Intervenção do Postalis começa a ganhar corpo na Previc

  • 18/05/2015
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O fantasma da intervenção avança sobre o Postalis. Segundo o RR apurou, o assunto deverá ser apreciado pelo colegiado da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) até o fim do mês. A possibilidade de a autarquia decretar o regime especial e assumir a gestão cresceu consideravelmente com a conclusão das investigações conduzidas pela entidade nos últimos seis meses. Os relatórios já encaminhados ao Ministério Público e a  Polícia Federal reuniriam evidências mais do que suficientes para responsabilizar ex-dirigentes e atuais executivos do Postalis pelo rombo de R$ 5,5 bilhões e referendar a intervenção. Os carteiros, que estão vendo sua aposentadoria se esmigalhar, agradecem. Por meio de entidades representativas, os próprios funcionários dos Correios e aposentados já requisitaram a  Previc a intervenção no fundo de pensão – conforme informou o RR edição nº 4.979. Os relatórios elaborados pela Previc esmiúçam uma série de investimentos lesivos aos beneficiários do Postalis. A folha corrida é extensa. Está para nascer um fundo de pensão que tenha um olfato tão aguçado para farejar instituições financeiras putrefatas. A fundação aplicou recursos em títulos do Banco Santos, do BVA e do Cruzeiro do Sul, todos liquidados pelo Banco Central. Em sua carteira havia também um expressivo volume de papéis da dívida da Argentina e da Venezuela e do Grupo X – ao menos nesse caso, os dirigentes do Postalis podem dizer que erraram eles e o mundo. Desde 2012, a Previc aplicou 12 autos de infração contra gestores do Postalis, informação confirmada pela própria autarquia. Um destes autos, inclusive, já foi julgado pela Câmara de Recursos da Previdência Complementar, que manteve a punição. Consultada acerca da possibilidade de intervenção no fundo dos Correios, a Previc não se pronunciou especificamente sobre esta questão. Mas declarou que “a eventual quebra do dever fiduciário será sempre tratada com o rigor que a lei impõe”. Para bom entendedor… O Postalis, por sua vez, disse “desconhecer” a possibilidade de intervenção. A fundação confirmou, no entanto, que já recebeu os relatórios de fiscalização da Previc e que os documentos “ainda estão em análise para posterior resposta, cujo prazo é de 30 dias a contar da data de 24 de abril”. Ao que parece, o Postalis tem mesmo muito que explicar.

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