…
O Governo do Rio Grande do Sul fará uma nova tentativa para retomar as obras de construção de um presídio em Guaíba, com 672 vagas. O Palácio do Piratini busca uma construtora disposta a investir os R$ 18 milhões que faltam para a conclusão do projeto, uma novela carcerária que se arrasta desde de 2010. O governo não pretende tirar dinheiro do caixa: quer pagar a obra com a cessão de imóveis.
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Bolsonaro escreve suas promessas a lápis
20/07/2020A julgar pelo track records, a declaração de Jair Bolsonaro de que Ernesto Araújo, Eduardo Pazuello e Ricardo Salles permanecerão no governo não tem grande valia. Em 6 de abril, Bolsonaro bancou a manutenção de Henrique Mandetta na Saúde. Dez dias depois, Mandetta era demitido. Como Sergio Moro, o revés foi ainda mais célere. Entre a última fala de Bolsonaro garantindo a permanência de Moro na Justiça e sua saída do governo passaram-se não mais do que dois dias.
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Augusto Aras vira o jogo contra a Lava Jato
17/07/2020O procurador-geral da República Augusto Aras está costurando um acordão dentro do Ministério Público para garantir a criação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado – tida pela “República de Curitiba” como a sentença de morte da Lava Jato. O novo órgão substituirá todas as forças-tarefas existentes no MPF, concentrado um poder que hoje está atomizado por pequenos “condomínios” de procuradores. Aras já teria o apoio de quatro dos demais nove membros do Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) – o décimo integrante do colegiado é ele próprio.
Um personagem importante nesse enredo é o vice-procurador geral, Humberto Jacques de Medeiros. Braço direito de Aras, Medeiros vem tendo um papel relevante na articulação para a aprovação da proposta, de autoria de um grupo de subprocuradores, entre os quais Hindenburgo Chateaubriand Filho e José Adonis Sá. Consultada pelo RR, a Procuradoria Geral da República informou que “não há previsão para que o projeto seja discutido no CSMPF”. Augusto Aras é um cumpridor de missões – atributo que lhe garante a confiança do presidente Jair Bolsonaro.
Ainda que indiretamente, acabar com a Lava Jato é esvaziar o legado de Sergio Moro, assim como a importância do ex-ministro no aparelho de Justiça. Caso a implantação da Unidade Nacional se confirme, será uma demonstração de força de Aras até certo ponto surpreendente, dado o resultado recente das eleições para o Conselho Superior, quando os “independentes” se tornaram majoritários dentro do colegiado. Uma das moedas de troca de Aras nas negociações seria a indicação dos dois novos subprocuradores da República – a escolha sairá em agosto. Em outro front, em um gesto de trégua com opositores, o PGR manteve a promoção de Eliana Torelly a subprocuradora, colocando ponto final em um imbróglio que se arrastava no Conselho Nacional do Ministério Público desde março.
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Lisboa e a ressurreição de Haddad
17/07/2020O presidente do Insper, Marcos Lisboa, atira para todos os lados, sem maiores pruridos. Lisboa quer ser ministro da Fazenda. De qualquer governo. Ofereceu-se para colaborar com o professor e virtual candidato às eleições presidenciais pelo PT Fernando Haddad. O petista pertence aos quadros da instituição de ensino. Não há nada que indique, hoje, uma vantagem comparativa de Haddad em relação à única candidatura certa ao sufrágio de 2022, a do presidente Jair Bolsonaro; nem sobre os demais potenciais aspirantes, Luciano Huck, Ciro Gomes, Sergio Moro, João Dória e Flavio Dino. É puro oportunismo. Se surgir algum candidato de última hora, “Marquinhos” está pronto para contribuir no seu programa econômico.
…
Por falar em Insper, a instituição tem namorado o ex-ministro da Educação Carlos Alberto Decotelli. As conversas se dariam em torno do ingresso do professor nos cursos de educação continuada. Ao que parece, nada que seja necessário um bom diploma. Tudo indica que há terceiras ou quartas intenções entre as partes, caso se concretize o convite. Procurado pelo RR, o Insper não retornou até o fechamento desta edição.
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Questão de prioridade
17/07/2020Na última segunda-feira, durante o lançamento do Plano de Contingência para Crianças e Adolescentes, a ministra Damares Alves fazia questão de relembrar a assessores o tratamento que Sergio Moro deu ao projeto. No ano passado, Damares levou ao então ministro da Justiça a proposta de penas mais rigorosas para condenados por abuso sexual de menores. Moro folheou o documento por cerca de dez minutos , falou meia dúzia de palavras e jogou o projeto na gaveta – de onde só sairia quase um ano depois.
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O inimigo do meu inimigo
30/06/2020O RR apurou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, vai pedir à Justiça a extradição do advogado Rodrigo Tacla Duran. Foragido na Espanha desde 2016, ele responde por quatro ações penais por lavagem de dinheiro e é acusado de ter sido operador de empreiteiras condenadas na Lava Jato. Paralelamente à extradição, a Procuradoria Geral da República negocia com a defesa de Duran um acordo de delação premiada. O duplo movimento da PGR chama a atenção pelo timing. O retorno de Duran ao Brasil tende a jogar foco sobre o ex-ministro Sergio Moro, agora desafeto do presidente Bolsonaro. Logo após fugir do Brasil, Duran acusou o advogado Carlos Zucolotto, amigo de Moro, de ter pedido US$ 5 milhões para intermediar sua delação premiada com a força-tarefa da Lava Jato. Desde então, ficou o dito pelo não dito.Procurada pelo RR, a PGR limitou-se a dizer que “não se pronuncia sobre acordo de delação premiada”.
…
Por falar na PGR, Augusto Aras passou o fim de semana pedindo votos para os procuradores Hildemburgo Chateaubriand e Maria Caetana, que disputam hoje as duas vagas restantes no Conselho Superior do Ministério Público. O principal opositor da dupla é José Bonifácio Andrada, que foi vice-procurador geral da República na gestão de Rodrigo Janot. Na última hora, Aras perdeu uma candidata de peso: sua aliada, a subprocuradora Lindora Araújo desistiu de concorrer depois de procuradores da Lava Jato em Curitiba afirmarem que ela teria tentado acessar material sigiloso da Operação.
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Chave de cadeia
29/06/2020Tânia Fogaça, nova chefe do Departamento Penitenciário Nacional, se lançou numa missão de risco: tenta articular o retorno ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária dos oito integrantes que renunciaram ao posto em maio. Todos saíram em
solidariedade a Sergio Moro. Mais fácil nenhum deles voltar e Tânia ainda perder o cargo no governo.
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Índice de rejeição
29/06/2020No que depender de Luiz Henrique Mandetta, as portas do DEM estão abertas para o ex- colega de governo Sergio Moro. Já não se pode dizer o mesmo de outros caciques do partido, a começar por Rodrigo Maia. Ainda há muito ressentimento com o ex-juiz da época da Lava Jato.
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Herança de Moro
22/06/2020Pela primeira vez em sua história, a Conab fará um leilão de ração para animais. Por vias indiretas, é um legado da gestão de Sergio Moro na Justiça. São quase 30 mil toneladas de produtos comercializados ilegalmente e apreendidos em operações da Polícia Federal.
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Banco dos réus
3/06/2020O Instituto Lula vai realizar ao longo das próximas três semanas um ciclo de debates sobre a situação jurídica do ex-presidente. O ponto alto está reservado para a sessão de encerramento, quando o foco será o ex-juiz Sergio Moro. Que hora para isso, não?
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Pesos e medidas
22/05/2020O PP, de Ciro Nogueira, quer assumir as rédeas do Inmetro. O partido teria indicado ao Palácio do Planalto dois nomes para o comando do instituto. Não custa lembrar que, no confuso pronunciamento que deu no dia da demissão de Sergio Moro, Jair Bolsonaro relatou um diálogo que teria tido com o seu ministro da Economia: “Paulo Guedes, eu vou implodir o Inmetro, porque o que eu descobri lá, nós não podemos deixar o povo sofrer dessa maneira”. Talvez o termo “implosão” já fosse uma referência à chegada do Centrão…
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“O Ministério da Justiça sou eu”
21/05/2020A pressão pela troca de cargos na Polícia Federal não foi a única interferência direta de Jair Bolsonaro na Pasta da Justiça. Segundo circula no próprio Ministério, o presidente da República também cobrava de Sergio Moro a demissão do então secretário de Operações Integradas, Rosalvo Ferreira Franco. Trata-se de uma área fulcral do Ministério, que centraliza operações policiais conjuntas entre as forças de segurança federais, como a própria PF, e estaduais. Delegado da Polícia Federal e próximo a Moro, Rosalvo foi um dos integrantes da “República de Curitiba”. Em 2016, chegou a ser acusado por um agente da própria PF de ter ordenado a instalação de escutas ilegais em celas de presos da Lava Jato em Curitiba. Ficou o dito pelo não dito.
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Mordida no orçamento do MPF
21/05/2020Em meio à investigação das acusações de Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, Augusto Aras trabalha para debelar um princípio de incêndio interna corporis. Os procuradores no Distrito Federal alegam ter direito a receber auxílio-alimentação retroativamente a 2004, o que representaria algumas dezenas de milhões de reais a mais não previstas no orçamento do MPF. Isso para falar não do risco do caso criar “jurisprudência” para outros estados. Aras já teria orientando o Conselho Nacional do Ministério Público a vetar a reivindicação.
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Risco de rebeliões acende alerta no Ministério da Justiça
19/05/2020Há uma alerta no Ministério da Justiça para que a Força Nacional de Segurança (FNS) fique de prontidão, devido à crescente ameaça de rebeliões em presídios. Segundo fonte do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), informações e relatórios recebidos pelo órgão e pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) mostram que a situação é particularmente preocupante no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (RR) e no Centro de Recuperação Regional de Altamira (PA). Não sem motivo.
Os três protagonizaram alguns dos maiores massacres carcerários na história recente do país. Entre 2017 e 2019, quase 200 presos foram assassinados em rebeliões nessas penitenciárias. Procurado pelo RR, o Ministério da Justiça não se pronunciou. O aumento do risco de combustão nos presídios, que já vivem habitualmente em altas temperaturas, é um efeito colateral da pandemia. Os relatos que chegam ao CNPCP e ao Depen de diversos estados alertam para um número cada vez maior de protestos de presos com a demora no isolamento de detentos diagnosticados com o coronavírus.
Outro ponto de tensão sensível é a suspensão das visitas de familiares e das entrevistas com advogados em boa parte das penitenciárias do país. Os detentos estão praticamente incomunicáveis desde meados de março. Ainda à frente do Ministério da Justiça, Sergio Moro chegou a mencionar que a Pasta compraria cerca de 600 tablets para permitir que detentos em presídios federais conversassem virtualmente com parentes uma vez por semana. Diante das pesadas críticas que recebeu – entre elas de Eduardo Bolsonaro, no Twitter (“Excelente prioridade, hein!”), recuou.
Foto: Getty Images
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Curitiba é Curitiba
19/05/2020A troca do superintendente da PF no Paraná é tratada por Jair Bolsonaro como um movimento duplamente estratégico: não apenas por se tratar do território de Sergio Moro, mas pelo fato de que a PF paranaense é responsável pela investigação de políticos sem foro privilegiado, a começar pelo ex-presidente Michel Temer. Trata-se de um “ativo” que não pode ser desprezado.
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Saúde é a gota d ´água no copo cheio de Bolsonaro
18/05/2020A última sexta-feira foi o dia D da conspiração. Segundo o RR apurou em conversas reservadas, a demissão de Nelson Teich e todo o contexto que cercou sua saída do governo foram tratados pelos principais atores institucionais como o estouro da panela da pressão. Quando “todo o país” – palavras de um líder partidário – critica, indignado, o presidente, é um sinal de que algo está para acontecer.” Foi um dia de gritos e sussurros. A leitura é que o próprio Jair Bolsonaro está criando as condições para algum tipo de conflagração social e política – risco abordado pela newsletter na edição de 22 de abril (“Até quando a democracia resiste à estupidez?”).
Nas palavras de um senador, “alguma trava de contenção terá de ser acionada”. A saída de Teich foi um tiro no pé do governo Bolsonaro. Ela repercutiu muito mal junto ao próprio bloco de seguidores do presidente, sob certo aspecto gerando uma reação que nem mesmo as demissões de Luiz Henrique Mandetta e de Sergio Moro provocaram. Bolsonaristas de farda e civis discordaram da fritura de Teich, sobretudo pela alta dose de irresponsabilidade que envolve todo o processo. Se alguém ainda tinha alguma dúvida a respeito do comportamento de Bolsonaro, este episódio é um exemplo didático de que o presidente é incontrolável em seus desvarios. Trata-se do segundo ministro da Saúde que deixa o cargo em menos de um mês, em meio à pandemia, por conta das idiossincrasias de Bolsonaro.
De antemão, a segunda substituição já queimou a terceira: quem quer que entre no Ministério da Saúde já chegará desqualificado, previamente desmentido pelo presidente da República em assuntos científicos. Jair Bolsonaro terá de demonstrar um talento ainda maior para amainar o impacto da demissão de Teich e consequentemente conter o aumento da temperatura institucional. Até o momento, Bolsonaro tem sido razoavelmente bem sucedido na sua estratégia de atropelar, passar por cima, criar fatos e lançar mão de declarações que, por mais estapafúrdias que possam soar, são habitualmente reinterpretadas de forma positiva pelos seus.
Ocorre que, desta vez, até mesmos suas hostes sentiram o golpe, o que, inclusive, faz crescer a expectativa em torno da próxima pesquisa de popularidade. Há mais do que motivos para que as sondagens sejam antecipadas. Até porque, na atual circunstância, essa medição ganha ainda mais importância. O termômetro da aprovação ou – neste caso – da reprovação de Bolsonaro pode ser determinante para eventuais decisões e movimentos no tabuleiro da República.
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O mais inimaginável encontro da República
13/05/2020Pode parecer nonsense e talvez até seja, mas circula em rodas do PT que o comandante José Dirceu anda pensando em voz alta sobre um possível encontro entre Lula e Sergio Moro. Ambos se despiriam das vestes de condenado e juiz em nome da causa maior do Brasil. Dirceu é um pragmático elevado à enésima potência. Antes da posse de Lula, articulou o Ministério junto a personagens como Mario Garnero, Jorge Serpa e até Dick Cheney, então vice-presidente dos Estados Unidos e CEO da Halliburton até 2000. Não custa lembrar que a loucura tem precedente. Nos idos de 1966, Carlos Lacerda e João Goulart, antes inimigos figadais, uniram-se na Frente Ampla. A pergunta que não quer calar não é nem mesmo a questão do timing e a disposição de ambos para um evento desses. Mas, sim, o que Moro teria a ganhar com isso?
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Vasto acervo
11/05/2020Apesar das recomendações em contrário, especialmente do GSI, Jair Bolsonaro mantém o costume de disparar mensagens
por áudio a seus auxiliares. O hábito se aplica não apenas a ministros, como mostra o caso Sergio Moro, mas até a funcionários do segundo escalão.
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Tudo a seu tempo
8/05/2020O imbróglio da Polícia Federal fez com que Jair Bolsonaro postergasse para o segundo tempo a cobrança de que a instituição investigue o esquema de corrupção na compra de respiradores pela Secretaria de Saúde do Rio. Está na fila. Como o próprio Bolsonaro
disse a Sergio Moro, “O Rio é o meu estado”. E o de Wilson Witzel, seu desafeto declarado.
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André Mendonça entra na luta contra o crime organizado
6/05/2020Em meio ao legado de Sergio Moro, o ministro da Justiça, André Mendonça, encontrou sobre a mesa um novo projeto para o combate ao crime organizado. O alvo é o narcotráfico entre a Bolívia e o Brasil, que movimentou cerca de US$ 800 milhões no ano passado. O plano prevê a instalação de um Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF). A localização exata ainda é um dado guardado a sete chaves dentro do Ministério.
Segundo informações filtradas pelo RR junto à Pasta, a unidade deverá ficar nas proximidades de Corumbá (MS), uma das principais rotas do crime organizado entre os dois países. Consultado sobre o projeto, o Ministério disse “não confirmar a informação”. O CIOF é hoje uma das grandes apostas da Pasta da Justiça e da Segurança Pública para conter a atuação do crime organizado e a entrada de drogas no país. Trata-se de um hub de Inteligência e ações de campo, sob comando do Ministério. O primeiro foi instalado no fim do ano passado em Foz do Iguaçu.
O CIOF reúne três frentes: operações ostensivas, auxílio a investigações e uma divisão especial de combate às facções criminosas, com o uso combinado de agentes das forças de segurança federais e estaduais. O timing favorece uma ação mais aguda contra o narcotráfico entre a Bolívia e o Brasil. Recentemente, o crime organizado bilateral sofreu um duro golpe com a prisão de Gilberto Aparecido dos Santos, o “Fuminho”, um dos traficantes mais procurados pela PF. Foragido há quase 20 anos, “Fuminho” estava em Moçambique, de onde manteve o comando de seus negócios criminosos na Bolívia. O traficante controla algumas das principais fazendas de coca, além de pistas de pouso clandestinas no país vizinho.
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Prisão em contêiner fica “sub judice”
6/05/2020A polêmica proposta de transferência de presos do grupo de risco da Covid-19 para contêineres começa a perder fôlego no Ministério da Justiça. Segundo o RR apurou, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) adiou, sine die, uma reunião que estava programada para amanhã com o objetivo de deliberar sobre a medida. As diligências solicitadas pelo próprio Conselho sequer foram concluídas. Ressalte-se ainda que o CNPCP está no meio de uma dança das cadeiras. Com a saída de Sergio Moro do Ministério, cinco integrantes decidiram deixar o colegiado, entre eles o juiz Walter Nunes, que era o relator da proposta do confinamento de presos em contêineres.
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Rio 40 graus
5/05/2020A indicação do delegado Alexandre Saraiva para a Superintendência da PF no Rio partiu do ex-futuro diretor da entidade, Alexandre Ramagem. Ou seja: partiu dos Bolsonaro Boys ´s. Em tempo: o afastamento do atual superintendente, Carlos Henrique Oliveira, é mais do que “justificável”. Oliveira foi indicado diretamente por Sergio Moro.
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A república das fake news fervilha
4/05/2020- Dado intrigante sob investigação da CPMI das Fake News: mais de um terço dos ataques a Sergio Moro nas redes sociais tem se concentrado de forma sistemática entre três e cinco da manhã. O mesmo se dá nas postagens contra Rodrigo Maia e a quarentena, outros “inimigos” do bolsonarismo. Outro indício de que tem robô debaixo desse angu: a CPMI verificou, em um único dia, cerca de 30 mil tweets com o mesmo erro de digitação: “bolsolnaristas”.
- Rodrigo Maia está empenhado em fortalecer à CPMI das Fake News. O presidente da Câmara vai encaminhar à Comissão, assim como à Polícia Federal, centenas de e-mails e mensagens de celular que recebeu nos últimos dias, sempre em tom ameaçador. O presidente da Câmara é um campeão dos ataques digitais. Na semana passada, em um único dia, foram registrados mais de 800 mil tweets com a hashtag #foraMaia.
- João Gabbardo, ex-secretário executivo do Ministério da Saúde e ex-braço direito de Mandetta, também virou alvo das milícias digitais. Circulam pelo WhatsApp reproduções de supostas matérias, atribuídas a veículos como G1 e Veja, acusando-o de fraudes quando era secretário de Saúde no Rio Grande do Sul. Não há registro das referidas acusações e muito menos de reportagens com esse teor. Mas “se está no Zap, é verdade…”
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Ramagem é o Plano A, B e C de Jair Bolsonaro
30/04/2020Jair Bolsonaro desabafou, ontem, com um de seus auxiliares que pode até demorar um pouco, mas Alexandre Ramagem será o futuro diretor da Polícia Federal. Bolsonaro está decidido a insistir e insistir na indicação mesmo se o STF negar o recurso da Presidência da República contra a primeira decisão do ministro Alexandre de Moraes, que suspendeu a nomeação do delegado. Ou seja: a julgar pela disposição de Bolsonaro, o que se viu ontem foi apenas o primeiro round de uma nova crise institucional, entre o presidente e a Suprema Corte. A postura de Jair Bolsonaro terá um curioso efeito colateral. Se Bolsonaro, de fato, persistir na indicação de Ramagem, alimentando um impasse que certamente não se resolverá no curto prazo, significa dizer que a Polícia Federal ficará mais um tempo nas mãos de Sergio Moro. O diretor interino, Disney Rossetti, foi indicado por Moro. É um dos representantes da chamada “República de Curitiba” levado pelo ex-juiz para sua equipe no Ministério da Justiça.
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Medida sem volta
30/04/2020A pressão dos secretários de segurança pública vai ser em vão. O ministro Dias Toffoli, presidente do Conselho Nacional de Justiça, já sinalizou que o colegiado não vai rever a recomendação para a transferência, ao regime de prisão domiciliar, de detentos do grupo de risco do coronavírus.
…
Por sinal, um dos últimos atos de Sergio Moro no Ministério da Justiça foi um ofício (no 361/2020GM) encaminhado a Dias Toffoli, na semana passada, solicitando que o CNJ reavaliasse a medida. Já deve ter virado papel de rascunho.
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Fogo cruzado
29/04/2020O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, tenta influenciar na escolha do futuro diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). Tem ao seu lado no lobby o governador do Amazonas, Wilson Lima. Ambos contestavam duramente a gestão do ex diretor do Depen, Fabio Bordignon, homem de confiança de Sergio Moro. Bordignon era questionado devido ao reduzido repasse de recursos para os sistemas prisionais e aos critérios para a concentração de líderes do crime organizado em determinados estados. O segundo problema pode até ser resolvido; já o primeiro…
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A tradução mais próxima de um general “cinco estrelas”
28/04/2020A missão do general Braga Netto mudou. Se, na teoria, ele chegaria ao governo para ser uma espécie de interventor consentido – como informou o RR na edição 31 de março –, na prática a acomodação dos cristais reservou a Braga Netto outra função: ser o primeiro-ministro de uma Rainha da Inglaterra que manda para danar. O projeto original era, sim, isolar Bolsonaro dentro do Palácio do Planalto – tudo, ressalte-se, com a sua concordância. No entanto, o saldo final da rearrumação foi uma solução meio termo, nem tanto ao Norte, nem tanto ao Sul: Jair Bolsonaro é o comandante-em-chefe e Braga Netto tornou-se o general “cinco estrelas”.
O rápido ajuste de rota se deu, sobretudo, a partir do consenso de que Bolsonaro e – por que não? – seus filhos são incontroláveis. Não há tutela possível para o presidente e seu clã. Assimilados os golpes da rotina com Bolsonaro, Braga Netto passou a ser o segundo homem em importância no governo. Além de exercer um poder transversal sobre todos os Ministérios, tornou-se um dos principais, se não o principal interlocutor do Palácio do Planalto com as mais diversas áreas da sociedade civil, a exemplo de empresários e entidades de classe. Braga Netto toca de ouvido com o presidente Jair Bolsonaro. Participou ativamente das conversas que levaram à saída de Sergio Moro – inicialmente, o general tentou manter Moro no Ministério da Justiça por tempo determinado.
Está também no centro do projeto de recuperação da economia. Sua palavra foi determinante para a escolha de Tarcísio Freitas como condutor do Plano Pró-Brasil. O ministro da Casa Civil é um daqueles estrategistas pacientes, metódico, que espera bastante para definir o movimento de cada peça no tabuleiro de xadrez. No auge do imbróglio entre Bolsonaro e o então ministro Luiz Henrique Mandetta, Braga Netto assumiu a comunicação do governo sobre a crise do coronavírus e emprestou seu ar de mansidão respeitável em um ambiente onde os egos estavam crepitando. Foi dele a ideia de levar as coletivas do Ministério da Saúde para o Palácio do Planalto e diversificar os ministros presentes. Além de reduzir a temperatura, o ministro da Casa Civil passou a fazera regência da própria participação de Mandetta nas entrevistas.
Um oficial que serviu com Braga Netto fez a seguinte declaração sobre o perfil do general: “Na atual geração de quatro estrelas, somente o Villas Bôas e o Braga pertencem a esse grupo de generais diferenciados, no qual consta, por exemplo, Leônidas Pires Gonçalves”. O poder de Braga Netto pode ser sentido também no processo de fritura do ministro da Economia. O general é quem está operando o fator Paulo Guedes. Na quarta-feira passada, durante coletiva no Palácio do Planalto, quando perguntado se Guedes concordava com o Plano Pró -Brasil, Braga Netto respondeu de bate-pronto: “Concorda com tudo”.
A iniciativa de chamar o ministro da Economia para participar do jogo do “me engana que eu te enrolo”, ontem pela manhã no Palácio do Planalto, partiu de uma conversa entre o general e Bolsonaro. Foi um típico movimento para ganhar tempo. Na semana passada, Guedes deu sinais de que iria jogar a toalha, o que, a essa altura, seria uma temeridade. A estratégia de Braga Netto é deixar o ministro da Economia desfilar sua pretensa onipotência. Por exemplo: dizer que o Plano Pró -Brasil é um atraso, entre outras deselegâncias. Na ótica do general, há hora de engolir sapo e hora de expeli-lo. Superpor a demissão de Guedes à de Sergio Moro seria estimular os defensores do impedimento a dar asas a uma crise institucional. Tudo tem seu tempo.
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Vai começar a guerra suja entre Bolsonaro e Moro
27/04/2020Sérgio Moro demorou demais para pedir demissão. Engoliu todos os sapos. Mas a decisão do presidente Jair Bolsonaro de demitir o diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, e colocar no escaninho das incertezas um pedido do ministro dado como certo, soou como uma pá de cal na sua permanência. Detalhe: Valeixo era personagem central na investigação de Carlos Bolsonaro como um dos principais articuladores das fake news. Na véspera da decisão fatídica, Moro cobrou a garantia de que sua vaga no Supremo estava acertada.
Afinal, faltam poucos meses para a troca de um juiz da Corte. Ouviu que a indicação para a primeira vaga do STF, leia-se a substituição de Celso de Mello, em novembro, estava fora de cogitação – e a segunda vaga (Marco Aurélio Mello, em junho de 2021) “será analisada na devida circunstância”. Não fossem essas as respostas, talvez comesse da farinha do desprezo por vários meses ainda. Moro encerra sua passagem pelo desastroso governo Bolsonaro para trilhar uma trajetória política escrita por ele há muitos anos: a disputa da Presidência. De um lado, tem a seu favor a opinião pública. Por outro, sempre esteve nas graças da mídia. Com os amplos apoios que já possui e a construção de um arremedo qualquer de base partidária, Moro está vestido com as armas de candidato à disputa pela Presidência em 2022.
Tem documentos e horas de conversas gravadas no seu celular que não o deixarão ser esquecido até a campanha eleitoral. Se cravar a estaca no coração do “vampiro”, ou seja, se Bolsonaro for impichado, se gabarita como o principal candidato do certame. Mas, do outro lado da cerca, está a cruz. O calvário de Moro serão vazamentos da pior espécie, atacando sua moral e princípios. Em parte, vai experimentar uma dosagem do próprio remédio. A Polícia Federal, agora com “novo chefe”, tem milhares de horas de gravação de conversas do ex-ministro. O gabinete do ódio vai funcionar feericamente.
Alguém tem dúvidas? Uma inacreditável e oportuna pororoca entre petistas e bolsonautas é bastante plausível. Na última sexta-feira, nas análises das redes, 17% da pancadaria no lombo de Moro vieram das hostes petistas. No Congresso, não se deve esperar muita simpatia por Moro. Há ainda muito rancor e ressentimento devido à Lava Jato. Da forma como saiu, atirando com calibre 12, tudo indica que tem farta munição entre documentos e conversas. Se for frio como aparenta ser, pode se tornar o grande catalisador da posse de um general de quatro estrelas na Presidência. A hipótese Hamilton Mourão seria apenas um rito de passagem. O mais provável é que, se isso ocorrer, Moro já esteja lá na frente, com um pé nas urnas e o outro no Palácio do Planalto. A promessa é de uma guerra cheia de golpes baixos.
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Espírito de corpo
27/04/2020Na última quinta-feira, véspera da demissão de Sergio Moro e Mauricio Valeixo, um grupo de delegados da PF, notadamente de Brasília e São Paulo, começou a ensaiar uma paralisação da categoria em desagravo ao então diretor da corporação e ao ministro. A mobilização foi desarmada pelo próprio Valeixo.
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Bolsonaro vs. Moro
24/04/2020Além do diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, o presidente Jair Bolsonaro quer também afastar o superintendente da corporação no Distrito Federal, Marcio Nunes de Oliveira. O Palácio do Planalto já teria até o nome do substituto: Eduardo Maurício, atual chefe da Delegacia de Controle de Segurança Privada da PF em Brasília. É outra espinha entalada na garganta de Sergio Moro.
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Contêiner da discórdia
23/04/2020Segundo informações filtradas do Ministério da Justiça, a polêmica proposta de transferir presos com sintomas da Covid-19 para contêineres já teria o voto favorável de cinco dos 13 membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). De acordo com a mesma fonte, nos últimos dois dias, Sergio Moro fez um “corpo a corpo virtual” com integrantes do colegiado para garantir a aprovação da controversa política de confinamento. Sob forte reação da comunidade jurídica, o CNPCP se reúne hoje para analisar o pedido do Departamento Penitenciário Nacional, também vinculado ao Ministério. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) já classificou a proposta como ilegal.
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Janela de oportunidade
6/04/2020A defesa de Eduardo Cunha vai entrar com um recurso no STF pedindo a passagem definitiva do ex-deputado para o regime de prisão domiciliar. Por decisão da juíza Gabriela Hardt, sucessora de Sergio Moro na 13a Vara Federal de Curitiba, Cunha está provisoriamente em casa após ter testado positivo para o novo coronavírus. Seus advogados, no entanto, alegam que o ex-parlamentar sofre de graves e crônicos e problemas de saúde.
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PCC testa os anticorpos de Moro
31/03/2020Um tanto quanto eclipsado pela crise da Covid-19, o ministro Sergio Moro tem diante de si uma doença crônica para cuidar: o crime organizado, mais especificamente o PCC (Primeiro Comando da Capital). Moro articula com a ministra da Justiça no Paraguai, Cecilia Pérez, estratégias para conter a crescente atuação da facção criminosa na fronteira entre os dois países, especialmente numa área que as autoridades dos dois países já chamam informalmente de “zona vermelha”: uma extensão de aproximadamente 120km que vai de Pedro Juan Caballero a Dourados (MS).
Uma das medidas vistas como prioritárias é a transferência imediata, para o Brasil, de aproximadamente 20 integrantes da organização presos justamente na Penitenciária de Pedro Juan Caballero. É o mesmo presídio de onde 40 criminosos do PCC escaparam em janeiro, uma chaga na gestão de Moro. O episódio quase lhe custou a cisão do seu Ministério e a perda da ingerência sobre a Segurança Pública. Investigações conduzidas pela Polícia Federal do Paraguai apontam que esses presos, de dentro da própria cadeia, têm comandado ações criminosas da facção na região de fronteira.
De acordo com as informações que chegam ao Ministério da Justiça, o PCC vem ganhando ainda mais força no país vizinho ao se unir aos “Minotauros”. Trata-se de um grupo de matadores de aluguel que presta serviços terceirizados para quadrilhas de tráfico de drogas paraguaias. Tirar esses presos de Juan Pedro Caballero é visto como uma manobra fundamental para enfraquecer essa “joint venture do crime”.
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Moro agradece
19/03/2020O coronavírus “infectou” o juiz de garantias. Luiz Fux vai suspender as audiências públicas e consequentemente adiar a decisão sobre o tema. Sergio Moro agradece.
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Indulto vira medida profilática contra coronavírus nas cadeias
13/03/2020O Ministério da Justiça discute ações emergenciais na tentativa de mitigar a disseminação do coronavírus entre a população carcerária. Segundo fonte da própria Pasta, a proposta mais aguda sobre a mesa é a concessão de um indulto extraordinário. Trata-se de uma decisão complexa, sob o próprio ângulo da saúde pública. O maior desafio é evitar a libertação de detentos já infectados, o que na prática seria transferir o vírus da cadeia para as ruas.
O indulto estaria condicionado à realização de exames prévios e à confirmação de que o preso beneficiado não é portador do Covid-19. A medida teria como alvo um universo restrito: presos de menor periculosidade com mais de 65 anos, faixa etária em que a doença costuma se manifestar de forma mais agressiva e com maior índice de letalidade. Cerca de 0,8% da população carcerária do Brasil, algo como seis mil detentos, está acima dessa idade. Cabe ao Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, vinculado ao Ministério da Justiça, recomendar o indulto e estabelecer suas regras para a aprovação ou não do presidente da República.
A princípio, a próxima reunião do colegiado está marcada apenas para 2 de abril, mas Sergio Moro deverá antecipá-la para que a proposta seja discutida. Procurado, o Ministério da Justiça não se pronunciou. As notórias condições sanitárias em que vivem os presos no Brasil aumentam exponencialmente a hipótese do Covid-19 se alastrar nos presídios em proporção e velocidade maiores do que entre a população. A Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em Roraima, é um exemplo didático do caos que o coronavírus pode provocar nos presídios. Mais de 30 detentos do Pamc foram infectados por uma grave doença de pele – em alguns casos mais agudos, com a decomposição de mãos e braços dos doentes – ver RR edição de 29 de janeiro.
…
O Departamento Penitenciário do Paraná prepara uma campanha de vacinação contra gripe em todos os presídios do estado. Não protege contra o coronavírus. Mas é o possível.
…
Como se não bastasse o coronavírus: a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio planeja vacinar os 52 mil detentos dos 50 presídios do estado contra o sarampo. Um exemplo da incidência da doença nas cadeias do Rio: na última quarta-feira, sete audiências no juízo criminal de São Gonçalo foram canceladas. Todos os presos estão hospitalizados com sarampo.
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PF na linha de tiro de Bolsonaro
5/03/2020A Polícia Federal voltou a ser um ponto latejante de tensão entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro. Segundo informações auscultadas do Palácio do Planalto, Bolsonaro estaria pressionando Moro pela demissão do chefe da PF no Distrito Federal, o delegado Marcio Nunes de Oliveira. O motivo é o inquérito aberto pela Superintendência da corporação no DF para investigar o Secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten.
Sob a ótica bem peculiar de Bolsonaro, haveria uma coalizão entre o Ministério Público e a PF do Distrito Federal para atingi-lo por meio da criminalização do chefe da Secom, investigado por manter relações comerciais privadas com fornecedores da própria Secom. Trata-se da mesma lógica que teria levado à demissão, em dezembro do ano passado, do então superintendente da Polícia Federal no Rio, Ricardo Saadi. Ao seu estilo, Bolsonaro fritou Saadi publicamente, atribuindo ao delegado “problemas de gestão e produtividade”.
Talvez tenha sido excesso de produtividade nas investigações contra o senador Flavio Bolsonaro e o seu ex-assessor Fabrício Queiroz. Pelo mesmo motivo, o próprio diretor da PF, Mauricio Valeixo, balança no cargo há meses. Consultados pelo RR, o Ministério da Justiça e a Presidência da República não se manifestaram.
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Popularidade baixa
3/03/2020Pelo visto, o quiproquó com Sergio Moro, a quem chamou de “capanga de milicianos”, não aumentou a popularidade do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ). Nos microcomícios que costuma realizar às sextas-feiras, no Buraco do Lume, no Centro do Rio, Braga não tem reunido mais do que 40 espectadores. Nessa plateia já está incluída a claque de assessores que costuma acompanhá-lo.
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O delator do delator
2/03/2020O ex-deputado Alberto Fraga está convencido de que partiu de pessoas próximas a Sergio Moro a informação de que ele é o “delator”. Ou seja: o responsável por vazar as mensagens de apoio a manifestações transmitidas por Jair Bolsonaro. Fraga foi o nome mais cotado para assumir a Segurança Pública caso a Pasta da Justiça fosse dividida ao meio.
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Comando Vermelho no caminho de Sergio Moro
20/02/2020Como se não bastassem o PCC e a recente fuga de 75 presos no Paraguai, o que quase lhe custou metade do seu Ministério, agora é o Comando Vermelho (CV) que põe à prova a política de segurança pública de Sergio Moro. O Serviço de Inteligência da Polícia Federal tem informações de que o CV derrotou a facção inimiga Família do Norte (FDN) e assumiu o “comando” do Presídio Anísio Jobim, em Manaus. Os desdobramentos dessa tomada de poder vão além dos muros da penitenciária. De dentro do próprio Anísio Jobim, integrantes do CV passaram a liderar o boom de assaltos e assassinatos na capital amazonense, que forçou o governo do estado a montar um gabinete de crise.
Somente em janeiro, foram 106 homicídios em Manaus, 54% a mais do que no mesmo mês em 2019. O número vai na contramão do que ocorreu na própria cidade e em quase todas as capitais do país ao longo do ano passado, com a queda do número de assassinatos. Mais uma vez, Sergio Moro está numa situação delicada. O ministro já teria oferecido o envio de tropas da Força Nacional a Manaus, mas o governador do Amazonas, Wilson Lima, não aceitou – para muitos uma vendeta política contra Jair Bolsonaro, seu ex-aliado. Procurada, a Pasta disse apenas que “para que a Força Nacional de Segurança Pública atue é necessário demanda do governo do Estado.” Consultada sobre o avanço do Comando Vermelho em Manaus, o Ministério não se manifestou.
O fato é que nem mesmo a intervenção do governo federal no Anísio Jobim surtiu o efeito desejado. O presídio é um ponto de combustão no mapa carcerário do Brasil. Trata-se também de um local estratégico para o funcionamento do crime organizado no Norte do país. Tradicionalmente, quem domina o “pedaço” dá as cartas na região, o que justifica os seguidos massacres dentro do complexo penitenciário. Desde dezembro, mais de 110 presos foram assassinados. Aos olhos das autoridades da área de segurança, é prenúncio de que algo mais grave possa ocorrer do lado de fora da cadeia. O receio do Ministério da Justiça é que o CV venha a realizar ataques orquestrados durante o Carnaval. Há apreensão ainda de que a onda de violência se espalhe por outras capitais do Norte do Brasil. A tendência é que o Comando Vermelho se aproveite do momento de fragilidade da Família do Norte para tomar também o controle do crime organizado em Belém.
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Marielle é do Rio
18/02/2020Sergio Moro está irredutível. Apesar da pressão do aparelho de Justiça, a começar pelo PGR Augusto Aras, é contrário à federalização das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Mesmo após a morte do ex-PM Adriano da Nóbrega, ligado a Flavio Bolsonaro. Ou talvez por causa dela, dirão seus opositores.
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Escolta policial
14/02/2020O ministro Sergio Moro ganhou um importante aliado na campanha pela manutenção de Maurício Valeixo no comando da Polícia Federal: o juiz Marcelo Bretas, o “Moro” da Lava Jato no Rio. O problema é que a pressão crônica pela demissão de Valeixo vem diretamente do presidente Jair Bolsonaro.
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“In Fux, we don’t trust”
12/02/2020Dias Toffoli e Luiz Roberto Barroso são os ministros mais empenhados em pressionar Luiz Fux, relator da matéria, a antecipar o julgamento do juiz de garantias. Graças a uma liminar de Fux, a criação da nova função no Judiciário está congelada. Sergio Moro agradece.
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Presídio não dá ibope?
11/02/2020Os integrantes do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária ficaram perplexos com a pálida participação de Sergio Moro na reunião da última quarta-feira, a primeira do ano. O ministro da Justiça falou meia dúzia de palavras, não anunciou qualquer ação nova para a área e partiu. Deixou a impressão de que o tema dos presídios está longe de sensibilizá-lo.
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Moro corre para dar o troco no PCC
10/02/2020A fuga de 75 criminosos do PCC do presídio de Juan Pedro Caballero, no Paraguai, forçou Sergio Moro a precipitar os fatos. O ministro deverá acelerar a instalação, ainda neste ano, de mais dois Ciofs (Centro Integrado de Operações de Fronteira), a exemplo da unidade de Foz do Iguaçu, inaugurada em dezembro. Mato Grosso, divisa com a Bolívia, e Roraima, nos limites com Venezuela e Colômbia, devem ser os estados escolhidos. Com isso, os Ciofs cobririam o que as Forças Armadas costumam chamar de “áreas quentes” da fronteira brasileira, regiões que concentram as principais rotas de entrada de drogas e armas no país.
Procurado, o Ministério da Justiça confirmou que “entre suas estratégias está, sim, a instalação de novos Ciofs, ainda em local a ser definido.” Acelerar a instalação dos Centros Integrados de Operações de Fronteira atenderia não só às necessidades do Estado, mas também às de Sergio Moro. Pressionado, o ministro precisa dar uma pronta resposta contra o crime organizado. A fuga de Juan Pedro Caballero calou fundo em Moro.
De um lado, ajudou a criar um turbilhão político, com a ameaça de Jair Bolsonaro de cindir seu Ministério; do outro, escancarou vulnerabilidades na segurança pública. Inteligência foi exatamente o que não funcionou na fuga dos prisioneiros. Segundo informações filtradas do Ministério da Justiça, toda a operação foi articulada no Brasil e membros do PCC se deslocaram até a fronteira para dar suporte aos comparsas sem serem monitorados. Em tempo: o governo pretende dar uma dimensão ainda maior aos Ciofs, centros não apenas de operação, mas, sobretudo, de inteligência, que integram dados da Polícia Federal, Receita Federal, Abin, Unidade de Inteligência Financeira (antigo Coaf) etc. O objetivo é transformá-los em instâncias multilaterais de combate ao crime organizado. Para isso, a ideia é convidar ministros da Justiça de países vizinhos para ocupar cadeiras permanentes nestes centros.
