PDG é uma empresa em desconstrução ou reconstrução?

  • 30/07/2015
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A PDG pode trocar de dono, trazer novos acionistas ou encolher radicalmente. Todas essas hipóteses estão sendo consideradas pelos fundos acionistas para evitar que o futuro da empresa não seja uma implosão imobiliária. Segundo uma fonte da companhia, o aporte de R$ 500 milhões feito pelos investidores serviu somente para enxugar gelo nos seus resultados financeiros. A capitalização é vista como uma ponte sobre um rio turvo. Na outra margem, estariam as alternativas que mudam o status quo. A chegada do ex-GP Marcio Trigueiro, que, a partir de 17 de agosto, substituirá Carlos Piani na presidência da companhia, só fez aumentar as incertezas. O dilema corporativo ricocheteia no cenário de crise econômica, com ênfase na construção civil e atinge em cheio o desemprego. A PDG é uma superprodução tanto do ponto de vista das demissões realizadas, quanto do ambiente de aflição e ansiedade que domina seus corredores. Segundo o RR apurou, no início de julho – ainda, portanto, na gestão Piani -, a PDG fez cerca de 200 demissões. Este número se soma aos 900 trabalhadores dispensados no primeiro semestre – quase 300 deles apenas no mês de junho. De acordo com fontes ligadas à  PDG, os cortes, que começaram nos canteiros de obra, já se espalham pela área administrativa e agora atingem também cargos de gerência. Na empresa, já se fala abertamente da intenção da diretoria de desativar operações inteiras em algumas importantes cidades do país. A fila seria puxada pelo escritório do Rio de Janeiro, historicamente uma das praças mais deficitárias da incorporadora. Neste caso, todos os projetos em andamento na cidade passariam a ser tocados diretamente por São Paulo. O problema é que as adversidades da empresa não vêm de hoje e tampouco estão exclusivamente associadas à  conjuntura. Nos últimos três anos, a PDG acumulou quase R$ 3 bilhões em prejuízos. Em 2012, quando o setor ainda fervilhava, a empresa teve perdas de R$ 2 bilhões. Um dos maiores problemas é o alto custo de carregamento da dívida. O passivo superior a R$ 6,5 bilhões corresponde a 1,3 vez o patrimônio líquido, nível considerado alto diante das circunstâncias do setor. Dentro desse contexto, as expectativas postas em Marcio Trigueiro são do mesmo tamanho do desafio: colossais. O executivo chega mais com o perfil de M&A do que o de um gestor protocolar. Pode ser que seja o homem certo na hora certa. Mas a tradição da cultura GP de degoladora de postos de trabalho não permite tranquilidade aos que vestem a camisa da empresa. Cada minuto empregado é uma vitória.

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