Walgreens busca um biotônico nas prateleiras da Panvel

  • 5/01/2015
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Há uma invasão estrangeira em curso no varejo farmacêutico nacional. Se, de um lado, a norte-americana CVS já comprou a Onofre e há meses tenta fisgar também a Drogarias Pacheco São Paulo (DPSP), por outro a não menos gigantesca Walgreens estaria em negociações para a compra da Panvel. Tratase da maior rede de drogarias da Região Sul, com 350 lojas e um faturamento anual próximo dos R$ 2,3 bilhões. Estima-se que o valor do negócio possa chegar a 15 vezes o Ebitda da Panvel, o equivalente a algo em torno de R$ 1,4 bilhão. A rede gaúcha é controlada pelo Grupo Dimed, do empresário Julio Mottin Neto, um dos maiores distribuidores de medicamentos do país. Uma fatia minoritária do capital – aproximadamente 16% – está nas mãos da gestora de recursos Investidor Profissional. A Walgreens não deverá entrar sozinha no negócio. Traz a reboque o grupo varejista europeu Alliance Boots, numa parceria doméstica: os norte-americanos são acionistas da empresa de origem anglo-suíça, com 45% do capital. Desde 2012, quando houve a associação, a dupla tornou- se a maior rede de distribuição e comercialização de medicamentos do mundo, um colosso com mais de 11 mil farmácias e uma receita superior a US$ 120 bilhões. A rigor, Walgreens e Alliance Boots já têm um pé no Brasil: em maio, ao comprarem o controle da rede de drogarias mexicana Saba, herdaram as lojas da GNC no país. O negócio, no entanto, é uma pilulazinha no fundo da prateleira do varejo farmacêutico. A empresa reúne somente 18 lojas especializadas na venda de vitaminas e produtos naturais. A Panvel, por sua vez, se encaixa perfeitamente no perfil do ativo que Walgreens e Alliance Boots procuram no Brasil: redes de forte presença regional, mas sem o fôlego financeiro necessário para montar uma operação em escala nacional. Em tempo: do lado específico da Walgreens, esta não é a primeira tentativa de cravar uma aquisição de peso no Brasil. No ano passado, os norte-americanos fizeram uma oferta pela BR Pharma, holding controlada pelo BTG Pactual, que congrega seis redes de drogarias. Na época, o banco rechaçou a proposta. Se fosse hoje… O BTG não vê a hora de deixar a empresa, que vive grave crise financeira e se tornou um sugadouro de recursos: neste ano, André Esteves e cia. tiveram de fazer um aporte emergencial de R$ 400 milhões na BR Pharma.

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