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Porta de cadeia
5/02/2020Governadores – entre eles Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, e Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul – fazem pressão em Brasília para derrubar o diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), delegado Fabiano Bordignon. O motivo principal é a insatisfação com os critérios de transferência de presos do crime organizado, especialmente do PCC. Mas, no que depender de Sergio Moro, Bordignon só cai para cima, bem para cima: é o nome de preferência do ministro para assumir o comando da Polícia Federal em caso de queda do atual diretor, Maurício Valeixo.
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In Fux Aras trusts
3/02/2020Não chega a ser uma tabelinha com o entrosamento de Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Mas Luiz Fux tornou-se o grande interlocutor do PGR Augusto Aras no STF. Todos os passes de Aras buscam Fux.
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Os próximos passos de Greenwald
31/01/2020O RR “interceptou” a estratégia de defesa de Glenn Greenwald. Caso o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal, aceite a denúncia do Ministério Público Federal contra os jornalistas, seus advogados pretendem recorrer diretamente ao STF. Segundo a mesma fonte, a defesa de Greenwald vai levantar a tese de que, com base no Código de Processo Penal, caso houvesse detectado um crime a Polícia Federal poderia tê-lo prendido em flagrante logo com as primeiras publicações dos diálogos entre Sergio Moro e os procuradores de Curitiba. No entanto, a PF sequer o denunciou à Justiça.
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Ministério da Justiça é um síndico ausente na “cadeia da peste”
29/01/2020Se dependesse da OAB, do governo de Roraima e de entidades da área de diretos humanos, Jair Bolsonaro já teria criado um “Ministério da Gestão Penitenciária” tirando essa atribuição das mãos de Sergio Moro. O ministro tem sido criticado pela postura diante do surto de uma grave doença de pele na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), em intervenção federal e, portanto, sob a alçada da Pasta da Justiça desde janeiro de 2019. Segundo fonte do MP-RR, apenas na semana passada o Ministério começou a averiguar o caso in loco, com o envio de dois funcionários do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para Roraima.
A enfermidade começou a ganhar destaque na imprensa a partir de 18 de janeiro, no entanto o assunto é de conhecimento das autoridades desde setembro do ano passado, quando a OAB-RR denunciou o surto ao Ministério Público do estado. O episódio ultrapassa até mesmo os limites das péssimas condições carcerárias do país. Uma bactéria tem deformado partes dos corpos de presidiários de Monte Cristo. Há casos de decomposição de mãos, braços e pernas de detentos. Ao menos 30 presos já foram diagnosticados com a doença. No estado, a Pamc já ganhou o cruel apelido de “cadeia da peste”.
Procurado, o Ministério da Justiça não se pronunciou. Sergio Moro determinou a intervenção na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo após uma rebelião que deixou 33 mortos. De fato, de lá para cá, não se registrou novo confronto de facções criminosas. Neste quesito, ponto para o Ministério da Justiça e da Segurança Pública. O que não quer dizer que o local esteja livre de barbáries. A penitenciária mais lembra uma masmorra medieval. Com capacidade para cerca de 500 presos, abriga quatro vezes mais, em torno de 2.100 detentos. A própria OAB e a Defensoria Pública de Roraima têm feito seguidas denúncias à Justiça sobre as condições insalubres da cadeia.
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Guerra fria
28/01/2020Além da ameaça de recriação do Ministério da Segurança, Sérgio Moro teve outra surpresa na semana passada. Jair Bolsonaro não informou previamente a Moro que assinaria o decreto devolvendo à Presidência da República a decisão sobre a expulsão de estrangeiros do Brasil. A prerrogativa cabia ao Ministério da Justiça desde 2001.
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Marielle Franco é do Rio e ninguém tira…
23/01/2020Parece haver uma espécie de “pool” no aparelho de Justiça para que o caso do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes permaneça com as autoridades do Rio. O RR apurou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, não pretende recorrer ao Supremo caso a Terceira Turma do STJ negue o pedido de federalização das investigações, como tudo indica que deve ocorrer. Aras poder levar o caso ao STF, mas não compartilha da posição de sua antecessora. A solicitação para que o processo saia da Polícia Civil e da Justiça do Rio foi feita, no ano passado, pela ex-PGR, Raquel Dodge. Nesta semana, ocorreram movimentos em sequência que parecem sob encomenda para referendar, a priori, a iminente decisão do STJ e do PGR. Como que por coincidência, um parecer interno da AGU contra a federalização do caso vazou na mídia. Isso um dia depois de o próprio Sergio Moro, em entrevista ao Roda Viva, também se dizer contrário à transferência do processo para a PF e a Justiça Federal. Enquanto isso, a Polícia do Rio quebra a cabeça para solucionar o duplo assassinato, prestes a completar dois anos em março.
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Cerveja contaminada vira o “crime” do momento para Sergio Moro
22/01/2020O ministro Sergio Moro passou a tratar o caso da cerveja Belorizontina como uma questão de Estado. Nos últimos dias, determinou a seus auxiliares a intensificação das investigações sobre a bebida – suspeita de ter causado, até o momento, quatro mortes em Minas Gerais. Técnicos da Pasta são aguardados em Belo Horizonte ainda nesta semana. Além da Polícia Civil de Minas, a Polícia Federal também realizará uma perícia em amostras da cerveja. Donos da cervejaria Baker deverão ser ouvidos pela PF nos próximos dias. Este trabalho será concentrado na Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada ao Ministério. O secretário Luciano Timm deverá convocar a Comissão de Estudos Permanentes de Acidentes de Consumo (Cepac). Será o primeiro grande caso do órgão criado em agosto do ano passado por Moro. Uma das atribuições da Comissão é investigar e impedir a comercialização de produtos considerados nocivos à saúde do consumidor. Além da gravidade do assunto per si e da urgência de se identificar as causas da contaminação da cerveja, é provável que Sergio Moro olhe para o problema também com outras lentes. Cada vez mais um animal guiado pelo instinto político, Moro enxerga no episódio o risco potencial de se tornar um caso de “calamidade pública”, respingando na reputação das autoridades de uma maneira geral. Além das vítimas fatais, há ainda 17 pessoas sob suspeita de intoxicação, fora os casos, eventualmente, ainda não relatados aos órgãos de saúde.
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Calendário Toffoli
17/01/2020Além do polêmico juiz de garantias, o presidente do STF, Dias Toffoli, vai prorrogar o prazo para o início da vigência de outras medidas do pacote anticrime de Sergio Moro – a essa altura, muito mais o ex-pacote anticrime de Moro, desfigurado pelo Congresso. Uma preocupação de Toffoli é o tempo necessário para a adaptação do Sistema Eletrônico de Execução Unificada (SEEU), ferramenta virtual para o controle do cumprimento de penas que consolidada dados de todos os tribunais de justiça. Os 1.530 crimes previstos no Código do Processo Penal terão de ser adequados às novas tipificações previstas no Pacotão.
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Moro carioca
13/01/20202022 ainda está um pouco longe. Mas o juiz Marcelo Bretas, o “Sergio Moro carioca”, surge, desde já, como o sonho de consumo do Aliança pelo Brasil para disputar o governo do Rio.
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Sérgio Moro monta um “pacote anticrime” para o campo
8/01/2020O governo trabalha em um pacote de medidas com o objetivo de combater a violência no campo. Na linha de frente da iniciativa está o ministro da Justiça, Sergio Moro, virtual candidato à Presidência, que pretende faturar politicamente essa guinada na política de combate ao homicído no campo. Moro teria convocado o procurador geral da República, Augusto Aras, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para participar da força-tarefa.
Entre as ações discutidas estariam a maior atuação da Guarda Nacional e da Polícia Federal em áreas de conflito e uma espécie de fast track no Ministério Público. O objetivo seria acelerar investigações e consequentemente os julgamentos, sobretudo em casos de assassinato. No Brasil, se há um crime perfeito é o homicídio em áreas rurais, sinônimo de impunidade. Segundo dados da Pastoral da Terra, 92% das mortes no campo registradas no país desde 1985 continuam sem solução – ou os autores do crime não foram identificados ou ainda não foram julgados.
Consultados sobre as tratativas os Ministérios da Justiça e da Agricultura disseram “não ter essa informação”. Está feito o registro. O não dito é que a medida torna Moro um pouco mais palatável aos setores da esquerda, para os quais é considerado um verdadeiro Mefistófeles. Até um convite ao MST para participar de audiência chegou a ser cogitado. Seja como for, o posicionamento de Moro o coloca em direção oposta à conduta histórica do presidente da República. Bolsonaro não diz explicitamente, mas pensa igual ao general do exército americano, Philip Henry Sheridan, autor da frase “índio bom é índio morto”. Para o presidente vale o mesmo no que diz respeito aos sílvicolas tupiniquins e também para os sem-terra e demais militantes da agitação rural.
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O indulto do indulto
6/01/2020Sergio Moro não tem lá muita vocação para “juiz de paz”. Mas, segundo o RR apurou, teve a cautela de informar previamente a membros do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), subordinado à Pasta da Justiça, que Jair Bolsonaro incluiria por conta própria policiais condenados no indulto de Natal. O benefício não constava do texto original enviado pelo CNPCP ao Palácio do Planalto. Em 2017, não custa lembrar, uma divergência com o então presidente Michel Temer por conta do indulto levou à renúncia coletiva de todos os integrantes do colegiado.
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2019 foi um ano de acertos dobrados no RR
30/12/20194 de janeiro. O ano de 2019 e a era Bolsonaro nem bem tinham raiado quando o RR cravou não apenas a decisão do novo governo de privatizar a Eletrobras, mas também os movimentos de Jorge Lemann para comprar a empresa, por meio do 3G Radar. Poucas semanas depois, as duas informações estavam em toda a mídia. Foi o primeiro dos incontáveis furos aos quais o assinante do Relatório Reservado teve acesso, com exclusividade, ao longo deste ano – boa parte deles antecipando passos do Poder, notadamente do presidente Jair Bolsonaro e de sua equipe. Na edição de 8 de janeiro, a newsletter destrinchou o projeto da gestão Bolsonaro para murchar o Ibama e demais órgãos da área ambiental por dentro.
Não deu outra: o meio ambiente se tornaria um nervo exposto no primeiro ano de seu governo, como se veria mais à frente, em um dos episódios de maior repercussão de 2019. Em 21 de agosto, o RR informou, em primeira mão, que o Itamaraty tinha a informação de que governos da Europa preparavam um forte ataque à política ambiental do presidente Bolsonaro, com ênfase no desmatamento da Amazônia. A matéria do RR informava, inclusive, o Dia D e o lócus da ofensiva: 24 de setembro, data de abertura dos chamados debates de alto nível da 74ª Assembleia Geral da ONU. Dito e feito. O Brasil sofreu um bombardeio sem precedentes de grandes líderes globais por conta das queimadas na Amazônia, e o tema ditou o discurso de Bolsonaro nas Nações Unidas. Em 4 de setembro, o RR também foi o primeiro veículo a noticiar a coalizão entre a bancada ruralista e grandes tradings para evitar a moratória da soja, assunto que estouraria na imprensa duas semanas depois.
Nos primeiros dias de mandato do Capitão, precisamente em 9 de janeiro, o RR trouxe em primeira mão a determinação do Planalto de abrir a “caixa-preta” da Previdência, com uma devassa nos bancos de dados da Dataprev e nos pagamentos de benefício do INSS, que seria formalmente anunciada semanas depois. Em 17 de janeiro, a publicação revelou os planos de Bolsonaro de espalhar escolas cívico-militares pelo país – projeto que só seria formalmente divulgado em setembro, com o anúncio da construção de 216 colégios até o fim do atual mandato. Ainda em janeiro, no dia 21, o RR informou sobre a disposição de Paulo Guedes em rasgar a camisa de força do Orçamento, com a desvinculação das receitas. O ministro abriu essa guerra, ainda que, até o momento, sem vitória. Por dever de ofício, auscultar os gabinetes de Paulo Guedes e da equipe econômica foi um exercício quase diário do RR, o que permitiu antecipar decisões ou projetos ainda que no seu nascedouro.
Em 15 de fevereiro, o RR foi o primeiro veículo a colocar sobre a mesa que o Ministério da Economia cogitava um shutdown, ou seja, a suspensão geral dos pagamentos dos gastos públicos. O risco estava diretamente vinculado à não aprovação da reforma da Previdência e chegou a ser tratado em conversas entre Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, conforme revelou a newsletter. O tema somente começou a aparecer na mídia em maio. Em novembro, o próprio ministro viria a falar na possibilidade de um “shutdown à brasileira”, com a adoção de medidas combinadas para “estancar a sangria de despesas até que o equilíbrio fiscal seja restabelecido”, como suspensão de reajustes para o funcionalismo, reestruturação de carreiras no serviço público etc etc.
Em 13 de junho, o RR noticiou a intenção de Paulo Guedes de soltar recursos pingados para adoçar a boca dos brasileiros e injetar uns trocados na economia – no que a newsletter chamou de uma estratégia “rouba montinho”, ou seja, tira um pouquinho de moedas daqui e empurra para ali. Pouco tempo depois, as migalhas começaram a cair sobre a mesa, com a liberação de dinheiro do FGTS, um pequeno puxadinho no orçamento do Minha Casa, Minha Vida e até um cata-cata de grana para honrar o pagamento de bolsas do CNPq. O drama fiscal foi acompanhado no detalhe do detalhe pelos assinantes do RR, a partir de informações exclusivas e análises argutas. O RR seguiu cada pegada do Copom, especialmente a sua intenção de acelerar a redução da Selic, tendo como meta juros reais de 1% neste ano, conforme a newsletter informou em 17 de setembro. Por falar em juros, o Relatório Reservado foi o primeiro veículo a chamar a atenção para a dissintonia entre os dois grandes bancos estatais diante da forte queda da Selic.
No dia 7 de outubro, a publicação abordou a posição do Banco do Brasil, de Rubem Novaes, nome historicamente vinculado a Paulo Guedes, de não reduzir suas taxas de juros, diferentemente da Caixa Econômica. Poucos dias depois, o restante da mídia abriu os olhos para o assunto e o próprio BB acabaria por anunciar um corte em suas taxas. Ainda percorrendo os bastidores das grandes decisões da economia, o assinante do RR soube antes, no dia 19 de agosto, que o governo estava prestes a lançar um programa de privatizações como o “país nunca viu”. Dois depois, a notícia se confirmava – ainda que sem fazer jus à expressão hiperbólica cunhada dentro do próprio Ministério da Economia. Em 21 de agosto, o secretário especial de Desestatização, Salim Mattar, divulgava oficialmente o plano de venda de nove estatais – à exceção dos Correios, e olhe lá, nenhuma de fechar o comércio. Por ora, o explosivo programa de privatizações anunciado por Bolsonaro e Guedes não passa de um estalinho.
Ainda na seara das concessões públicas, nos estertores de 2019, mais precisamente em 4 de dezembro, o RR noticiou um mutirão interministerial do governo para aprovar o marco regulatório do saneamento – condição sine qua nom para destravar a venda de estatais do setor. Cinco dias depois o próprio ministro Paulo Guedes confirmava que o governo havia intensificado a articulação política para acelerar a aprovação da lei no Congresso. Seguindo na agenda econômica, o RR foi o primeiro a puxar uma questão que somente dias depois seria fisgada pela mídia de um modo geral. Na edição de 8 de novembro, após consultar importantes juristas, a newsletter trouxe a informação de que o Conselho Fiscal da República – o ornitorrinco criado por Paulo Guedes juntando partes do Executivo, Legislativo e Judiciário – é inconstitucional. Do fiscal para o câmbio, em 22 de novembro o RR trouxe à tona a crescente preocupação do Banco Central com a escalada do dólar.
Quatro dias depois, a autoridade monetária entrou no mercado vendendo a moeda americana para segurar as cotações, expediente que ainda se repetiria mais algumas vezes. Em 20 de fevereiro, o RR esmiuçou o grande projeto do “governo digital” que começava a ser engendrado no Ministério da Economia, mais precisamente na área comandada pelo Secretário Paulo Uebel, com o objetivo de arrumar a máquina pública tanto para dentro quanto para fora, leia-se o atendimento à população. Somente mais para o fim do ano, o tema cairia no radar da mídia, com direito a capa de revista semanal. Ainda no âmbito da economia, em 11 de fevereiro, a newsletter informou sobre o convite do então presidente do BNDES, Joaquim Levy, a Gustavo Franco para assumir a presidência do Conselho de Administração, formalizado apenas no fim daquele mês.
Da mesma forma, em 19 de junho, o RR antecipou que o economista deixaria de ser o chairman da agência de fomento antes mesmo de assumir o cargo. Àquela altura, oficialmente Gustavo Franco e o próprio BNDES negavam o meia volta, volver, garantindo que o processo de indicação transcorria normalmente e a demora na posse se devia à burocracia do rito. Pois bem… Somente no fim de julho, mais de um mês após a notícia do RR, o economista e o banco admitiram o desenlace antes mesmo do casório. Em 16 de dezembro, o RR colocou foco sobre o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto de Almeida, antecipando os preparativos para a sua saída do governo.
Uma semana depois, Paulo Guedes e toda a equipe econômica fizeram um desagravo público a Mansueto. Chamou a atenção do empenho do ministro em garantir a permanência do economista no cargo por “pelo menos mais um ano”. Mais sintomático, impossível. Guedes desmentiu e o RR reafirmou e reafirma o que disse: Mansueto vai deixar o governo em breve. Ao longo de 2019, o RR manteve a tradição de acompanhar amiúde a área de Defesa, que, não bastasse sua importância per si, ganhou um destaque ainda maior no noticiário devido ao notório imbricamento entre o estamento militar e o governo Bolsonaro.
Em 25 de fevereiro e 13 de março, período marcado pelo agravamento da crise institucional na Venezuela e por forte tensão na fronteira, a newsletter revelou a preocupação das Forças Armadas com a fragilidade do sistema brasileiro de defesa, resultado da contínua asfixia orçamentária comum a todos os últimos governos brasileiros. Em 5 de abril, o RR abordou a tensão entre militares, ainda que da reserva, e o Judiciário. A publicação destacou o editorial da Revista do Clube Militar, por meio do qual o presidente da instituição, General de Divisão Eduardo José Barbosa, fez duras críticas ao STF. Na ocasião, o oficial da reserva classificou como uma “evidente ofensiva contra a Lava Jato” a decisão do Supremo de que processos de “caixa 2” migrem para a Justiça Eleitoral. Nos dias a seguir, o assunto ganharia evidência na mídia.
O RR também foi um intérprete das tensões institucionais que cercam o governo Bolsonaro. Em 2 de maio, em matéria intitulada “FHC é o maior conspirador da República”, a newsletter desvendou as movimentações do ex-presidente junto aos principais grupos de poder do país em um período de efervescência por conta dos seguidos episódios de quebra de decoro protagonizados por Jair Bolsonaro. Menos de duas semanas depois, FHC não se fez de rogado e verbalizou publicamente a palavra que tanto vinha sussurrando na penumbra: “O impeachment às vezes é inevitável”. Entre as várias “guerras” abertas por Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato, está o embate com a própria mídia. Em 9 de agosto, o RR trouxe a informação de que o presidente da República determinaria o corte de assinaturas de grandes jornais e revistas nos órgãos federais. Bingo! Em 31 de outubro, o governo anunciava o cancelamento da assinatura da Folha de S. Paulo.
O ministro Sergio Moro e, por extensão, o Judiciário estiveram no centro de outros importantes furos do RR ao longo de 2019. Em 1 de abril, a newsletter divulgou a movimentação de Moro para aumentar o orçamento da sua Pasta e aumentar o efetivo da Polícia Federal. Um mês depois, Paulo Guedes soltou a grana, e o ministro da Justiça anunciou a convocação de 1.200 aprovados em concurso para a PF realizado no ano passado. Em 11 de junho, o RR antecipou uma grande ação da Justiça, notadamente da Polícia Federal, para combater a atuação do crime organizado, sobretudo do PCC, no contrabando de ouro. Sete dias depois, a PF deflagrava a Operação Ouro Perdido, desbaratando uma quadrilha que havia movimentado cerca de R$ 145 milhões. No agitado ano de Sergio Moro, talvez nenhuma outra agenda supere o vazamento dos seus diálogos com os procuradores da Lava Jato, iniciado pelo The Intercept Brasil. O assinante do RR soube, com exclusividade, das movimentações de Moro nos bastidores para administrar o escândalo.
Em 29 de julho, por exemplo, a publicação antecipou que o ministro, em uma ardilosa estratégia, ligou para uma relação de 26 autoridades dos Três Poderes para informar e “tranquilizá-los” sobre o hackeamento de seus celulares e computadores. Por falar em Lava Jato, ao longo de 2019, por diversas vezes o RR chamou a atenção para o desmonte do setor de construção pesada com a insistência do aparelho de Justiça em punir as empresas e não apenas seus controladores. Em 10 de outubro, na esteira da criação do Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura, o RR enfatizou que a redenção das empreiteiras e a salvaguarda de seus milhares de empregos – os que ainda restaram – deveriam ser tratadas como assunto de Estado. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Em 26 de dezembro, a imprensa divulgou um relatório da CGU levantando o risco de calote em acordos de inadimplência devido à falta de retomada da atividade no setor de construção pesada. Eureka!
No âmbito do Judiciário, o RR revelou a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de criar varas especializadas para o julgamento de integrantes do crime organizado, informação que somente seria divulgada pelos grandes jornais em 1 de julho. Em 23 de agosto, a newsletter antecipou a união entre os Ministérios Públicos do Brasil e do Paraguai para investigar o doleiro Dario Messer e sua abastada clientela nos dois países. Em 11 de outubro, o RR divulgou que os dois MPs tinham à mão uma lista de 36 clientes do doleiro. Mais uma vez, no alvo: em 20 de dezembro, o Ministério Público do Brasil indiciou 18 pessoas ligadas a Messer, entre elas o ex-presidente do Paraguai Horacio Cartes. Os outros 18 que esperem. A sua hora vai chegar… Como não poderia deixar de ser, não obstante o peso do noticiário político institucional, a seleta rede de informantes do RR no ambiente corporativo permitiu à newsletter antecipar importantes fatos do universo empresarial em 2019.
Em 14 de fevereiro, a publicação noticiou os preparativos para a saída de Fabio Schvartsman da presidência da Vale, na esteira da tragédia de Brumadinho. No dia 2 de março, a mineradora anunciava o afastamento “temporário” de Schvartsman do cargo. Mero jogo de palavras: o executivo deixava o posto em definitivo, carregando no currículo 270 mortes. Em 29 de maio, o RR informou, com exclusividade, da parceria entre Starboard e Apollo para a compra da ViaVarejo. Dois dias depois o assunto estava estampado nos principais jornais do país. No fim, a dupla de gestoras perdeu o negócio. Michael Klein foi mais rápido no gatilho e ficou com a ViaVarejo. Em 30 de maio, o Relatório Reservado publicou, em primeira mão, a condenação da Volkswagen pelo TJ-RJ pelo escândalo da adulteração de resultados de emissão de poluentes em veículos a diesel. Outros veículos só noticiaram o veredito, no valor total de R$ 460 milhões, quatro dias depois.
Na edição de 24 de junho, o RR antecipou um movimento decisivo no processo de recuperação judicial da Saraiva: uma “rebelião” dos credores, condicionando a aprovação do plano ao afastamento da família da gestão da empresa. Mais um tiro certeiro: em 29 de agosto, a saída de Jorge Saraiva Neto do comando da companhia foi confirmada. Em 14 de agosto, o RR publicou, com exclusividade, a retomada dos planos da JBS de abrir o capital nos Estados Unidos. No apagar das luzes de 2019, o RR levantou ainda um caso inusitado: sete donos de embarcações incendiadas na Marina de Angra dos Reis (RJ) aguardam há meses pelo pagamento de seus seguros. Por ora, nem a BR Marinas, concessionária do atracadouro, nem a Tokyo Marine, responsável pela apólice coletiva do local, pagaram um centavo pelo sinistro.
Dez dias depois, o assunto estava em coluna de prestígio de uma revista semanal. Essa seleta de acertos foi apenas uma pequena amostra do número elevado de furos e análises premonitórias com que a newsletter brindou seus assinantes durante 2019. O leitor do RR não tem dúvida de que em nossas páginas pode enxergar o noticiário mais à frente. Em 2020, esperamos ter a honra de que nossos assinantes permaneçam nos prestigiando. Ainda em 2019, o Relatório Reservado adensou o volume de informações disponibilizadas ao seu assinante com o lançamento do Observatório RR – uma nota técnica diária sobre assunto específico e relevante – e o Termômetro RR, que antecipa a temperatura da agenda política e econômica do dia seguinte. Em 2020, podem esperar, teremos muito mais. Que venham novos acertos e muito mais assinantes!
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Degola à vista na Polícia Federal
27/12/2019O avanço das investigações contra Flavio Bolsonaro reabriu a ferida entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro no que diz respeito à Polícia Federal. Segundo fonte do próprio Palácio do Planalto, Bolsonaro quer não apenas a demissão de Maurício Valeixo, diretor-geral da PF, mas também do novo superintendente da corporação no Rio de Janeiro, Carlos Henrique Oliveira de Sousa. Informações que chegaram a Bolsonaro nos últimos dias vinculam o Sousa ao governador do Rio, Wilson Witzel, hoje um dos maiores, se não o maior desafeto do Capitão na política.
Verdade ou não, o fato é que o presidente da República está convicto de que o ex-juiz Witzel tem manobrado o Ministério Público e a representação da Polícia Federal no Rio contra Flavio Bolsonaro. Procurados, tanto o Palácio do Planalto quanto o Ministério da Justiça não quiseram se pronunciar sobre o assunto. A eventual exoneração de Carlos Henrique Sousa talvez tenha um impacto institucional maior do que o afastamento de Mauricio Valeixo, não obstante a hierarquia.
A cadeira do delegado ainda cheira a tinta fresca: o delegado assumiu a superintendência da PF no Rio há menos de 20 dias. Seu antecessor, Ricardo Saadi, caiu exatamente por pressão direta de Bolsonaro. Em uma de suas já tradicionais pré-demissões em praça pública, o presidente disse que Saadi tinha que deixar o cargo por “problemas de gestão e produtividade”. Excesso de produtividade nas investigações contra Flavio Bolsonaro, possivelmente.
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OAB vs. Ministério Público
27/12/2019A queda de braço entre a OAB e o Ministério Público terá um novo round. Segundo um integrante do Conselho Nacional do Ministério Público (CNPM) informou ao RR, o colegiado não deverá sequer aceitar a iminente denúncia do presidente da Ordem, Felipe Santa Cruz, contra o procurador da República Wellington Divino. O advogado de Santa Cruz, Antonio Carlos de Almeida Braga, já anunciou que vai entrar com uma representação contra Divino, por abuso de autoridade. O procurador é o responsável pela acusação de crime de calúnia contra Santa Cruz, que se referiu ao ministro Sergio Moro como “chefe de quadrilha”.
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Fogo amigo
20/12/2019O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, é uma das principais vozes que tentam convencer Jair Bolsonaro a fazer um spin off na Pasta de Sergio Moro. Vem de Lorenzoni também a indicação do ex-deputado Alberto Fraga (DEM) para comandar a área de Segurança Pública.
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Sergio Moro ataca o crime organizado pelos ares
17/12/2019O ministro Sergio Moro abriu mais uma frente no combate ao crime organizado. De acordo com informações filtradas do Ministério da Justiça, a Polícia Federal, com o apoio da Anac, tem feito operações em hangares e oficinas de reparos de aeronaves no Centro-Oeste. A área de inteligência da PF rastreou uma rede de manutenção de aviões usados por facções criminosas para o tráfico de drogas e contrabando, notadamente na fronteira com o Paraguai e a Bolívia.
São mais de duas dezenas de oficinas suspeitas de servir de biombo para o crime organizado, sobretudo o PCC, atuando não apenas no conserto de aviões, mas como estoque de combustíveis e peças. Moro tenta asfixiar as facções criminosas que atuam na faixa de fronteira, minando seu poderio de logística e transporte aéreo. No ano passado, mais de 70% da cocaína apreendida pela PF no Mato Grosso do Sul vieram da Bolívia em aviões clandestinos, muitos deles clonados, utilizado prefixos de aeronaves registradas na Anac.
Procurado, o Ministério da Justiça não entrou em detalhes sobre as ações contra hangares e oficinas. A Pasta informou que “uma de suas prioridades é barrar a entrada de contrabando, drogas, armas e munições no país.” Entre as ações neste sentido, criou o cita o Programa de Segurança nas Fronteiras e o Centro Integrado de Operações de Fronteira (Ciof).
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“Moro de saias” vai custar caro
16/12/2019A cassação do mandato da senadora Selma Arruda vai custar caro à União. O Tribunal Superior Eleitoral será forçado a repassar ao TRE de Mato Grosso cerca de R$ 9 milhões, valor necessário para a realização da eleição suplementar no estado. Segundo o RR apurou, a AGU vai entrar com uma ação cobrando a milionária fatura da ex-senadora. Daí a “Sergio Moro de saias” – como era conhecida antes de ser punida por caixa 2 – pagar, vai uma grande distância.
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Nome dos sonhos
13/12/2019Deltan Dallagnol é o nome dos sonhos de Alvaro Dias para disputar a prefeitura de Curitiba. Dallagnol seria uma espécie de Sergio Moro do Podemos, o partido de Dias.
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Vox populi, vox Dei
11/12/2019A determinação no Palácio do Planalto é aumentar a frequência de eventos com a presença do presidente Jair Bolsonaro ao lado do ministro Sergio Moro. As recentes pesquisas que apontam o aumento da popularidade de Moro falaram mais alto.
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Um plano sob saraivada de balas
29/11/2019Nem bem foi lançado pelo ministro Sergio Moro, o Plano Nacional de Política Criminal e Penitenciária 2020-2023 já está sendo alvejado. Entidades da área de segurança, a exemplo do renomado Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, elaboram um manifesto contra o Programa do Ministério da Justiça. O principal alvo das críticas será o reduzido foco do Plano na ressocialização de presos. Entre os especialistas, até pela coincidência do timing, há quem enxergue o programa como uma plataforma para justificar a aprovação do projeto de Lei Anticrime de Moro.
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“Tira mau” e “tira bom”
27/11/2019Se Rodrigo Maia tem feito mil e um rodeios e só agora promete incluir o pacote anticrime na pauta da Câmara, Davi Alcolumbre é só boa vontade. Na semana passada, garantiu a Sergio Moro que, uma vez aprovado pelos deputados, põe o projeto à frente no Senado em menos de 15 dias. A ver.
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TIM pode vender até o que não tem
26/11/2019A Claro e o próprio Ministério da Justiça perderam o primeiro round contra a TIM. O Conar arquivou o processo aberto contra a operadora italiana por suspeita de propaganda enganosa. Os mexicanos e a Secretaria Nacional do Consumidor, vinculada à Pasta de Sergio Moro, acusaram a empresa de tentar ludibriar o público, com uma campanha que vinculava seus serviços à velocidade 5G, tecnologia sequer licitada pela Anatel. A Claro deve subir o tom e levar o assunto à própria agência reguladora. Provavelmente, vai dar em nada. Ou seja: se a TIM quiser, já pode tascar um 6G nos seus reclames comerciais.
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Brasil e Paraguai aumentam munição contra o crime organizado
21/11/2019O pedido de prisão do ex-presidente Horacio Cartes é apenas a primeira grande consequência do acordo de cooperação entre os Ministérios Públicos do Brasil e do Paraguai antecipado pelo RR na edição de 11 de outubro. A “joint venture” entre os dois países na área criminal irá além das investigações sobre o doleiro Dario Messer, que levaram a Cartes. Empossada na última segunda-feira, a nova ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Perez, deverá vir ao Brasil já na próxima semana para uma reunião com Sergio Moro. De acordo com a fonte do RR, em pauta a adoção de medidas conjuntas mais duras para combater e punir membros de organizações criminosas que atuam dos dois lados da fronteira.
Segundo informações filtradas do Ministério da Justiça, os dois países já acenam, de forma recíproca, com uma espécie de “fast track” para os processos de extradição de criminosos de parte a parte. Do lado brasileiro, a expectativa é que, no encontro, Cecília já formalize a transferência ao menos de três importantes traficantes brasileiros presos no Paraguai, a começar por Marcio Gayoso. Ele é apontado como o braço direito de Levi Felicio, considerado um dos maiores fornecedores de drogas e armas para braços do PCC e do Comando Vermelho (CV) do lado de lá da fronteira. Preso em outubro, Felicio já foi extraditado para o Brasil.
Procurado, o Ministério da Justiça não se pronunciou. Sergio Moro parece ter encontrado sua cara-metade no combate ao crime organizado no âmbito do Mercosul. Terceira ministra da Justiça do Paraguai em 15 meses, Cecilia assumiu pressionada a mostrar serviço o mais rapidamente possível. Seus dois antecessores caíram após apresentar fracos resultados no combate ao crime organizado. Um deles, Julio Javier Ríos, ficou marcado pela fuga de Jorge Samudio, um dos chefões do CV, de uma prisão paraguaia.
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Nem só de tiro se faz segurança pública
20/11/2019O social tem um raro encontro marcado com a segurança pública no governo Bolsonaro. O RR apurou que o Ministério da Família vai anunciar, na próxima semana, uma nova fase do programa “Família Forte”, contra o consumo de álcool e drogas entre jovens de 10 a 14 anos. Não por coincidência, as regiões escolhidas – São José dos Pinhais, Goiânia, Ilha de Marajó, Paulista (PE), Ananindeua (PA) e Cariacica (ES) – são as mesmas que estão recebendo projetos-piloto do “Em frente Brasil”, programa de enfrentamento da criminalidade criado pelo ministro Sergio Moro.
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Condomínio da Lava Jato
18/11/2019O ministro Sergio Moro planeja concentrar todos os presos da Lava Jato em um única presídio federal. Os estudos estão a cargo do Departamento Penitenciário Nacional. O favorito a “hospedar” os condenados pelo próprio Moro e demais instâncias é o presídio de Brasília, que está tinindo de novo – foi inaugurado no ano passado. A turma da Lava Jato ficaria em uma ala própria, o que impediria que empresários e políticos dividam celas com criminosos de alta periculosidade, como ocorre atualmente.
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Sergio Moro abre fogo contra o “delivery do crime” nas prisões
13/11/2019O ministro Sergio Moro, que chegou ao cargo sob a bandeira do combate à corrupção, dedica-se à sua segunda grande missão: atacar o crime organizado. O tiro contra as grandes facções atende pelo nome de Arms – Anti RPAS Multisensor System. Trata-se da tecnologia antidrones que o Ministério da Justiça planeja instalar nos presídios federais, com o objetivo de impedir a entrada de drogas, armas,
munição e celulares. A medida tem duas grandes finalidades: reduzir o poder de fogo de bandidos dentro da cadeia – e, consequentemente, o risco de rebeliões – e asfixiar a comunicação entre chefões de organizações criminosas e comparsas fora da prisão.
Estima-se que existam no Brasil mais de 150 mil drones. Apenas metade está registrada na ANAC, segundo dados da própria agência. Nos últimos meses, o Ministério da Justiça tem registrado um expressivo aumento do uso destes equipamentos sobre penitenciárias, mesmo as de segurança máxima. O “delivery do crime organizado” se espalha por todo o país, a partir de um sofisticado sistema de entrega com dia e hora marcado – possivelmente, com a conivência de agentes carcerários em muitos dos casos. Na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas, no Rio Grande do Sul, já foram abatidos dez dispositivos.
Em setembro, policiais do Ceará derrubaram a tiros um equipamento que levava um celular e uma serra para a Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes, em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza. Era uma carga até modesta. No Brasil, é possível comprar em sites de e-commerce, por valores em torno de R$ 30 mil, drones com capacidade para carregar até cinco quilos – algo como 28 iPhones X. Ou quatro pistolas Taurus PT 100 carregadas.
O assunto está na alçada do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), subordinado a Sergio Moro. O sistema Arms faz o chamado “abate suave” do equipamento inimigo. Câmeras infravermelhas e sensores identificam a presença de um veículo não tripulado e interferem na comunicação com o piloto, “cegando” os sistemas de navegação até derrubá-lo. A ideia de Sergio Moro é, em um segundo momento, estender o programa a penitenciárias estaduais. Algumas delas, inclusive, já fazem testes para a interceptação de drones. É o caso do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Minas Gerais. No entanto, após a identificação da aeronave, o abate dos equipamentos ainda é feito à velha moda “manual”, com disparos por policiais.
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Partido da Lava Jato
5/11/2019Alvaro Dias, que tentou de todas as formas atrair Sergio Moro para a sua campanha presidencial em 2018, tem novo alvo: está convencido de que Deltan Dallagnol daria um ótimo candidato à Prefeitura de Curitiba pelo seu partido, o Podemos.
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Um “habeas corpus” para Moro
28/10/2019Um importante interlocutor do ministro Dias Toffoli informou ao RR que há uma movimentação no tabuleiro da Suprema Corte para que o processo de suspeição do ex-juiz Sergio Moro seja empurrado para 2020. Além do próprio Toffoli, o adiamento teria o apoio dos ministros Luiz Roberto Barroso e Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Com esta medida, o Supremo esfriaria a temperatura, evitando a apreciação em sequência de duas pautas-bomba diretamente vinculadas e identificadas aos interesses de Lula, contando-se a prisão em segunda instância. A contra-indicação, ressalte-se seria deslizar esta agenda contra Moro para 2020, um ano eleitoral. Mas, por se tratar de um pleito municipal e a julgar pelas novas e enfáticas declarações do Ministro da Justiça dizendo que jamais será candidato, o efeito colateral seria menor. O pedido de suspeição de Sergio Moro impetrado pela defesa de Lula, que pode abrir caminho para a anulação de sentenças do ex-magistrado, já teve dois votos contrários na Segunda Turma do STF – do próprio Fachin e de Carmén Lucia. Depois disso, o processo foi retirado da pauta. Faltam ainda três votos a serem proferidos na Turma – Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.
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Intercept
23/10/2019Deltan Dellagnol e seus pares da “República de Curitiba” têm carregado nas críticas ao juiz Luiz Antônio Bonat, substituto de Sergio Moro na 13ª Vara Federal. Os procuradores se ressentem do “ritmo Bonat”. Neste ano, foram apenas cinco Operações a partir de Curitiba, contra nove da “Lava Jato carioca”, leia-se o juiz Marcelo Bretas. Em tempo: segundo a fonte do RR, as críticas a Bonat se dão em conversas tête-à-tête. Nada de Telegram.
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Governadores atiram contra Moro
18/10/2019Sergio Moro está sob ataque cruzado. Governadores têm cobrado de Jair Bolsonaro mudanças na gestão da política penitenciária, a cargo do Ministério da Justiça. Na esteira das seguidas rebeliões carcerárias, a pressão maior é pelo afastamento do diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), o delegado da PF Fabiano Bordignon, indicação do próprio Moro. Há vozes ainda mais radicais. É o caso de Wilson Witzel, que prega a extinção do Depen e um maior repasse de recursos federais para que os estados construam novos presídios. Procurado, o Ministério não se pronunciou. Os ataques de Witzel deverão se acentuar. O RR obteve a informação de que na semana passada o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, subordinado à Justiça, decidiu vetar a construção de presídios verticais no país. Estudos técnicos indicam que este tipo de edificação aumenta os riscos em casos de motim. A determinação atinge diretamente o governador do Rio, que havia apresentado ao Ministério da Justiça projeto para a construção da primeira penitenciária vertical do Brasil, com nove andares e capacidade para cinco mil detentos.
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O blockchain de Augusto Aras na PGR
10/10/2019Augusto Aras quer tornar o trabalho de Glenn Greenwald e congêneres mais difícil. O novo Procurador-Geral da República pretende implantar regras ainda mais rigorosas para restringir o fluxo de informações dentro do Ministério Público e também a comunicação dos procuradores com o “mundo exterior”. Segundo uma fonte da PGR, uma das medidas será a disponibilização de celulares criptografados para integrantes do MPF, notadamente aqueles envolvidos em grandes operações de maior apelo midiático. O novo PGR deverá também proibir o envio de qualquer documento oficial e mesmo troca de mensagens sobre operações em curso por meio de aplicativos como WhatsApp e Telegram – este último o meio usado para as conversas entre Sergio Moro, Deltan Dallagnol e colegas da força-tarefa da Lava Jato devassadas pelo hacker e posteriormente entregues ao The Intercept. De acordo com a mesma fonte, Aras pretende ainda vetar qualquer manifestação sobre investigações nas redes sociais. A medida parece ter endereço certo: o próprio Dallagnol, o trending topics do Ministério Público, com seus mais de um milhão de seguidores no Twitter. Procurado, o MPF informou que, “desde maio, quando foram identificadas tentativas de ataques, a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação tomou diversas medidas de proteção e investigação”. Segundo o órgão, “essas ações continuam em andamento”. Consultado especificamente sobre a possibilidade de uso de aparelhos criptografados e de veto ao uso de redes sociais e aplicativos, o MPF não se pronunciou.
