Weg investe sob a batuta do novo velho presidente

  • 10/08/2010
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Afinal, quem comanda a gestão executiva da Weg Motores: o presidente, Harry Schmelzer Jr., ou o nº 1 do Conselho de Administração e acionista da empresa, Décio da Silva? Entre os próprios diretores da empresa, Schmelzer passou a ser visto como uma figura decorativa. O novo plano de investimentos internacionais da Weg, recém-aprovado, reforça o seu isolamento. Segundo uma fonte próxima aos fundadores da empresa ? Werner Voigt e Eggon da Silva, este último pai de Décio da Silva ?, o executivo foi alijado das discussões internas que culminaram na nova estratégia. Todos os projetos levam a assinatura de Décio da Silva, que ocupou a presidência executiva por 18 anos e desde 2008 está a  frente do Conselho. A segregação de Schmelzer envolve não apenas a elaboração, mas também a execução dos projetos. Silva vem comandando pessoalmente as negociações para a compra de ativos no exterior, empurrando Schmelzer para uma posição de coadjuvante. Assim teria sido na recente aquisição de 51% da sul-africana Zest Group e de 50% da fabricante de transformadores mexicana Voltran. Procurada pelo RR – Negócios & Finanças, a Weg garantiu que Schmelzer está diretamente envolvido nas aquisições internacionais da companhia. Funcionário de carreira da Weg, Schmelzer sempre teve uma boa relação com os acionistas majoritários e seus herdeiros. No entanto, de acordo com a mesma fonte, o modo como o novo planejamento estratégico foi elaborado reflete a insatisfação dos acionistas com a gestão de Schmelzer, sobretudo durante a crise de 2008. Desde então, Schmelzer tem passado por um processo de esvaziamento, que se acentuou com as mudanças na diretoria da companhia feitas no início do ano ? ver RR ? Negócios & Finanças edição nº 3.853. Décio da Silva assinaria não apenas as novas aquisições como também os planos da empresa de retomar a construção de fábricas no exterior. Além da planta já anunciada para a andia, a empresa pretende entrar na Rússia e Turquia. Mira também o Oriente Médio, de onde a Weg pretende atingir também o mercado asiático. O investimento previsto passa dos R$ 500 milhões, número que sobe para R$ 700 milhões se contabilizados também os projetos de expansão no Brasil. É praticamente a soma do que a companhia desembolsou nos últimos dois anos: R$ 750 milhões.

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