Mitsubishi Motors é mais um prejuízo na conta do BTG

  • 16/04/2015
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Em meio ao naufrágio da Sete Brasil e a  delicada situação financeira da Brasil Pharma e da Eneva, um novo fracasso paira sobre André Esteves. Cinco anos após se associar a  Mitsubishi Motors do Brasil, o BTG Pactual prepara- se para deixar o negócio. O banco já teria oferecido sua participação na montadora aos próprios japoneses da Mitsubishi e a private equities internacionais. Vai sair pela garagem dos fundos, levando no bagageiro um razoável prejuízo. Segundo informações filtradas junto ao próprio banco, as perdas chegam a US$ 150 milhões. A ocasião não poderia ser menos propícia para o desinvestimento. Quando se uniu a  Mitsubishi Motors, no início de 2010, o setor automotivo estava na crista da onda e a montadora havia acabado de concluir a expansão da sua fábrica em Catalão (GO). a€ época, a companhia acenava com investimentos de R$ 1 bilhão para aumentar a produção, mas, ao que consta, não chegou a desembolsar sequer a metade deste valor. A meta de duplicar a capacidade de produção da fábrica goiana perdeu sentido diante das circunstâncias do mercado. Entre janeiro e março deste ano, as vendas da Mitsubishi caíram 25% em relação aos três primeiros meses de 2014. Mesmo entre os demais acionistas do BTG, a associação com a montadora sempre foi vista mais como uma ação entre amigos do que exatamente como um investimento puro-sangue do banco. André Esteves e o empresário Eduardo de Souza Ramos, controlador da Mitsubishi Motors do Brasil e representante da marca japonesa no país desde a década de 90, se conhecem há mais de 15 anos e mantêm outros investimentos conjuntos. a€ época, não obstante o momento de pujança da indústria automobilística, sócios de Esteves teriam, inclusive, questionado a operação, mas manda quem pode e obedece quem tem juízo. De todo o modo, sempre chamou a atenção o extremo sigilo em torno da negociação entre o BTG e a Mitsubishi. Até hoje, as duas partes jamais confirmaram oficialmente o valor do aporte e sequer o tamanho da participação societária envolvida no acordo.

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