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Redenção das empreiteiras deveria ser assunto de Estado
10/10/2019O Instituto Brasileiro de Autorregulação do Setor de Infraestrutura, que nasce hoje sob a égide da melhor prática do compliance, configura na verdade uma instituição de lobby. O bom lobby, no estilo norte-americano, diga-se de passagem. Só que ele nasce no lugar errado. Melhor seria se surgisse no meio do aparelho de Estado, com a função de desbastar a cerca de arame que impede o investimento público em obras com as empreiteiras envolvidas na Lava Jato, responsáveis pela maioria dos grandes projetos de infraestrutura. TCU, AGU, PGR, Ministério Público, empresas estatais, Tribunais de Justiça, eventualmente departamentos no próprio Ministério da Infraestrutura… Todos beberam do caldo servido pelo ministro Sergio Moro; um caldo feito à base do macarthismo contra a indústria da construção pesada.
Essas instituições, mesmo com recomendações de alívio em relação às medidas mais draconianas – por exemplo, não contratar ou financiar as grandes empreiteiras –, permanecem embriagadas com a cultura da Lava Jato, assim como engessadas em seus procedimentos proibitivos. É dentro do governo, portanto, que se há de caminhar. Seria uma missão para alguém como o ministro Tarcísio Freitas, prestigiado no Palácio do Planalto, a quem caberia como uma luva a função de desembaraçar os óbices empresariais na infraestrutura. O Instituto de Autorregulação é composto de forma desabrida pelas grandes empreiteiras, que estão ali para defender o próprio umbigo.
Estão também entidades empresariais, como a CBIC e o Sinicon, ambos com interesses sabidos. A confluência dos desejos pode acabar confundindo-os como um instituto criado para acabar com a Lava Jato. Há boa intenção em cada parágrafo do estatuto, mas o exagero no tom do arrependimento chama mais a atenção pelo que foi feito do que pelo que não se pretende mais fazer. Por enquanto, não passa de uma sopa de letras. O maior acerto está na escolha do general Sergio Etchegoyen para a presidência executiva do Instituto de Autorregulação. Com reputação ilibada e currículo exemplar, o general poderia ter se mantido no governo. Talvez ali pudesse ter feito bem mais pela construção pesada. Corre certo risco associando sua imagem a causas ambíguas e a empresa de relações públicas também ligada às empreiteiras.
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Recuo da Lava Jato
8/10/2019A força-tarefa da Lava Jato chegou a cogitar uma acareação entre Lula e o delator Antonio Palocci. A ideia, no entanto, foi engavetada. Com o crescente risco de anulação da sentença no STF, seria uma oportunidade de ouro para o ex-presidente transformar a confrontação em palanque e desancar a “República de Curitiba” e o ex-juiz Sergio Moro.
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Governadores atiram contra cortes no Fundo de Segurança
7/10/2019Os chefes do Executivo estadual pretendem aproveitar o Fórum Nacional de Governadores, amanhã, em Brasília, para protestar contra o contingenciamento e as mudanças no sistema de partilha do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP). Ao longo do fim de semana, um colegiado informal discutiu a melhor estratégia para abordar o assunto. Ainda não há um consenso. Alguns governadores defendem que esta é uma questão para ser tratada com mais ênfase dentro dos gabinetes. Outros se mostraram favoráveis a manifestações públicas contra o governo federal. Neste caso, os alvos naturais seriam os ministros Sergio Moro, responsável pela gestão do Fundo, e Paulo Guedes, o dono da”tesoura”. Um dos governadores mais inconformados é Reinaldo Azambuja, do Mato Grosso do Sul. O quinhão que caberá ao estado caiu de R$ 89 milhões para R$ 13 milhões. Do total de R$ 1,7 bilhão reservados, até o momento o governo transferiu para os estados não mais do que R$ 120 milhões.
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Pecado capital
3/10/2019A psicóloga Petrúcia de Melo Andrade está deixando a Secretaria Nacional dos Diretos da Criança e do Adolescente. Para todos os efeitos, nos corredores da Pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos a versão “oficial” é que Petrúcia não entregou os resultados esperados pela ministra Damares Alves. Seus colegas de Ministério, no entanto, desconfiam que os antigos vínculos da psicóloga com o PT falaram mais alto.
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Em tempo: em seu lugar, deverá assumir o procurador Rafael Meira Luz, um nome mais afeito ao governo Bolsonaro. Ele integra o grupo MP-Pró-Sociedade, que saiu em defesa dos procuradores da Lava Jato quando do vazamento das mensagens entre Deltan Dallagnol e Sergio Moro.
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Valeixo com um pé fora da Polícia Federal
25/09/2019O diretor da Polícia Federal, Mauricio Valeixo, pode ter queimado a última vida que lhe restava. Jair Bolsonaro confidenciou a assessores palacianos que vai bater o martelo sobre o destino de Valeixo após voltar de Nova York. Em pouco mais de 24 horas, a situação do delegado virou de ponta-cabeça. Na última quarta-feira, Bolsonaro assegurou ao ministro Sergio Moro que Valeixo permaneceria no cargo. No entanto, no dia seguinte, veio a operação de busca e apreensão da PF no gabinete do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra. A reação de Bolsonaro ao saber da diligência, relatada ao RR por uma fonte do Palácio do Planalto, é impublicável.
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“Bancada do Beto Carrero”
23/09/2019Parlamentares de Santa Catarina, à frente o senador Espiridião Amin, estão fazendo um tour interministerial, que vai de Sergio Moro a Paulo Guedes, passando pelo Turismo, de Marcelo Antonio. A missão é convencer o governo a instalar um posto da Polícia Federal e outro da Receita no município de Penha, o que permitiria à cidade receber grandes transatlânticos. O Beto Carrero World, que fica a 15 minutos dali, agradece.
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A anemia de Moro
18/09/2019Na visita que fez a Jair Bolsonaro no hospital, no último domingo, Sergio Moro é que parecia estar em convalescência. Abatido, o ministro da Justiça pouco falou com o presidente. Mal respondeu também aos acenos e cumprimentos de funcionários do Vila Nova Star.
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PF reage à interferência de Bolsonaro
11/09/2019Uma ameaça de “motim” começa a ganhar corpo na Polícia Federal como resposta às ingerências do presidente Jair Bolsonaro na instituição. Segundo uma alta fonte da PF, delegados da corporação discutem a realização de uma operação-tartaruga nos aeroportos. Seria um gesto com forte potencial de repercussão devido ao caos que procedimentos desta natureza costumam provocar no fluxo de embarque e desembarque. No entanto, a graduação da reação poderá aumentar caso se confirme a decantada demissão do diretor-geral Mauricio Valeixo. De acordo com a mesma fonte, integrantes da cúpula da PF cogitam a hipótese de uma renúncia coletiva. Há nomes no primeiro escalão da instituição bastante próximos a Valeixo, como o diretor de Inteligência Policial, Claudio Ferreira Gomes. Como se não existisse Sergio Moro – ou talvez até porque ainda exista Sergio Moro –, Jair Bolsonaro atropelou o seu ministro da Justiça e passou a interferir diretamente na Polícia Federal. O processo de fritura de Marcelo Valeixo é um passo adiante em relação à degola do delegado Ricardo Saadi da Superintendência da PF no Rio.
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Endereço certo
4/09/2019Em conversas com o círculo palaciano sobre STF, Jair Bolsonaro tem feito rasgados elogios ao juiz Marcelo Bretas. A mensagem parece feita sob medida para chegar aos ouvidos de Sergio Moro.
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Cabo eleitoral às avessas
30/08/2019A sucessão do Cade é um bom termômetro do momento de palidez de Sergio Moro no governo. Foram duas tentativas em branco de indicar um conselheiro para o órgão. Primeiro, o procurador do Paraná Vinicius Klein; depois a advogada Amanda Athayde Linhares, chefe do gabinete do MPF junto ao próprio Cade.
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Sergio Moro tenta estancar o poder do PCC no Norte
29/08/2019Em meio ao momento de maior desgaste desde que assumiu o Ministério da Justiça, Sergio Moro tenta desarticular o crescente poderio do PCC na Região Norte. Uma variável chave nesta ofensiva é a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Roraima. Moro pretende prorrogar a intervenção federal no presídio até o fim do ano – a data inicialmente fixada é 4 de outubro.
Investigações da Polícia Federal mostram que a cadeia de Roraima funciona como uma espécie de hub decisório do PCC no Norte do país. De lá, criminosos têm irradiado ordens para ramificações da facção na Região Amazônica e em áreas de fronteira. Moro quer ganhar tempo para o trabalho de remanejamento de detentos. Não custa lembrar que a cadeia agrícola de Roraima carrega a macabra estatística do terceiro maior massacre carcerário da história do país – 33 mortos na rebelião de 2017.
Outra questão preocupa o Ministério da Justiça. O presídio de Monte Cristo abriga venezuelanos flagrados em delitos de menor proporção – como furto e roubo. Esses detentos vêm sendo aliciados por criminosos do PCC. Em sua maioria, são refugiados que não pretendem voltar para a Venezuela e dificilmente encontrarão mercado de trabalho do lado de cá da fronteira. São alvos potenciais para o crime organizado. Ressalte-se que a maior parcela desses presos cumpre penas brandas. Ou seja: trata-se, em sua maioria, de uma “mão de obra”, que, uma vez cooptada, logo, logo estará à disposição do PCC nas ruas.
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A Casa Civil e o Ministério da Justiça estudam um projeto de construção de presídios próximos a zonas industriais, por meio de PPPs. O modelo abriria caminho para que detentos de baixa periculosidade cumprissem parte da pena trabalhando em fábricas. As discussões ainda estão em fase embrionária. Segundo a fonte do RR, há cerca de duas semanas houve uma reunião em Brasília da qual participaram o secretário especial da Casa Civil, Abelardo Lupion, e o diretor geral do Departamento Penitenciário Nacional da Pasta da Justiça, Fabiano Bordignon. Por ora, a ideia seria a instalação de uma única unidade, como projeto piloto. A iniciativa não é discutida necessariamente sob o ponto de vista do seu impacto sobre a política de segurança pública, mas, sobretudo, da repercussão positiva que provavelmente teria junto à sociedade. Há um antigo pleito de redução dos gastos públicos com a manutenção de presos – fora o aspecto da ressocialização de criminosos. Já existe uma experiência neste sentido em Santa Catarina. Detentos da penitenciária de Joinville trabalham em indústrias locais: são quase 200 presos empregados na Tigre, Ciser e Cordaville.
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Momento de baixa
28/08/2019O grupo de senadores que se reuniu com Sergio Moro, na última quinta-feira, para pedir o veto do governo ao projeto de lei do abuso de autoridade, saiu frustrado do encontro. Os parlamentares deixaram o Ministério com a percepção de que Moro, ao menos neste momento, não tem força para convencer Jair Bolsonaro de nada. Otto Alencar (PSD-BA) disparou entre seus pares: “Erramos de endereço. Deveríamos ter ido direto ao Palácio do Planalto”.
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Território partido
6/08/2019O campo da esquerda diverge em relação à convocação do ministro Sergio Moro pela Câmara. PT e PSOL insistem no requerimento para que Moro preste esclarecimentos sobre a Operação Spoofing e o destino das mensagens apreendidas pela PF. O PCdoB, no entanto, está inclinado a não assinar a convocação. O partido entende que a medida será um tiro n´água e apenas dará tribuna para Moro se vangloriar ainda mais da Lava Jato.
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BNDES busca “impurezas” na insulina da Biomm
2/08/2019Engana-se quem pensa que Jair Bolsonaro trata as administrações pregressas do BNDES apenas com o fígado. Parte desse fel será processada pelo pâncreas, com a insulina produzida pela Biomm. Segundo o RR apurou, o banco decidiu não apenas vender a participação de 12% da BNDESPar no laboratório mineiro, mas também investigar as condições em que se deu o aporte de aproximadamente R$ 120 milhões da agência de fomento na empresa. Trata-se de um negócio que parece ter sido sob encomenda para o governo Bolsonaro e sua caça às bruxas petistas.
Um dos idealizadores do projeto e ainda hoje um dos principais acionistas da companhia é Walfrido dos Mares Guia. Ministro do Turismo e da Articulação Política no governo Lula, o empresário sempre foi muito próximo do ex-presidente. Após deixar o governo, o petista usou o jatinho particular de Mares Guia em deslocamentos pelo país. Em maio de 2017, por exemplo, Lula valeu-se do Cessna Aircraft prefixo PR BIR, do ex-ministro, para ir a Curitiba prestar depoimento ao então juiz Sergio Moro. O BNDES entrou na Biomm com duplo figurino, participando tanto do equity quanto do debt.
Cercada de controvérsias, a operação chegou a bater na malha fina dos órgãos de controle da União. Em 2016, uma auditoria da CGU levantou questionamentos à exposição do BNDES no negócio. Segundo o relatório do órgão de controle, com base nas próprias regras do banco, o empréstimo à fabricante de insulina deveria ter respeitado o limite de R$ 54 milhões, menos da metade do valor efetivamente repassado. Consultado, o BNDES informa que a referida auditoria da CGU “não apontou irregularidades, mas resultou em recomendações de melhorias de processo”.
Em relação à abertura de procedimento para investigar o investimento na Biomm, o banco disse não confirmar, com a ressalva de que “todas as operações podem ser objeto de auditoria interna, externa e de órgãos de controle”. Para bom entendedor… Perguntado sobre a decisão de deixar o capital da empresa, a agência de fomento afirmou que “não comenta informações a respeito da estratégia de desinvestimento” A Biomm já ultrapassou todos os prazos do seu cronograma original. A fábrica de Nova Lima (MG) deveria ter sido inaugurada em 2017. De lá para cá, no entanto, a entrada em operação tem sido sucessivamente postergada. Segundo o próprio banco, a unidade fabril está concluída e a empresa aguarda certificação da Anvisa para venda comercial dos produtos fabricados. Ressalte-se que, mesmo com os atrasos nas obras, o BNDES manteve os repasses para a empresa, fato também questionado pela CGU há três anos.
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Reforço nos presídios
31/07/2019O ministro Sergio Moro trabalha para aumentar o efetivo das penitenciárias federais. Além do concurso que deverá ser realizado ainda neste ano para a contratação de 300 agentes carcerários, o Ministério da Justiça já estuda abrir outras 500 vagas nos presídios para 2020.
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Muitos likes de vida
30/07/2019No QG digital dos Bolsonaro, já se fala em um tuitaço no próximo dia 1 de agosto para celebrar o aniversariante Sergio Moro. Seria um ato de desagravo ao ministro no ecossistema em que o governo e, mais do que ele, o clã presidencial se sentem mais à vontade.
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Moro faz um “pacto de sangue” com os hackeados
29/07/2019Na última quinta-feira, o ministro da Justiça, Sergio Moro, ligou para uma lista de 18 autoridades dos Três Poderes tranquilizando-as sobre o hackeamento de seus celulares e computadores. O RR recebeu a informação de 14 desses nomes da sua fonte. Moro garante que destruirá todas as interceptações ilegais hoje em poder da Polícia Federal. Afirma essa intenção para escalões que não têm a menor ideia se foram vítimas do grampo digital. Moro afiança aos ministros, juízes e parlamentares que sua privacidade estará resguardada. O ministro os coloca em condições de similitude com a sua condição.
São todos vítimas de ações criminosas. Procurado pelo RR, Sergio Moro não se pronunciou. Não há motivos para imaginar que Moro não prosseguirá com a escalada de telefonemas. Ao manipular o medo e oferecer a salvação final, tem os trunfos para construção de um exército de aliados. De certa forma, uma tática muito parecida com a utilizada durante 48 anos pelo diretor do FBI, John Edgar Hoover, um referência quando se trata do binômio informação e poder. É bem verdade que Hoover nunca foi o grampeado, mas sempre o grampeador.
Moro encontra-se na primeira categoria, o que o torna, sim, padecente de atos meliantes. Mas não consta que Hoover tenha articulado por trás dos bastidores em processo de Justiça, exercendo o papel duplo de juiz e procurador e combinando provas com a promotoria. Por uma regra aritmética elementar, os dois estariam empatados. Moro já deu provas em profusão de que interpreta os códigos e considera os princípios jurídicos conforme sua conveniência. Um sofista médio diria que ele não é o único a cometer a prática. “Que mal fiz eu, se todos cometem males iguais ao meu?”
É discutível se o ministro tem a prerrogativa de desaparecer com provas criminais sob a guarda da PF, o que se diga em dobro quando em domínio da Justiça. É igualmente impreciso o limite da manipulação dos vazamentos pelo ministro da Justiça, assim como a extensão da sua serventia. Moro está no seu direito de buscar todas as formas legais de defesa da invasão da sua privacidade. Mesmo os seus dribles na ética são compreensíveis em situação de autodefesa. Há um crime detectado e um cadáver estendido no chão. Ponto a favor do ministro. Mas que não se confunda a irrefutabilidade do delito de hackeamento com a inexistência de “crimes menores”, tais como a parceria do então juiz com os procuradores. As “conversas secretas” de Moro existem, e outras poderão vir à tona, se o roteiro mais provável da história – novas divulgações pelo The Intercept e seus parceiros – não for atingido pelo imponderável. Até agora, o que se pode depreender é que o juiz é “sócio” dos investigadores. Como diz um certo magistrado do STF, “não se combate o crime cometendo crime”.
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O “Moro” do STJ
29/07/2019O nome de Vallisney de Souza já foi soprado ao pé do ouvido de Jair Bolsonaro para a vaga que se abrirá no STJ em 2020. Responsável pela ordem de prisão dos hackers de Sergio Moro, o juiz da 10ª Vara Federal de Brasília ganhou fama à frente das Operações Zelotes e Greenfield.
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Um freio ou um acelerador do “Moro Leaks”?
25/07/2019A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto está de plantão. A expectativa é que a prisão do grupo de hackers acusado de invadir o celular de Sergio Moro, Deltan Dallagnol e de centenas de outras autoridades provocará um contra-ataque por parte do The Intercept e sua rede de veículos consorciados – Folha de S. Paulo, Veja e o blog do jornalista Reinaldo Azevedo. Por contra-ataque entenda-se uma onda ainda mais forte e de maior impacto de vazamentos de mensagens e áudios trocados entre o então juiz e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato. Uma fonte do RR, encrustada estrategicamente no epicentro do governo, deu uma ideia da percepção do Palácio: “Pensamos como se nós fossemos o pessoal do Intercept. O que faríamos? Faríamos uma ofensiva imediata. Por que, então, eles não farão?” Segundo a mesma fonte, o governo chegou a analisar a possibilidade do uso de mandado judicial para impedir novos vazamentos a partir do fato criado com a prisão dos hackers. A medida foi descartada como sem sustentação jurídica e mais nociva ao governo do que o material do The Intercept, cuja letalidade atinge Sérgio Moro e não Bolsonaro. Por enquanto, com a captura dos meliantes digitais, o governo consideraria que sua situação está mais confortável. Mesmo que venha chumbo quente por aí.
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Programa de índio
25/07/2019Era visível o constrangimento durante a posse do presidente da Funai, o delegado da PF Marcelo Augusto Xavier da Silva, ontem, no gabinete de Sergio Moro. O ministro mal trocou palavras com o novo subordinado. A indicação de Xavier veio da bancada ruralista e não passou pelo crivo de Moro.
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“Juiz sem rosto” é a nova arma de Sergio Moro
23/07/2019Uma proposta aguda para o combate ao crime organizado começa a ganhar corpo no Ministério da Justiça. As discussões giram em torno da instituição da figura do “juiz sem rosto”. A proposta tem o apoio da face mais conhecida do Judiciário no país: o ministro Sergio Moro. Processos contra traficantes de drogas e milicianos passariam a ser julgados por varas especializadas, sem a identificação do magistrado, como forma de dar proteção e segurança ao juiz e seus familiares. O uso desse instrumento notabilizou-se especialmente na Itália e na Colômbia, permitindo que a Justiça aplicasse penas mais duras contra, respectivamente, mafiosos e comandantes dos cartéis da cocaína. Procurado, o Ministério da Justiça não quis se pronunciar. A iniciativa é complexa. Depende da aprovação de projeto de lei na Câmara e no Senado. Além disso, trata-se de um instrumento que divide a comunidade jurídica. Tome-se como uma proxy da polêmica a Lei 12.694/12, que permitiu julgamentos colegiados em primeiro grau. Quando foi promulgada, em 2012, a legislação causou controvérsias, diante do entendimento de que possibilitaria a criação de varas sem a identificação do magistrado, o que não era o caso. Vários Tribunais Estaduais, como Sergipe e, mais recentemente, o Rio de Janeiro, têm instâncias dedicadas a julgamentos contra o crime organizado por cortes coletivas, com o rodízio do magistrado. Mas todas funcionam sob a figura do chamado “juiz natural”, com a sua identificação.
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O “trade-off” do crime organizado
22/07/2019O serviço de inteligência da Polícia Federal tem monitorado um movimento de diversificação no tráfico de drogas no país. Grandes quadrilhas antes dedicadas quase que exclusivamente à cocaína vêm entrando gradativamente no “comércio” de maconha. Segundo relatórios enviados ao ministro da Justiça, Sergio Moro, o fenômeno tem sido observado, notadamente, em duas regiões: na fronteira entre Mato Grosso do Sul com o Paraguai e Bolívia e na divisa entre o Rio Grande do Sul e o Uruguai. Há uma boa e uma má notícia por trás dessa movimentação. Por um lado, trata-se de uma reação do crime organizado ao aumento da apreensão de cocaína no Brasil. Entre janeiro e maio, a PF interceptou e recolheu mais de 39 toneladas da droga, quase 70% a mais do que igual período no ano anterior. Esse resultado se deve a uma maior integração entre a própria instituição e as Forças Armadas no controle das fronteiras. Por outro lado, no entanto, há uma efervescência no tráfico de maconha muito em função da legalização da droga no Uruguai. Organizações criminosas antes restritas ao Rio Grande do Sul, como o Primeiro Comando do Interior, começam a se espraiar por Santa Catarina e Paraná na esteira da grande quantidade de marijuana que hoje circula no território uruguaio. O próprio Exército já trata a divisa entre o Uruguai e o Rio Grande como um novo “ponto quente” nas bordas territoriais brasileiras. Procurada, a PF não se pronunciou.
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“Greenwald Livre”
12/07/2019Parlamentares do PT e do PSOL articulam a criação de uma bancada pela liberdade de imprensa. A ideia é encabeçada, entre outros, pelos deputados Paulo Pimenta e David Miranda, companheiro de Glenn Greenwald, editor do The Intercept. Seria um gesto simbólico e profilático contra eventuais tentativas da Justiça ou do MPF de impedir a divulgação das mensagens entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol e cia.
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Um vazio à vista no mapa antidrogas do Ministério da Justiça
11/07/2019Um problema a mais sobre a mesa de Sergio Moro: o governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, comunicou ao ministro da Justiça que não vai renovar o acordo de cooperação com a União para o combate ao narcotráfico, com foco na fronteira com o Paraguai e a Bolívia. Ao menos não nas condições atuais. Azambuja considera o convênio, firmado em 2014, lesivo às contas do estado. O governo sul-mato-grossense confirmou ao RR que vai exigir contrapartidas financeiras para a continuidade da operação. Caso não se chegue a um consenso, já a partir de 28 de julho, dia seguinte ao término do atual acordo, as Polícias Civil e Militar do estado devolverão integralmente à Polícia Federal a responsabilidade pelo combate ao tráfico internacional de drogas na região.
Consultado, o Ministério da Justiça não se pronunciou. O Mato Grosso do Sul é apenas o pano de fundo. O que está em jogo é o impacto potencial do fim do acordo sobre o combate ao tráfico de drogas no país. O estado é a porta de entrada para mais de 50% da cocaína que chega ao Brasil. Não por acaso, o Exército tem feito seguidas ações contra o crime organizado no estado, no âmbito da Operação Ágata, que integra o Plano Estratégico de Fronteiras do governo federal.
A mais recente delas, na primeira semana de junho, contou com cerca de 800 militares da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados. Ontem, a Pasta da Justiça autorizou o envio de agentes da Força Nacional para o Mato Grosso do Sul – em um pacote que incluiu também Rio de Janeiro, Paraná e Espírito Santo. Ainda assim, há fragilidades na atuação do aparelho de segurança na divisa com o Paraguai e Bolívia. A própria Polícia Federal tem uma estrutura no Mato Grosso do Sul considerada insuficiente para a dimensão do tráfico de drogas na região: a corporação mantém delegacias em apenas seis municípios do estado.
Por maiores que sejam as restrições orçamentárias do estado, o apoio das Polícias Militar e Civil sul-mato-grossenses tem gerado resultados significativos na apreensão de entorpecentes e na prisão de traficantes. O acordo entre o governo federal e o Mato Grosso do Sul criou um paradoxo: quanto maior o êxito da operação maior o prejuízo financeiro imposto ao estado. Segundo o próprio governo do Mato Grosso do Sul informou ao RR, as cadeias do estado têm hoje 7.246 presos condenados ou em regime provisório envolvidos com o tráfico de drogas e de armas. Pela lei, deveriam estar sob custódia do governo federal. Essa população carcerária “terceirizada” custa ao estado R$ 127 milhões por ano.
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Extradição de sargento da FAB divide governo
10/07/2019O que fazer com o sargento da Aeronáutica Manuel Silva Rodrigues? A questão está longe de um consenso dentro do governo. Segundo o RR apurou, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, é favorável a que o Brasil faça gestões mais agudas
junto às autoridades da Espanha para a transferência imediata do sargento, preso em Sevilha depois de transportar 39 quilos de cocaínaem um avião da FAB. Seu retorno ao país seria fundamental para o avanço das investigações conduzidas pela Aeronáutica, sobretudo para averiguar o eventual envolvimento de outros militares no caso.
Por ora, no entanto, segundo uma fonte do Palácio do Planalto, a comitiva de militares que irá à Espanha para interrogar Rodrigues não deverá levar um pedido de extradição da Justiça brasileira, hipótese que chegou a ser discutida pelo governo nos últimos dias. Neste caso, vai prevalecer a recomendação de Sergio Moro. O ministro da Justiça entende que, ao menos neste momento, qualquer esforço pela extradição do sargento será infrutífero. Dificilmente a Justiça da Espanha concordará em entregar o prisioneiro ao Brasil antes de levá-lo a julgamento.
O país é conhecido por aplicar um dos mais severos sistemas penais contra o tráfico de drogas em toda a Europa. Consultado pelo RR, o Ministério da Defesa informa que “não se manifestará sobre as investigações atualmente em curso na Espanha e no Brasil.” A Pasta ressalta ainda que a “condução do processo e eventuais desdobramentos cabem exclusivamente à Justiça espanhola e à Justiça brasileira.” Por sua vez, o Ministério da Justiça não se pronunciou até o fechamento desta edição.
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Uma “contusão” providencial de Moro?
9/07/2019O pedido de licenciamento do ministro Sergio Moro, depois de comemorar efusivamente os gols da seleção brasileira, estava sendo atribuído a vazamento de um dos veículos parceiros do The Intercept na divulgação das falas secretas da Lava Jato. A referida publicação teria sido interceptada pela Polícia Federal, que iniciaria um processo de investigação com base nas informações colhidas. Moro teria tirado alguns dias para não estar a postos quando a operação entrasse em curso. A fonte do RR é boa, mas a história parece inverossímil. Até porque Moro teria de voltar para enfrentar o dragão das denúncias. E a licença demora pouco tempo.
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Toma que o criminoso é seu
2/07/2019As autoridades do Paraguai já comunicaram ao ministro Sergio Moro que vão acelerar os trâmites legais para a expulsão de brasileiros condenados ou presos no país vizinho. A prioridade é a extradição de integrantes do PCC detidos por tráfico de drogas e homicídios. Estima-se que existam aproximadamente 150 cidadãos brasileiros cumprindo pena do lado de lá da fronteira. No ano passado, o governo do Paraguai expulsou nomes importantes na estrutura do crime organizado no Brasil: o caso mais notório foi o do traficante Marcelo Pinheiro, o “Marcelo Piloto”, que estava preso em Assunção e foi transferido em novembro. Não custa lembrar que, há cerca de duas semanas, detentos brasileiros se envolveram no massacre do presídio San Pedro del Ycuamandiyú, a 325 quilômetros de Assunção, que deixou dez mortos.
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A vez de Rodrigo Maia
28/06/2019Os ataques de Davi Alcolumbre contra Sergio Moro – “se as conversas vazadas fossem de um senador, ele já estaria preso ou cassado” – não serão voz isolada no Congresso. Aliados mais próximos de Rodrigo Maia estão convictos de que nos próximos dias o presidente da Câmara dos Deputados lançará alguma flechada contra o ministro da Justiça.
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A quem interessa uma sucessão em slow motion no CNMP?
27/06/2019Sem alarde, Jair Bolsonaro vai blindando a “República de Curitiba”. Pelo menos é o que se depreende da “operação tartaruga” que começa a se desenhar em torno da sucessão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O órgão é responsável por processos disciplinares contra procuradores, entre os quais o inquérito administrativo instaurado contra Deltan Dellagnol após o vazamento das mensagens trocadas com Sergio Moro. A estratégia do governo seria empurrar a indicação dos futuros integrantes do CNMP para outubro, após a definição do futuro Procurador Geral da República. Ressalte-se que todos os candidatos ao Conselho ainda têm de passar por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e posteriormente por votação no plenário do Congresso, o que pode empurrar o processo de escolha até o fim de outubro. Como o mandato de 11 dos 14 conselheiros termina em setembro, o CNMP ficaria engessado até a posse dos novos integrantes. Não haveria quórum suficiente para as sessões do Conselho e para o julgamento de processos.
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Mero espectador
27/06/2019Quando o assunto é bala e fuzil, Sergio Moro é mero espectador. Todo o vai e vem de decretos do Palácio do Planalto sobre posse de armas nos últimos dois dias passou ao largo do ministro da Justiça. Assim como já havia ocorrido com o texto original, de maio.
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Os prós e contras do “Morodória”
27/06/2019O Palácio do Planalto nutre sentimentos dúbios em relação à ofensiva de apoio de João Doria a Sergio Moro. Por um lado, ela fortalece a posição de Jair Bolsonaro, que capturou Moro; por outro, é vista como uma forma de Doria tirar casquinha do ministro da Justiça, a priori um “ativo” do presidente. A aproximação se intensificará amanhã, quando o governador vai condecorar Moro com a Ordem do Ipiranga. Paranoia ou não, os radares do Planalto também identificaram um movimento para vincular Doria a Moro nas redes sociais. Nos últimos dois dias, na esteira das manifestações convocadas para domingo em apoio à Lava Jato, a hashtag #Dia30AceleraBrasil disparou no Twitter. Ela remeta ao principal bordão de Doria, “Acelera, São Paulo”.
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Lava Jato da mídia
25/06/2019As majors da mídia estão em estado de fricção. O incomodo se deve ao acordo firmado pela Folha de S. Paulo com o The Intercept para divulgação dos e-mails, fotos e áudios hackeados dos smartphones de Sergio Moro e do procurador Deltan Dellagnol. A Folha pode muito bem, em meio a informações de interesse, divulgar conversas da concorrência com os procuradores e juízes. E aquilo que é dito na intimidade normalmente é o que não se quer jamais ver publicado nos jornais.
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Cartão de visitas para Sergio Moro
19/06/2019PSOL e PT querem aproveitar a presença do ministro Sergio Moro na sessão de hoje da Comissão de Constituição e Justiça do Senado para solicitar a convocação, nos próximos dias, do jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept. Mesmo que a proposta não passe, o que é mais provável, valerá pela provocação. Na semana passada, em um episódio burlesco, o deputado federal Daniel Silveira, do PSL, pediu a convocação do jornalista para explicar o vazamento das mensagens entre Moro e Deltan Dallagnol. Ao ver que a oposição era amplamente favorável, o PSL correu para cancelar o requerimento, sob ironias e gargalhadas de parlamentares do PSOL e do PT.
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A guerra fria entre Bolsonaro e Davi Alcolumbre
18/06/2019Se não for devidamente acalmado, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, poderá se tornar um grave problema para o governo. Em vez de abrandar a temperatura, a conversa entre Alcolumbre e Jair Bolsonaro há cerca de duas semanas aumentou o grau de animosidade entre as partes. Segundo uma fonte muito próxima ao presidente do Senado, o parlamentar foi levar as manifestações de incômodo de seus pares com o modus operandi de Bolsonaro. Alcolumbre questionou o expediente do presidente da República de usar as redes sociais para constranger e pressionar os parlamentares a votar a favor de propostas de interesse do governo.
Disse que a estratégia tem gerado consequências delicadas para os senadores. De acordo com a fonte do RR, Alcolumbre citou, inclusive, que ele e seus colegas têm recebido telefonemas e e-mails com ameaças de morte caso não aprovem projetos da agenda governista. Como seria de se esperar, Bolsonaro não deixou por menos. Sem mesuras ou meias palavras, bem ao seu estilo, teria reagido a Alcolumbre dizendo: “Vocês que não me pressionem. Quem tem o povo na mão sou eu”. O RR tentou contato com o presidente do Senado por meio de sua assessoria, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
A julgar por movimentos recentes de parte a parte, nem Jair Bolsonaro nem Davi Alcolumbre parecem dispostos a recuar. No último sábado, o presidente Bolsonaro deu uma nova reprimenda em praça pública no Senado, por meio do seguinte post no Twitter: “A CCJ do Senado decidiu revogar nossos decretos sobre CACs e posse de armas de fogo. Na terça (18), o PL será votado no plenário. Caso aprovado, perdem os CACs e os bons cidadãos, que dificilmente terão direito de comprar legalmente suas armas.
Cobrem os senadores do seu Estado.” A última frase parece ter sido feito sob medida. Por sua vez, o disparo de Davi Alcolumbre já tinha ocorrido três dias antes. Na quarta-feira passada, subitamente Alcolumbre ressuscitou o chamado projeto do abuso de autoridade, parado desde 2017. A proposta prevê punições mais duras a excessos cometidos por magistrados e procuradores – a título de exemplo, entre os casos passíveis de punição constam obter provas por meios ilícitos e divulgar gravação sem relação com a prova que se pretendia produzir. Há, inclusive, uma articulação para que o tema seja votado na sessão de hoje da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A essa altura, se o projeto vai ou andar no Senado, é quase um detalhe. Para Alcolumbre, talvez baste a vinculação entre a proposta e a revelação, pelo The Intercept, das mensagens trocadas entre o então juiz Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Não basta ter uma arma. Às vezes, é preciso colocá-la sobre a mesa. Quem aponta para Moro mira na Lava Jato, mas também enxerga Bolsonaro no visor.
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Mito Futebol Clube
18/06/2019O comparecimento de Jair Bolsonaro a estádios de futebol foi aprovado pelos gênios de marketing do Palácio do Planalto. A filharada também gostou. Nos jogos do Flamengo com o CSA e na estreia do Brasil na Copa América, os aplausos da torcida e as imagens do presidente com uma expressão sorridente deixaram todos empolgados. Vai ter repeteco. Na retomada do Brasileiro, é pule de dez que Bolsonaro assista a uma partida do Athletico Paranaense na Arena da Baixada. O presidente do clube, Mario Celso Petraglia, é “bolsonarista” de carteirinha. No ano passado, às vésperas da eleição, obrigou os jogadores rubro-negros a entrarem em campo e ouvirem o hino com uma camisa amarela. Além disso, o Athletico é patrocinado pela Havan, de Luciano Hang, apoiador de primeira hora de Bolsonaro. Como se não bastasse, trata-se do time de Sergio Moro.
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Telefone satelital é o escudo do GSI contra hackers
17/06/2019A recente invasão do celular de Sergio Moro e o vazamento de mensagens trocadas entre o ex-juiz e o procurador Deltan Dallagnol reacenderam no Gabinete de Segurança Institucional (GSI) a disposição de resgatar um projeto engavetado desde os tempos do general Sergio Etchegoyen. Trata-se da disponibilização de um sistema de telefonia satelital para a Presidência da República, ministros de Estado e outros integrantes do primeiro escalão. Além de criptografados, os aparelhos seriam linkados ao Sistema Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC), satélite desenvolvido em parceria entre a Agência Espacial Brasileira (AEB), a Telebrás e a França.
A operação dos telefones ficaria concentrada na Banda X do SGDC, frequência exclusiva do Ministério da Defesa e, por extensão, das Forças Armadas – a chamada Banda Ka, de uso civil, foi concedida à norte-americana Viasat. As comunicações telefônicas dos integrantes de postos chaves da República passariam ao largo do sistema convencional das operadoras celulares. O telefone satelital é considerado um sistema com maior grau de proteção do que os aparelhos convencionais criptografados, incluindo os Terminais de Comunicação Segura (TCSs) que a Abin deverá disponibilizar à Presidência da República e aos Ministérios nos próximos dias. Procurado, o GSI disse que “o TCS utiliza criptografia de Estado e só permite comunicação criptografada com outro TCS”.
Consultada especificamente sobre a possibilidade de uso de aparelhos satelitais ligados ao SGDC, a Pasta não se pronunciou. Independentemente do sistema adotado, a sensação é que qualquer medida será tardia. A culpa, ressaltese, não deve ser jogada na conta do GSI. A recomendação do Gabinete para o uso de comunicação por satélite foi desprezada pelo então presidente Michel Temer. Não foi a única. O general Sergio Etchegoyen, à época, ministro chefe do GSI, sugeriu a instalação de equipamentos capazes de interferir na frequência de dispositivos eletrônicos, como celulares e gravadores dentro dos Palácios do Planalto e do Jaburu – ver RR edição de 18 de maio de 2017. Temer não seguiu a recomendação. Acabaria flagrado na indiscreta conversa com o empresário Joesley Batista.
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As patologias digitais por trás do “Moro Leaks”
14/06/2019Não existe ainda uma psicologia da invasão virtual que permita identificar pelas digitais cibernéticas se um ataque é produto da ação de um hacker, de outro hacker ou de uma rede de hackers. Pode até ser que ele sofra da Síndrome de Sybil (múltiplas personalidades) ou da bipolaridade de Norman Bates, protagonista do filme Psicose. Mas, à primeira vista, o invasor que adentrou o telefone do procurador Marcelo Weitzel Rabello de Souza nesta semana não é o mesmo que monitorou as mensagens trocadas por Sergio Moro, Deltan Dellagnol e outros integrantes da “República de Curitiba”. A não ser que ele tenha uma identidade fracionada, o hacker frio e discreto que abasteceu o The Intercept nada tem a ver com o hacker traquinas que irrompeu no grupo de conversas do Telegram formado por integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público vangloriando-se dos seus feitos. A impressão que se tem da aparição é que foi uma demonstração de puro exibicionismo. Não se sabe se calculado. A pergunta que conecta todas as hipóteses: além dele próprio, quem mais se beneficiou das estripulias do hacker desinibido? É pouco provável que tenha sido o The Intercept.
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Segundo clichê
13/06/2019A subprocuradora Luiza Frischesein venceu a eleição para o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), mas pode não tomar posse – conforme antecipou o RR na edição da última terça-feira. Sua vitória está sub judice. Derrotado, o subprocurador Moacir Guimarães entrou com pedido de impugnação da candidatura de Luiza. O assunto ganha importância diante do vazamento das mensagens entre Sergio Moro e Deltan Dellagnol. Cabe ao CSMPF a abertura de processos administrativos contra integrantes do Ministério Público. Luiza é ligada aos procuradores de Curitiba e ferrenha defensora da Lava Jato.
Acervo RR
Segundo clichê
13/06/2019A subprocuradora Luiza Frischesein venceu a eleição para o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF), mas pode não tomar posse – conforme antecipou o RR na edição da última terça-feira. Sua vitória está sub judice. Derrotado, o subprocurador Moacir Guimarães entrou com pedido de impugnação da candidatura de Luiza. O assunto ganha importância diante do vazamento das mensagens entre Sergio Moro e Deltan Dellagnol. Cabe ao CSMPF a abertura de processos administrativos contra integrantes do Ministério Público. Luiza é ligada aos procuradores de Curitiba e ferrenha defensora da Lava Jato.
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“Moro Leaks”: cenários do day after
12/06/2019O RR teve acesso a um paper feito por encomenda de entidade empresarial sobre os cenários políticos previsíveis depois do “Moro Leaks” promovido pelo The Intercept. A síntese do documento é “que vai ter guerra, sim”. Alguns pontos mais instigantes são os seguintes:
O The Intercept faz um jornalismo profissional, mas tem um viés de esquerda. Assumiu um compromisso de divulgar lotes de gravações e vai cumpri-lo. A julgar pelo que recomendam as melhores práticas da imprensa, o conteúdo a ser divulgado será ainda mais “quente”.
- Quanto mais explosivo for o material em poder do The Intercept, maior o nível de beligerância na sociedade, que tende a se dividir entre os “Lava Toga” e os defensores do “Lava Jato”. Os jornalistas teriam “bom conteúdo” para pelo menos dois meses de divulgação.
- O PT vai se apoderar de duas bandeiras: a da perseguição e a da injustiça. Serão cristãos na arena, mas sem nenhuma docilidade. Pelo contrário. Aguarda-se estridência, movimentos de rua e ataques nas redes, em um crescendo no ritmo da divulgação dos grampos.
- Lula é um dos principais beneficiados pelo “Moro Leaks”. Sua imagem estava sendo corroída pela pecha de meliante. Reassume uma condição de mártir e pode até virar símbolo pop, ao melhor estilo de Che Guevara, com seu rosto estampado em T-shirts.
- Bolsonaro disputa com Lula o panteão de vencedor com o “Moro Leaks”. O presidente está sempre sedento por guerra. Esse é o ambiente que o justifica. Vai surfar no ódio que deverá assolar o país. E deslizará em uma espuma de ira e rancor.
- Retornam à ribalta Olavo de Carvalho, “Carlucho”, Eduardo “03”, Alexandre Frota, Janaina Paschoal, Kim Kataguiri, Lobão, Luiz Felipe Pondé e demais influenciadores, aliados e dissidentes, que voltam a ter um inimigo comum.
