Promessa de Sartori não resiste ao déficit público

  • 14/04/2015
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José Ivo Sartori passou boa parte da campanha ao governo do Rio Grande do Sul rechaçando a pecha de privatista imposta pelos adversários, notadamente seu antecessor, Tarso Genro. Apenas quatro meses após a posse, ainda que por razões eventualmente alheias a sua vontade, Sartori vai dar razão aos oponentes e vestir a carapuça que tanto lhe incomodou. O governador gaúcho pretende vender participações em algumas estatais, a começar pela CEEE-GT, o braço de geração e transmissão da concessionária de energia elétrica do Rio Grande. A oposição, muito provavelmente, vai dizer que ele apenas encontrou um álibi para fazer valer a sua natureza privatista. O fato é que o governador tem um forte pretexto para tocar a alienação dos ativos: o rombo nas contas públicas. A projeção para o déficit do estado em 2015 já passa de R$ 5,5 bilhões. No caso da CEEE-GT, a operação deverá envolver a venda de 51% da companhia. Estas ações não vão sair apenas da cota do Tesouro gaúcho, dono de 67% da empresa por meio da CEEE-Par. Segundo fontes do próprio governo, Sartori tentará costurar um acordo com a Eletrobras. A intenção é que a holding federal venda uma parcela expressiva da sua participação de 32% no capital da CEEEGT. Dessa, forma, o estado manteria algo em torno de 40% da estatal.

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