Planos da Petra Energia se esfarelam em bloco

  • 6/07/2015
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Se é para gastar o latim, a Petra Energia bem que poderia se chamar “Harena Energia”. Há mais areia do que rocha na petroleira do empresário pernambucano Roberto Viana. A companhia, que, no início de junho, devolveu 11 blocos exploratórios na Bacia de São Francisco, estuda entregar outros cinco a  ANP. Das 44 concessões que chegou a ter, a empresa ficaria, portanto, com 28. Esse número, ressalte-se, ainda pode encolher um pouco mais. Dois outros blocos da petroleira (SF-T-92 e SFT- 119), também localizados na Bacia do São Francisco, tiveram a licença suspensa pela ANP por problemas relacionados ao licenciamento ambiental. A Petra teria voltado também a postergar o pagamento de fornecedores. Segundo informações obtidas a uma das principais prestadoras de serviços da companhia, em alguns casos os atrasos já passariam dos 60 dias. Procurada pelo RR, a Petra negou novas devoluções de blocos para a ANP. A empresa informou ainda que, em razão da “atual conjuntura econômica”, tem “pactuado ajustes com os fornecedores que levam a  necessidade de negociação de novas bases contratuais”. A Petra garante que “está honrando e vai honrar, sem exceção, todas as suas obrigações.” No mercado, há dúvidas cada vez maiores em relação a  continuidade da operação da Petra, ao menos na atual configuração. O consenso é que a empresa terá de se desfazer de algumas concessões para financiar outras, ainda que isso gere um inevitável efeito colateral: a perda de escala e o consequente aumento dos custos de investimento. O problema (mais um) é que a maioria dos ativos da companhia não é de fácil negociação, especialmente os 12 blocos localizados na complexa Bacia do São Francisco. A geologia da região exige o uso da técnica de fraturamento hidráulico, modalidade de exploração ainda não regulamentada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Não custa lembrar que companhias graúdas, como Petrobras e Shell, já abandonaram campanhas exploratórias no São Francisco.

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