- Apesar do regozijo com o anfiteatro de guerra, Bolsonaro pode acusar uma perda: o atraso das reformas. Mas sempre terá o álibi de atribuí-las ao PT, na medida que The Intercept pode muito bem ser chamado de braço midiático da esquerda.
- O acalorado ambiente político poderá lascar o posicionamento granítico do ministro da Economia, Paulo Guedes, que teria de abrir mão da sua avareza em termos fiscais. Guedes seria levado a seguir o dito romano e distribuir pão às massas. Medidas de caráter emergencial pró-consumo e emprego seriam adotadas.
- O Supremo fará malabarismos para mostrar que questiona os procedimentos dos “Lava Jatos” à luz dos novos fatos, mas não mudará nenhuma das decisões já tomadas. No final, o “Moro Leaks” pode se transformar em marketing para o STF.
- O ministro da Justiça, Sérgio Moro, é o grande perdedor com os vazamentos. Com ele, perde também a “República de Curitiba”. Bolsonaro pode até segurar Moro, trazendo-o para a sua trincheira como vítima do petismo. Mas os projetos do ministro e mesmo sua nomeação para o STF ficam “sub Intercept”.
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“Capitã Moro”
12/06/2019Ontem, Joice Hasselmann fez uma blitzkrieg no Congresso, orientando parlamentares alinhados ao governo a dar declarações públicas de apoio a Sergio Moro e Deltan Dellagnol. Basicamente, a recomendação se aplica apenas aos novatos do PSL. Os veteranos do Congresso têm motivo de sobra para querer ver a “República de Curitiba” pelas costas.
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Coaf se foi
30/05/2019O Coaf se foi e o ministro Sergio Moro ficou a ver navios. Agora só falta o Cade também ser transferido da Pasta da Justiça para o Ministério da Economia.
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Moro, um síndico ausente
29/05/2019Talvez Sérgio Moro tenha subavaliado o potencial de combustão do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. Ainda no último domingo, assessores recomendaram ao ministro que reconsiderasse sua viagem para Portugal. Àquela altura, a rebelião no Compaj já contabilizava 15 mortos. Mesmo assim, Moro embarcou na segundafeira para participar das Conferências do Estoril. Quando desembarcou em Lisboa, o número de assassinatos no complexo penitenciário já era de 55. Consultado, o Ministério não se pronunciou sobre a viagem de Moro. A Pasta informou que “está em contato com o governo do Estado do Amazonas desde o fim de semana”. Disse ainda que Moro enviou a Força-tarefa de Intervenção Penitenciária para Manaus “mesmo sem ter recebido o pedido formal do governador Wilson Lima”.
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Expediente prolongado
27/05/2019O ministro Sérgio Moro e assessores atravessaram o fim de semana em intensas conversas com senadores. Apresentaram aos parlamentares um relatório sobre as atividades do Coaf nos quatro meses em que está sob a tutela do Ministério da Justiça. No período, o número de casos investigados pelo órgão cresceu aproximadamente 20% em relação ao intervalo entre janeiro e abril de 2018. Não se sabe se o número mais estimula ou assusta os senadores. O fato é que Moro busca votos para reverter a mudança na MP e manter o Coaf sob sua alçada. Se o Senado voltar ao texto original, a proposta terá de retornar à Câmara dos Deputados.
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O incrível causo do cônsul honorário de Guiné-Bissau
23/05/2019Era uma vez a história de Adailton Maturino dos Santos e suas ligações perigosas com o Judiciário da Bahia… No dia 21, o RR recebeu uma brochura, apócrifa, de 50 páginas, diga-se de passagem de excelente acabamento. O libreto trazia um cartão informando que a obra foi encaminhada também ao ministro Sérgio Moro e ao presidente do, STF Dias Toffoli. A peça relata como Maturino, tido como cônsul honorário de Guiné Bissau, teria comandado a “maior extorsão judiciária do Brasil” com a cumplicidade de integrantes do TJ -BA. O enredo gira em torno de uma disputa judicial por fartas extensões de terra no município de Formosado Rio Preto.
Há mais de 30 anos, o borracheiro José Valter Dias reclama na Justiça da Bahia a propriedade de uma área. Valendo-se de relações com magistrados baianos, Maturino teria iniciado uma série de manobras dentro do TJ-BA para garantir um “final feliz” ao processo. Em um dos capítulos mais rumorosos, em julho de 2015, a então corregedora do interior do Tribunal, Vilma Costa Veiga, baixou uma portaria administrativa ampliando a área reivindicada de 43 mil para descomunais 366 mil hectares. Do dia para a noite, Dias e outros 12 réus do processo que ocupavam as terras passaram a ser “donos” de uma extensão equivalente a cinco vezes a cidade de Salvador.
Coincidência ou não, foi o ato final de Vilma como corregedora do interior. No dia seguinte, ela se aposentou. A história parece não ter fim. É repleta de ziguezagues, sempre marcada pela proximidade de Adailton Maturino com membros do Judiciário baiano. Em 2017, o juiz Sérgio Humberto Sampaio concedeu liminar determinando a reintegração das terras a favor de Dias – a essa altura um mero passageiro das manobras de Maturino. Outra protagonista do enredo é a presidente do TJ-BA, desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago. Ela criou o “Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos Possessórios da Região Oeste”, órgão instituído quase que exclusivamente para tratar do caso de Formosa do Rio Preto.
Concomitantemente aos sinuosos movimentos no TJ-BA, Maturino trata de dar “economicidade” às terras de José Valter Dias. Ou seriam suas próprias terras? Sua mulher, Geciane Souza Maturino, é dona de 46% da JFF Holding. A empresa reúne 23 propriedades agrícolas ou um total de 252 mil hectares em Formosa do Rio Preto. Maturino e seus sócios estariam cobrando taxas aos agricultores que produzem soja na região. Estima-se que possam arrecadar quase R$ 1 bilhão com os “royalties”. Apesar do detalhamento e da abundância de dados, o TJ-BA disse que “desconhece oficialmente qualquer notícia desse teor”. Para ler a íntegra do material, Clique aqui.
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Palocci ataca novamente
22/05/2019O juiz Luiz Antonio Bonat, substituto de Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, estaria prestes a autorizar a publicação de mais trechos da delação do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. O alvo prioritário seria o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel, com novas denúncias sobre o esquema de propinas para a compra de Medidas Provisórias no governo Lula.
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Souza Cruz costura “PPP” com o governo para voltar à era dos grandes lucros
17/05/2019No biênio de 2016/2017 o lobby da indústria tabagista no Brasil chegou perto de R$ 150 milhões, segundo uma fonte do RR que pertenceu aos quadros da Souza Cruz, empresa responsável por 90% desses gastos. A companhia é uma máquina de lobby. Deixa a indústria armamentista, por exemplo, a ver navios. A decisão de partir para o jogo pesado foi tomada devido ao explosivo descontentamento da British American Tobacco (BAT) com o fechamento de capital da subsidiária brasileira, em 2015.
A direção da empresa no Brasil foi responsabilizada pelo equívoco. A Souza Cruz tinha lucros espetaculares. Em um ano, crescia 40%; no outro, 50%. Era a ação mais rentável do mercado brasileiro. Quase concomitantemente ao fechamento de capital, explodiu o contrabando de cigarros, combinado ao aumento da concorrência na praça de São Paulo e a mais e mais impostos – a recompra de ações se deu justamente em meio à escalada tributária, iniciada em 2013. Em 2017, a invasão do mercado brasileiro pelos cigarros paraguaios bateu recorde – pela primeira vez, o produto contrabandeado chegou a mais de 50% do mercado brasileiro. O fechamento de capital foi avalizado como injustificável pela matriz.
Para pagar o prejuízo somente por meio da parceria com o governo brasileiro. Um jogo ganhaganha. Na Souza Cruz montou-se uma operação internamente chamada “o cigarro é nosso”. O RR enviou uma série de perguntas à companhia, que não quis se pronunciar. Embaixadores dessa “cigarrolândia” foram despachados para convencimento das áreas fiscal, política, fazendária, policial etc. O então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, foi atraído para o lobby, no segundo trimestre de 2016, tornando-se um dos principais interlocutores da empresa. Ações de divulgação e seminários foram realizados com o Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, que tem a subsidiária da BAT como um dos principais financiadores.
O ministro do Desenvolvimento Social do governo Temer, Osmar Terra, foi atraído para palestra contra a legalização das drogas, patrocinada pela companhia. Um encontro liderado pela empresa com a senadora Ana Amelia e todas as entidades do setor – Ampro Tabaco, SindiTabaco, Abifumo, Afubras – reuniu diversos parlamentares para discutir o contrabando no mercado de cigarros. A Souza Cruz é apontada também como “campeã de contribuições ocultas” para o Instituto de Direito Público (IDP), que tem como sócio o ministro do STF Gilmar Mendes. O contrabando do cigarro tornouse um inimigo nacional.
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, que agora analisa a criação de um grupo de estudos sobre a vantagem da redução dos impostos da indústria tabagista, esteve entre as autoridades cortejadas pela Souza Cruz. Se os números especulados sobre a redução tributária estiverem na direção certa, o setor veria de volta perdas da ordem de R$ 7,5 bilhões. Tomando-se como base a sua participação no mercado, na faixa de 80%, a “restituição” à Souza Cruz seria de aproximadamente R$ 6 bilhões, equivalente ao lucro líquido da empresa no último quadriênio. Nesta “Parceria Público Privada” com o objetivo de resgatar os polpudos lucros que ficaram no passado, a BAT responderia generosamente à decisão do governo anunciando a disposição de investir em uma fábrica de cigarros eletrônicos no Brasil, uma das suas apostas no mundo. O pleito ainda está em estudos na Anvisa. Provavelmente a empresa vai usar sua máquina de lobby para que esse investimento, tão benéfico à saúde do brasileiro, mereça incentivos fiscais. O fato é que muita fumaça ainda vai rolar.
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Pacto interministerial
14/05/2019Seja qual for o resultado da votação da Medida Provisória 870 em plenário, os ministros Sérgio Moro, Paulo Guedes e Damares Alves firmaram um pacto: não haverá alterações nos principais cargos de chefia da Funai e do Coaf, independentemente da Pasta que abrigará os dois órgãos. Pelo menos é o que foi combinado.
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A quem interessa um Coaf sem poder de polícia?
10/05/2019Antes que se iniciem as torrenciais maledicências, não é uma demanda de Paulo Guedes o iminente retorno do Coaf para o Ministério da Economia. A medida só tem uma tradução: a redução dos dispositivos e da força-tarefa que vêm sendo montados por Sérgio Moro para intensificar o combate à corrupção e a crimes financeiros. A medida expõe Guedes e o atrapalha nas grandes batalhas pelas reformas estruturais.
À primeira vista, não há probabilidade da manutenção do projeto do ministro da Justiça na Pasta da Economia. Moro idealiza um Coaf conectado à Polícia Federal e ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, subordinados à Justiça. Além da já anunciada duplicação do quadro de funcionários, composto por 37 servidores, também estão programados investimentos para a integração do Conselho com a área de Inteligência da PF. Os planos de Moro preveem ainda a nomeação de especialistas em lavagem de dinheiro para postos-chave no Coaf.
O cartão de visitas já foi apresentado: indicado por Moro, o presidente do Coaf, Roberto Leonel, foi chefe da Inteligência da Receita Federal em Curitiba e atuou no caso do Banestado e na Lava Jato. No momento, qualificar qualquer tipo de ação política por trás do movimento pendular do Coaf é quase um exercício epistemológico. As circunstâncias não suportam diagnósticos cartesianos. A quem interessa desmobilizar o aparelho de investigação de crimes financeiros formulado por Sérgio Moro a partir do Coaf? O Centrão?
Os investigados pela Lava Jato? Os condenados por Moro? Olavo de Carvalho? Antes que alguém faça qualquer ilação sobre o relacionamento atávico entre Paulo Guedes e o mercado financeiro, ressalte-se logo que essa associação é venal. A celeuma em torno da volta do Coaf à Economia pode não passar de mera fumaça. Ontem mesmo, em mais um movimento errático, Jair Bolsonaro fez um apelo, ainda que tímido, para que o plenário do Congresso devolva o Coaf a Moro. Por enquanto, o projeto do ministro da Justiça segue de pé. Mas tudo pode acontecer. Até mesmo não acontecer nada.
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A solidão dos paladinos e a tradução do engodo
10/05/2019Se Rubem Braga fosse vivo, imbuído pelos eflúvios da solidão do militar e do sacerdote, mudaria o título do seu primeiro livro de crônicas. Ao invés de “O conde e o passarinho”, a obra de Braga se chamaria “O general e o ornitorrinco”. As alusões são e não são óbvias. O general é o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas, combatente do eu sozinho contra o desrespeito que grassa as instituições e assola o país.
O ornitorrinco é o abandonado e pseudo superministro Sérgio Moro, candidato a ex-candidato a uma vaga na Suprema Corte. Entenda-se a associação um tanto oblíqua entre Moro e o ovíparo. O ornitorrinco é o mais solitário dos animais. Vive a contradição do desejo de andar em pares e da repulsa dessa mesma companhia. Villas Bôas tem desempenhado batalhas homéricas nesses últimos três anos.
Talvez o resiliente general nunca tenha enfrentado um momento de solidão tamanha do que quando da sua ida ao Congresso, representando a si próprio, para prestar apoio ao ornitorrinco. Moro, que sempre esteve em larga companhia, estranha agora andar sozinho, vendo solapadas as bases de um poder prestes a virar vento. O general e o ornitorrinco falam o mesmo dialeto. Buscam o caminho do correto por linhas incorretas às vezes. O general, na sua homenagem a Moro, foi aplaudido de pé por motivo que não era o presente. O ministro foi vaiado em silêncio. Ambos escrevem a quatro mãos uma crônica sobre a asfixia nacional. O título já está pronto e eles nem sabem: “Jair Bolsonaro, nem capitão, nem presidente.”
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Distância dos aloprados
9/05/2019O ministro Sérgio Moro, ao que parece, quer distância de balbúrdia nas redes sociais. Cerca de um mês após entrar no Twitter, segue apenas 13 perfis, limitando-se à conta oficial de Jair Bolsonaro ou de Ministérios. Nada de Carlos ou Eduardo Bolsonaro, os agitadores-mor da República virtual.
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Sérgio Moro do B e do C
7/05/2019O PSL, de Jair Bolsonaro, mira em Deltan Dallagnol e Marcelo Bretas. O partido enxerga dois candidatos blockbusters, respectivamente, à Prefeitura de Curitiba e do Rio de Janeiro em 2020. Bretas, por sinal, também é o nome dos sonhos do governador Wilson Witzel.
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Fronteiras fechadas
2/05/2019A defesa de Marcia Mileguir, investigada pela Lava Jato, vai recorrer ao STJ. Em março, o juiz Luiz Antonio Bonat, substituto de Sérgio Moro na 13ª Vara Federal, negou o pedido para que ela viajasse aos Estados Unidos para acompanhar um suposto tratamento médico de seu filho. O “novo Moro” não se convenceu com os laudos e atestados apresentados pela defesa. Desconhece-se a carta que os advogados de Marcia têm na manga para dobrar o STJ. Presa na 56ª fase da Lava Jato, Marcia é acusada de ter participado, ao lado do companheiro David Arazi, de um esquema de corrupção que teria desviado cerca de R$ 67 milhões na construção da nova sede da Petrobras em Salvador.
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No radar de Moro
30/04/2019Sabe-se lá o que Sérgio Moro está buscando na Jordânia. Mas o fato é que, somente agora, dez anos após a sua assinatura, o Ministério da Justiça colocou em pleno vigor um acordo de cooperação firmado com o país asiático ainda no governo Lula. O convênio bilateral prevê a troca de informações e documentos no âmbito jurídico, rastreamento e bloqueio de bens e repatriação de ativos mantidos irregularmente.
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Os dados rolam na PGR
24/04/2019Em meio ao conflito entre a Procuradoria Geral da República e o STF, um novo nome desponta na corrida para substituir Raquel Dodge. Trata-se Luiza Cristina Fonseca Fricheisen, subprocuradora-geral da República e coordenadora da área criminal na PGR. Sua mindicação ganhou força nas últimas semanas, no vácuo do pacote anticrime de Sergio Moro. Luiza está na linha de frente do grupo do MPF que atua junto à Câmara dos Deputados e ao Senado pela aprovação das 10 medidas apresentadas pelo ministro da Justiça. A subprocuradora é conhecida entre seus pares pela defesa da prisão após condenação em segunda instância e pela reformulação do sistema de recursos penais. Segundo a fonte do RR na Procuradoria-Geral, Luiza está disposta, inclusive, a concorrer no polêmico pleito que a Associação Nacional dos Procuradores da República quer realizar dia 18 de junho, eleição esta que, a princípio, não conta com o respaldo de Raquel Dodge e do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
…
Outra peça importante se movimenta no tabuleiro da sucessão de Raquel Dodge. O ex-PGR Rodrigo Janot já adiou por duas vezes sua anunciada aposentadoria do Ministério Público e segue atuando junto à Quinta Turma do STJ. Dificilmente deixará o jogo antes de setembro, quando termina o mandato de Raquel Dodge. Janot está em campanha pela indicação de Lauro Cardoso, que ocupou a Secretaria Geral da PGR durante sua gestão.
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República virtual 1
15/04/2019A Força Sindical prepara um “tuitaço da Previdência”. O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar fez uma tour de force para levantar os perfis de deputados e senadores nas redes. A ideia é utilizar as mídias digitais para viralizar críticas e propostas para a PEC da Previdência, constrangendo publicamente os parlamentares.
República virtual 2
Na esteira da triunfal chegada de Sérgio Moro no Twitter (620 mil seguidores em uma semana), há uma campanha dos “bolsonaristas” nas redes sociais para que Paulo Guedes também crie o seu perfil.
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Superpop
12/04/2019Depois do café da manhã com Jair Bolsonaro, Luciana Gimenez quer entrevistar Sérgio Moro no seu programa.
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Há método nos assassinatos no campo
11/04/2019A Comissão Pastoral da Terra divulgará amanhã as macabras estatísticas do campo no Brasil. O estudo será remetido ao ministro Sérgio Moro. O levantamento mostrará que, ao longo de 2018, o país registrou 28 mortes por conflitos de terras. O Pará foi o líder desse triste ranking, com 16 assassinatos. Em termos quantitativos, os números poderão soar como um alento: em 2017, foram 71 mortes. No entanto, o estudo confirma uma tendência preocupante: há pelo menos dois anos, os assassinatos têm se concentrado em líderes agrários, ou mesmo indígenas e quilombolas. Em 2017 e 2018, quase 60% das vítimas comandavam movimentos sociais nas suas respectivas regiões. Um dos casos mais notórios foi o assassinato, em dezembro do ano passado, de José Bernardo da Silva, chamado de “Orlando”. Ele era líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na Paraíba.
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O petista pró-Moro
11/04/2019No rastro da grave crise na segurança pública do Ceará, o governador Camilo Santana tem mobilizado a bancada do estado no Congresso a favor da votação do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro. O empenho do petista pró-Moro é tamanho que já começa a causar mal-estar dentro do partido.
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É alta a percepção de que Jair Bolsonaro não concluirá o seu mandato
3/04/2019Sondagem RR
O presidente Jair Bolsonaro não vai chegar ao fim do seu mandato. Este é o veredito da maioria dos 230 assinantes do Relatório Reservado – dirigentes empresariais, banqueiros, juristas, parlamentares, cientistas políticos e analistas de mercado – consultados pela newsletter entre os dias 22 e 26 de março. Questionados sobre a hipótese de Bolsonaro não completar os quatro anos de governo, 69% dos entrevistados consideraram esta probabilidade alta (58%) ou média (11%). Apenas 31% classificaram como baixo o risco de o presidente da República não concluir seu mandato. Ressalte-se que esta foi a primeira pergunta feita aos entrevistados na enquete, justamente com o objetivo de evitar que a resposta eventualmente fosse influenciada pelo restante do questionário. Antes que o leitor tire conclusões precipitadas, informamos que a motivação desta sondagem são as recorrentes menções à hipótese do presidente não cumprir os quatro anos de mandato. Pode se afirmar que praticamente todos os colunistas da imprensa tangenciaram o assunto em determinado momento, mesmo que o objetivo, em alguns casos, fosse considerar a tese despropositada. De qualquer forma, a repetição do tema é um fato em si só. É importante enfatizar também que esta não é uma pesquisa quantitativa, mas uma sondagem de sentimento. As percepções em relação ao governo captadas nesta enquete podem ser explicadas pela incapacidade de fazer a economia reagir, falta de apoio dos empresários, perda de popularidade, incompetência na articulação política, suspeições sobre a própria família Bolsonaro, deterioração do relacionamento com a mídia profissional, problemas que se repetem nestes primeiros três meses de gestão.
O risco vem dos demais Poderes
De acordo com a sondagem, o Congresso Nacional é percebido como o front de maior ameaça à continuidade da gestão Bolsonaro. O RR perguntou aos seus assinantes “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, qual é o principal grupo de pressão que poderia precipitar a abreviação do seu mandato?” O Legislativo recebeu 32% das respostas, certamente motivadas pelas repetidas crises no relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Parlamento e incapacidade demonstrada pelo governo até o momento em conduzir a articulação política. Na sequência, o Judiciário foi apontado por 28% dos consultados. De alguma forma, a percepção de que o Legislativo e o Judiciário podem vir a ser os dois maiores responsáveis por um eventual impedimento do presidente reproduz o passado de uma maneira transversa. Bolsonaro foi um dos apoiadores das ações nos dois Poderes que culminaram com a queda da presidente Dilma Rousseff. As demais respostas mostram um elevado grau de pulverização. À exceção do Legislativo e do Judiciário, nenhum outro grupo de interesse atingiu mais de 10% na enquete. Os empresários receberam 8% dos votos. Trabalhadores e sociedade organizada, que, de alguma forma, podem ser vistos como blocos geminados, tiveram, respectivamente, 8% e 7%. A mídia foi apontada por 6% dos assinantes como o principal grupo capaz de levar ao impedimento de Bolsonaro. O dado mais representativo, no entanto, talvez seja o reduzido volume de respostas para os militares – também 6%. Ou seja: a sondagem desfaz a percepção, existente em alguns setores da sociedade, de que as Forças Armadas poderiam vir a ser um eventual agente de desestabilização do atual governo. Por último, apenas 5% dos consultados entendem que todos os grupos de interesse citados na sondagem seriam responsáveis, numa espécie de ação compartilhada, por um eventual afastamento de Bolsonaro.
O perigo mora no Congresso
O Congresso está no cerne de outra pergunta da sondagem. O RR indagou aos consultados “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, na sua avaliação qual o principal motivo que levaria à eventual interrupção do mandato?” O esgarçamento das relações com o Legislativo liderou as respostas, com 26%. Na sequência, apareceu o quesito “Falta de decoro”, com 14%. Ou seja: entre aqueles que consideram expressiva as chances de um afastamento de Bolsonaro, as atitudes do presidente são vistas como um potencial detonador desse processo. A crescente impopularidade do Capitão ficou com 11%. Logo a seguir, veio a crise econômica, com 10%. Para 9% dos consultados, um impeachment poderia vir pela contaminação por atos familiares. Trata-se de um ponto curioso, no qual Bolsonaro não seria o agente, o protagonista da ação, mas, sim, refém de eventuais malfeitos de seus filhos, notadamente Flávio Bolsonaro, às voltas com o caso Queiroz. Empatado com o mesmo percentual (9%) surge uma possível acusação de gestão temerária. Ainda neste quesito, outra resposta chama a atenção: na avaliação dos assinantes do RR, a saúde do presidente Jair Bolsonaro é vista como um fator maior de risco para a continuidade do governo (8%) do que uma eventual acusação de malversação de recursos (5%). Trata-se de um indício de que a facada ainda está no imaginário das pessoas. Por fim, apenas 3% disseram acreditar na hipótese de uma eventual renúncia do próprio Bolsonaro. Significa que, na avaliação dos entrevistados que tratam como expressiva a probabilidade de afastamento de Bolsonaro, ele se daria por externalidades e não por vontade própria.
Desgosto com a economia
A percepção de descontentamento com os primeiros meses de mandato é reforçada por outra questão da sondagem. Diante da pergunta “O governo está atendendo às suas expectativas na área econômica”, 82% disseram que “não”. Pelo já mencionado corte dos assinantes do RR, é um alerta de insatisfação que vem dos andares mais altos e mais influentes da pirâmide. Entre os assinantes do RR, 79% entendem ser alta (67%) ou média (12%) a probabilidade de o Capitão perder apoio entre o empresariado. Apenas 21% vislumbram esta possibilidade como baixa. A expectativa é que a rejeição ao governo se espraie de forma generalizada. Na opinião de 97% dos entrevistados, é alta (80%) ou média (17%) a probabilidade de que a perda de popularidade de Bolsonaro prossiga. Um universo residual, de apenas 3%, classifica esta hipótese como baixa.
A falta que faz a articulação política
O RR também pediu aos seus assinantes para analisar quais são os principais fatores de risco para o governo Bolsonaro, classificando o seu grau de problematização como alto, médio ou baixo. A excessiva interferência da prole de Jair Bolsonaro é vista como um importante motivo de desestabilização da gestão. Para 92% dos ouvidos, a constante intromissão dos filhos em assuntos do governo, notadamente no próprio Executivo, é um fator de risco alto (74%) ou médio (18%). Apenas 8% dos consultados enxergam o notório espaço de Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro como um transtorno menor para o Capitão. Mais uma vez, fica evidente o quanto a incapacidade de articulação política tem deteriorado as avaliações da opinião pública em relação à gestão. Para 89% dos consultados, a dificuldade de entendimento com o Legislativo é um fator de risco elevado (68%) ou intermediário (21%) para o presidente Bolsonaro. Há outra questão delicada que também passa pelo ambiente familiar: as denúncias que pairam sobre o clã Bolsonaro. Para 77% dos entrevistados, o potencial de criminalização da família (leia-se o caso Queiroz e a proximidade com milícias no Rio de Janeiro) é um fator de risco alto (48%) ou médio (29%) para o governo.
Redes sociais
O RR também consultou seus assinantes sobre outra questão visceralmente ligada à excessiva participação dos herdeiros, notadamente de Carlos Bolsonaro, no governo. No total, 87% dos entrevistados consideram o uso indevido das redes sociais como um alto (71%) ou médio (16%) fator de risco para o presidente. Apenas 13% entendem que a demasiada comunicação por meio do perfil pessoal do presidente da República não é um empecilho relevante. Vem dos Estados Unidos outra ameaça potencial à estabilidade política do governo Bolsonaro. Entre as classificações de alto (51%) e médio calibre (19%), 70% dos entrevistados entendem que a influência danosa de Olavo de Carvalho é uma dificuldade de relevo para o Palácio do Planalto. Os 30% restantes classificaram o “guru da Virginia” como um problema de baixa envergadura para Bolsonaro.
O Fator Mourão
Nem tudo são espinhos. Em contrapartida à crescente reprovação entre os empresários e à perda de popularidade, outro item da sondagem reforça haver a percepção de que o estamento militar se manterá como um dos principais grupos de sustentação do governo Bolsonaro. De acordo com a sondagem, a maioria (68%) considera baixa (52%) ou média (16%) a probabilidade de uma queda do apoio das Forças Armadas a Jair Bolsonaro. Somente 32% dos entrevistados entendem haver possibilidade de um gradativo distanciamento entre os militares e o atual governo. Outra resposta reforça o entendimento de que este amálgama será mantido. Para 91% dos assinantes ouvidos pelo RR, são as altas (64%) ou médias (27%) as chances de uma maior participação de egressos das Forças Armadas no Ministério. É ínfimo, portanto, o índice de entrevistados que considera baixa a probabilidade da entrada de novos militares no primeiro escalão (9%). Ressalte-se ainda que, entre os militares que compõem o governo, a mais representativa figura não é percebida, pela maioria, como um fator de risco para Jair Bolsonaro, não obstante sua crescente projeção. Para 46% dos entrevistados, a proeminência do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, é um problema de baixo impacto para a gestão Bolsonaro. Outros 28% classificaram esta questão com algo de peso médio sobre o governo. Apenas 26% entendem que o notório relevo do General Mourão pode vir a representar um risco à gestão Bolsonaro.
Ministros à beira do precipício
O RR perguntou a seus assinantes o quanto a performance negativa de parcela do Ministério (Educação, Relações Exteriores, Família e Turismo) é um fator de risco para o governo. Para 80%, trata-se de uma ameaça altamente relevante (49%) ou média (31%) para a gestão. Apenas 20% classificaram a performance destes ministros como um problema de baixo significado. Não por acaso, segundo a enquete, há uma grande possibilidade de que Bolsonaro substitua ministros da sua cota pessoal que não têm correspondido às expectativas: 94% consideram alta (82%) ou média (12%) a probabilidade de troca – apenas 6% entendem que tudo ficará como está na Esplanada dos Ministérios. Em contrapartida, a julgar pela sondagem, não há percepção de risco quanto aos superministérios de Bolsonaro. Do total de consultados, 88% consideram que são baixas (72%) ou médias (16%) as chances de Paulo Guedes e Sérgio Moro deixarem o governo. Apenas 12% trabalham com uma probabilidade alta de que isto venha a ocorrer.
Economia cresce
Ainda na pergunta sobre o que acontecerá com o governo Bolsonaro (classificando quanto à probabilidade – alta, média ou baixa), há uma divisão quanto às expectativas em relação à economia. Para 49% são altas (41%) ou médias (8%), as chances de retomada do crescimento econômico em 2019-2020. No entanto, 51% classificam como baixa esta possibilidade. Mesmo com as notórias dificuldades de articulação política, os assinantes do RR acreditam que a reforma da Previdência vai passar. Consultados sobre a ameaça de reprovação da PEC no Congresso, 88% classificaram esta hipótese como baixa (68%) ou média (20%). Somente 12% dos assinantes ouvidos pela newsletter trabalham com o cenário mais caótico e cravam que existe uma alta probabilidade de a grande agenda do governo Bolsonaro – no momento, a única – ser rechaçada pelo Congresso. A relação com a mídia profissional também está no pipeline com uma questão de relevância no mosaico político. Para 81% dos entrevistados, é alta (58%) ou média (23%) a probabilidade de que esta convivência piore ao longo do mandato. Somente 19% consideram baixa a hipótese de atritos ainda mais contundentes. •
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É alta a percepção de que Jair Bolsonaro não concluirá o seu mandato
3/04/2019Sondagem RR
O presidente Jair Bolsonaro não vai chegar ao fim do seu mandato. Este é o veredito da maioria dos 230 assinantes do Relatório Reservado – dirigentes empresariais, banqueiros, juristas, parlamentares, cientistas políticos e analistas de mercado – consultados pela newsletter entre os dias 22 e 26 de março. Questionados sobre a hipótese de Bolsonaro não completar os quatro anos de governo, 69% dos entrevistados consideraram esta probabilidade alta (58%) ou média (11%). Apenas 31% classificaram como baixo o risco de o presidente da República não concluir seu mandato. Ressalte-se que esta foi a primeira pergunta feita aos entrevistados na enquete, justamente com o objetivo de evitar que a resposta eventualmente fosse influenciada pelo restante do questionário. Antes que o leitor tire conclusões precipitadas, informamos que a motivação desta sondagem são as recorrentes menções à hipótese do presidente não cumprir os quatro anos de mandato. Pode se afirmar que praticamente todos os colunistas da imprensa tangenciaram o assunto em determinado momento, mesmo que o objetivo, em alguns casos, fosse considerar a tese despropositada. De qualquer forma, a repetição do tema é um fato em si só. É importante enfatizar também que esta não é uma pesquisa quantitativa, mas uma sondagem de sentimento. As percepções em relação ao governo captadas nesta enquete podem ser explicadas pela incapacidade de fazer a economia reagir, falta de apoio dos empresários, perda de popularidade, incompetência na articulação política, suspeições sobre a própria família Bolsonaro, deterioração do relacionamento com a mídia profissional, problemas que se repetem nestes primeiros três meses de gestão.
O risco vem dos demais Poderes
De acordo com a sondagem, o Congresso Nacional é percebido como o front de maior ameaça à continuidade da gestão Bolsonaro. O RR perguntou aos seus assinantes “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, qual é o principal grupo de pressão que poderia precipitar a abreviação do seu mandato?” O Legislativo recebeu 32% das respostas, certamente motivadas pelas repetidas crises no relacionamento entre o Palácio do Planalto e o Parlamento e incapacidade demonstrada pelo governo até o momento em conduzir a articulação política. Na sequência, o Judiciário foi apontado por 28% dos consultados. De alguma forma, a percepção de que o Legislativo e o Judiciário podem vir a ser os dois maiores responsáveis por um eventual impedimento do presidente reproduz o passado de uma maneira transversa. Bolsonaro foi um dos apoiadores das ações nos dois Poderes que culminaram com a queda da presidente Dilma Rousseff. As demais respostas mostram um elevado grau de pulverização. À exceção do Legislativo e do Judiciário, nenhum outro grupo de interesse atingiu mais de 10% na enquete. Os empresários receberam 8% dos votos. Trabalhadores e sociedade organizada, que, de alguma forma, podem ser vistos como blocos geminados, tiveram, respectivamente, 8% e 7%. A mídia foi apontada por 6% dos assinantes como o principal grupo capaz de levar ao impedimento de Bolsonaro. O dado mais representativo, no entanto, talvez seja o reduzido volume de respostas para os militares – também 6%. Ou seja: a sondagem desfaz a percepção, existente em alguns setores da sociedade, de que as Forças Armadas poderiam vir a ser um eventual agente de desestabilização do atual governo. Por último, apenas 5% dos consultados entendem que todos os grupos de interesse citados na sondagem seriam responsáveis, numa espécie de ação compartilhada, por um eventual afastamento de Bolsonaro.
O perigo mora no Congresso
O Congresso está no cerne de outra pergunta da sondagem. O RR indagou aos consultados “Caso você tenha considerado como alta ou média a probabilidade de um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro, na sua avaliação qual o principal motivo que levaria à eventual interrupção do mandato?” O esgarçamento das relações com o Legislativo liderou as respostas, com 26%. Na sequência, apareceu o quesito “Falta de decoro”, com 14%. Ou seja: entre aqueles que consideram expressiva as chances de um afastamento de Bolsonaro, as atitudes do presidente são vistas como um potencial detonador desse processo. A crescente impopularidade do Capitão ficou com 11%. Logo a seguir, veio a crise econômica, com 10%. Para 9% dos consultados, um impeachment poderia vir pela contaminação por atos familiares. Trata-se de um ponto curioso, no qual Bolsonaro não seria o agente, o protagonista da ação, mas, sim, refém de eventuais malfeitos de seus filhos, notadamente Flávio Bolsonaro, às voltas com o caso Queiroz. Empatado com o mesmo percentual (9%) surge uma possível acusação de gestão temerária. Ainda neste quesito, outra resposta chama a atenção: na avaliação dos assinantes do RR, a saúde do presidente Jair Bolsonaro é vista como um fator maior de risco para a continuidade do governo (8%) do que uma eventual acusação de malversação de recursos (5%). Trata-se de um indício de que a facada ainda está no imaginário das pessoas. Por fim, apenas 3% disseram acreditar na hipótese de uma eventual renúncia do próprio Bolsonaro. Significa que, na avaliação dos entrevistados que tratam como expressiva a probabilidade de afastamento de Bolsonaro, ele se daria por externalidades e não por vontade própria.
Desgosto com a economia
A percepção de descontentamento com os primeiros meses de mandato é reforçada por outra questão da sondagem. Diante da pergunta “O governo está atendendo às suas expectativas na área econômica”, 82% disseram que “não”. Pelo já mencionado corte dos assinantes do RR, é um alerta de insatisfação que vem dos andares mais altos e mais influentes da pirâmide. Entre os assinantes do RR, 79% entendem ser alta (67%) ou média (12%) a probabilidade de o Capitão perder apoio entre o empresariado. Apenas 21% vislumbram esta possibilidade como baixa. A expectativa é que a rejeição ao governo se espraie de forma generalizada. Na opinião de 97% dos entrevistados, é alta (80%) ou média (17%) a probabilidade de que a perda de popularidade de Bolsonaro prossiga. Um universo residual, de apenas 3%, classifica esta hipótese como baixa.
A falta que faz a articulação política
O RR também pediu aos seus assinantes para analisar quais são os principais fatores de risco para o governo Bolsonaro, classificando o seu grau de problematização como alto, médio ou baixo. A excessiva interferência da prole de Jair Bolsonaro é vista como um importante motivo de desestabilização da gestão. Para 92% dos ouvidos, a constante intromissão dos filhos em assuntos do governo, notadamente no próprio Executivo, é um fator de risco alto (74%) ou médio (18%). Apenas 8% dos consultados enxergam o notório espaço de Eduardo, Carlos e Flávio Bolsonaro como um transtorno menor para o Capitão. Mais uma vez, fica evidente o quanto a incapacidade de articulação política tem deteriorado as avaliações da opinião pública em relação à gestão. Para 89% dos consultados, a dificuldade de entendimento com o Legislativo é um fator de risco elevado (68%) ou intermediário (21%) para o presidente Bolsonaro. Há outra questão delicada que também passa pelo ambiente familiar: as denúncias que pairam sobre o clã Bolsonaro. Para 77% dos entrevistados, o potencial de criminalização da família (leia-se o caso Queiroz e a proximidade com milícias no Rio de Janeiro) é um fator de risco alto (48%) ou médio (29%) para o governo.
Redes sociais
O RR também consultou seus assinantes sobre outra questão visceralmente ligada à excessiva participação dos herdeiros, notadamente de Carlos Bolsonaro, no governo. No total, 87% dos entrevistados consideram o uso indevido das redes sociais como um alto (71%) ou médio (16%) fator de risco para o presidente. Apenas 13% entendem que a demasiada comunicação por meio do perfil pessoal do presidente da República não é um empecilho relevante. Vem dos Estados Unidos outra ameaça potencial à estabilidade política do governo Bolsonaro. Entre as classificações de alto (51%) e médio calibre (19%), 70% dos entrevistados entendem que a influência danosa de Olavo de Carvalho é uma dificuldade de relevo para o Palácio do Planalto. Os 30% restantes classificaram o “guru da Virginia” como um problema de baixa envergadura para Bolsonaro.
O Fator Mourão
Nem tudo são espinhos. Em contrapartida à crescente reprovação entre os empresários e à perda de popularidade, outro item da sondagem reforça haver a percepção de que o estamento militar se manterá como um dos principais grupos de sustentação do governo Bolsonaro. De acordo com a sondagem, a maioria (68%) considera baixa (52%) ou média (16%) a probabilidade de uma queda do apoio das Forças Armadas a Jair Bolsonaro. Somente 32% dos entrevistados entendem haver possibilidade de um gradativo distanciamento entre os militares e o atual governo. Outra resposta reforça o entendimento de que este amálgama será mantido. Para 91% dos assinantes ouvidos pelo RR, são as altas (64%) ou médias (27%) as chances de uma maior participação de egressos das Forças Armadas no Ministério. É ínfimo, portanto, o índice de entrevistados que considera baixa a probabilidade da entrada de novos militares no primeiro escalão (9%). Ressalte-se ainda que, entre os militares que compõem o governo, a mais representativa figura não é percebida, pela maioria, como um fator de risco para Jair Bolsonaro, não obstante sua crescente projeção. Para 46% dos entrevistados, a proeminência do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, é um problema de baixo impacto para a gestão Bolsonaro. Outros 28% classificaram esta questão com algo de peso médio sobre o governo. Apenas 26% entendem que o notório relevo do General Mourão pode vir a representar um risco à gestão Bolsonaro.
Ministros à beira do precipício
O RR perguntou a seus assinantes o quanto a performance negativa de parcela do Ministério (Educação, Relações Exteriores, Família e Turismo) é um fator de risco para o governo. Para 80%, trata-se de uma ameaça altamente relevante (49%) ou média (31%) para a gestão. Apenas 20% classificaram a performance destes ministros como um problema de baixo significado. Não por acaso, segundo a enquete, há uma grande possibilidade de que Bolsonaro substitua ministros da sua cota pessoal que não têm correspondido às expectativas: 94% consideram alta (82%) ou média (12%) a probabilidade de troca – apenas 6% entendem que tudo ficará como está na Esplanada dos Ministérios. Em contrapartida, a julgar pela sondagem, não há percepção de risco quanto aos superministérios de Bolsonaro. Do total de consultados, 88% consideram que são baixas (72%) ou médias (16%) as chances de Paulo Guedes e Sérgio Moro deixarem o governo. Apenas 12% trabalham com uma probabilidade alta de que isto venha a ocorrer.
Economia cresce
Ainda na pergunta sobre o que acontecerá com o governo Bolsonaro (classificando quanto à probabilidade – alta, média ou baixa), há uma divisão quanto às expectativas em relação à economia. Para 49% são altas (41%) ou médias (8%), as chances de retomada do crescimento econômico em 2019-2020. No entanto, 51% classificam como baixa esta possibilidade. Mesmo com as notórias dificuldades de articulação política, os assinantes do RR acreditam que a reforma da Previdência vai passar. Consultados sobre a ameaça de reprovação da PEC no Congresso, 88% classificaram esta hipótese como baixa (68%) ou média (20%). Somente 12% dos assinantes ouvidos pela newsletter trabalham com o cenário mais caótico e cravam que existe uma alta probabilidade de a grande agenda do governo Bolsonaro – no momento, a única – ser rechaçada pelo Congresso. A relação com a mídia profissional também está no pipeline com uma questão de relevância no mosaico político. Para 81% dos entrevistados, é alta (58%) ou média (23%) a probabilidade de que esta convivência piore ao longo do mandato. Somente 19% consideram baixa a hipótese de atritos ainda mais contundentes. •
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Sérgio Moro busca munição financeira para a Polícia Federal
1/04/2019Ao mesmo tempo em que tenta, a duras penas, avançar com seu pacote anticrime no Congresso, o ministro Sérgio Moro abriu outro front de combate dentro do governo. Moro tem pleiteado à área econômica a liberação de recursos adicionais para a Polícia Federal. O orçamento para 2019 é praticamente o mesmo do ano passado – em torno de R$ 7,5 bilhões. O aumento do efetivo da PF está condicionado à munição financeira extra.
Sem o reforço, a corporação não conseguirá colocar em marca o plano de contratar ainda neste ano de 500 a mil dos aprovados em concurso realizado em 2018. Não é só: a Justiça defende a realização de novo processo seletivo. Estima-se que hoje a PF tenha um déficit, por exemplo, de aproximadamente 400 delegados em seus quadros por conta de restrições orçamentárias, que se acentuaram nos últimos quatro anos.
Consultado pelo RR, o Ministério da Justiça confirmou que “há o pedido de aumento de despesa relativo às nomeações do concurso realizado em 2018, além do pedido de autorização de novo concurso.” A Pasta informou ainda que “o Ministério da Economia também deverá ser provocado para se manifestar acerca viabilidade do atendimento do pedido.” A escassez de pessoal tem se refletido diretamente no ritmo de trabalho da PF. É bem verdade que, nos últimos anos, o grau de complexidade e o volume de operação cresceram consideravelmente – a Lava Jato praticamente exigiu uma Polícia Federal só para ela. Ainda assim, a corporação tem levado, em média, um ano e nove meses para concluir uma investigação. Em 2017, esse índice era de um ano.
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Moro desliza na direção do Senado
26/03/2019Em contraponto à conflituosa relação com Rodrigo Maia, Sérgio Moro vem buscando uma maior proximidade do presidente do Senado, Davi Alcolumbre. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, correligionário de Alcolumbre, tem ajudado na construção da ponte. Moro tenta encontrar no Senado o apoio para o seu pacote anticrime que lhe falta na Câmara. Amanhã, por sinal, o ministro participará de audiência na CCJ da Casa para destrinchar as suas propostas.
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Mão armada
25/03/2019O senador Major Olímpio e o deputado federal Capitão Augusto, próceres da “bancada da bala”, costuram uma operação-tartaruga para brecar projetos de interesse de Rodrigo Maia em retaliação à fritura do pacote anticrime de Sérgio Moro. A articulação política do governo Bolsonaro é um faroeste.
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Sérgio Moro aperta o cerco a abusos sexuais por religiosos
22/03/2019Os escândalos protagonizados por João de Deus e Prem Baba, apenas para citar casos mais recentes e emblemáticos, viraram assunto de Estado. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, trabalha para aumentar a punição contra crimes de abuso sexual praticados por religiosos. As discussões envolvem também o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. As duas Pastas pretendem encaminhar ao Congresso projeto de lei tornando as penas ainda mais rigorosas, notadamente a partir da tipificação de agravante – por definição, o autor de um crime desta natureza aproveita-se de uma condição de ascendência e de certo mando sobre a vítima. A Pasta da Justiça confirmou ao RR que Moro “conversou com a ministra Damares Alves sobre o projeto” e que ela “encaminhará o texto para avaliação do Ministério”. Segundo o RR apurou, na próxima semana Moro e Damares deverão ter uma nova reunião, desta vez com a presença de promotores do Ministério Público de Goiás que atuam nas investigações das denúncias contra o médium João de Deus. Como qualquer assunto que envolva religião e suas instituições, o tema é delicado. Para além dos casos que ganharam notoriedade mais recentemente, passa também pelas denúncias de abuso sexual que pairam sobre a Igreja Católica, Por sinal, a investida de Moro se dá no momento em que a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) anuncia que ampliará sua Comissão de Proteção a Menores, com o intuito de coibir e punir crimes de abusos contra crianças e adolescentes cometidos por clérigos.
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Sérgio Moro defende uma Lei de Licitações mais punitiva
28/02/2019Uma das propostas que Sérgio Moro quer ver incluída na nova Lei de Licitações é o aumento da pena para fraudes e desvios em concorrências e contratos públicos. A sanção passaria a ser de oito a dez anos de prisão – a legislação atual estabelece de três a seis anos. Moro pretende ter um papel mais proeminente na elaboração da Lei. As contribuições do ministro da Justiça teriam como objetivo carregar nos aspectos punitivos do futuro marco regulatório – ainda que não seja este o propósito prioritário da Lei, que está na Câmara e ainda terá de passar pelo Senado. O Ministério da Justiça diz “que não confirma as informações” e que “não há nada relacionado à matéria no âmbito da Pasta”. Ressalte-se que o PL já contempla propostas do Ministério Público. Um dos artigos estabelece que, em caso de crimes envolvendo obras públicas, a comprovação de superfaturamento e sobrepreço seja considerada agravante para a elevação da pena.
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Trágica inovação
27/02/2019A Polícia Federal está pleiteando ao ministro Sérgio Moro verba adicional para desenvolver uma versão mais sofisticada do Alethia. Trata-se do sistema criado pelo Instituto Nacional de Identificação (INI) da própria PF usado para o cruzamento das impressões digitais das vítimas da tragédia de Brumadinho. O investimento bem que poderia ser cobrado como uma doação da própria Vale.
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Vai faltar prisão para os motoristas assassinos
26/02/2019O governo Bolsonaro vai apertar o cerco aos assassinos do volante. Há estudos para tornar ainda mais rigorosas as punições previstas no Código Penal e no Código de Trânsito Brasileiro (CTB), com o intuito de aumentar o grau de criminalização dos motoristas que provocarem acidentes fatais sob efeito de álcool ou droga. As discussões passam pelos ministros da Justiça, Sérgio Moro, e da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que responde também pela presidência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A ideia é equiparar os homicídios culposos no trânsito a sanções previstas no pacote anticrime da Justiça.
Um exemplo: o juiz poderá negar liberdade provisória se o criminoso for reincidente. Outra proposta é aumentar a pena para o motorista que causar morte após ingestão de entorpecentes. Hoje, a sanção é de até oito anos. As discussões no governo contemplam ampliar a punição para 12 ou até mesmo 18 anos. Uma primeira medida para endurecer os crimes no trânsito já está em curso no Ministério da Justiça. A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) vai publicar até junho o cronograma de implementação do “drogômetro” em todo o país.
A Polícia Rodoviária Federal e as Polícias Militares serão dotadas de aparelhos capazes de identificar o consumo de entorpecentes pela saliva. Consultado sobre o pacote de medidas para aumentar as sanções, o Ministério da Justiça disse não ter “nenhuma manifestação” sobre o assunto. Sobre o “drogômetro”, informou que a Senad “realizou um estudo com o objetivo de avaliar as principais tecnologias internacionais de detecção do uso de substâncias psicoativas por condutores e verificar a possível implantação delas no país.”
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Moro não é Bebianno
21/02/2019O ministro Sérgio Moro vai responder às articulações para tirar o Coaf da sua alçada, acelerando as investigações das movimentações financeiras atípicas. Moro não é Bebianno.
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Decálogo
15/02/2019Reforma da Previdência à parte, o presidente do Senado, David Alcolumbre, comprometeu-se com o Palácio do Planalto a apresentar na próxima semana uma relação de dez projetos que serão votados com prioridade no Senado. A lista deverá ser encabeçada pelo programa anticrime de Sérgio Moro.
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Pena de morte é tema de Bolsonaro antes da cirurgia
13/02/2019O pacote anunciado por Sérgio Moro na semana passada é apenas o primeiro ato. Segundo fonte do Palácio do Planalto, a gestão Bolsonaro pretende trazer para o centro das discussões sobre segurança pública o mais polêmico e radical instrumento de dissuasão e punição de criminosos: a pena de morte. O próprio governo tem tratado de contribuir para a construção gradual de um discurso capaz de influenciar a opinião pública e justificar a instituição da pena capital. Autoridades centrais da gestão Bolsonaro vêm fazendo seguidas menções aos chamados crimes hediondos, justamente aqueles que provocam maior repulsa da sociedade.
Além do clã dos Bolsonaro, uma das vozes de maior peso no governo favoráveis à pena de morte é a do vice-presidente, Hamilton Mourão. Na campanha, Mourão disse ser “pessoalmente” um defensor da medida. As discussões gravitam em torno do Palácio do Planalto e do Ministério da Justiça, muito embora, segundo o RR apurou, a proposta não encontre eco junto a Sérgio Moro. O ministro defende o endurecimento do código penal, como ficou patente nas medidas anunciadas na semana passada, sem que se chegue à última milha das punições. Não custa lembrar, no entanto, que Moro também era contrário à flexibilização das regras para a posse de armas, ao menos nos termos propostos por Bolsonaro.
Acabou sendo dobrado. Consultada, a Pasta informou que “este assunto não está em discussão no âmbito do Ministério da Justiça”. Perguntado se era favorável ou não à medida, o ministro Moro não se pronunciou. Durante a campanha, assim como em toda a sua trajetória parlamentar, Jair Bolsonaro defendeu a pena de morte reiteradas vezes. Pouco antes de se internar para sua recente cirurgia, tratou do assunto com pelo menos um interlocutor, segundo a fonte do RR. Curiosamente, no fim do ano passado, Bolsonaro chegou a desautorizar publicamente Eduardo Bolsonaro, que havia declarado ao jornal O Globo que o debate da pena de morte seria levado adiante já no primeiro ano de gestão do pai.
A julgar pelo track record, o desmentido faz parte do show. O governo Bolsonaro já mostrou ser afeito do expediente de operar por meio de “referendos” informais, soltando balões de ensaio para testar a opinião pública. Muitos podem não atentar, mas a pena de morte está prevista na Constituição. Segundo o Artigo 5º, em seu inciso XLVII, pode ser aplicada, nos termos do Artigo 84, contra militares ou mesmo civis que cometam crimes de guerra, como traição, deserção, genocídio, terrorismo, entre outros. Caso queira estender a pena capital para crimes comuns, Bolsonaro terá de percorrer um caminho complexo. De acordo com juristas consultados pelo RR, a proposta não pode ser promulgada sequer por meio de PEC.
Em seu artigo 60, parágrafo 4º, inciso IV, a Constituição reza que “Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais”. É o caso do Artigo 5º: “Todos são iguais perante a lei… garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida…”. Portanto, para instituir a pena de morte, o governo teria de formar uma Assembleia Constituinte e elaborar uma nova Carta Magna. No entanto, de acordo com a mesma fonte, o Planalto enxerga um atalho constitucional: o governo poderia consultar o eleitorado sobre a convocação de uma Constituinte para fins específicos e previamente estabelecidos, entre os quais a pena de morte.
Dessa forma, não seria necessária uma nova Constituição na íntegra. Recorde-se que, em 2013, a então presidente Dilma Rousseff chegou a flertar com a proposta de convocação de uma Constituinte especificamente para realizar uma reforma política. Na ocasião, o ministro Luiz Roberto Barroso manifestou-se favoravelmente à hipótese, desde que amparada por consulta popular. A notória sintonia entre o Planalto e o presidente do STF, Dias Toffoli, seria um trunfo a mais. Outra peça fundamental neste mosaico é o Legislativo. A maioria dos parlamentares que se posicionaram sobre o assunto deixou claro que a discussão terá de ser esgotada no Congresso. No entanto, a aposta do governo é que nada seria mais forte do que a voz das ruas. No último Datafolha sobre o assunto, em novembro de 2017, 57% se disseram a favor da pena de morte – dez pontos acima do levantamento anterior.
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A gangorra de Sérgio Moro
12/02/2019Estão sobre a mesa de SéEstão sobre a mesa de Sergio Moro números frescos sobre o combate à corrupção no Brasil em 2018. A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 1,8 bilhão em operações desta natureza. A cifra engloba valores em espécie, além de bens bloqueados. Moro, no entanto,rgio Moro números frescos sobre o combate à corrupção no Brasil em 2018. A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 1,8 bilhão em operações desta natureza. A cifra engloba valores em espécie, além de bens bloqueados. Moro, no entanto, ainda avalia se apresentará ou não os indicadores na próxima semana, em Paris, onde participará de reunião do Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) – organização de investigação e repressão a lavagem de dinheiro e fi nanciamento ao terrorismo. Dependendo do ângulo que se olhe, os números podem ser positivos ou frustrantes. O valor amealhado corresponde praticamente a metade do total apreendido em 2017, cerca de R$ 3,7 bilhões. De alguma forma, ambos os resultados vão para a conta de Moro. A maior parte dessa derrama veio da Lava Jato, capitaneada por ele.
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Os cabos eleitorais de Sérgio Moro
11/02/2019Depois dos governadores, Sérgio Moro vai buscar o apoio dos prefeitos ao seu pacote de medidas contra o crime. Hoje, o ministro da Justiça vai se reunir com representantes do Conselho de Secretários e Gestores Municipais de Segurança. Também está sendo costurado, ainda para esta semana, um encontro entre Moro e prefeitos das principais capitais brasileiras. Mais uma vez, o governo federal lançará mão da estratégia de usar os governadores e alcaides como um atalho para o Congresso Nacional, cabendo a eles a tarefa de pressionar suas respectivas bancadas pela aprovação das medidas.
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Rolam os dados na sucessão da PGR
8/02/2019A disputa pela sucessão de Raquel Dodge na PGR, prevista para setembro, está a pleno vapor. Desde já, o procurador Deltan Dellagnol, que conta com o valioso apoio de Sergio Moro, é tido como pule de dez. No entanto, começa a ganhar corpo no MPF uma
candidatura mais moderada: a do procurador Vladimir Aras. Sua base de apoio está concentrada entre procuradores de perfil mais acadêmico. Antes, Aras deverá disputar a presidência da Associação Nacional dos Procuradores da República. Seria uma espécie de prévia. Uma vitória no pleito aumentaria o cacife de Aras para brigar por uma vaga na lista tríplice que o MPF terá de enviar ao Palácio do Planalto. Dado o favoritismo de Dellagnol, a presença de Aras serviria ao menos para dar um molho na campanha eleitoral no MPF. Integrante da força-tarefa da Lava Jato, já chegou a defender que o TSE deveria acatar a liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU, determinando a preservação dos direitos políticos de Lula e consequentemente sua candidatura à Presidência.
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Rejeitos fiscais
6/02/2019Além de acompanhar os desdobramentos da tragédia de Brumadinho, Romeu Zema teve outro forte motivo para não participar do encontro de governadores com Sergio Moro, na última segunda-feira. Zema passou boa parte do dia reunido com assessores da área econômica com o objetivo de agilizar o processo de adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal. A ordem é enviar o projeto à Assembleia Legislativa até o fim deste mês.
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Dia D
3/02/2019Sérgio Moro terá uma efeméride pela frente: em 17 de março, a Lava Jato completará cinco anos. Por si, os folguedos estão garantidos. Se um peixe graúdo cair na rede, aí a data ganha ares de feriado cívico.
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Pelo jeito, ninguém se entende
1/02/2019A política pública de segurança pública começa a bater na porta do gabinete do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Relatório da CGU apontou que “encontra-se desalinhada” com a Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social a estratégia de aquisição de equipamentos para os estados, via BNDES – que tem uma linha de crédito própria de cerca de R$ 22 bilhões. Para os técnicos da controladoria, portanto, “ainda não se pode dizer que há um denominador comum de governança nessa área”.
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Greve geral
29/01/2019O ministro Sérgio Moro vai dividir com o GSI a missão de monitorar os preparativos da greve geral convocada pelas centrais sindicais para o dia 20 de fevereiro. Além da questão da ordem pública, o assunto também entra na jurisdição do superministério de Moro por outra via. Com o fim da Pasta do Trabalho, a Justiça assumiu a Coordenação-Geral de Registro Sindical, carregando para si parte da interlocução com as entidades da classe trabalhadora.
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Moro defende criação da quarta força armada
23/01/2019Há um casamento de oportunidade para o ministro Sérgio Moro mostrar o seu poder no combate ao crime organizado. Moro estaria defendendo, em caráter de urgência, o fortalecimento e ampliação do efetivo da Força Nacional de Segurança (FNS), que funciona na alçada do Ministério da Justiça. O upgrade contemplaria não apenas a aquisição de novos equipamentos e armamentos, mas também a implementação de curso preparatório específico, com base em treinamento militar.
Moro seria favorável também à transformação da Força Nacional de Segurança em uma guarda nacional de caráter permanente. Hoje a instituição é composta por agentes de segurança de forças estaduais – como Polícia Militar, Polícia Judiciária e Corpo de Bombeiros – convocados de forma extraordinária pelo ministro da Justiça. Ao adotar estas medidas, Moro juntaria o útil ao agradável – se é que o termo se enquadra às circunstâncias. Com a explosão de violência em diversos estados, o ministro da Justiça atenderia um pleito antigo, notadamente de governadores, pela transformação da FNS em uma força permanente.
Essa proposta chegou a ser avaliada pelo presidente Temer no início do ano passado, pouco antes de decretar intervenção no Rio. Ao mesmo tempo, o aumento do efetivo e o uso da Força Nacional resolveriam um nó constitucional. A necessidade de intervenção federal em estados como Ceará, Roraima e Espírito Santo tem sido discutida no governo – ver RR edição de 11 de janeiro. No entanto, essa medida entraria em conflito com a agenda de interesse do Palácio do Planalto no Congresso, a começar pela reforma da Previdência, que só pode ser feita mediante emenda na Constituição. A Carta Magna veda a votação de PECs durante vigência de intervenção federal. Caso o governo assuma a gestão da segurança pública em algum estado neste momento, isso exigirá posteriormente um desgastante contorcionismo.
Seria necessária a suspensão temporária do regime especial para a aprovação da reforma da Previdência. O tema é controverso. No ano passado, não custa lembrar, quando o presidente Michel Temer interveio na segurança pública no estado do Rio de Janeiro, juristas discordaram quanto à possibilidade de suspensão ou revogação da intervenção. O ministro Dias Toffoli afirmou à época que a reforma da Previdência poderia tramitar. Por sua vez, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, chegou a dizer que o ato impedia o andamento da PEC no Congresso. Não que o Exército vá se furtar a cumprir seu papel constitucional. Mas o fortalecimento da FNS ajudaria a compor o mosaico da segurança pública, reduzindo a necessidade de participação direta dos militares nos estados. A guarda permanente cumpriria essa atribuição, tornando-se uma espécie de quarta força armada. Ressalte-se que esse ser híbrido não se trata de uma jabuticaba. Vários países, notadamente na Europa, mantêm a figura das Gendarmerias, uma instituição de caráter militar que exerce funções de polícia no âmbito da população civil.
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Os avalistas que importam
21/01/2019Causou certo desconforto na Polícia Federal a nomeação do delegado Igor Romário de Paula como diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado. O cargo, historicamente, é ocupado por delegados de longa carreira que já tenham passado pelas superintendências mais relevantes, a exemplo de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Romário de Paula chefiou a PF em Alagoas e posteriormente se notabilizou por trabalhar na tropa da Lava Jato na “República de Curitiba”. Se não passou por cargos tidos por seus colegas como mais importantes, tem o apreço e a admiração do novo diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e, sobretudo, de Sergio Moro. Convenhamos, não é pouca coisa.
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O segundo tiro de Bolsonaro
16/01/2019O decreto que regulamenta o registro, posse e comercialização de armas de fogo foi apenas um aperitivo. O presidente Jair Bolsonaro já autorizou que sejam redigidas as regulamentações sobre porte, uso e defesa pessoal. Merece registro a pouca simpatia que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, tem pelo assunto. Por ele não se mexeria nisso agora. Mas Bolsonaro pediu e o Ministério da Justiça enviou a minuta para o Palácio do Planalto. A redação final foi feita a quatro mãos, pelo ministro da Casa Civil, Ônix Lorenzoni, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.
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Procura-se
16/01/2019Para o ministro Sérgio Moro, a extradição de Cesare Battisti para a Itália está longe de ser o epílogo deste folhetim. Um troféu ainda mais reluzente será a prisão dos eventuais colaboradores da fuga de Battisti para a Bolívia.
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Do General ao superministro, com carinho
15/01/2019O ministro da Justiça, Sérgio Moro, sempre contou com o estímulo do ex-comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Moro ouviu palavras de elogio ditas em encontros pessoais e sempre esteve na linha de alcance dos recados indiretos do general. Entre os dois há uma grande empatia e cordialidade. Antes de transmitir o cargo de comandante do Exército para o general Leal Pujol, o general Villas Bôas se encontrou com Moro, de quem ouviu sobre os planos para prosseguir no combate à corrupção sistêmica no país. O ministro da Justiça afirmou que essa é uma guerra permanente. Teria dito que a operação não é mais a Lava Jato, mas a “Lava para Sempre”. São palavras, aliás, que deverão ser ouvidas por muito tempo a partir dos próximos dias. O general assentiu. Villas Bôas sempre foi um entusiasta do homem e de suas ideias. Tornou clara sua admiração no discurso de transmissão de cargo, quando ombreou Moro com o presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, comandante da intervenção no Rio, como as referências republicanas do nosso tempo. Villas Bôas vai para a História. E Moro segue para cumprir o que antecipou ao general: organizar uma força-tarefa nacional, desconcentrando o antigo forte apache de Curitiba e ampliando as sinergias entre o Ministério Público e Polícia Federal. A geração de fatos na área criminal é um dos instrumentos de sustentação do governo Bolsonaro. É um bem em si e eficiente ferramenta política. Poder similar ao de Moro em outras democracias somente o exercido por John Edgar Hoover, diretor geral do FBI, considerado a maior organização policial do mundo, que permaneceu no cargo por 48 anos.
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Vulpino
11/01/2019Há uma raposa do PSL que considera a onda de feminicídios e abusos de menores como o primeiro degrau para que se chegue à pena de morte. A visibilidade desse circo de horrores vai aumentar. Em tempo: o projeto do castigo letal, caso seja realmente levado às últimas consequências, deverá sair do gabinete de Sérgio Moro. E daí para um plebiscito.
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As relações perigosas do governador João Doria
26/12/2018Se João Doria pretende seguir à risca a máxima da mulher de Cesar, não apenas sendo, mas também parecendo honesto, é provável que ele tenha de fazer algumas escolhas já no início do seu mandato. Antes mesmo de sua posse, o futuro governador tem sido alertado por assessores sobre o risco potencial embutido em antigos vínculos pessoais e empresariais. São relações que caminham no fio da navalha entre o público e o privado. Uma das ameaças à reputação da gestão Doria atende pelo nome e sobrenome de Sergio De Nadai. O empresário é amigo pessoal do governador eleito e, até o último dia 12, era presidente do Lide Solidariedade, o braço social do Grupo Lide, fundado por Doria.
De Nadai é dono da Convida Refeições, que já teria fechado mais de R$ 100 milhões em contratos com o governo paulista e hoje presta serviços para três das Secretarias do estado: Educação, Saúde e Planejamento e Gestões. Foi citado nas investigações sobre o suposto desvio de recursos públicos no fornecimento de refeições para a rede pública de ensino de São Paulo no governo Alckmin, que ficou conhecido como “Escândalo da Merenda”. Acordos de prestação de serviços da Convida Refeições com o governo paulista vencerão durante a gestão Doria.
É o caso do contrato 02/2018, com a Secretaria de Educação, que envolve “Manipulação de alimento e preparo de refeições para a distribuição aos alunos da rede pública estadual”. No valor de R$ 5,5 milhões, expirará em julho de 2020. Por meio da assessoria de imprensa da Convida Refeições, Sergio de Nadai confirma a relação de amizade com João Doria. A empresa diz que é “membro associado do Grupo Lide, mas não faz nenhum apoio aos eventos deste Grupo.” Consultada sobre os serviços prestados em São Paulo, a companhia diz que “as informações sobre seus contratos são sigilosas e não é procedimento da empresa divulgar valores”.
A Convida confirma que é “fornecedora do Governo do Estado de São Paulo, entre outros clientes do setor público.” Recentemente, a companhia de Sergio De Nadai teve seu nome envolvido em outro episódio rumoroso. Graças a uma liminar, a Convida ganhou uma licitação da Petrobras no valor de R$ 324 milhões para fornecer serviços de alimentação em plataformas da estatal. No entanto, a própria petroleira tenta anular a concorrência na Justiça. A Petrobras alega que a empresa não cumpriu os requisitos e não se enquadrou ao seu programa anticorrupção.
Em relação à estatal, a empresa de Nadai diz que “não tem como procedimento comentar sobre questões judiciais referentes a processos de licitações, e enfatiza que seu Grau de Risco de Integridade (GRI) perante a Petrobras está adequado e dentro da normalidade”. Outro caso que provoca apreensão entre os assessores de João Doria é o da Gocil Segurança e Serviços. A empresa mantém um contrato com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo, no valor de R$ 48 milhões. O aditivo em vigor expirará em 13 de julho de 2019, quando o governo paulista poderá estender o contrato mais uma vez ou realizar uma nova licitação. A Gocil é parceria do Grupo Lide.
Na primeira semana de novembro, a empresa de vigilância foi uma das patrocinadoras do 23o Meeting Internacional realizado pelo grupo em Cusco, no Peru. O dono da Gocil, Washington Cinel, também é amigo pessoal de Doria. Procurada, a Gocil diz que “a princípio, não vê nenhum conflito de interesses, uma vez que o Sr. João Doria informou a todos os filiados do Lide o seu desligamento por completo” para seguir carreira política. O Lide, por sua vez, ressalta que “a Gocil é cliente do Grupo Doria desde setembro de 2005, muito antes do ex-presidente deste grupo iniciar sua vida pública”. O mesmo se aplica à Convida Refeições, “cliente do Grupo desde agosto de 2003”. O Lide reforça que “Doria se desligou totalmente da empresa, profissionalizou a gestão e passou o controle acionário aos filhos.” Os adversários do governador, tanto fora quanto dentro do próprio PSDB, não deverão se contentar com esse argumento.
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Os mocinhos
18/12/2018A Netflix estaria acelerando o passo para antecipar de maio para abril a estreia da segunda temporada de “O Mecanismo”. O objetivo é não descolar em demasia a atração da posse de Jair Bolsonaro, Sérgio Moro e cia.
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Enquanto prepara sua resposta, Bolsonaro deve fazer uma reforma “pré-ministerial”
14/12/2018Há pressões dos generais auxiliares de Jair Bolsonaro para que ele promova uma “reforma ministerial” antes mesmo de tomar posse. A recomendação é que Bolsonaro “demita” de imediato um ou até mais dos seus futuros ministros investigados ou denunciados em escândalos de corrupção. Militares assessores do presidente eleito pregam que ele precisa não apenas responder às acusações que pairam sobre ele e seu filho Flavio, mas também agir duramente e afastar, desde já, colaboradores moralmente incapacitados de formar o novo governo. Até porque, neste novo contexto, é grande o risco de que as denúncias que pesam sobre seus ministros acabem potencializando as próprias suspeições contra o clã.
O troca-troca no Ministério reforçaria o discurso de “tolerância zero” com a corrupção que pautou a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro. A latere, não deixaria de ser também uma forma de proteger o superministro da Justiça, Sérgio Moro, fadado a ser um “caçador de corruptos” cercado de fichas sujas por quase todos os lados. À exceção dos nomes egressos das Forças Armadas, o ecossistema ministerial de Bolsonaro reúne uma vasta fauna de denúncias, escândalos e acusações. O presidente eleito não tomou os cuidados necessários. De uma certa forma, ele “temerizou” a escolha do seus ministros. Uma simples consulta ao Google já é suficiente para dimensionar o grau de “criminalização” a priori do futuro gabinete. Ontem, às 19h42, no fechamento desta edição (como se sabe, os algoritmos do Google mudam ao longo do dia), uma busca vinculando o nome de Paulo Guedes ao termo “denúncias” somava 377 mil resultados.
A massa de menções é puxada, logicamente, pelo noticiário das investigações sobre possível fraude na gestão de recursos de fundos de pensão. Onyx Lorenzoni vem logo a seguir. Sua associação à expressão “Lava Jato” resultava, na mesma hora, em 259 mil menções. O futuro chefe da Casa Civil admitiu ter recebido cerca de R$ 100 mil da JBS, mas nega corrupção. “Foi apenas caixa 2”, costuma repetir em autodefesa. Último dos indicados para o ministério de Bolsonaro, o futuro titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, aparece com aproximadamente 137 mil indexações quando vinculado à palavra “denúncias”. Da época em que comandava a Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, Salles foi acusado pelo Ministério Público de São Paulo de tentar vender o edifício sede do Instituto Geológico do estado para uma empresa pertencente a um amigo seu.
O indicado ao Meio Ambiente é alvo de uma denúncia do Ministério Público de São Paulo por alteração ilegal do plano de manejo de uma área de proteção ambiental em Várzea do Rio Tietê (SP). Indicada para a Agricultura, a deputada Tereza Cristina carrega mais de 123 mil citações na Internet associando-a à Lava Jato. De acordo com as investigações, Tereza teria participado de um esquema de concessão de benefícios fiscais para a JBS quando ocupava a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Produção de Mato Grosso. Na mesma época, segundo as investigações, a deputada arrendava uma propriedade rural dos acionistas da empresa no estado. Futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta tem até uma ficha modesta se comparada à exposição de seus pares na Internet.
Ontem à noite, o Google contabilizava 32,8 mil resultados somando-se seu nome à palavra “corrupção”. Mandetta é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 da época em ocupou o cargo de secretário de Saúde de Campo Grande (MS). As acusações dizem respeito à implantação do sistema de Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa). O projeto nunca saiu do papel, mesmo após o desembolso de aproximadamente R$ 16 milhões em recursos repassados pelo governo federal.
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Comissão de Ética tem novo “dono”
12/12/2018A sessão da Comissão de Ética Pública da Presidência, marcada para a próxima terça-feira, dia 18, será revestida de simbolismo. Esta poderá ser a “última” reunião do colegiado, ao menos com o atual raio de ação do órgão. A tendência é que a Comissão de Ética perca gravidade no governo Bolsonaro, tendo suas funções vitais ainda que informalmente incorporadas pelo superministro Sérgio Moro. O ex-juiz já declarou publicamente que deverá atuar como um “conselheiro” de Jair Bolsonaro em casos de denúncias contra ministros e demais servidores do primeiro escalão, arbitrando sobre a demissão dos suspeitos. A julgar pela voracidade característica de Moro, tudo indica que o julgamento ético dos funcionários públicos terá uma espécie de fast track. E a Comissão da Presidência, por sua vez, será um penduricalho decorativo no organograma do Palácio do Planalto.
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Guarda suíça
11/12/2018O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que deixou a força tarefa da Lava Jato em setembro, foi sondado por Sérgio Moro para integrar sua equipe no Ministério da Justiça. Lima era o segundo na hierarquia do “petrolão” no Ministério Público Federal, atrás apenas de Deltan Dallagnol, também cotado para fazer parte desta nova “força-tarefa”.
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“Superagência” da Agricultura morre antes de brotar
10/12/2018“Super” no governo Bolsonaro, ao que parece, só Paulo Guedes e Sérgio Moro. A proposta de transformação da Secretária de Defesa Agropecuária (SDA) em uma “superagência” fiscalizadora do agronegócio, que conta com o aval da futura ministra, Tereza Cristina, deverá morrer ainda na raiz. O projeto não poderia ter maior adversário na “nova República”: o próprio Guedes. O ministro da Economia não quer concorrência para a Receita Federal. O projeto, concebido pelo atual ministro Blairo Maggi e levado para a mesa da equipe de transição por Tereza Cristina, prevê que a “superagência” seja responsável não apenas pela fiscalização, mas pela cobrança, arrecadação e gestão de metade das multas aplicadas ao setor agrícola – papel que compete ao Fisco. O “super” ministro da Economia não admite abrir mão dessa receita.
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Nem a CVM escapa do apetite de Moro
7/12/2018Em meio às discussões sobre a transferência de funções e órgãos de governo para o Ministério da Justiça, o entorno de Sérgio Moro levantou outra bola. Por que não transferir a função de polícia da CVM para o novo superministério? A delegação para perseguir os detentores de informações privilegiadas é a licença que falta no estoque de instrumentos de Moro contra a corrupção. A CVM ficaria com a regulamentação e fiscalização das normas. Diga-se de passagem, a autarquia sempre foi um xerifetímido ou mesmo ausente. Moro está em pleno gozo do controle do Coaf. E já avisou aos banqueiros que pretende prestar especial atenção aos desvios das instituições financeiras. O policiamento dos crimes no mercado de capitais, pedaço mal tratado da CVM, cai como uma luva em suas mãos.
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Bolsonaro ameaça o estado de direito com o risco de criminalização da repatriação
4/12/2018O governo Bolsonaro vai usar e abusar do medo como prática política. Arrefecerá o grau de fricção com o uso permanente do balão de ensaio como mediador das suas atitudes – dependendo da rejeição à medida, com recuos logo a seguir. É o stop and go aplicado à política. está operando com tensão permanente, usando para isso os filhos, suas manoplas ministeriais, Sergio Moro e Paulo Guedes, e o exército de contingência que ficará sediado no Planalto e demais pastas, leia-se os generais quatro estrelas. O Estado policial que vai ganhando contornos a partir de anúncios recentes se assentará sobre compensações junto aos mais carentes.
Nada mais clássico na história dos populismos de corte autoritário. Sem recursos para investir em políticas assistencialistas, o presidente eleito vai extrair essa poupança do empresariado afeito a práticas inconfessáveis. É o método Moro elevado à política de Estado. Esse é o desenho nítido do governo Bolsonaro que o próprio establishment procura tornar opaco. Faltando pouco menos de um mês para a sua posse, Bolsonaro dá dois exemplos de medidas agudas que passam a ideia de um estado policialesco. Uma delas traz a reboque a premissa da criminalização a priori e se constitui em uma ameaça ao próprio estado de direito, ao colocar sob risco contratos firmados. Trata-se da possibilidade de uma devassa dos contribuintes que aderiram aos programas de repatriação de recursos não declarados à Receita promovidos nos governos de Dilma Rousseff e Michel Temer.
O balão de ensaio subiu aos céus e não foi furado: a informação foi amplamente disseminada na mídia no fim de semana sem ser desmentida. Caberá a Sergio Moro investigar a origem dos quase R$ 175 bilhões regularizados nas duas edições. A rigor, de antemão, a medida já colocaria sob suspeição os quase 27 mil cidadãos e 123 empresas que internalizaram o dinheiro e pagaram suas respectivas multas sob a promessa de que o assunto estaria encerrado aos olhos da Receita Federal e demais autoridades da área financeira. Agora, no entanto, os beneficiários do programa se veem diante do risco de revogação deste indulto. A situação dos contribuintes que aderiram à repatriação, ressalte-se, é razoavelmente frágil do ponto de vista jurídico.
Todos os beneficiários do programa automaticamente assumiram a culpa por manter recursos não declarados ao Fisco no exterior. Portanto, são potencialmente réus confessos. À época, não faltaram juristas elevando a voz em relação a essa vulnerabilidade, que poderia ter sido evitada, por exemplo, com a aprovação de uma PEC. Novos governos geram dúvidas sobre o futuro. A gestão Bolsonaro já se notabiliza por lançar interrogações sobre o passado. Vai pelo mesmo caminho a voracidade com o que o futuro governo promete caçar novos acordos de leniência com empresas que admitiram irregularidades em contratos com a administração pública. Assessores de Bolsonaro já soltaram ao vento a meta de arrecadar cerca de R$ 25 bilhões com as multas.
Não se sabe os critérios utilizados para se chegar a tal cifra, o que, por ora, abre um vasto leque de especulações sobre a amplitude da medida. Todas as empresas que prestam serviços ao setor público são suspeitas até prova em contrário? Essas medidas seriam embaladas com um discurso em nome da transparência, da faxina na corrupção, da higienização da República, o que conferiria legitimidade e asseguraria o apoio popular às ações. Mas o grande apelo seria a indexação das propostas ao bem-estar social. Ao colocar direitos adquiridos no espremedor, Bolsonaro retiraria o sumo necessário para cobrir a isenção de imposto de renda para quem ganha até cinco salários mínimos, a instituição do 13º do Bolsa Família, a garantia de creche universal para as crianças em idade pré-escolar, renda mínima, entre outras agendas. Dinheiro do crime para o povo. Crime? Qualquer coisa que assim pareça.
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A disputa por protagonismo na PF
3/12/2018Ainda que por vias indiretas, Sérgio Moro alimentou a disputa de poder dentro da Polícia Federal. As regionais de São Paulo e de Brasília reivindicam o direito de indicar nomes para cargos importantes, como a diretoria de inteligência e a nevrálgica diretoria deinvestigação e combate ao crime organizado. No caso desta última, há uma mobilização para que o atual diretor Elzio Vicente da Silva, ex-superintendente da PF-DF, permaneça no posto. Os delegados paulistas e de Brasília temem perder uma certa primazia na cadeia de comando da PF com a escolha de Maurício Valeixo para a diretoria-geral. O receio é que a “República de Curitiba”, de onde Valeixo é egresso, assuma as rédeas da instituição. Convenhamos, faz todo o sentido.
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Bolsonaro herda o big data contra o crime
23/11/2018A despeito de heranças indesejáveis, sobretudo na área fiscal, a gestão Temer deixará para o governo Bolsonaro – e mais especificamente o superministro Sérgio Moro – uma arma de grosso calibre para o com- bate ao crime organizado. Trata-se de um inovador e ainda confidencial sistema de inteligência em segurança pública, que combina tecnologias como machine learning, mecanismos de rastreamento de informações em redes sociais e uma rede de câmeras instaladas em ruas, prédios e veículos de transporte público, notadamente nas grandes cidades. Os eixos centrais são a coleta de informações em tempo real; integração dos dados, inclusive com a base de registros criminais das polícias; predição, recomendação e apoio a decisões, com uso de inteligência artificial.
O projeto contempla também o desenvolvimento de um aplicativo que auxiliará as forças policiais durante as operações.O big data contra o crime, em desenvolvimento no Laboratório Integrado de Segurança Pública da Polícia Rodoviária Federal (PRF), tem sido apresentado de forma reservada a militares, representantes da cúpula das policiais estaduais e também a pequenos grupos de empresários. A versão beta do sistema já está sendo testada no Ceará. Os primeiros resultados são alvissareiros: em seis meses, a ferramenta levou a uma redução de 40% dos roubos de cargas e de 45% nos roubos de veículos, graças ao mapeamento das áreas com maior incidência de crimes.
O projeto parece ter sido feito sob medida para um presidente que se elegeu em cima de um discurso radical de combate ao crime. Jair Bolsonaro poderá capitalizar a inovação antes mesmo da sua posse: uma unidade da PRF com o novo sistema deverá ser instalada no Arco Metropolitano do Rio de Janeiro ainda durante o governo de transição. O local foi escolhido a dedo: como o nome sugere, o Arco circunda toda a Região Metropolitana do Grande Rio, com integração direta à Rodovia Presidente Dutra e outras vias de acesso à cidade comumente usadas para o transporte de cargas roubadas e mesmo armas e drogas.
A equipe de transição de Bolsonaro já trabalha para viabilizar a implantação do sistema em todos os estados do país até o fim de 2019. Parte do financiamento virá da Medida Provisória 846/2018, mais conhecida como MP das Loterias, que propõe a destinação de aproximadamente R$ 1 bilhão para a área de segurança pública. Já existe uma recomendação para que o futuro ministro Sérgio Moro use a verba integralmente para agilizar a instalação do sistema. A MP foi aprovada nesta semana tanto na Câmara quanto no Senado em uma espécie de rito sumário: um acordo de lideranças permitiu a votação nas duas Casas em menos de 24 horas. O presidente Michel Temer compromoteu-se a sancioná-la nos próximos dias. As circunstâncias pedem que ele seja rápido no gatilho: a MP caduca na próxima quarta-feira, dia 28.
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O “Moro do Rio”
21/11/2018O ex-delegado Leandro Daiello, que comandou a Polícia Federal no auge da Lava Jato, está cotado para integrar a equipe de Wilson Witzel. Guardadas as devidas proporções, Daiello seria o “Sérgio Moro” do governador do Rio.
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Sérgio Moro e montadoras em rota de colisão
20/11/2018Como se não bastassem os temas de alto quilate que aguardam por Sérgio Moro, caberá ao futuro superministro desvendar um “mistério” sobre quatro rodas: por que, há oito anos, sem cerimônia, o Denatran descumpre a determinação do Ministério da Justiça obrigando os documentos veiculares a registrarem que aquele automóvel não atendeu a um recall da montadora? O órgão garante que a medida será executada em 2019, promessa que já perdeu crédito, tamanho o número de adiamentos. Se Moro se debruçar sobre a questão com o ímpeto que o caracteriza, as montadoras provavelmente terão dias difíceis. Consta que o setor automotivo faz pressão contra a decisão, vista como um “carimbo” de que um determinado modelo saiu com problema de fábrica. Guardadas as devidas proporções, o alerta no documento do carro estaria para as montadoras como as terríveis imagens sobre enfermidades nos maços de cigarro estão para a indústria do tabaco.
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BNDES vira o banco de fomento da segurança
9/11/2018Sérgio Moro contará com um importante reforço no superministério da Justiça. No governo Bolsonaro, o BNDES deverá ter um valioso papel no fomento do combate ao crime organizado. O banco já está ultimando os trâmites para a criação de seu primeiro fundo patrimonial, voltado exclusivamente para a segurança pública.
A expectativa é de que o montante chegue próximo dos R$ 5 bilhões. A carteira será criada no modelo de endowment, ou seja, com recursos captados junto ao setor privado por meio de doações. A proposta fica como um legado da gestão de Raul Jungmann na Pasta da Segurança Pública.
O projeto já está sobre a mesa do governo de transição e, segundo o RR apurou, foi, inclusive, objeto de discussão no encontro que Sergio Moro teve com o próprio Jungmann na última quarta-feira. A ideia é que os recursos sejam usados no fortalecimento dos serviços de Inteligência e na aquisição de armamentos pelas forças de segurança pública estaduais. Consultado pelo RR, o BNDES informou que “vai apoiar o Ministério da Segurança Pública na estruturação e execução de PPPs para a construção e operação de unidades prisionais federais ou estaduais.”
A operação será municiada com recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), que servirão como lastro para a remuneração dos parceiros privados. O banco não se manifestou especificamente sobre o fundo patrimonial. Mas, no próximo dia 13, realizará um seminário exatamente sobre “endowment”, um indicativo do que está por vir. Ressalte-se que, em maio, o banco já havia criado um programa específico para o financiamento das polícias militar e civil – o BNDES Pro-Segurança Pública.
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O “super-delegado” do “super-ministro”
7/11/2018O delegado da Polícia Federal Marcio Anselmo está bem cotado para integrar o grupo de “intocáveis” que Sérgio Moro pretende levar para o Ministério da Justiça. Anselmo, por si só, é uma grife: responsável por iniciar as investigações da Lava Jato, em Curitiba, em 2014, inspirou um dos policias da série “O Mecanismo”, da Netflix. Hoje, está na chefia da Coordenação-Geral de Repressão à Corrupção (CGRC).
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Lava Jato para todos
5/11/2018Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MPF, é o nome de João Doria para a Secretaria de Justiça de São Paulo. Com Sérgio Moro no Ministério da Justiça e o procurador Carlos Fernando Lima cotado para a Secretaria de Segurança Pública de Wilson Witzel no Rio, Doria não quer deixar por menos.
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Novas flechadas contra o Bertin
5/11/2018Nos corredores da Lava Jato, em Curitiba, circula a informação de que a Polícia Federal prepara uma nova investida no âmbito da Operação Cui Bono. O alvo seria a família Bertin. Haveria novas denúncias com base na delação do ex-vice-presidente da Caixa Econômica Fabio Cleto. O Grupo Bertin foi acusado de participar de um esquema para a obtenção de financiamentos da CEF. No início de outubro, o MPF já apresentou à Justiça uma denúncia contra Natalino, Reinaldo e Silmar Bertin, todos acionistas do grupo. E olha que Sérgio Moro ainda nem assumiu o Ministério da Justiça…
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ESPECIAL – Christian Lynch, jurista e cientista político: Sérgio Moro é Sérgio Moro
5/11/2018Só digo uma coisa aos que acham que o juiz Sérgio Moro será garantia de estado de direito no governo Bolsonaro: Moro não é Luís Roberto Barroso. Sérgio Moro parece conservador de quatro costados, ao passo que Barroso é um “liberalão”. Isso significa que ele usará a sua criatividade doutrinária para chancelar medidas repressivas. Querendo entrar para o Supremo Tribunal Federal (STF), como quer, terá de amarrar sua sorte à do futuro presidente por mais de um ano e meio, até vagar o assento na Suprema Corte. A ver.
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Sérgio Moro leva Bolsonaro a remontar o tabuleiro da Defesa e da Segurança Pública
1/11/2018O fator Sérgio Moro divide o mandato sobre a segurança pública na gestão de Jair Bolsonaro. O afã de conceder superpoderes ao juiz e, assim, atrai-lo para o governo pode acabar mudando os planos do presidente eleito de atribuir ao general Augusto Heleno o controle total sobre essa área. Segundo o RR apurou, o modelo originalmente concebido previa a fusão dos Ministérios da Defesa e da Segurança Pública, sob o comando do general Heleno.
No entanto, a ideia do convite a Moro surgiu transversalmente, exigindo novas adequações. Tirar a Polícia Federal da Segurança e passá-la para a Justiça faz sentido. Ainda que se possa ponderar sobre um possível efeito colateral: deixar a PF sob a batuta de Moro traria a reboque o risco de restringi-la às funções de braço policial de uma Lava Jato ampliada, agora não mais em Curitiba, mas em Brasília.
No entanto, deslocar o Susp (Sistema Único de Segurança Pública) para o Ministério da Justiça desmontaria toda a concepção que vinha sendo estudada, esvaziando, antes mesmo do seu nascedouro, uma Pasta da Defesa com um perímetro de atuação ainda mais amplo. Ressalte-se que os dados ainda estão rolando e, por ora, nenhum dos modelos cogitados pode ser dado como decidido. Até mesmo em função do iminente aceite de Sérgio Moro, a equipe de Bolsonaro trabalha para encontrar uma divisão diplomática e operacionalmente lógica para a montagem deste puzzle ministerial. Esta questão passa pelo coração da campanha de Bolsonaro.
O combate à violência sempre esteve no epicentro da candidatura e do discurso do Capitão, sendo um dos pontos-chave para a sua eleição. No que depender do desejo do grupo de quatro estrelas que acompanha Bolsonaro, o general Heleno teria o comando central de todo o aparelho de Defesa e Segurança na esfera federal, englobando sob o mesmo guarda-chuva as Forças Armadas, a Polícia Federal, a Força Nacional de Segurança, além dos respectivos serviços de Inteligência destas instituições e da própria Abin. A integração das Pastas da Defesa e da Segurança Pública é vista pelos próprios generais Hamilton Mourão e Augusto Heleno como um encaixe de maior nexo, seja pela afinidade das atribuições envolvidas, seja pela probabilidade de resultados mais eficazes.
A própria presença de Bolsonaro na Presidência da República reforça a ideia de aproximação entre as Forças Armadas e a segurança pública. Com a eleição do Capitão e de Wilson Witzel, que também fincou sua campanha no discurso do combate ao crime, a possibilidade de que a intervenção federal no Rio de Janeiro se estenda por 2019 já está dada. O próprio governador eleito anunciou que solicitará a manutenção do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) por mais dez meses além do prazo original (dezembro), o que, no mínimo, representaria a permanência dos militares nas ruas do Rio até outubro do próximo ano.
Por esta linha de raciocínio, há ainda outro ponto importante: os elevados índices de criminalidade em grandes regiões metropolitanas do país aumentam as chances de que as Forças Armadas sejam convocadas para atuar na segurança em outras unidades da federação. Por outro lado, os cenários cruzados sobre os quais Bolsonaro e sua equipe trabalham também apontam para uma sinergia considerável caso a Segurança Pública fique na Pasta da Justiça. Moro passaria a comandar um sistema unificado de informações, contemplando também a Secretaria da Transparência e Combate à Corrupção, a CGU e o Coaf. Esta integração seria de grande serventia, por exemplo, para a asfixia do crime organizado. A solução para a equação sairá nos próximos dias. Sobre um ponto não há qualquer discussão no entorno de Bolsonaro: o general Heleno e Sérgio Moro são vistos como peças valiosas e imprescindíveis para o próximo governo.
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PF junta os fios entre Beto Richa e Protork
14/09/2018O RR apurou que a Polícia Federal investiga as relações entre o ex-governador Beto Richa e a Protork, grupo paranaense que fabrica autopeças e minimotocicletas. Segundo fonte da própria PF, a empresa controlada pela família Bonilha seria uma espécie de “lavanderia” de Richa, prestando-se a pagamentos ilegais ao ex-governador e a aliados. De acordo com a mesma fonte, as investigações mostram que Richa, preso na última terça-feira, costumava fazer visitas constantes, às vezes semanais, à sede da companhia. Entre outros pontos, a PF apura as circunstâncias que cercam a adesão da Sport Bay, controlada pela Protork, ao Paraná Competitivo, programa de incentivos do governo paranaense. Procurada, a Polícia Federal não quis se pronunciar. O RR também fez seguidos contatos com a Protork por e-mail e telefone – o último deles às 18h06 de ontem. No entanto, a empresa não retornou até o fechamento desta edição. Em 2012, a Protork inaugurou sua fábrica de minimotos na cidade de Siqueira Campos, com a presença do governador. Um ano antes, imagens de dois secretários do governo Richa – Luiz Claudio Romanelli (Trabalho) e Ricardo Barros (Indústria e Comércio) – descendo de um jatinho da empresa causaram polêmica e foram usadas por adversários políticos do tucano. A Justiça fecha o cerco aos tantos amigos de Richa. Nesta semana, o juiz Sergio Moro decretou o bloqueio de contas da Start Agência de Notícia e da RF Participações Ltda, além do empresárioPF junta os fios entre Beto Richa e Protork Jorge Atherino e de sua mulher, Flora, todos suspeitos de integrar um suposto esquema de corrupção liderado pelo ex-governador paranaense.
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O presidente da Lava Jato
3/09/2018Alvaro Dias está tentando arrancar uma declaração de apoio de um dos integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. O procurador Deltan Dallagnol já tirou o corpo fora. “Melhor” fez Sergio Moro, quando soltou uma nota em que não confirmou nem negou se aceitaria o convite de Dias para o Ministério, dando mais exposição ao assunto.
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Um candidato passageiro na sala de espera
21/08/2018Com seu proeminente rosto plastificado e a energia de um jovem púbere, o senador Álvaro Dias, presidenciável do Podemos, circulava entre executivos e endinheirados no último sábado (dia 18), no hangar 2 do Aeroporto de Congonhas, pertencente à Icon, empresa de taxi aéreo contradição de serviços à classe política. Eram 9 horas e alguns dos presentes arriscavam uma bicada no whisky Blue Label, presença obrigatória em qualquer listagem da nobreza dos puro malte. O destino da maioria era Brasília, meca do mundo e submundo eleitoral. Curioso o fato de frequentadores de jatinhos chegarem ao aeroporto com antecedência. Raramente seus voos atrasam, e eles ficam lá, aguardando no bem-bom. O candidato do Podemos abdicou das mordomias da casa. Preferiu aproveitar o ínterim para entoar sua campanha em dó maior. Com a voz empostada se dizia indignado com a pesquisa da XP Investimentos, que apresentou Fernando Haddad (PT) como “candidato de Lula”. Com esse enunciado, o petista chegou a 15% das intenções de voto. “Vou pedir na próxima pesquisa para me apresentarem como Álvaro Dias, candidato das torcidas do Corinthians e do Flamengo e do Sérgio Moro. Ou melhor, candidato do Papa”. Expoente entre useiros e vezeiros da aviação executiva, o senador subtraiu momentaneamente do seu discurso o marketing da pobreza, assim como os dizeres de que não usaria recursos do Fundo Partidário. No hangar 2, Álvaro Dias era o candidato de um outro “Podemos”, o “podemos tudo.” Exceção seja feita a conquistar a Presidência da República
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O 11 de setembro de Lula
8/08/2018A direção do PT está bastante apreensiva com o novo encontro face a face entre Lula e seu algoz, Sérgio Moro. O interrogatório do ex-presidente no âmbito da ação do sítio de Atibaia está previsto para 11 de setembro. A defesa de Lula vai usar de todos os instrumentos jurídicos na tentativa de impedir a divulgação das imagens.
É muito pouco provável que alcance o intento. Desde o início da Lava Jato, Moro tem dado disclosure aos depoimentos, sobretudo o das estrelas da operação. O temor do PT é o impacto que a divulgação de novas imagens de Lula no banco dos réus, a três semanas das eleições, terá sobre o candidato do partido à Presidência, seja ele quem for. O que não faltará é farto material para ser utilizado nos programas eleitorais e nas redes sociais pelos demais presidenciáveis.
Uma saída seria o próprio PT se aproveitar da ocasião para bradar o discurso da prisão política. Mas, a essa altura, o próprio partido já não leva muita fé na eficácia do expediente. A grade de programação montada pelo juiz Sérgio Moro dá um caráter ainda mais midiático ao 11 de setembro de Lula. Como se não bastasse o interrogatório do ex-presidente, estão previstos para o mesmo dia os depoimentos da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro Gilberto Gil, ambos na condição de testemunhas de defesa de Lula.
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O triângulo das bermudas dos acordos de leniência
13/07/2018Empreiteiras que já foram reabilitadas pela Petrobras, caso especialmente da Andrade Gutierrez, estão apreensivas com o risco de que o seu “habeas corpus” venha a ser desautorizado por outros órgãos, impedindo a prestação de serviços à estatal. A empresa de Sergio Andrade encontra-se em situação particularmente frágil por ter fechado um acordo de leniência com o Ministério Público Federal. O TCU, por exemplo, quer declarar a inidoneidade da empreiteira. Por razões mais do que óbvias, talvez a Petrobras esteja sendo mais precavida do que todas as demais esferas de controle da República. Ainda há 14 grupos na sua lista suja.
…
Essa perversão institucionalizada do “Sistema U” (apud Elio Gaspari) – constituído pela Advocacia Geral da União (AGU), Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União (TCU) – ao dispor sobre os acordos de leniência das empresas em uma espécie de duradouro bafo-bafo entre os três órgãos, tem provocado inanição das companhias e perda de milhares de empregos. Não fossem a anomia e o déficit de autoridade que grassam no país, já teria sido regulamentado um prazo mínimo para o fechamento dos acordos de leniência empresarial. Até porque uma das maiores burrices do país é continuar insistindo que a punição de dirigentes malfeitores deve se estender as suas companhias.
…
Desde final de 2016, a Advocacia Geral da União, a Controladoria Geral da União e o Tribunal de Contas da União estudam a criação de um sistema único integrado para agilizar os acordos de leniência. O Ministério Público Federal, que também intervém no processo, tem estado pouco presente nas discussões. O fato é que todos batem cabeça, e um desautoriza o que o outro aprovou. Uma fonte do RR apurou que não há data ou prazo limite para a definição da ação colaborativa dos órgãos da União. É praticamente certo que neste governo a burocratização da leniência permaneça dando a tônica do inferno empresarial. Hoje, dependendo da fonte, o número de empresas consideradas inidôneas devido à Lava Jato varia. Vai de uma dezena a quase o dobro, dependendo do órgão consultado. Sabe-se que seis companhias tiveram suas tratativas encerradas pelo governo. Este, por sua vez, não informa o nome dos grupos que tiveram o pleito negado. Mais justo seria se o trio de juízes-xerifes da União também fizesse um acordo de leniência com as empresas condenadas ao limbo devido à morosidade e ao atraso no cumprimento das suas funções. As multas de um lado e de outro poderiam ser compensadas. A Nação, esta já foi condenada a pagar o pato dos erros cruzados.
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PT sobe o tom contra a defesa de Lula
29/06/2018O RR apurou que, no início da próxima semana, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, vai levar ao ex-presidente Lula o pedido da direção do partido para que o advogado Cristiano Zanin seja destituído de sua defesa. A cúpula petista prega que o ex-ministro do
STF Sepúlveda Pertence deve assumir todos os processos contra Lula, tanto na Suprema Corte quanto no TRF-4 – há outras duas ações nas mãos do juiz Sérgio Moro, referentes ao sítio de Atibaia e ao terreno onde está instalado o Instituto Lula. No início de junho, Gleisi já havia afastado Zanin de outros processos que envolvem o PT, substituindo-o pelo ex-ministro da Justiça Eugenio Aragão. A relação azedou de vez no início desta semana, quando o advogado decidiu abrir mão do pedido de prisão domiciliar para Lula. A senadora e outros dirigentes do partido chegaram a insinuar que o advogado agiu sem consultar o próprio ex-presidente. Talvez, no encontro com Lula na carceragem da PF em Curitiba, Gleisi escute exatamente o contrário.
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Cochichos da Big Apple
21/05/2018João Doria e Benjamin Steinbruch tiveram uma longa conversa a sós na última semana, durante a passagem dos dois por Nova York para os rapapés do Grupo Lide ao juiz Sérgio Moro.
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Entre a Lava Jato e as fraudes fiscais
18/05/2018O clã dos Peixoto de Castro tem novo encontro marcado com a Lava Jato. O TRF4, de Porto Alegre, negou o pedido de adiamento do julgamento do empresário Paulo Cesar Peixoto de Castro Palhares, previsto para o próximo dia 30. “Poleca”, como é chamado pelos amigos, foi absolvido em primeira instância pelo juiz Sergio Moro. No entanto, seu pesadelo ainda está longe do fim. O Ministério Público Federal entrou com recurso. O julgamento do dia 30 se refere ao processo 5030883-80.2016.4.04.7000. Segundo investigações do MPF, o empresário teria pago mais de R$ 7 milhões em propinas para que a Apolo Tubulars, empresa do Grupo Peixoto de Castro (GPC), conseguisse contratos junto à Petrobras. Os últimos dias, por sinal, têm sido particularmente terríveis para os Peixoto de Castro, outrora donos de uma das maiores fortunas do Rio de Janeiro. Paulo Cesar e seu irmão, Antonio Joaquim Peixoto de Castro Palhares, foram denunciados pelo Ministério Público do Rio por supostas fraudes tributárias na antiga Refinaria de Manguinhos, controlada pela família até 2008. “Poleca”, aliás, parece querer distância do seu passado. Nas últimas duas semanas, vendeu o que ainda tinha de ações da holding GPC Participações
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O onipresente Doria
16/05/2018João Doria não desencarnou do figurino de prefeito de São Paulo. Vai aproveitar sua passagem por Nova York, como anfitrião da palestra que Sérgio Moro fará hoje em evento do Grupo Lide, para se reunir com fundos norte-americanos. Na agenda, a privatização do Anhembi e do Autódromo de Interlagos. O atual prefeito, Bruno Covas, também estará presente nas conversas. Mas isso é apenas um detalhe.
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Chapa Ciro-Haddad pode levar a indulto de Lula
26/04/2018O grande temor da centro-direita começa a ganhar contornos de realidade: a chapa Ciro Gomes e Fernando Haddad está amadurecendo. E traz ao fundo os dizeres “Lula livre”. A moeda de troca do PT para abrir mão da candidatura própria e fechar o apoio a Ciro seria a garantia de indulto do ex-presidente em 2019. A questão já foi abordada entre Ciro e Haddad. Além da reunião na manhã da última segunda-feira no escritório de Delfim Netto em São Paulo, que contou ainda com a presença de Luiz Carlos Bresser Pereira, ambos teriam se encontrado em outras duas ocasiões em pouco mais de dois meses.
Por ora, o mandato de Haddad é apenas para assuntar o tema. Mesmo com o compromisso do indulto presidencial por parte de Ciro, não há garantias de que Lula aceitaria o acordo. É pouco provável, inclusive, que ele saia do casulo da sua candidatura antes de agosto. Segundo integrantes do alto comando petista, ofereçam o que oferecerem a Lula, ele não entregará seus votos nem para um nome do próprio partido e muito menos para um aliado nesse período. É estranha a fábula construída por Luiz Inácio, que relata a história de um sapo barbudo que preferiu viver engaiolado a apoiar um sapo igual a ele.
O acordo em torno do indulto é feito sob medida para uma aliança PDT-PT: Ciro Gomes é o único candidato que aceitaria discutir a hipótese de conceder liberdade a Lula caso vença as eleições presidenciais. Uma moeda valiosa por outra: ao ser o “ungido” do ex-presidente, o pedetista colocaria os dois pés no segundo turno. Só algo imponderável tiraria a chapa Ciro-Haddad da disputa final. Devidamente pesados os prós e contras, Ciro poderia, inclusive, usar o próprio indulto de Lula como uma bandeira eleitoral para galvanizar o apoio do campo da esquerda em torno da sua candidatura e capturar o máximo possível do patrimônio eleitoral do ex-presidente. Ressalte-se ainda que a aliança teria o efeito de um strike sobre a atual configuração das candidaturas de centro-direita, que precisariam se reordenar em torno de uma dobradinha de calibre similar, como, por exemplo, Marina Silva-Joaquim Barbosa.
A julgar pelos recentes movimentos do STF, parece até haver, desde já, um dueto entre a Corte e Lula. Em um mundo simétrico, seria possível dizer que a coreografia do indulto já estaria sendo ensaiada, vide a decisão do Supremo de tirar de Sergio Moro trechos das delações de ex-executivos da Odebrecht contra o ex-presidente. Ressalte-se que, a rigor, a Constituição estabelece que a clemência de condenados é prerrogativa da Presidência da República. Em seu Artigo 84, Inciso XII, a Carta Magna diz que compete privativamente ao presidente a atribuição de conceder indulto e comutar penas – ambos dispositivos de alcance coletivo.
Cabe também a ele estabelecer os requisitos para a extinção da punibilidade de um determinado grupo de condenados – a graça só não se aplica a presos por prática da tortura, tráfico de drogas, atos de terrorismo ou crimes hediondos. Na atual circunstância, no entanto, independentemente do que reza a Constituição, é difícil imaginar que um eventual acordo desta natureza entre Ciro e Lula se consumaria sem passar pela agulha do STF. Não custa lembrar que, em março deste ano, atendendo a um pedido da Procuradoria Geral da República, o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu parte do indulto concedido pelo presidente Michel Temer, impedindo a extensão do benefício a condenados por corrupção.
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“Fora, Sarney”
1/02/2018Após a degola dos executivos Antônio Carlos Ferreira, Deusdina dos Reis Pereira e Roberto Derziê – todos investigados pelo Ministério Público –, o Conselho de Administração da Caixa Econômica quer a cabeça do vice-presidente de Produtos de Varejo, Fabio Lenza. Ligado à família Sarney, Lenza é citado em investigações que apuram o favorecimento da Caixa a negócios indicados pelo lobista Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB e já condenado pelo juiz Sergio Moro. Procurada, a Caixa informou que “o processo seletivo dos vice-presidentes está em estruturação”.
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O sétimo selo de Renato de Duque
29/01/2018O RR apurou que o juiz Sérgio Moro está prestes a finalizar mais uma sentença envolvendo o ex-Petrobras Renato Duque, com base na delação do ex-lobista da Toyo Setal, Julio Camargo. O executivo confessou ter pago R$ 12 milhões em propina a Duque. O ex-dirigente da Petrobras é figurinha carimbada da Lava Jato: já foi condenado por Moro em outros seis processos, cujas penas somam mais de 70 anos de prisão.
Negócios
O dia D
23/01/2018A expectativa na direção do PT é que, em caso de condenação de Lula, o “comandante” José Dirceu faça um pronunciamento amanhã, via mídias sociais, logo após a decisão do TRF4.
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Máscaras de Sérgio Moro com orelhas de burro serão distribuídas à militância do PT, em Porto Alegre. A indumentária é forte candidata a ser o hit deste Carnaval.
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A cúpula da segurança de São Paulo colocou de prontidão toda a tropa de choque da Polícia Militar para amanhã. Quem for à Av. Paulista verá talvez a maior concentração de PMs da história de São Paulo.
….
Se Lula for condenado, o MST e a Frente Brasil Popular RS pretendem manter os acampamentos próximos ao prédio do TRF4, em Porto Alegre, até o fim de semana. O objetivo é esticar a repercussão da vigília, notadamente junto à mídia internacional.
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Pronunciamento simbólico
16/10/2017O juiz Sérgio Moro, e os procuradores Deltan Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos Lima deveriam se pronunciar, como cidadãos, em defesa da solução para o imbróglio da leniência. O manifesto não teria como objeto as empresas ou os donos –estes já foram condenados, em sua maioria por decisão ou com o apoio das autoridades citadas; mas, sim, o enorme contingente de desempregados. Os acordos de leniência hoje não saem devido a uma surreal dança das cadeiras entre TCU, MPF, Ministério da Transparência, AGU, entre os mais votados. Com a essa falta de apego ao Brasil real, o desemprego na construção civil e pesada segue em alta – saldo negativo de 1.030 empregos em julho. O setor continua sendo responsável pela queda de 15% do emprego formal do país. Em três anos, a construção perdeu 173 mil postos de trabalho. Uma boa parcela do chamado desemprego estrutural do país deve-se à demolição do setor. Moro, Dallagnol e Lima, como bons brasileiros que são, deveriam se ater não somente à questão ética, mas à das necessidades básicas dessa população.
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Primeira página
5/10/2017Sérgio Moro e Deltan Dallagnol têm um encontro público marcado no dia 24. Vão participar de evento no jornal Estado de S. Paulo sobre a Operação Mani Pulite, fonte de inspiração da força tarefa da Lava Jato.
Acervo RR
Primeira página
5/10/2017Sérgio Moro e Deltan Dallagnol têm um encontro público marcado no dia 24. Vão participar de evento no jornal Estado de S. Paulo sobre a Operação Mani Pulite, fonte de inspiração da força tarefa da Lava Jato.
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Linhagem
2/10/2017Recém-condenado por Sérgio Moro a 15 anos de prisão, o ex-gerente da Petrobras Roberto Gonçalves negocia um acordo de delação com a força tarefa da Lava Jato. Gonçalves vem a ser o substituto do notório Pedro Barusco na estatal. Em todos os sentidos.
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Força-tarefa contra o crime organizado é uma missão sob medida para Sérgio Moro
28/09/2017Se o diretor Brian de Palma filmasse uma versão brasílica de Os Intocáveis, o juiz Sérgio Moro seria um candidato imbatível para interpretar o papel do incorruptível policial Eliot Ness. Na vida real, Moro também cabe no figurino de paladino contra o crime. Só que dessa vez despido da toga de juiz. Como não poderia deixar de ser, o nome de Sérgio Moro foi citado repetidas vezes na reunião entre a Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen.
O encontro teve por objetivo discutir a criação de uma força-tarefa, no modelo da Lava Jato, para o combate ao crime organizado e ao estado paralelo financiado por ele. Veja-se que o enunciado da missão é extenso. O futuro Eliot Ness, que ficará subordinado ao Ministério Público, vai centralizar ações dispersas junto a diversos órgãos do governo. Porém, mais importante é que abaterá dois coelhos com uma única cajadada: criará uma efetiva operação integrada de combate ao crime e livrará as Forças Armadas do inconveniente abacaxi de serem chamadas a toda hora para fazerem figuração no palco de uma guerra na qual sua presença é indesejada pelos próprios militares.
O Rio de Janeiro é o foco da força-tarefa. Não somente em função do crime e da violência registrados na cidade, mas devido a sua capilaridade com todo o Brasil e suas fronteiras. Haja poder para o delegado que colocar essa estrela no peito. O juiz Sérgio Moro está acostumado a deter o mando absoluto na sua esfera de atuação. Teria de acrescer ainda mais em força e autoridade. Algo como um presidente de um Banco Central formalmente independente, com poder sobre tropas, serviços de Inteligência e ingerência sobre as unidades federativas. Um justiceiro judicializado, votado no Congresso.
Moro realizou cursos na CIA – sabe-se lá do que, é bem verdade; tem sua própria patota no Ministério Público, que vibraria em entrar nesse campo; e é obsessivo no combate à criminalidade. Para o governo, deslocá-lo para o centro das ações de segurança do país seria uma demonstração de desprendimento e isenção muito acima das investigações e suspeitas que pairam sob a cabeça de ministros e do próprio presidente. Coisa de estadista, diria a base aliada. E a Lava Jato? Não seria uma sinalização do seu final? Nada!
O próprio Moro validaria sua saída e a ascensão de quem fosse para o seu cargo. Continuariam presentes Marcelo Bretas, Deltan Dallagnol e companhia. E mesmo Lula já estaria tão enforcado que não precisaria de Moro para o golpe final. O juiz já afirmou que não irá para a política. Para o STF dificilmente um novo presidente o indicará. Melhor um juiz mais amigável. E a aposentadoria vem aí. O papel de Eliot Ness lhe caberia como uma luva. Contudo, por enquanto o que existe é um nome ao vento, puro wishful thinking. Já, já a resposta será dada.
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Ataque nuclear
11/09/2017O ex-presidente Lula tem sido ameaçado de morte. Pelo menos é o que diz um interlocutor íntimo. Segundo a fonte, Lula vai revelar as intimidações na audiência com o juiz Sérgio Moro, no próximo dia 13, em Curitiba. Daí para os comícios será um passo.
O testemunho de Antônio Palocci incriminando os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff é bombástico devido à proximidade intestina com ambos, mas não chega a ser revelador em relação aos depoimentos de Marcelo e Emilio Odebrecht. As “novidades” estão guardadas para a negociação da delação premiada. São mais de 50 empresas envolvidas com propinas.
A bomba H de Palocci sobre o setor privado vai surpreender pelo ineditismo dos nomes. O ex-ministro vai avançar em relação ao universo de 47 companhias que contrataram os préstimos de sua consultoria, a Projeto, entre 2007 e 20015.
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Moreira Franco, o ministro que secretaria
21/08/2017A análise do clipping do ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Moreira Franco, nos últimos 50 dias é mais uma contribuição para o tratado geral da hipocrisia que assola o país. A busca foi feita nos principais jornais e revistas do país e o período da cobertura é aleatório. Nesse intervalo de tempo, o ministro tratou basicamente dos mesmos assuntos que faziam parte da sua agenda como secretário executivo do Programa de Parcerias para Investimentos (PPI).
Um total de 79% das suas declarações na mídia referem-se a temas como concessões, licitações, investimentos, parcerias, privatizações, em síntese os mesmos assuntos que eram da competência do seu cargo anterior. Os 21% restantes são opiniões variadas em momentos de crise política e pitacos sobre economia e temas diversos, nada que seja propositivo ou consistente. Somente com as concessões aeroportuárias, iniciativa que estava vinculado ao seu “cargo anterior”, Moreira “gastou” 30% da sua exposição midiática.
Sabe-se lá porque o ministro tem uma fixação por aeroportos, sem fazer desfeita à importância dessas plataformas na infraestrutura do transporte de passageiros e carga. Portanto, pelo que disse e pelo que disse que faz, a Secretaria Geral da Presidência e a Secretaria Executiva do Programa de Parceria para Investimentos são a mesma coisa. Exceção seja feita à nomenclatura flibusteira, que confunde seis com meia dúzia. A ardileza a torna anedótica quando confundem-se as responsabilidades e hierarquias, ou seja, a secretaria executiva do Programa das PPI está vinculada formalmente à Secretaria Geral da Presidência, cujo titular de uma era o mesmo que da outra.
Ah, bom! O ministro é réu em processo da Lava Jato. Foi nomeado para o posto superior em episódio idêntico ao da indicação de Lula como ministro do Gabinete Civil, que foi revertida em função do vazamento de grampo inconstitucional da Presidência da República, autorizado pelo juiz Sérgio Moro. Lula perdeu o foro privilegiado. Moreira ganhou o direito à exclusividade do STF.
Imagina-se que o Supremo aprovou a alteração do seu status sem saber que ele estava mudando de posto para fazer o mesmo que fazia antes. Sérgio Moro ignorou solenemente as coincidências do caso Moreira. No mês passado, o Ministério Público Federal (MPF) – mais precisamente a Procuradoria da República no Amapá – voltou à carga, se manifestando pelo afastamento do ministro Moreira, que o STJ julgou moral e juridicamente apto ao cargo, que é réu da Lava Jato, que faz na Secretaria da Previdência o mesmo que fazia na Secretaria da PPI, que ganhou foro privilegiado e que elevou a concessão dos aeroportos ao pináculo da reconstrução da infraestrutura nacional – sem menosprezar, insista-se, a importância desses anfiteatros de partidas e chegadas de aeronaves. Recomenda-se a autoridades, partes interessadas e afins, a leitura analítica do clipping dos jornais. Como dizia Eça de Queiroz, “para aparecerem nos jornais, há assassinos que assassinam”.
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Lula começa a esculpir a imagem do candidato
16/08/2017O ex-presidente Lula voltou a se aconselhar com o marqueteiro Duda Mendonça. Tudo na moita, conforme recomenda a delicada situação pública dos dois interlocutores. O telefonema curto e breve ocorreu na semana passada e envolveu um intermediário. Lula, como é do seu feitio, quis testar com Duda aquilo que já está decidido na sua mente. Sua estratégia não é informar nem convencer, os dois mantras de Duda, mas confundir.
O “Lula brigão”, pronto para o pau, vai ceder lugar a um Lula mais ausente, que dispensa o barulho da militância nessa fase, um Lula que morde e recua. O ex-presidente fez chegar ao marqueteiro que não quer agitação, pelo contrário. Quanto menos ruído ele e sua turma fizerem maior o estrondo de cada ato administrativo da situação a favor da sua candidatura. Não é mais, portanto, o “Lulinha paz e amor”, mas um Lula maduro, sofrido, que cogita voltar, mesmo com todo sacrifício, em nome de um povo subtraído dos seus direitos e cujas condições de vida pioraram muito desde sua gestão. Pelo menos é o que ele quer fazer com que os outros pensem. O teste da estratégia começa a partir de amanhã, quando o ex-presidente inicia sua caravana pelo Norte-Nordeste.
Nada de cuspir fogo nos palanques. Segundo a fonte, Duda concordou com a estratégia do “deixa o governo botar o retrato do velho outra vez”. Michel Temer é o grande eleitor de Lula. Cada movimento da sua gestão corresponde a mil comícios a favor do PT. O momento, portanto, não é de fazer marola, mas de torcer que mais e mais reformas venham à tona. Lula teria comentado:”O incrível é que o Temer e a banda dele não entendem isso”.
Na próxima audiência com o juiz Sérgio Moro, por exemplo, estará presente um Lula mais tranquilo e contido. O projeto é evitar manifestações depois do depoimento. Os excessos somente atrapalham aquele que pode correr parado. Duda teria gostado dessa estratégia de ora confirmar a candidatura, ora a deixar em dúvida, enquanto os fatos vão cevando o seu fortalecimento eleitoral.
Uma mistura de “vou, sim” com “vou ver”. Quando estiver com a candidatura consolidada, Lula decidiria à luz das circunstâncias se iria ele próprio para o certame ou indicaria o seu abençoado. Para o sim ou para o não, Duda Mendonça teria aconselhado a mesma estratégia de “ficar na sua” ao conterrâneo Jaques Wagner. Cresce o convencimento de que, se fosse hoje o dia da decisão e Lula não partisse para a disputa, o baiano, judeu, umbandista e carnavalesco teria a sua bênção para ser o candidato do PT.
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“Arena Sérgio Moro”
10/08/2017Segundo o RR apurou, a cervejaria Petrópolis estaria negociando a redução dos valores do contrato de naming & rights da arena Itaipava Fonte Nova, em Salvador. Procurada, a empresa nega a mudança no contrato. Está feito o registro. No ano passado, apertada pela crise, a Petrópolis já fez um primeiro e duro ajuste nos valores. De acordo com a fonte do RR, o contrato teria caído de R$ 76 milhões para algo perto de R$ 20 milhões. A Fonte Nova, diga-se de passagem, é uma Arena marcada pela Lava Jato: tem o patrocínio da Petrópolis, citada na Operação, e é administrada por OAS e Odebrecht.
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Risco Bendine paira sobre a WTorre
28/07/2017A prisão de Aldemir Bendine ameaça empurrar um pouco mais a Lava Jato na direção da WTorre. Entre as operações de Bendine no radar da República de Curitiba, os procuradores investigam em que circunstâncias se deu o empréstimo de aproximadamente R$ 150 milhões do Banco do Brasil para a empresa, feito em 2010. Os recursos se destinaram à construção do Allianz Parque, o estádio do Palmeiras.
À época, Bendine – por sinal, palmeirense – estava na presidência do BB. O RR apurou que o financiamento à WTorre já teria sido objeto de auditoria interna no Banco do Brasil. O BB teria identificado indícios de irregularidades no empréstimo. Consultado, o banco disse que “as operações de clientes estão protegidas por sigilo bancário”. Afirmou ainda que “irá colaborar com qualquer investigação que envolva sua atuação”.
Consultado sobre a auditoria, o BB não quis se pronunciar. A WTorre, por sua vez, informou ao RR que “não há qualquer processo relacionado a empréstimos tomados junto a bancos e que não está envolvida na Operação Lava Jato, não tendo sido incluída em qualquer denúncia.” A empresa, no entanto, já foi citada no “petrolão“. Segundo o empreiteiro Ricardo Pernambuco Junior, da Carioca Engenharia, a empresa teria recebido propina de R$ 18 milhões para deixar de participar de uma licitação do Cenpes, o Centro de Pesquisas da Petrobras. Há cerca de um ano o empresário Walter Torre chegou a ser alvo de um mandado de condução coercitiva expedido por Sérgio Moro.
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O Dia D de Lula
13/07/2017Lula conversou por oito minutos com José Dirceu ontem no início da tarde, logo após o anúncio da sentença do juiz Sérgio Moro.
Por falar em Dirceu, o ex-ministro tem aproveitado a liberdade para engatar uma intensa agenda de reuniões políticas em seu apartamento. Já deu até para sentir o gostinho dos tempos em que recebia a República em seu quarto no hotel Naoum, em Brasília.
Ontem à tarde, a ordem no PT era acelerar a montagem de uma agenda de eventos públicos e viagens para Lula, que será deflagrada já na próxima semana. Dirigentes do partido, por sua vez, repetiam o mantra: “Lula vai se defender nas ruas”.
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Grupo Galvão é alvejado por todos os lados
7/07/2017Dois golpes sincronizados – um desferido em Brasília e o outro, no Mato Grosso – têm tudo para agravar a sangria do Grupo Galvão e comprometer ainda mais seu processo de recuperação judicial. Segundo o RR apurou, o Ministério dos Transportes acelera os trâmites para anunciar até o fim deste mês a caducidade da concessão da BR-153, arrematada pela companhia em 2014. O governo conduz a questão a toque de caixa, no intuito de reprivatizar a rodovia ainda neste ano. Em outro front, a Prefeitura de Cuiabá deverá sacramentar também nas próximas semanas a cassação da licença do serviço de saneamento na cidade, a cargo da CAB Ambiental, controlada pela Galvão.
Procurado, o Ministério dos Transportes confirmou que o decreto de caducidade da BR-153 já se encontra em análise técnica e jurídica para posterior encaminhamento à Presidência da República. A Prefeitura de Cuiabá e a própria Galvão não se pronunciaram. Para a Galvão, o caso de maior impacto é o da CAB. Caso se confirme, a perda da concessão em Cuiabá vai desidratar a empresa em 40% da sua receita.
A holding de saneamento está avaliada em R$ 800 milhões. Sem o contrato de Cuiabá, essa cifra despenca. Ressalte-se que o processo de recuperação judicial da Galvão e a renegociação da dívida de R$ 2 bilhões se baseiam na desmobilização de ativos. A iminente perda das duas concessões, ambas por descumprimento de contato, reflete o enfraquecimento do Grupo Galvão após a Lava Jato. Seus principais dirigentes foram condenados por Sergio Moro, a começar pelo maior acionista, Dario de Queiroz Galvão Filho, herdeiro de um dos fundadores da Queiroz Galvão.
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Chacoalhando as militâncias
4/07/2017Lula avalia participar de comícios nas principais capitais brasileiras ao longo das próximas semanas. Seria uma maneira de chacoalhar a militância às vésperas do veredito de Sérgio Moro.
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De Lula para o mundo
26/06/2017Lula articula uma entrevista a jornal estrangeiro de grande expressão. Pretende dizer que seu maior propósito é unificar o país, criar um clima de concórdia e terminar com a raiva que hoje os brasileiros têm de brasileiros. Tudo bem que esse seja o discurso lá fora. Mas aqui dentro, depois da sentença de Moro, o pau vai comer firme.
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House of Cunha
19/06/2017
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Furnas: próximos capítulos já estão escritos
9/06/2017A operação “Barão Gatuno” deflagrada quinta-feira (08/06) em Furnas foi um cartão de visitas. Segundo fonte do Ministério Público, o lobista Fernando Hourneaux de Moura negocia com a força-tarefa da Lava Jato uma nova rodada de depoimentos, na qual promete esmiuçar no detalhe do detalhe o esquema de corrupção na estatal. Sua metralhadora aponta na direção de Dimas Toledo, ex-diretor de Furnas, que ontem foi alvo de condução coercitiva. Atirar em Dimas, como se sabe, significa acertar Aécio Neves. Hourneaux, é bom que se diga, tem interesse redobrado em abrir seu baú de memórias, para evitar a anulação do seu acordo de delação. O lobista confessou ter omitido do juiz Sergio Moro sua relação com José Dirceu. Só não foi preso novamente por conta de um habeas corpus concedido pelo STF.
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Programação-tampão
10/05/2017Na impossibilidade da exibição ao vivo do depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro, o PT montou uma estrutura para transmitir em tempo real nas redes sociais as manifestações previstas para hoje em Curitiba.
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Maçonaria é uma voz de apoio às reformas
5/05/2017Um parlamentar da bancada maçônica informou ao Relatório Reservado que a instituição vai publicar, na segunda quinzena de maio, uma carta aberta de apoio às reformas do governo de Michel Temer. Segundo a fonte, a iniciativa partiu do Grande Oriente do Brasil (GOB), a mais antiga Potência Maçônica, que reúne cerca de 2,4 mil Lojas e quase cem mil afiliados. Desde o Império, a atuação política da Fraternidade no Brasil sempre se deu à meia-luz, com articulações interna corporis.
Nos últimos anos, no entanto, suas posições têm sido externadas com alguma recorrência. À época do impeachment de Dilma Rousseff, circulou na internet uma mensagem de apoio ao afastamento da presidente atribuída à Maçonaria. Durante as seguidas manifestações contra o governo Dilma em 2015 e início de 2016, o movimento maçom protestou publicamente em algumas cidades. Em fevereiro do ano passado, um grupo chegou a se manifestar no Congresso. Vestidos de terno preto e luvas brancas – “para simbolizar a pureza e a honestidade” –, cerca de 250 representantes da Fraternidade se reuniram no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Quase dois anos antes, mais precisamente em abril de 2014, integrantes da Loja Maçônica Força, Lealdade e Perseverança 319 foram às ruas de São Paulo celebrar os 50 anos do golpe militar de 1964.
O site Avança Brasil, associado à Fraternidade, publica posicionamentos ou notícias favoráveis ao governo Temer. O RR fez seguidas tentativas de contato com o Grande Oriente do Brasil, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O que há em comum entre o próprio Michel Temer, os senadores Álvaro Dias, Romero Jucá e Valdir Raupp, o juiz Sergio Moro e 12 ex-presidentes da República, entre os quais o primeiro deles, o Marechal Deodoro da Fonseca, e Jânio Quadros? Todos são ou foram maçons.
Estima-se ainda que a bancada maçônica no Congresso tenha aproximadamente 60 integrantes. O mais célebre dos seus representantes no Parlamento nas últimas duas décadas hoje está no Palácio do Planalto. Temer se esquiva do assunto, mas foi membro da Maçonaria, mais especificamente da Loja Simbólica Colunas Paulistas, por 14 anos. Ingressou na Ordem em 4 de dezembro de 2001, como “aprendiz”. Passou pelo posto de “companheiro” e chegou a “mestre” em 4 de janeiro de 2004. Em 2015, quando já acumulava a vice-presidência da República com o “cargo” de aspirante à cadeira de Dilma Rousseff, solicitou o “Quite Placet”, o desligamento na linguagem maçônica.
Os próprios mistérios em torno da Maçonaria alimentam informações desencontradas e acabam contribuindo para a sua instrumentalização. Não transparente e vista como controversa, a Fraternidade tem sido usada de forma apócrifa ou falsa para fins de ataque político. De todo o modo, é fato que a instituição vem adotando uma postura mais ativa, inclusive em períodos eleitorais. No ano passado, a Maçonaria apoiou 27 candidatos a prefeito em todo o estado de São Paulo, dos quais 10 foram eleitos – o mais ilustre deles, João Doria.
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Lula quer ser crucificado por Moro em cadeia nacional
26/04/2017O ex-presidente Lula vai exigir direitos iguais de transparência no seu depoimento ao juiz Sérgio Moro, conforme apurou o RR. Lula teme que Moro, sob o argumento de defesa da ordem pública frente ao risco de incitamento da população, suspenda a disponibilização das imagens. Segundo os advogados do ex-presidente, o juiz tem dado provas da sua radicalidade. Usam como exemplo a condução coercitiva, em março do ano passado, e a exigência presencial de Lula nos depoimentos das suas 87 testemunhas de defesa.
Sem rede social ou exposição televisiva, a estratégia do ex-presidente será seriamente mutilada. Segundo a fonte do RR, Lula pretende expor o seu flagelo com a Lava Jato no depoimento a Sérgio Moro. A estratégia de vitimização como defesa não provém dos advogados que o auxiliam, mas dele próprio. Lula pretende dar prioridade ao ato político em vez de usar a tribuna para uma defesa nos termos protocolares que vêm sendo ditados por Moro.
Segundo o RR apurou, Lula vai responder às perguntas de Sérgio Moro cobrando as provas e enfatizando sua martirização. Nesta estratégia de “Mandelização” da sua imagem, o ex-presidente quer sair do encontro como um perseguido político, e não como um político acusado de ter cometido crime de corrupção. A garantia da transmissão pública do seu testemunho é considerada mais importante do que a eventual mudança da data do depoimento, que poderá ser transferida do próximo dia 3 para o dia 10 de maio, ou algum outro dia na vizinhança.
Alguns companheiros de luta do ex-presidente consideram o adiamento prejudicial a Lula, pois distancia o evento da série de acontecimentos de forte impacto social que vem sendo chamada de “agenda do fim do mundo”: a greve geral convocada para o dia 28; a votação da reforma trabalhista, prevista para o dia 27, véspera da paralisação; e o envio do texto final da reforma da Previdência à Comissão Especial da Câmara, com objetivo de julgamento pelo plenário exatamente no dia 3 de maio. Lula não marchará o caminho do incitamento – e quem se lembra da sua performance frente ao Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo sabe que não lhe falta talento para convocação à luta, muito pelo contrário. Mas a hora é do calvário. Se Moro não impedir, vai protagonizar com ele, em transmissão televisiva, o duelo pela cruz da Lava Jato.
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A vez da Mendes Junior?
26/04/2017A Mendes Junior iniciou tratativas com o Ministério Público Federal para um acordo de leniência. Na paralela, Sergio Cunha Mendes, sobrinho de Murillo Mendes, negocia sua delação com a força tarefa de Curitiba. Agora, pode ser tarde. Sérgio já foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a 19 anos e quatro meses de prisão.
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Forças Armadas são a instituição mais confiável do país; Congresso, a mais corruptível
6/04/2017Parece até que o Brasil voltou no tempo: as Forças Armadas são a instituição mais confiável do país, enquanto o Congresso Nacional é visto como a mais propensa de todas a corrupção. É o que revela sondagem realizada pelo Relatório Reservado junto a uma parcela da sua base de assinantes. A enquete, no modelo de respostas espontâneas, foi feita entre 27 e 31 de março.
Entre os 142 assinantes que participaram do levantamento, 67% apontaram a tríade Exército, Marinha e Aeronáutica como o estamento de maior credibilidade. A boa imagem das Forças Armadas não chega a ser uma novidade. O que chama a atenção é a diferença para os demais. A segunda instituição mais lembrada foi o MP, com distantes 10%. STF e Polícia Federal ficaram em terceiro e quarto, respectivamente com 7% e 5%. A seguir, a Igreja (4%), a imprensa (3%) e o TCU, com 2%. Por fim, apareceram o governo federal e o Congresso, cada um com apenas 1%. A reputação do Parlamento está mesma em baixa.
O Congresso foi citado por 36% dos entrevistados como a instituição mais propensa a atos de corrupção. O governo do Rio ficou em um nada honroso segundo lugar, com 13%. A Petrobras veio logo a seguir, com 10%, um indício de que a estatal ainda terá de trabalhar muito para recuperar sua imagem. Receita Federal e Polícia Militar empataram, cada uma com 6% dos votos. Ressalte-se a presença da própria Presidência da República na relação das instituições mais suscetíveis a corrupção, com 5%, mesmo percentual de citações ao Judiciário.
Na sequência, apareceram o Detran, a Polícia Civil e o governo de Minas Gerais, cada um com 4%. Com 3% surgiu o BNDES, possivelmente por conta das ilações que cercaram algumas operações do banco no governo do PT. Foram votados ainda a Fazenda, 2%, e o BB e a Polícia Federal, cada um com 1%. O RR também perguntou: “Qual é a autoridade que mais honra seu cargo?” Pule de dez: deu Sérgio Moro na cabeça, com 34%. Cármen Lucia ficou em segundo, com 17%. João Doria recebeu 15%; Jair Bolsonaro, 9%. Logo a seguir, Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Lava Jato (7%).
O top five é uma evidência de que o Brasil está cada vez menos “político” e mais “judicializado”. Se não vinculados ao Judiciário, Doria e Bolsonaro personificam em seus discursos o “político que não é político”. Os assinantes do RR mencionaram ainda o presidente da Petrobras, Pedro Parente, com 5%, e ACM Neto (4%). Apenas 2% citaram Henrique Meirelles como um personagem que honra seu cargo público, certamente um reflexo da crise econômica.
Os entrevistados mencionaram ainda Rodrigo Janot e Geraldo Alckmin, com 2% cada um, além da presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, e de Gilmar Mendes, cada um com 1%. E Michel Temer? Ele aparece no rodapé da enquete, também com 1%. Michel Temer “brilhou” também na quarta e última pergunta: “Se possível, quem você tiraria de um cargo público?”. Entre os entrevistados, 38% cravaram o nome de Temer, mais do que o dobro do segundo colocado, Eliseu Padilha (15%).
Aliás, o Planalto pontificou nos três lugares mais altos do indesejável pódio: Moreira Franco chegou em terceiro, com 11%. Logo atrás, Luiz Fernando Pezão, com 10%. A relação dos “impeacháveis” seguiu com Romero Jucá e Aécio Neves, cada um com 5%. Henrique Meirelles recebeu 4% das respostas. Certamente por outros motivos, o presidente do Senado, Eunício de Oliveira, também foi citado por 4%. Entre os assinantes, 3% disseram que gostariam de ver Maria Silvia fora da presidência do BNDES. Rodrigo Maia foi outro lembrado por 3% dos consultados. Por fim, um fato curioso. Para 2% dos entrevistados, Sérgio Moro é que deveria ser afastado de suas funções. Devem ter lá seus motivos.
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Problemas de caixa
13/03/2017Nestor Cerveró pretende vender seu apartamento de R$ 6 milhões em Ipanema recém-devolvido pelo juiz Sérgio Moro. Aos amigos, diz estar com “problemas de caixa”.
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Tempos modernos
6/02/2017A Universidade de Columbia recebe hoje, em evento sobre corrupção no Brasil, o juiz Sérgio Moro, que vai proferir a principal palestra do dia. Amanhã, a estrela será a ministra Cármen Lucia. Não há participantes do Poder Executivo. Tudo bem que o painel será focado em compliance. Mas todos os outros palestrantes são ligados à área financeira. Qual o espanto? Talvez seja este o Brasil de hoje: judicialização e financeirização.
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Sondagem RR: o futuro de Lula está entre a prisão e o Palácio do Planalto
9/01/2017Sérgio Moro será o grande árbitro das próximas eleições. É o que mostra uma sondagem realizada pelo Relatório Reservado nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador entre os dias 18 e 29 de dezembro. Para 71% dos 418 consultados, Lula será preso neste ano ou, no mais tardar, em 2018. Mas e se ele não for para a cadeia? Bem, neste caso, em vez de Curitiba, seu destino será Brasília: a maior parte acredita que Lula voltará à Presidência da República.
Entre os entrevistados, 58% afirmaram que o ex-presidente vencerá qualquer um dos seus potenciais adversários se puder disputar as eleições. Quem mais tem chance de derrotá-lo é Marina Silva, na opinião de 17%. Para 7%, Lula perderá o duelo para Aécio Neves, o mais bem colocado entre os pré-candidatos do PSDB. Geraldo Alckmin teve 5%, José Serra, 2%, e FHC foi o lanterninha entre os tucanos, com apenas 1% – resultado que tanto pode ser atribuído a uma baixa popularidade ou a uma convicção coletiva de que ele passará longe das urnas em 2018.
Acima de Alckmin, Serra e FHC, surge Jair Bolsonaro, que, na avaliação de 6% dos consultados, superaria Lula em uma hipotética corrida eleitoral. Para 3%, uma vez candidato, o ex-presidente será suplantado por Ciro Gomes. Por fim, apenas 1% crê que o atual presidente Michel Temer venceria o petista em uma eventual disputa eleitoral. Ainda assim, a percepção da maioria é de que o nome de Lula dificilmente aparecerá na urna eletrônica.
De acordo com 42% dos entrevistados, sua prisão se dará neste ano. Outros 29% acreditam que Sérgio Moro deixará a decisão para 2018. Para 5%, o pedido de detenção ficará para o ano seguinte, portanto após as eleições. No entanto, um contingente bastante expressivo (24%) respondeu que Lula não irá para a cadeia – um grupo que certamente mistura fiéis eleitores do ex-presidente com incrédulos oposicionistas.
A pergunta que não quer calar: “Lula é culpado pelos crimes que lhe são atribuídos?”. Para 51% das pessoas ouvidas pelo RR, não há dúvidas: “Sim, as provas disponíveis são definitivas”. Outros 12% comungam da tese do domínio do fato: dizem que “Sim, uma vez que o ex-presidente era responsável por tudo que se passava no governo”. Há ainda 5% dos entrevistados que consideram Lula culpado, mas aproveitam para dar um cascudo na mídia: para eles, a maior parte das acusações é amplificada pela imprensa.
No lado oposto, 21% dos consultados afirmam que o ex-presidente é inocente e vítima de um complô para evitar seu retorno ao Planalto. Outros 7% acreditam que Lula não é culpado porque, até o momento, não há provas de que ele tenha recebido propina. Por fim, 4% dos entrevistados dizem crer na inocência do petista por não haver comprovação de que ele seja o dono dos imóveis citados na Lava Jato.
O Relatório Reservado perguntou ainda como Lula será visto pela população no caso de uma prisão antes de 2018. De acordo com 43%, a detenção reforçará a imagem de “grande corrupto”. No entanto, 29% dos entrevistados acreditam que o cárcere provocará um efeito contrário e o ex-presidente passará a ser visto predominantemente como um herói.
Na avaliação de 6%, nem tanto ao céu, nem tanto ao mar: o ex-operário que chegou ao Planalto perderá importância no cenário político e será esquecido aos poucos. Trata-se do mesmo percentual de pessoas para as quais Lula será considerado um preso político. Para um grupo ligeiramente menor (5%), o papel que caberá a Lula após uma eventual detenção é o de “vilão do PT e dos demais partidos de esquerda”. Outros 11%, no entanto, afirmam que, mesmo preso, o petista será um importante cabo eleitoral em 2018.
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Lava Jato 2
27/12/2016Com o recesso do Judiciário, boa parte da força tarefa da Lava Jato entrou de férias. Sérgio Moro, também. Nada impede, no entanto, que ele tenha deixado algum mandado de prisão assinado.
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O fósforo e a pólvora
7/12/2016O Planalto busca desesperadamente uma fórmula de levar Sérgio Moro a reduzir a marcha na delação premiada de Marcelo Odebrecht. Segundo fonte do RR, o argumento, em linhas gerais, é o da boa e velha ética da responsabilidade. Em palavras simples: se Moro deixar a delação correr livre e solta no atual ambiente institucional, vai tocar fogo no país. O problema é como se fala e quem fala. Há o risco da má interpretação do pedido. Moro é afeito da ética da convicção e pode transformar a iniciativa do governo em uma bomba na direção reversa.
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Togados lideram “eleição indireta para a presidência”
30/11/2016Se houver eleição indireta para presidente da República, os representantes do Judiciário terão predominância absoluta na disputa, com 67% de probabilidades de vitória. É o que indica uma sondagem feita pelo Relatório Reservado junto a sua base de assinantes – uma amostragem que reúne empresários, escritórios de advocacia, instituições financeiras, fundos de pensão e estatais. Para o RR, ressalte-se, eleição só na urna. Mas, diante das circunstâncias que cercam Michel Temer – acelerado derretimento político, o caso Geddel, o aperto do TSE, o risco Odebrecht etc – a newsletter fez a seguinte pergunta a seus assinantes: “Na sua avaliação, em caso de eventual vacância na presidência da República, quem tem mais chances de ser eleito pelo Congresso Nacional?” O equivalente a 3% do universo total da sondagem participou da consulta. Das 127 respostas, 29% apontaram a presidente do STF, Carmen Lúcia, como a mais forte candidata. Em segundo, com 23%, outro proveniente do Judiciário: o ex-ministro do Supremo Nelson Jobim. No quarto lugar, mais um egresso da “República dos Togados”: para 15% dos consultados, Gilmar Mendes seria o eleito pelo Congresso no caso do afastamento de Michel Temer.
Em certa medida, a forte expectativa de que um togado comande um governo de transição reflete o momento de excessiva judicialização das grandes decisões nacionais. Pode-se depreender também que, no entendimento dos consultados, nenhum dos potenciais concorrentes ao Planalto em 2018 se sujeitaria a entrar em cena neste momento para cumprir um mandato-tampão. Talvez por isso o único enclave político nesse coeso bloco do Judiciário é um “candidato jubilado”: para 19% dos assinantes, Fernando Henrique Cardoso, apesar da sua idade avançada, surge como o terceiro nome com mais chances de vitória. Não obstante a reduzida popularidade entre o eleitorado em geral, FHC ainda manteria uma aura de condestável junto ao Congresso.
Bem abaixo do quarteto que concentrou 86% das respostas viriam as zebras. Este bloco secundário é encabeçado por Rodrigo Maia, com 8% de probabilidade. Empatados, com 2% para cada um, dois personagens bem distintos: Jair Bolsonaro e Armínio Fraga. No primeiro caso, provavelmente os assinantes entendem que Bolsonaro seria o único com energia necessária – ou será autoritária? – para implementar as reformas estruturais de que o país precisa. Já a presença de Fraga indica que, para muitos, o governo de transição teria de se concentrar em uma única missão: o ajuste econômico. Curioso: Henrique Meirelles não foi lembrado em nenhuma das respostas. Se fosse há seis meses…
Por fim, entre os outsiders dos outsiders, talvez a maior surpresa da lista: Abílio Diniz, com 1% das citações. Os “eleitores” de Diniz devem depositar em um bem-sucedido personagem da iniciativa privada a expectativa de uma gestão empresarial da máquina pública. Ao seu lado, também com 1%, mais um representante do Judiciário: Joaquim Barbosa. Ao que parece o julgamento do mensalão já caiu no esquecimento. E Sergio Moro? Potencial blockbuster das urnas, Moro seria traço em uma votação no Congresso. Afinal, que colégio eleitoral escolheria seu algoz?
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Fogo amigo
11/11/2016Eunício de Oliveira recebeu o beijo da morte do Planalto. Ele tinha a garantia de que seria o candidato do PMDB à presidência do Senado em 2017. No entanto, com a devida orientação de Michel Temer, todo o partido estaria deslizando para a candidatura de Romero Jucá. É bem verdade que todo esse barulho pode ser por nada. Quem vai mesmo decidir a parada é Sergio Moro.
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Ilustre convidado
13/10/2016João Doria pretende convidar pessoalmente o juiz Sergio Moro para sua cerimônia de posse, em janeiro. Moro, não custa lembrar, já marcou presença nos convescotes empresariais do Grupo Lide, de Doria.
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Bullets
10/10/2016Na esteira do seu enorme prestígio, o juiz Sérgio Moro colocou a Maçonaria na moda. Pelo menos na cidade de Curitiba. Moro é grão-mestre da mística fraternidade. ••• A primeira-dama Marcela Temer vai visitar alguns estados para lançar o “Criança Feliz”. Tudo de forma muito comedida. ••• Clarissa Garotinho, filha do ex-governador Anthony Garotinho, tem lugar assegurado em um eventual governo de Marcelo Crivella no Rio de Janeiro.
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Lula quer apresentar Michel Temer à Lava Jato
16/09/2016O PT tem duas estratégias e um posicionamento definidos para reagir à denúncia do Ministério Público Federal contra Lula. Estes pontos foram exaustivamente debatidos pela cúpula do partido ao longo da tarde de ontem, após o pronunciamento do ex-presidente. Segundo a fonte do RR, assíduo interlocutor do ex-secretário da Presidência da República Gilberto Carvalho, a postura de Lula não será a do candidato de 1989, mas de 2002. Ou seja: indignado, sim, no entanto, até segunda ordem, cordial, bem humorado e disposto ao diálogo. Já as referidas estratégias se cruzam entre si. Uma delas é evitar o confronto aberto com a Lava Jato, mas, ao mesmo tempo, desacreditá-la. Isso significa colocá-la sob suspeição, lançando sobre ela a pecha de parcial e de olhar apenas para um partido ou grupo político. A questão é a sutileza, o ponto da massa antes de tirá-la do forno, coisa em que Lula é perito. Este movimento abrirá caminho para o complemento da tática delineada pelo PT. O partido pretende colocar foco no atual governo, adotando um discurso com o intuito de colar o Ministério Público em Michel Temer e seus colaboradores mais próximos, muitos deles já devidamente carimbados pela Lava Jato. A premissa é que o bombardeio ao atual presidente e sua távola redonda ajudaria a quebrar o protagonismo do PT e do próprio Lula na Operação. Permitiria também o take over do “Fora, Temer”, grudando o slogan das ruas às investigações do “petrolão”. Ao mesmo tempo, jogar foco sobre Temer evitaria que o ex-presidente concentrasse sua munição contra os procuradores de Curitiba. Até porque este está longe de ser o melhor Lula. Quando se dirige ao Ministério Público, ele automaticamente precisa vestir uma camisa de força e tomar todos os cuidados. Ontem, por exemplo, não fez qualquer menção nominal a Deltan Dallagnol, chefe da força tarefa e âncora do espetáculo midiático conduzido na véspera pelo Ministério Público. No PT, há a convicção de que um duelo escancarado não é o caminho mais recomendável. Seria muito desgaste para pouco resultado, tamanho o prestígio de Sergio Moro e seus cruzados junto à opinião pública. Além do mais, até no discurso oficial quem quer abafar a Lava Jato é Temer, Renan, Cunha, Aécio etc. Não Lula. No entanto, talvez o ponto mais sensível seja como Lula deve abordar a palavra que não ousa dizer seu nome. Ontem, em 1h20 de discurso, ele não pronunciou o termo “prisão”. Contudo, quem o psicografa garante que o tema terá a sua vez e Lula, como de hábito, saberá o timing exato de colocá-lo sobre a mesa. Ao citar a questão de viva-voz, ele poderá dizer que sua detenção está decidida há décadas e décadas pelas elites. E que o que está em jogo não é o seu cárcere, mas a prisão de uma causa. Por enquanto, não há pistas sobre quem terá o mando de campo do destino de Lula: o discurso evangelizante dos rapazolas da procuradoria ou o rugido rouco das ruas. A única aposta firme é que a imolação de Lula é uma fagulha com inegável poder de combustão.
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Veredicto
27/07/2016Com o convite a Nelson Jobim para que seja sócio do banco, o BTG acaba de criar mais função para os ex-togados: “Bank cleaning judge”. Não foi feito ainda o valuation do passe do juiz Sérgio Moro, caso ele decida se tornar banqueiro.
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Zero de vestígio
13/06/2016O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, não deixou digitais em sua sala na empresa. Machado carregou o celular e o computador ao sair. Ambos pertenciam à Transpetro. Com o aperto da Lava Jato, os aparelhos lhe foram cobrados. E nada. Reclamados. E nada. Demorou 23 dias para serem devolvidos sem qualquer vestígio que tinham sido usados um dia. Ah, sim, o celular tinha um ligeiro arranhão no visor
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Furnas é candidata a abre-alas do programa de privatizações
9/06/2016Assim como encontrou no “Ordem e Progresso” um slogan para o seu governo, o presidente interino Michel Temer acredita ter achado o emblema do seu programa de privatizações. Furnas deverá ser a escolhida para puxar a fila de estatais ofertadas à iniciativa privada. No entendimento do governo, a subsidiária da Eletrobras tem o “physique du rôle” adequado para inaugurar o processo de desmobilização de ativos da União. Se não tem o porte de uma Caixa Econômica Federal ou, quiçá, de uma Petrobras, nem de longe resvala nas arestas que praticamente inviabilizam qualquer tentativa de venda de dois colossos como estes – no caso da petroleira, então, seria um suicídio político. Ainda que não esteja no top five das estatais, Furnas tem um notório peso no setor elétrico. Responde por um quarto do parque gerador do Sistema Eletrobras, com 10 mil MW de capacidade instalada entre 12 hidrelétricas e duas térmicas. Concentra praticamente um terço da rede de transmissão do grupo, com 23 mil quilômetros de linhas. É bem verdade que o futuro controlador terá a missão de fazer um ajuste na companhia, que vem de recorrentes prejuízos – quase R$ 500 milhões nos últimos dois anos. Em contrapartida, quem comprar a estatal carregará mais de 20% da receita total da Eletrobras, ou algo em torno de R$ 6,5 bilhões ao ano. Por essas razões, o governo interino de Michel Temer está convicto de que Furnas tem o punch necessário não apenas para simbolizar o programa de desestatização, mas, sobretudo, para afiançar ao mercado que ele não é apenas uma “promessa de campanha”. Caberá ao secretário de investimento, Moreira Franco, a missão de clonar o programa de privatizações puro-sangue da era FHC. Aliás, vem de lá a disposição de se desfazer da joia da coroa do Sistema Eletrobras. A ideia surgiu no segundo mandato de Fernando Henrique. Muito antes de Sergio Moro ou de Rodrigo Janot, o então governador Aécio Neves também se manifestava favorável à privatização da empresa. Com modelos diferentes, a alienação de parte do capital de Furnas foi cogitada também nos governos Lula e Dilma. Bem recentemente, o presidente de Furnas, Flávio Decat, executivo de confiança da presidente afastada Dilma Rousseff, reuniuse com representantes sindicais para apresentar uma proposta de abertura de capital da empresa. A ideia era vender até 49% da companhia. A venda do pedaço com a manutenção do controle, no entanto, não interessa a Temer e cia. O secretário de investimentos já disse em boa voz: “Vamos privatizar de verdade e não para fazer cena”.
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Um pacto à luz do dia em nome da democracia
31/05/2016O futuro da democracia brasileira passa, nas próximas semanas, pela antecipação da eleição direta para a Presidência, um pacto entre as principais lideranças políticas e os Poderes da República e a definição sobre a negociação de uma “janela” na Lava Jato para que o pleito possa se dar de forma soberana. A ordem dos fatores altera o produto. O pacto social antecede os demais, pois lubrifica as mudanças constitucionais necessárias e o novo ambiente institucional. O acordão por meio do qual pretende se legitimar as “Diretas Já” é primo distante daquele conspirado por Romero Jucá e Sérgio Machado. É motivado por intenções distintas, pode ser articulado e anunciado à luz do dia e, em vez de ser uma costura entre Eduardo Cunha, Michel Temer, Renan Calheiros et caterva, seria alinhavado, por cima, por Fernando Henrique Cardoso, Lula, Ciro Gomes, Dilma Rousseff, Jaques Wagner, Tasso Jereissati e, acreditem, Aécio Neves, além de empresários de primeira grandeza que voltaram a pensar no Brasil. Os articuladores não acreditam em uma reação de Temer e sua turma, denunciando o “golpe dentro do golpe”, apesar de estarem atentos aos afagos cada vez mais explícitos do presidente interino aos comandantes militares. O professor de Direito Constitucional e suas eminências pardas sabem que a governança do país é extremamente frágil. Um “frentão” juntaria as ruas com a Av. Paulista e mudaria de direção o leme da imprensa. O espinho é o que fazer com a Lava Jato, que, se por um lado, descortinou as tenebrosas transações com a pátria mãe tão distraída, por outro, gangrenou a democracia com a criminalização do futuro. A instituição de uma “janela” na nossa Operazione Mani Pulite seria uma concessão para que as eleições diretas já não se dessem no ambiente de investigações, delações e aceitação de provas forjadas que sancionam a culpa antes mesmo da denúncia. Pensa-se em algo derivado a partir do modelo de anistia com punições razoáveis criado para a repatriação do capital estrangeiro: quem confessa sua irregularidade não é criminalizado, mas paga multa pecuniária. Todos os participantes desse programa de adesão espontânea não teriam seus direitos eleitorais subtraídos inteiramente, mas somente no próximo pleito. A condição para que o próprio infrator confessasse a “malfeitoria de fato” sem ser criminalizado esterilizaria os porões das investigações, nos quais a intimidade do cidadão é devassada e revelada no limite dos seus pensamentos inconfessáveis, que nada têm a ver com qualquer dos delitos aventados. É nesse ponto crucial que surge a importância simbólica de Sérgio Moro em toda essa arrumação. Caberia a ele validar a seguinte mensagem: a Lava Jato não morreu, a Lava Jato entrou em uma nova fase. E não vai ter “golpe” e crime estampado diariamente nas bancas de jornais. Vai ter eleição e vai ter governança.
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Lula sopra para longe a campanha do “Diretas Já”
19/04/2016Diretas já ou em 2018? Esse é o dilema que está dividindo o “Estado Maior” do PT, a começar por Dilma Rousseff e Lula. Apesar do fragoroso baque político, o governo acha que ainda tem fôlego para ressurgir por outro caminho. A presidente, com o apoio do “lulista” Jaques Wagner, defende que se inicie imediatamente a campanha pela antecipação das eleições. Dilma está destroçada e já tinha ensaiado publicamente a proposta antes da votação do impeachment. Nesse caso, o pleito se realizaria em outubro, junto com as eleições municipais. Por essa visão, o ambiente altamente politizado e a expressiva posição de Lula nas pesquisas de intenção de voto favoreceriam a candidatura. Existe também a leitura de que a precipitação da campanha o blindaria contra a Lava Jato. Seria como se a prisão de Lula fosse “um golpe elevado ao quadrado”. O ex-presidente, contudo, parece preferir o conselho de Leonel Brizola: “Mingau quente se come pelas bordas”. Lula acredita que, depois da euforia promovida pelo mercado, pela mídia e pela parcela do Congresso que cobrará de Michel Temer sua prebenda, o preço de ser o salvador da pátria vai custar caro ao atual vice-presidente. O seu cobertor ficará curto: ou deixará os empresários insatisfeitos em suas elevadas expectativas ou os trabalhadores ao relento. Agasalhar a ambos é uma missão difícil, que não se coaduna com o perfil de Temer e de seus aliados e muito menos com o seu programa de governo. Lula também acredita que o discurso do “golpe” vai render mais no longo prazo. Ele pretende retomar as viagens ao exterior, buscando criar uma consciência nessa direção, de fora para dentro do país. Toda essa coreografia, é claro, dependerá do STF ou de Sergio Moro. Temer também pretende fazer suas surpresas. Manterá o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), ainda que com nova composição, e criará um Conselho Superior da República para o qual espera contar com a participação de Fernando Henrique Cardoso. Os programas sociais de menor custo no orçamento e forte impacto inclusivo, a exemplo do Bolsa Família, Pronatec e Fies, não só serão mantidos como também reforçados. Serão a contrapartida da desindexação salarial, da reforma da Previdência e da flexibilização das relações trabalhistas. A novidade das novidades seria uma campanha de governo contra a corrupção, conclamando a todos a ficarem alertas. Com isso, a gestão Temer manteria aceso o espírito do impeachment. Seus compromissos em um futuro governo se entrelaçam desde já: fazer uma administração capaz de apagar o PT da memória e garantir que as eleições se realizem somente em 2018.
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Fator Moro
15/04/2016Ontem à noite, na Câmara dos Deputados, um temor pairava sobre governistas e oposicionistas. Parlamentares se perguntavam se Sergio Moro estaria reservando alguma surpresa para esta sexta-feira, último dia útil antes da votação do impeachment.
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Tira-gosto
14/04/2016No momento em que a Brasil Kirin perde mercado e a Petrópolis cai no copo de Sergio Moro, a alemã Paulaner tenta ganhar espaço no mercado brasileiro. A estratégia da cervejeira passa pela abertura de quiosques em shoppings nas principais capitais do país.
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Camargo Corrêa desfruta com júbilo do elogio da traição
31/03/2016O presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, Victor Hallack, se considera o grande vencedor entre todos os dirigentes da construção pesada envolvidos na Lava Jato. Segundo fonte do RR, em petit comité Hallack não só descarta os planos de venda da empreiteira do grupo, que, chegaram a ser publicamente cogitados, como confidencia que as operações de Sergio Moro deverão resultar em um grande crescimento da companhia no setor. O raciocínio do executivo é o de um fino estrategista. Ele acredita que a delação e o acordo de leniência de primeira hora higienizaram a Camargo Corrêa, distinguindo-a das demais empreiteiras no quesito “reputação”. Palavras textuais de Hallack: “A Camargo Corrêa passou a ter uma posição privilegiada e a sociedade já percebeu isso”. O segundo round é a aposta de que o governo não deixará a engenharia nacional ser soterrada. Em algum momento – e Hallack está convicto de que ele não deverá tardar –, será necessária uma temporada de consolidação de um setor que se encontra praticamente quebrado. Não é difícil prever que o biotônico financeiro vai favorecer a Camargo Corrêa. A primazia nesse processo é o dote pela traição de seus pares. A deduragem inaugural permitirá que a companhia seja a primeira da fila para receber os pagamentos de obras públicas em conclusão. A Camargo Corrêa também poderá se apresentar em novas licitações. Hallack fez tudo de caso pensado. Separou as sócias do grupo do imbróglio e instruiu os principais executivos a abrirem o bico, livrando-se, ele próprio, da ameaça de outras delações – afinal, quem fala primeiro se protege das maldades do segundo. Ao mesmo tempo, criou condições para o fortalecimento da companhia, vendendo ativos que não pertenciam ao core business e blefando ao dizer que passaria à frente a construtora. Com todas essas manobras, trouxe para si a prerrogativa de desqualificar as demais empresas do setor, inclusive ressaltando que elas não têm credibilidade para assinar novos contratos no exterior. Na visão da concorrência, Hallack agiu como Joaquim Silvério dos Reis, usando de um expediente traiçoeiro para fechar o mercado a todas as grandes congêneres. A Camargo Corrêa é uma empresa de grande tradição na engenharia nacional. Tem um portfólio de obras que a qualifica e uma gestão reputada entre as melhores do setor. Não precisava se tornar vencedora aproveitandose do expediente da aleivosia para tripudiar sobre as demais. É uma história de sucesso desavergonhado.
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Boca de urna
31/03/2016A campanha de João Doria nas redes sociais está centrando suas baterias na viralização de fotos do candidato ao lado de Sergio Moro. O juiz não chega a ser um arroz de festa, mas já esteve pelo menos em dois fóruns da Lide, uma espécie de ONG para ricos empreendida pelo tucano. Segundo fonte do RR, está previsto ainda para o primeiro semestre um retorno do magistrado da moda a um evento de Doria
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Ministro Extraordinário do Impeachment
29/03/2016A prerrogativa de arbitrar o timing dos acordos de delação transforma Sergio Moro em uma espécie de “ministro extraordinário do impeachment”. Agora é aguardar se na véspera da votação não vem a divulgação de um novo depoimento ou de algum grampo.
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Impeachment de Dilma lava as mazelas de Temer
22/03/2016Michel Temer reza todos os dias pelo impeachment de Dilma Rousseff. A mudança do Palácio do Jaburu para o Alvorada representa bem mais do que um projeto de poder. Significa também a conquista de um salvo-conduto, ainda que simbólico. Colocar a faixa de Presidente da República seria o mais convincente aceno a Sergio Moro e seus procuradores para que deixassem suas denúncias em banho-maria, pois o país não suportaria outro processo de impedimento. Temer é citado na Lava Jato por uma suposta participação em um esquema de propina vinculado à compra irregular de etanol pela BR Distribuidora. A história de que o vice-presidente recebeu por muitos anos uma mesada informal da estatal já virou lugar-comum, mas essa não seria sua única travessura. Ele teria reinado na Cia. Docas de Santos, uma informação igualmente requentada, não constasse da delação de Delcídio do Amaral. Por meio de sua assessoria, o vice-presidente Michel Temer nega as acusações. Temer está convicto de que a Presidência da República é um antibiótico de largo espectro. Mesmo porque ele deverá se deparar com um quadro bem mais favorável, marcado pelo arrefecimento da crise política e por um Congresso novamente domável. Na economia, ele herdaria um momento de melhorias já contratadas no governo Dilma, em razão do aumento dos investimentos estrangeiros, do crescimento das exportações e da queda da inflação. Com relação à mídia, por sua vez, a expectativa é de um noticiário igualmente mais ameno. Sem a queda de Dilma, entretanto, Temer é candidato a um distúrbio neurovegetativo. Fica difícil imaginar que o vice sairá ileso caso a Lava Jato siga no trilho atual. Segundo o RR apurou, a delação de Delcídio do Amaral avançou muitas jardas em relação às denúncias feitas pelo exdiretor da BR João Augusto Henriques, preso desde setembro – vide RR edição 28/ 9. De acordo com uma fonte, Delcidio revelou em novos depoimentos que Temer teria se beneficiado do esquema da BR por mais de uma década. Os pagamentos teriam se iniciado antes da nomeação de Henriques para a diretoria da estatal e perdurado mesmo após a sua saída do cargo. Ainda segundo o informante do RR, Delcídio informou que os recursos repassados a Temer giravam em torno de R$ 70 mil por mês. A princípio, se comparado aos valores bilionários que caracterizam a Lava Jato, a cifra soa como modesta. Mas, partindo-se da denúncia de que o esquema durou mais de 10 anos, uma conta matemática simples mostra que o vice-presidente teria recebido algo superior a R$ 8 milhões. Ainda segundo a fonte do RR, Temer não seria o único figurão alvejado pela revelação do propinoduto da BR. De acordo com Delcídio, Eduardo Cunha e o então presidente do PMDB em Minas Gerais, o deputado federal Fernando Diniz, já falecido, também se favoreciam do esquema do etanol.
Política
Vidas cruzadas
22/03/2016A título de curiosidade: Sergio Moro não só foi assessor de Rosa Weber em 2012 como, à época, chegou a entrar na Justiça contra a Universidade Federal do Paraná para ajustar sua carga horária de aulas e, assim, poder trabalhar com a ministra no STF. Quatro anos depois, Rosa é a relatora do pedido de habeas corpus do mais famoso dos investigados por Moro.
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Oito cenários à procura da realidade
21/03/2016As fichas estão sendo apostadas no impeachment de Dilma Rousseff e na prisão de Lula. Mas a ambiência institucional e a volatilidade dos fatos suportam as mais variadas hipóteses, algumas indesejáveis e outras até extravagantes. O RR desenhou seus cenários e deu suas respectivas notas. Escolha o seu. Mas não espere encontrar uma opção tranquilizadora. CENÁRIO 1: São cumpridos os ritos do impeachment na Câmara e no Senado, e Dilma Rousseff já está pré-condenada por todos. É possível, bem razoável, que Sergio Moro tenha mais alguma gravação “fortuita” para dar o xeque-mate na presidente. Tudo muito rápido. A esquerda patrocina a ideia do exílio de Dilma. Ela vira uma versão grosseira e mal educada de Zélia Cardoso de Mello. Ficará eternamente lembrada como a pior presidente da República de todos os tempos. Nota AAA CENÁRIO 2: Lula não assume a Casa Civil devido à interpretação condenatória do STF, é preso e, logo a seguir, é sentenciado – no melhor estilo Sergio Moro, a toque de caixa. Pega de 20 a 30 anos de prisão. Algo similar à condenação de Marcelo Odebrecht. A militância do PT desiste de reagir diante do massacre da mídia e da maioria crescente da população, que coloca em dúvida a lisura do ex-presidente. Lula fica engradado e solitário. Esse é o seu pior pesadelo, o do “Esqueceram de mim”. Nota AAa CENÁRIO 3: Lula consegue assumir o ministério. Faz um discurso seminal em horário nobre. Chama todos à militância. Faz anúncios irresistíveis, a exemplo de um programa de recuperação social e econômica. Lula quebra a espinha dorsal da mídia ao usar à exaustão o horário pago de televisão. Falaria por volta de 10 minutos no horário do Jornal Nacional ou no intervalo da novela das 21 horas. O ex-presidente, com esse show off, reduz a animação dos “coxinhas”. Ainda nesse cenário, Dilma surfa no desarmamento dos espíritos patrocinado por Lula. O impeachment é postergado. Lula e Dilma determinam uma devassa fiscal seletiva e um levantamento de todos os passivos trabalhistas e previdenciários de veículos de comunicação escolhidos a dedo. Nota Bbb CENÁRIO 4: Lula é preso. Dedica-se a escrever seus diários. Relata como foi perseguido por Sergio Moro, na lenta transformação do regime em um macarthismo verde e amarelo. Com dois ou três anos de cárcere, vai se tornando um ícone, um Nelson Mandela tupiniquim. Nota BBb CENÁRIO 5: Dilma Rousseff não aguenta a onda e renuncia antes do término da abertura da sessão de impeachment. Lula vence a batalha das liminares no STF e permanece no Gabinete Civil da Presidência. Com um pedido público emocionado de Dilma, segue no cargo mesmo com a renúncia da presidente. Michel Temer assume. Vai governar com Lula. O ex-presidente fica mais à vontade, na medida em que Temer passa a ser investigado no esquema de arbitragem dos preços do etanol na BR Distribuidora e, em segundo plano, do feudo na Companhia Docas de Santos. Nota BBB CENÁRIO 6: O TSE encontra provas do uso da grana do petrolão para o financiamento de campanha da chapa Dilma/Temer. Game over. Lula é preso. Dilma e Temer rolam o despenhadeiro. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, assume a presidência da República, com o compromisso de realizar eleições em 90 dias. Moro alveja Cunha frontalmente. Assume o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, que carrega um portfólio de denúncias de documento falso, peculato e falsidade ideológica. Renan também cai na rede de Moro. Ascende, então, um togado. O presidente do Supremo – Ricardo Lewandowsky ou, a partir de setembro, Carmem Lucia – cai de paraquedas na Presidência da República. A partir de 2017, portanto na segunda metade do mandato, a eleição do presidente se dará por voto indireto. Os atores que sobem no proscênio da envergonhada política nacional, concorrendo no voto direto ou indireto, são Aécio Neves e Nove cenários à procura da realidade Geraldo Alckmin, Eduardo Paes, José Serra, Ciro Gomes, todos sabidamente patos para Sergio Moro. Sim, restam Marina Silva e Jair Bolsonaro. A julgar pela ausência no momento mais crucial da República, Marina trocaria as eleições no Brasil pelas do Tibet. E Bolsonaro, mesmo que concorra conforme as mais rigorosas normas democráticas, será golpe de qualquer maneira. Nota aaa CENÁRIO 7: A tensão cresce no país. A nação corre o risco de se transformar em uma praça de guerra. A primeira bala perdida, um número maior de feridos, um confronto corpo a corpo com as forças da ordem e pronto: terão extraído o magma fumegante que assopraram com convicção. Sangue e porrada na madrugada. Dilma, na condição de comandante em chefe, convoca o Conselho Nacional de Defesa, dentro dos estritos ditames constitucionais. Sentados no Conselho, o ministro da Defesa, os três comandantes militares e o chefe da Casa Civil – Lula or not Lula. Juntos, analisam a exigência de se lançar mão do estado de emergência, instituto cabível na situação citada. Golpe? Nenhum, pois a iniciativa está prevista na Constituição. Na excepcionalidade da circunstância, a ordem tem de ser mantida. As negociações com o Congresso e o Judiciário mudam muito! Nota BB+ CENÁRIO 8: O onipresente Sergio Moro avança no seu projeto de dizimar a classe política e refundar o Brasil. Todas as lideranças estão ameaçadas para valer: Lula e Dilma, é claro, mas também FHC, Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Michel Temer et caterva. Os políticos se reúnem para firmar um pacto, um governo de coalizão nacional, compartilhado entre os partidos. Todos acolhem que esta é a melhor solução não somente para a sobrevivência jurídica, mas para tirar o Brasil do atoleiro. Os líderes acordam que a fórmula para estabilizar a economia brasileira é promover um ajuste relâmpago no estilo Campos-Bulhões. Com o Congresso dominado, é pau na máquina. Nota CCC
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Toma lá, dá cá
18/03/2016Vai sobrar para Minas Gerais. O empreiteiro Sergio Cunha Mendes negocia um acordo de delação premiada. Ressalte-se que o ex-vicepresidente da Mendes Junior já foi condenado por Sergio Moro a 19 anos de prisão. Nos cálculos da Lava Jato, o iminente acordo de leniência com a UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa, deverá render algo em torno de R$ 600 milhões. Procurada pelo RR, a Mendes Junior não comentou o assunto.
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Sergio Moro
17/03/2016Em Brasília, ontem à noite, já se discutia a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal suspender de suas atividades o juiz Sergio Moro pelo vazamento de conversas telefônicas da Presidência da República. A gravação teria de ser enviada primeiramente para o STF, que, então, deliberaria sobre o seu pedido de divulgação.
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Jararaca empurra a Lava Jato no rumo da isenção
7/03/2016Pode ser que a jararaca não vire o jogo ainda, mas o humilhante episódio da condução coercitiva vai corrigir distorções escandalosas no processo de delação premiada. Até agora, Ministério Público e Polícia Federal bons eram aqueles que colhiam depoimento de indícios de ilícitos somente de um setor das arquibancadas, ideologicamente bem definido e representando o agrupamento político mais odiado pelas classes dominantes. Esse agrupamento era invariavelmente associado com o segmento empresarial detentor da pecha de mais corrupto da sociedade pelo fato de ter as incestuosas relações com o Estado desde sempre. Ministério Público e Polícia Federal ruins seriam os que se manifestassem pelo benefício da dúvida para o PT e as empreiteiras que sempre viveram nas franjas de qualquer governo. É possível que tenham surgido condutas condenáveis ou criminalizáveis dessa parceria? É mais do que provável; é certo. Mas é injusto, faccioso, tendencioso que as delações premiadas fiquem circunscritas a um lado só da história. Pois bem, segundo uma fonte do RR, a reação popular à condução coercitiva de Lula tocou fundo nas sinapses do estrategista Sergio Moro. Até agora a batalha pela adesão popular tinha sido ganha. Mas só até agora, ressalte-se. Existem 11 delatores premiados na fila para a beatificada deduragem. A orientação agora é que a entrevista seja giratória, ou seja, o dedo duro terá de acrescentar denúncias novas em outras esferas de interesse, ou seja, fora do “crime em voga”. O delator vai precisar sair da casca e entregar infrações em áreas diversas, personagens diferentes, partidos e grupos ideológicos distintos. Em síntese, terá de fazer justiça, a concepção que Moro vendeu, mas não entregou. O impacto da entrada de Lula em cena, inflado pela humilhação, fragiliza a opção única pelo PT como monopolizador da criminalidade nacional. Avaliaram mal a força do seu carisma. A operação, que era para quebrar a espinha do ex-presidente, ressuscitou sua fibra e a militância do partido. Um desastre de imagem, para um nada de retorno. O RR teve a garantia de que Lula vai bater na tecla dessa descarada predileção do Judiciário por ele e seus companheiros. Os procuradores, por sua vez, não passarão recibo. Para manter o projeto de poder da República de Curitiba, Moro vai trazer à baila a turma de FHC, Sarney e Collor. Aliás, o RR nunca acreditou que o PT fosse uma obsessão dos procuradores. A coroa de espinho da oposição estaria guardada. O foco original no PT era devido à sua condição de poder dominante. Agora, vai sobrar delação para todo mundo. Se não for assim, Moro, ao invés de virar o Zorro, o justiceiro, vira o Tonto, enviesado de corpo inteiro no jogo político. NR: A questão Lula em nada altera a palermice do governo. Dilma Rousseff tem de acertar alguma coisa para pegar uma carona no episódio.
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Fila para o “Lava Jato”
24/02/2016O juiz Sergio Moro tem sido procurado por uma grande editora interessada em comprar os “direitos autorais” da Lava Jato. A concorrência vai fazer fila.
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Quem disse que Lula silenciará com a prisão?
29/01/2016Os corvos mais afamados grasnam estridentes: é uma questão de dias ou semanas a prisão preventiva do ex-presidente Lula. Um tempo longo quando se pensa que ela está decretada há mil anos com base em odiosa discordância ideológica de opositores. Portanto, parece não haver novidade se ele for encarcerado no âmbito da Operação Lava-Jato. Mas há o risco e tensão de que a liturgia da degradação não ocorra em praça pacificada. Existem sérias dúvidas sobre a forma de reação de Lula e a resposta dos movimentos sociais a uma eventual conclamação do ex-presidente. Analistas refinados do cenário político consideram que não haveria por que Lula “deixar barato” um episódio que vem sendo refogado em banho-maria desde o início da Lava-Jato. A única questão rebelde em meio ao oceano de previsibilidade era sobre o timing da prisão: mais próxima ou menos próxima da eleição presidencial. Tudo indica que venceram os moderados, aqueles que previam um risco de maior comoção caso a medida fosse tomada nas cercanias de 2018. Mesmo que o assunto esteja sendo tratado como “estritamente jurídico”, valem as advertências: Lula é um ícone, está em xeque toda a sua história, a prisão será associada a um projeto de assassinato do PT. Pelo menos potencialmente existe uma “nação petista” aguardando ansiosamente a ordem de combate e a própria presidente Dilma se verá obrigada a entrar firme na contenda. A combinação de fatores coloca a “República de Curitiba”, como são chamados os procuradores que gravitam em torno do juiz Sérgio Moro, no cume da sua responsabilidade. A prisão de Lula e os prováveis episódios de aviltamento – vazamentos seletivos, pré-julgamentos na mídia, delações premiadas, encarceramento por tempo indeterminado etc. – atingem o cerne da sucessão política. O ex-presidente Lula tinha na última pesquisa de opinião cerca de 30% dos votos certos na eleição de 2018. Que perca metade, ainda não seria pouca coisa para início de campanha. Tem a memória coletiva a seu favor. Ou não foram tempos de bem-estar para a população a chamada “era Lula”? E ainda que por uma lógica tortuosa conta com a piora do ambiente socioeconômico a seu favor. A lembrança tende a ser: “Com Lula não era assim.” As consequências da prisão seguem longe. Vão para o mesmo saco também o governo e o mercado, cujos interesses se entrelaçam. Dilma vai dispersar, fazer mais oposição do que governar. Ela não é bem o que pode se chamar de petista, mas com Lula engaiolado a Lava-Jato chega à sua sala de estar e reaquece o caldeirão do impeachment. Resumo da ópera: projetos de concessões parados, aumento da aversão ao risco e mais recessão. E o mercado? Bem, as bolsas vão primeiro subir e depois cair, com a antevisão de que o apetite pelo crédito e o consumo cairão, que o dólar dará um salto e que mesmo com os ativos baratos os investidores externos entrarão em sobressalto com a hostilidade política e psicossocial do país. A alternativa a esse estado dos fatos é Lula assumir o silêncio dos cordeiros, o povo ignorar solenemente sua prisão e Dilma dar as costas para o ex-padrinho, desmoralizado e pestilento. Convenhamos que é difícil.
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Mais um processo na conta de Cerveró
22/01/2016Demorou, mas Nestor Cerveró também entrou na linha de tiro do Dodge & Cox, um dos minoritários da Petrobras que tem adotado uma postura mais agressiva contra a empresa na Justiça dos Estados Unidos. O fundo norte-americano, que já processa a estatal, os ex-presidentes José Sergio Gabrielli e Maria das Graças Foster e cinco antigos diretores da companhia, prepara-se para entrar com uma ação contra Cerveró, responsabilizando-o especificamente pelos prejuízos decorrentes da compra de Pasadena. Ele era o diretor internacional da Petrobras quando a empresa fechou a malfadada operação. A Petrobras não comentou o assunto.
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Enxaqueca
12/01/2016Sergio Moro está convicto de que o delator Carlos Alexandre Rocha, ex-funcionário de Alberto Youssef, tem muito a dizer sobre as relações entre José Dirceu e o laboratório farmacêutico EMS, ao qual o ex-ministro prestou consultoria.
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Mendes Júnior
15/12/2015A Mendes Júnior estaria negociando um acordo de leniência com a Justiça. Três dirigentes da empreiteira já foram condenados por Sergio Moro, entre eles Sergio Cunha Mendes, sobrinho de Murilo Mendes, sentenciado a 19 anos e quatro meses de prisão. Procurada, a Mendes Junior não retornou.
Acervo RR
Solitária
25/11/2015Pelo andar da carruagem, em breve Marcelo Odebrecht será o único prisioneiro, no Brasil, “por medida cautelar em caráter excepcional como mecanismo para frear a corrupção sistêmica”. Apud Sergio Moro.
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Solitária
25/11/2015Pelo andar da carruagem, em breve Marcelo Odebrecht será o único prisioneiro, no Brasil, “por medida cautelar em caráter excepcional como mecanismo para frear a corrupção sistêmica”. Apud Sergio Moro.
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Okinawa é um sushi de Pasadena no estômago da Petrobras
5/11/2015O Conselho de Administração da Petrobras vive um dilema: divulgar a extensão da lambança feita com a compra da refinaria de Okinawa ou esperar que TCU, Ministério Público, Polícia Federal etc. prossigam seu trabalho de higienização da companhia com seu estilo espetaculoso? Todos sabem, na estatal, que a refinaria asiática é um carryover da gestão de José Sergio Gabrielli, do pantagruelismo corrupto de Nestor Cerveró e da omissão de Maria das Graças Foster, para resumir a história. O Conselho tem o caso todo mapeado e conhece de cor e salteado os prejuízos, malversações e resumos propositalmente incipientes do projeto. Uma opção é divulgar sua versão antes que a cavalaria de Sérgio Moro entre em campo, com o apoio dos órgãos de fiscalização e prisão. Imagine, entretanto, como tal notí- cia, vinda do esquadrão da justiça, vai contaminar a imagem da companhia, quando se esperava que ela tivesse construído uma compliance wall separando as bandalheiras de ontem da assepsia de hoje. E como explicar que o passado não tem um pé no presente? A ilha de Okinawa está localizada a 1.500 km de Tóquio. A participação de 87,5% do estorvo que ela abriga foi comprada da Nansei, em 2007, por US$ 52 milhões. Três anos depois, a Petrobras pagou mais US$ 29 milhões à Sumitomo para ficar com os 12,5% restantes. Em março deste ano, a estatal anunciou a intenção de desativar a unidade, uma forma também de sepultar a arqueologia de equívocos do empreendimento. No entanto, o custo de retirada está orçado em aproximadamente US$ 130 milhões, montante que só multiplicará a contabilidade negativa. A companhia investiu ainda US$ 111 milhões – e só não gastou mais porque os meliantes foram descobertos. Apesar da dinheirama, a unidade trabalha com 40% da sua capacidade de 100 mil barris. O retorno do investimento exige aporte de bilhão. A associação com Pasadena é inevitável. Para o Conselho, ficam as batatas de decidir como as entranhas dessa Pearl Harbor petroquímica serão divulgadas. De qualquer forma, para prejuízo da companhia.
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O réu perpétuo e o vampiro de Curitiba
22/10/2015Marcelo Odebrecht deve representar um perigo horrível: o risco de se escafeder para os confins do mundo, levando consigo a caixa de Pandora do Lava Jato. Se vacilar, Sérgio Moro vai evoluir dessa versão tupiniquim de Guantánamo para o panóptico, do filósofo Jeremy Benthan. Esta última geringonça era um idealizado cárcere, transparente e permanentemente vigiado de forma que o presidiário não tivesse privacidade sequer para piscar os olhos – ou fazer suas necessidades. A prisão preventiva do empresário, que não admite a presunção de inocência a despeito das provas incitarem mais dúvidas do que confirmações, é fundamentada nos cuidados para que Marcelo não “dê sinais capazes de colocar em risco a investigação”. Como os computadores, celulares e arquivos do empreiteiro já foram varridos, a preocupação deve ser com métodos incomuns, tipo batucar com o lápis em algum bloquinho, que pode muito bem ser interpretado como código morse. Por esses critérios, Marcelo pode ficar preso até ao fim da vida, basta não ter cometido ilicitude e, por uma questão de hombridade, recusar-se a confessar o crime que não cometeu. Bem, pelo menos Moro deu uma aliviada e, graças a uma determinação do STF, excluiu o “risco a ordem pública” como justificativa para a permanência do réu na prisão. Se Moro tirasse aquela camisa preta para higienizar o pensamento, talvez chegasse à conclusão de que deixar Marcelo Odebrecht obrar seria mais vantajoso para o país do que tratá- lo como Dillinger. Era capaz de ele já ter colocado mais de 1% do PIB nos canteiros de obras do Brasil.
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Vai ter rabanada no Natal de Dilma Rousseff
6/10/2015O Natal de Dilma Rousseff deverá surpreender a ela própria. Graças a uma imprevista combinação de fatos – alguns criados pelo próprio governo e outros surgidos praticamente por combustão espontânea –, a presidente deverá tirar uma folga da crise que a vem afogando desde o início do segundo mandato. No território político, o acordão com o PMDB e a consequente abdução do Congresso – por mais que não se saiba ao certo quem capturou quem – aumentaram suas chances de sobrevivência. Na noite da última quinta-feira, enquanto Dilma dava a definitiva demão de tinta na reforma ministerial, um cada vez mais fragilizado Eduardo Cunha – aliás, um raro “presente” de Sergio Moro para o Planalto – arquivava outros dois pedidos de impeachment. O arresto do Legislativo se dá em um momento crucial também pela iminente reprovação das contas de Dilma em 2014. Se o troca-troca ministerial foi o “toma lá”, o governo espera que o Congresso e, em especial, a bancada do PMDB saibam retribuir com o “dá cá” ao apreciar o parecer do TCU. O mesmo se aplica à votação das medidas para o ajuste fiscal. As propostas fundamentais para o reordenamento das contas públicas, como a CPMF, a repatriação de recursos e o adiamento do reajuste de servidores, dependem dos parlamentares. Para os brindes de fim de ano serem feitos antecipadamente, fica faltando só o encerramento do processo no TSE, previsto para esta terça-feira. Há pontos de descompressão, digamos assim, involuntários, que passam ao largo de ações deliberadas do governo. Antes mesmo que o eventual desanuviamento do ambiente político se espraiasse pela economia, a crise engendrou seu próprio ajuste parcial. Quanto maior a crueldade do binômio desemprego/queda do salário real, maior a blindagem da inflação ao pass through do câmbio. A própria disparada do câmbio foi mal que veio para o bem. A balança comercial projeta superávits cada vez maiores, com o aumento das exportações e a substituição de importações. De quebra, o câmbio tem promovido uma arrumada dos estoques das empresas, principalmente na indústria. Previsões indicam aumento nas vendas natalinas do comércio de até 2% em relação a 2014, o que há pouco tempo não era esperado. O agrobusiness continua bombando. E o desemprego, que deu um salto de cerca de um ponto percentual em um único mês, deve ser amainado pelo presente da maior absorção de mão de obra que Noel traz todos os anos para os trabalhadores. Ressalte-se que estes fatos somados trazem a expectativa de um alívio apenas para o curtíssimo prazo. Os tijolos que Dilma Rousseff conseguiu juntar não permitem a construção de uma ponte muito longa. O Natal da presidente está salvo? Hoje é uma aposta razoável, não obstante a impressionante volatilidade que caracteriza o atual governo. Mas do Dia de Reis para a frente, tudo é incógnita. A agenda para 2016 é sombria: todas as projeções para a economia dão o ano como perdido, a começar pela expectativa de uma queda do PIB de 1% – sobre uma redução prevista de 2,8% em 2015 –, aumento do déficit nominal, aumento da relação dívida bruta/PIB de 2,5%, expansão do desemprego, queda da renda e do salário real, mais impostos etc. Mas mesmo nesse oxigenado interstício que vai de agora até o Natal, não se pode desprezar a notória capacidade de autossabotagem da própria presidente da República. Dilma está sempre pronta para colocar mais um bode na sala de cada brasileiro. Mesmo que seja no período de festas.
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Grão-meritíssimo
28/07/2015O juiz Sergio Moro tem recebido forte apoio da Maçonaria. Ele foi homenageado pelo Movimento Brasil Livre, da fraternidade. Entre os maçons, o Grão-Mestre Geral Adjunto do Grande Oriente do Brasil, Barbosa Nunes, é o seu grande entusiasta.
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Sucessão em Jari
24/07/2015Sergio Amoroso cansou do duplo chapéu de controlador e presidente do Grupo Jari. Nomeou o executivo Patrick Nogueira como novo CEO da divisão de celulose – informação confirmada pela própria empresa. Caberá a Nogueira a missão de tirar a operação do vermelho. Muitos já tentaram e ficaram pelo caminho.
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Medo e júbilo frente à convicção absolutista da Lei
23/07/2015Marcelo Odebrecht encontra- se em uma situação difícil. Sua detenção foi transformada em símbolo da virilidade da Lei. Sua condenação é o emblema de uma nova orquestração entre poderes. Os que o defendem são acusados de acólitos do ancien régime, do peculato e da corrupção. Muito antes da Lava Jato se transformar no atual espetáculo, Marcelo Odebrecht vinha sendo caçado como exemplo dos “novos tempos”. Pode-se afirmar que a 14ª fase da Lava Jato já estava identificada na primeira investigação. O sistema, digamos assim, deixou bem claro que a operação soaria como uma derrota se o empresário não perfilasse entre os indiciados. Marcelo teria de ser o troféu, a cabeça do leão empalhada e pendurada na carceragem da PF, em Curitiba. A situação é kafkiana, pois se tornou uma afronta levantar um testemunho favorável ao empresário. Não bastasse a circunstância de antagonismo criada pelo Ministério Público, onde Lei e Justiça ocupam, cada uma, seu próprio galho, está encravado no imaginário nacional que as empreiteiras são o ícone da corrupção nacional. E a Odebrecht é a maior delas. Imagine uma corporação que representa um dos braços do departamento de Estado, onipresente na construção da infraestrutura, participante da defesa nacional e gigante da indústria em parceria com a maior empresa estatal. à‰ difícil conceber que os diálogos fossem monásticos no convento das reuniões de trabalho e negociações contratuais. Eram reais, crus, nus, com seus vícios de origem, e não permanentes acordos de corrupção mefistofélica. Qualquer conversa perscrutada em sua intimidade é passível de suspeição, até mesmo pela excessiva liberdade que a privacidade suporta. E, no novo regime, in dubio pró-acusador. Duvida-se que, confiscado o computador do juiz Sérgio Moro, não fosse encontrada qualquer frase passível de ser interpretada como desabonadora da sua conduta. O que se vê é a Polícia Federal fazendo uma impressionante exegese no conteúdo de bilhetes e recados da correspondência pessoal de Marcelo Odebrecht. Fora o exercício público de criptografia, temos as principais acusações, e elas são no mínimo controversas. O suposto pagamento de propina da Braskem a funcionário da Petrobras, com objetivo de reduzir o valor da nafta em contrato de longo prazo, não encontra sustentação na realidade – se alguém pagou, não levou, conforme demonstram as séries temporais dos preços do combustível. E a criminalização das pretensamente promíscuas viagens do ex-presidente Lula para defender a exportação de serviços fere o raciocínio lógico. Defender a exportação de serviços do Brasil em qualquer cantão do estrangeiro sem defender o interesse da Odebrecht é uma equação impossível. Mas, mexe e remexe, algum deslize Marcelo terá cometido. Já não interessa mais o tamanho do delito, tampouco a prioridade da Nação. O ofídio do monergismo deixa seu rastro de prepotência na consciência do país. Estamos todos vingados?
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Lava Jato do B
6/07/2015Sergio Moro quer ouvir novamente os ex-executivos da Camargo Corrêa Dalton Avancini e Eduardo Leite. Está convicto de que a dupla dinâmica tem muito mais a dizer, especialmente sobre os contratos da empreiteira no setor elétrico.
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Empreiteiras precisam de garantia para as concessões
3/07/2015As maiores empresas de construção pesada do país estariam se articulando para levar ao governo uma reivindicação que pode ser decisiva para o êxito ou não do novo programa de concessões. Segundo fonte de uma das empreiteiras, é necessário um instrumento legal e definitivo capaz de separar as companhias da interdição de seus controladores e gestores, medida que revogaria os óbices para a participação nos próximos leilões de infraestrutura. A alegação é que a falta de uma garantia firme praticamente inviabilizará sua presença nas licitações. Nas atuais circunstâncias, as empresas de construção pesada terão notórias dificuldades para obter financiamento e atrair investidores para os consórcios. Afinal, quem vai apostar em um cavalo sub judice ou com o risco de ser alvejado por alguma delação? Ainda não há uma definição da figura jurídica que poderá fundamentar tal decisão. O certo é que se trata de uma negociação complexa, tanto do ponto de vista político quanto legal, que terá de passar por diversas esferas, como Poder Executivo, notadamente o Ministério da Justiça e a Casa Civil, Ministério Público e Judiciário. Imagina-se que o próprio governo tenha o maior interesse na matéria. Difícil que o novo programa de concessões saia do chão sem a participação de Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e de boa parte das 300 grandes e médias empresas de construção pesada no Brasil. Onde o governo vai encontrar investidores dispostos a desembolsar quase R$ 200 bilhões em 15 concessões rodoviárias, 11 aeroportos, cinco ferrovias e 45 terminais portuários? As empreiteiras estão num voo a s cegas. Até o momento, sua participação no programa de concessões tem sido objeto de declarações assimétricas ou mesmo dúbias. Recentemente, o juiz Sergio Moro disse que as empreiteiras citadas no escândalo não estão proibidas de firmar contratos com a administração pública, mas – sublinhe-se o “mas” – falou também que o futuro plano de concessões pode ser uma nova fonte de corrupção para as construtoras reincidirem em crimes. Uma frase como esta não passa despercebida a bancos, agências de fomento, empresas de classificação de risco ou investidores internacionais. Quando confrontado com as declarações de Moro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, limitou-se a dizer, com certa timidez, que era “descabido” lançar suspeitas sobre o plano de concessões. Pouco, muito pouco. Mesmo porque, segundo notícias na mídia, o próprio Moro chegou a considerar que, no caso da Odebrecht, o ideal seria a suspensão de todos os contratos e atividades da construtora. O risco é que a declaração indique o embrião de uma jurisprudência. Qualquer restrição a presença das grandes e médias empreiteiras nos próximos leilões é interferir diretamente no futuro destas companhias. Investir em infraestrutura é um processo em cadeia: novos projetos aumentam a curva de retorno dos empreendimentos já em curso graças a captura de sinergias. Portanto, caso as construtoras venham a ser impedidas de entrar nos novos leilões, tal restrição terá impacto na performance de concessões das quais elas já participam. Ou seja: cassar o porvir das empresas de construção pesada também significa alijar o seu presente e o seu passado.
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Lava Jato resfria o programa nuclear brasileiro
29/06/2015A Lava Jato empobreceu também o urânio brasileiro. O desenfreado cerco a s grandes empreiteiras praticamente paralisou o programa nuclear nacional. Que o diga a russa Rosatom, virtual parceira do governo brasileiro para a instalação de novas usinas atômicas. Nem mesmo as boas relações entre Dilma Rousseff e Vladimir Putin e os seguidos acordos bilaterais entre os dois países resistiram ao juiz Sergio Moro. A aliança entre a Rosatom e a Camargo Corrêa, que já haviam assinado um memorando de entendimentos para investimentos na área nuclear, desintegrou- se. Forçada pelas circunstâncias, a construtora cancelou qualquer novo projeto no setor. Desde então, os russos seguem em busca de um nome para ocupar o vazio deixado pela Camargo Corrêa, de preferência também uma grande empreiteira – afinal, que outro setor no Brasil tem tamanha familiaridade com o negócio? Praticamente todas as construtoras do primeiro time criaram uma área de defesa e segurança: a Odebrecht, por exemplo, participa do projeto de montagem do primeiro submarino nuclear brasileiro. Neste momento, no entanto, é mais fácil os russos acharem cé sio 137 sob o asfalto da Rua das Flores, em Curitiba, do que encontrar uma grande construtora que não tenha sido atingida pela radioatividade do petrolão. Uma coisa puxa a outra. Nos últimos meses, as conversações entre a Rosatom e o governo brasileiro esfriaram consideravelmente. Havia a expectativa de que a própria presidente Dilma Rousseff fizesse uma viagem a Rússia no mês de maio, quando se encontraria com Vladimir Putin para dar continuidade ao projeto. No entanto, a visita não se confirmou. Ruim para a Rosatom, que apostou um monte de fichas no programa nuclear brasileiro. A companhia instalou uma subsidiária no país, a Rusatom Overseas Network, montou uma representação no Rio de Janeiro e designou um de seus mais promissores executivos para comandar os sete funcionários locais, Ivan Dybov. Muito barulho por nada. Por ora, a Rosatom fechou apenas um contrato com a Comissão Nacional de Energia Nuclear para o fornecimento de molibdênio-99, usado na medicina nuclear.
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Ninguém escapará ao cárcere do Google
26/06/2015Agora não há mais dúvida: foi o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, quem carimbou Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo como participantes do cartel das empreiteiras. Recaem suspeitas sobre as condições em que Pessoa fez a delação dos dois potentados, de todas a mais tardia. O presidente da moribunda UTC sempre foi um sujeito extremamente alegre, tabagista extremado, contador de piadas, amante do excesso. Sujeito a s penitências do encarceramento na Guantánamo versão Lava Jato, imposto pelo juiz Sergio Moro, Pessoa foi quebrado na sua mais aguerrida resistência – que, diga-se de passagem, já não era muita. Provavelmente daria declarações em outras circunstâncias impensáveis para se livrar da prisão. Mas há quem diga que havia uma certa animosidade, tanto do lado de Ricardo Pessoa quanto de Marcelo Odebrecht, rusga decorrente de disputa pela contratação de serviços da Petrobras. O curioso é que grande parte das brigas entre empreiteiras nas licitações da estatal se devia aos bids que levavam a preços vis, muitas vezes incapazes de sustentar a obra sem o prejuízo nas contas do vencedor. A Mendes Jr. era uma das campeãs em colocar os preços abaixo do nível morto. A UTC, volta e meia, ia pelo mesmo caminho (isso é cartel?). Se a bronca com Marcelo Odebrecht pode ter guiado o dedo duro premiado de Ricardo Pessoa, desconhece-se motivação extra-autos para a prisão de Otávio Azevedo, uma espécie de embaixador da boa vizinhança no setor. Não é nem muito claro o conteúdo da denúncia contra ele. Azevedo era mais gestor da operação de telefonia da Andrade Gutierrez do que pertencente a infantaria puro-sangue dos empreiteiros. Mesmo porque foi no setor de telecomunicações que ele construiu a maior parte de sua trajetória, notadamente como executivo da Telemig e da Telebrás. Bem, que a Justiça dê o seu veredicto, investigue e mostre resultados convincentes, sabendo-se, de antemão, que, pelas sequelas da sua genética processual, os indiciados já sofreram uma irreparável condenação. Não se livram nunca mais de milhões e milhões de páginas no Google, que serão lidas pelo mundo afora e por muitas das suas gerações.
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Fala, Cerveró!
20/04/2015Nestor Cerveró deverá prestar novo depoimento a Justiça na primeira quinzena de maio. O juiz Sergio Moro está convicto de que Cerveró pode e deve dizer bem mais do que já falou até agora.
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Os dirigentes da Alstom rezam todas as noite
26/03/2015Os dirigentes da Alstom rezam todas as noites para Sergio Moro. A Lava Jato transformou o escândalo dos trens em São Paulo em nota de rodapé no noticiário.
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A propina mais masoquista do mundo
25/03/2015Os indiciados na Lava Jato, que penaram as privações da Guantánamo curitibana, já disseram com todas as letras aos seus defensores constituídos: “A primeira pergunta era sempre a mesma: “O que temos de informações contra a Odebrecht?”. Os intocáveis de Sergio Moro foram bater no grupo baiano por uma via oblíqua, a Braskem, por meio de uma denúncia enviesada, que envolve a empresa e sua sócia Petrobras. Seria o único caso do “petrolão” em que não há prestação de serviços. A delação parece sem pé nem cabeça. A Braskem, conforme o relato fiel da lavação a jato, estaria pagando propina para a estatal prejudicá-la com contratos draconianos de fornecimento da nafta. Basta olhar o histórico dos preços. A Braskem sempre sofreu nas negociações para a garantia do combustível. Até agora, é o maior non sense da Lava Jato.
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O que se diz nos corredores da Lava Jato
5/03/2015O que se diz nos corredores da Lava Jato é que o juiz Sergio Moro deverá marcar um novo depoimento do empresário Augusto Mendonça, da Toyo Setal, ainda para este mês.
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Jari, de novo…
7/01/2015A lista de tentativas do empresário Sergio Amoroso de encontrar um sócio para a Jari Celulose vai de A a Z. De um lado, a Aditya Birla, um dos maiores produtores mundiais de celulose solúvel; do outro, a família Zogbi, antiga dona da Ripasa, que, desde o ano passado, ensaia seu retorno ao setor.
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Jari produz futuras páginas com a celulose da Rayonier
19/02/2014Cerca de cinco mil quilômetros separam a velha Jari Celulose da nova Jari Celulose. Pelo menos é o que espera o empresário Sergio Amoroso, controlador da companhia. Esta é a distância entre o Pará e a cidade de Jacksonville, na Flórida, sede da Rayonier. O grupo norteamericano estaria negociando a compra de uma participação de até 50% no capital da Jari. A operação é fundamental para o próprio futuro da épica companhia idealizada por Daniel Ludwig. A associação com a Rayonier permitiria a Sergio Amoroso levar adiante o projeto de conversão da fábrica de Monte Dourado (PA), substituindo a produção de celulose de eucalipto por celulose solúvel. Segundo fontes próximas a Jari, a negociação com os norte-americanos pode injetar cerca de R$ 300 milhões na companhia. O valor equivale a aproximadamente 60% dos custos estimados para a conversão da fábrica paraense, em torno de R$ 550 milhões. O restante dos recursos já está garantido por meio de um financiamento do BNDES. Procurada pelo RR, a Jari Celulose negou a venda das ações. Do ponto de vista geoeconômico, a associação com a Jari é um movimento estratégico para a Rayonier. O grupo norte-americano vai fincar bandeira em um território dominado por uma de suas maiores concorrentes internacionais: a indonésia Sateri Holdings. Os asiáticos são donos da Bahia Specialty Cellulose (BSC), única produtora de celulose solúvel de toda a América Latina. A Rayonier tem forte dificuldade em romper a primazia da BSC e colocar seu produto nos países latino-americanos. Com uma cabeça de ponte no Brasil, espera tirar essa desvantagem. A história da Jari é recheada de altos (raros) e baixos (quase constantes). No momento, a empresa se encontra num destes vales. A fábrica está desativada desde o início de 2013. O Grupo Orsa, de Sergio Amoroso, sucumbiu diante da baixa rentabilidade e dos altos custos operacionais, inflados, sobretudo, pela dificuldade de conseguir na região madeira de eucalipto com idade suficiente para a fabricação de celulose. Não obstante também ser obtido a partir de fibras de madeira, a celulose solúvel tem um custo de produção inferior ao da convencional. O projeto do Grupo Orsa prevê a fabricação de 240 mil toneladas no primeiro ano, volume que chegaria aos 300 mil ao longo dos 12 meses seguintes – prazo este que pode vir a ser abreviado em razão da demanda do mercado e, principalmente, do apetite da Rayonier.
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Jari, sempre Jari
26/09/2013A reestruturação da Jari Celulose está fazendo Sergio Amoroso, dono do Grupo Orsa, perder os raríssimos fios de cabelo que ainda possui. O início da produção de celulose solúvel, previsto para o primeiro trimestre de 2014, deverá atrasar pelo menos seis meses. O pior é que até lá a empresa já terá suspendido a fabricação de celulose de eucalipto. Ou seja: nada em uma das mãos, nada na outra.
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Papel passado
28/11/2012A joint venture acertada entre as duas empresas na área de embalagens seria só a primeira página. O empresário Sergio Amoroso estaria tentando arrastar a International Paper para o capital da Jari Celulose.
Acervo RR
Atraso da Nextel vai para a conta de Sergio Chaia
30/07/2012As moiras, divindades gregas cegas que tecem o destino dos homens, já têm definido o desfecho para a crise que assola o alto-comando da Nextel. A conta do insucesso da operadora no Brasil vai para o presidente, Sergio Chaia, que, desde o mês passado, tornou-se figurinha fácil no catálogo de pomposos head hunters. A matriz não quer fazer da virtual saída de Chaia uma demonstração gritante de inépcia, o que atingiria a empresa por associação. Portanto, é possível que seja criado algum vínculo entre ele e a companhia. Mas para quem é do ramo ou trabalha na Nextel não há dúvida de que os erros estratégicos na implantação da rede 3G – projeto de US$ 2,5 bilhões – têm as digitais dos dez dedos de Chaia. O maior desacerto do executivo foi uma explosiva combinação de atraso no cronograma original do serviço, inicialmente previsto para este trimestre, com o envio de informações a matriz que mais confundiam do que elucidavam. No início do ano, chegou a bomba no quartelgeneral do Grupo Sprint Nextel, controladora da empresa: a subsidiária brasileira tinha empurrado o prazo para o fim de 2012, data que os próprios funcionários da companhia sabem ser praticamente inexequível. Quem observa de fora do mundo corporativo acha que é pura ficção que omissões, ações enevoadas e informações artificiais possam ocorrer em grandes grupos. Afinal, existem princípios de governança, práticas avançadas de gestão, auditores independentes e todas as exigências inerentes a s companhias abertas. Mas quem vive por dentro sabe que não é bem assim que gira a lusitana. No caso da Nextel, segundo fonte muito bem informada do setor de telecomunicações, a previsão para o início da operação de 3G é março de 2013. Ou seja: seis meses de atraso em relação ao cronograma original. Chaia teria tentado terceirizar a batata quente. A culpa não seria sua, mas da Huawei, responsável pelo fornecimento de equipamentos e montagem da rede 3G. Colou por algum tempo, até ficar claro que os chineses tinham comunicado havia um bom tempo as dificuldades burocráticas para desembaraçar e internalizar os produtos fabricados na asia. Coincidentemente, essa informação também demorou a chegar no Hemisfério Norte. O fato é que o adiamento do projeto da rede 3G teve o impacto de um transatlântico chocando-se contra um rochedo no plano estratégico da Nextel. Enquanto a empresa pena para instalar sua rede no país, as quatro grandes operadoras de telefonia celular já trabalham na montagem da estrutura de 4G. Chaia não deixa marcas indeléveis somente junto a seus patrões. Caso se confirme sua saída da presidência, também os colaboradores da empresa se despedirão sem prenúncio de saudade. O executivo ficou conhecido por se encastelar junto a um grupo elitizado, que se julga credor da companhia pela sua competência ímpar. Chaia certamente era quem mais acreditava nisso. Tanto que procurou misturar ao máximo sua identidade pessoal com a da Nextel no Brasil, adicionando seu valor e charme únicos. Nos últimos meses, porém, o executivo praticamente emudeceu. Reduziu sua exposição nas revistas de celebridades e nos convescotes empresariais que espocam aqui e ali pelo país. Sinal de que alguma moura já lhe soprou aos ouvidos o vento gélido da tragédia decretada pela matriz. Procurada, a Nextel informou que “não comenta rumores de mercado”. Já a Huawei informou que não se pronuncia a respeito de assuntos relacionados aos seus clientes.
Acervo RR
Jari Celulose abre as portas para um sócio da China
29/02/2012Mais de quatro décadas após a ousada – e malsucedida – ideia de Daniel Ludwig, o sinuoso Projeto Jari está prestes a fazer outra de suas tantas curvas. Sergio Amoroso, presidente do Grupo Orsa e controlador da Jari Celulose, prepara a venda de parte do capital da empresa. O principal candidato é a April SSYMB, uma das maiores produtoras de celulose da China. Desde o fim do ano passado, Amoroso já teria ido duas vezes a sede da empresa em Rizhao, na província de Shandong. Sua ideia é vender 50% do capital da Jari Celulose, passando a dividir o controle da operação com os chineses. Segundo uma fonte que acompanha as negociações, Amoroso também compartilhará a administração da empresa com os chineses, permanecendo a frente da gestão executiva. Um acordo de acionistas garantirá a April SSYMB a indicação de diretores da Jari Celulose. A associação com a April SSYMV é vista pelo empresário como a oportunidade de tirar da gaveta o projeto de construção de uma fábrica de fibra de celulose, com capacidade de produção de 1,5 milhão de tonelada ao ano. O investimento está orçado em US$ 400 milhões. Procurado pelo RR, o Grupo Orsa negou a operação. Amoroso tem a seu favor o forte interesse da April SSYMB de fincar sua bandeira no Brasil. O grupo trata este movimento como estratégico, sobretudo no que diz respeito a garantia de suprimento de matéria-prima. O país é um dos três maiores fornecedores de celulose para a China. As negociações entre a Orsa e a empresa asiática passaram por alguns gargalos. Inicialmente, os chineses queriam ter o controle da Jari, mas já cederam neste ponto. De acordo com a mesma fonte, a Orsa Florestal, subsidiária do grupo responsável por uma área de 800 mil hectares de reservas na Amazônia, também deverá entrar no negócio. Não é de hoje que Sergio Amoroso procura um sócio para Jari. Mas antes de sair em um busca de um parceiro, precisou arrumar a casa, leia-se, notadamente, o equacionamento da dívida da empresa, que já passava dos US$ 400 milhões. Jari produz por ano cerca de 350 mil toneladas, sendo responsável por quase 30% do faturamento do Grupo Orsa.
Acervo RR
Orsa e Nobrecel dão entrada nos papéis
19/01/2011Novos capítulos estão prestes a ser adicionados a interminável saga de Jari, iniciada há mais de 30 anos pelo norte-americano Daniel Ludwig. O empresário Sergio Amoroso, do Grupo Orsa, atual controlador da fabricante de celulose, estaria negociando a fusão da empresa com a Nobrecel. Esta última é controlada pela família De Zorzi e tem fábrica em Pindamonhangaba (SP). A associação daria origem a uma empresa com produção superior a 450 mil toneladas de celulose ao ano. A nova companhia teria ainda maior poder de fogo, em razão da produção integrada de celulose e papel. Neste último segmento, a Nobrecel fabrica a linha Ripax. O eventual acordo deve ser visto como uma tentativa de sobrevivência de parte a parte. É uma maneira de as duas empresas manterem ao menos um cantinho em um mercado dominado por grandes grupos e por escalas cada vez maiores. Embora distante do colosso idealizado por Daniel Ludwig, Jari ainda tem números um pouco mais robustos. É responsável por 6% da produção nacional de celulose. Tem no seu costado um grupo, o Orsa, com faturamento anual na casa de R$ 1,5 bilhão. Já a Nobrecel tem indicadores mais modestos. Produz menos de cem mil toneladas de celulose por ano e tem uma receita em torno de R$ 280 milhões. Além disso, a empresa ainda se recupera de um baque financeiro relativamente recente. Há quatro anos, entre outros problemas, precisou aderir ao Refis federal e paulista para honrar seus compromissos fiscais.
Acervo RR
OAS & Petrobras
8/07/2010O empreiteiro Cesar Mata Pires, dono da OAS, está no maior xodó com o presidente da Petrobras, o conterrâneo José Sergio Gabrielli. O namoro deve dar casamento em uma das refinarias que serão construídas pela estatal.
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OAS & Petrobras
8/07/2010O empreiteiro Cesar Mata Pires, dono da OAS, está no maior xodó com o presidente da Petrobras, o conterrâneo José Sergio Gabrielli. O namoro deve dar casamento em uma das refinarias que serão construídas pela estatal.
Acervo RR
Grupo Orsa
7/06/2010O empresário Sergio Amoroso, dono do Grupo Orsa e da Jari Celulose, vem mantendo conversações com um fundo administrado pelo Santander/ABN Amro. Em pauta, investimentos na produção de madeira na Amazônia. O fundo tem cerca de US$ 250 milhões para investir no Brasil.