Joaquim Levy é o “Trabuco” possível para a Pasta da Fazenda

  • 17/11/2014
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Talvez o verdadeiro “Luiz Carlos Trabuco” – leia-se um nome para o Ministério da Fazenda egresso do mercado, com o aval de Lula e capaz de mexer com as expectativas do empresariado – esteja, sim, no próprio Bradesco, mas alguns degraus abaixo da presidência do banco. Joaquim Levy, diretor-superintendente da Bradesco Asset Management (BRAM), surge como um candidato de algibeira a substituir Guido Mantega. Aos olhos do mercado, a indicação seria vista como uma guinada de 180 graus em relação a  chamada nova matriz econômica, uma política caracterizada por estímulos fiscais, crédito abundante a juros subsidiados e taxa de câmbio controlada. Seria praticamente um sinônimo de cumprimento da meta fiscal. Levy foi um dos mais ortodoxos secretários do Tesouro Nacional, cargo que ocupou no primeiro mandato de Lula. Durante os três anos de sua gestão, o superávit primário se manteve, na média, acima de 3,5% do PIB. Desde então, o mais perto deste patamar que o resultado fiscal chegou foi em 2008 (3,4%). A escolha de Joaquim Levy cumpriria um novo requisito vazado pelas hostes palacianas: o de que o novo ministro da Fazenda não consta da lista de quase duas dezenas de nomes cogitados e badalados nas últimas duas semanas. Levy é o que pode se chamar neste momento de outsider. Está longe dos refletores e distante das páginas de jornais. Além da gestão no Tesouro Nacional, Levy carrega ainda em seu currículo uma bem-sucedida passagem pela Secretaria de Fazenda do Rio de Janeiro no primeiro mandato de Sergio Cabral. Na ocasião, ele conduziu um forte ajuste das contas públicas, período marcado pelo expressivo aumento da arrecadação fiscal. A fonte do RR ressalta que, se Levy chegar a  Esplanada dos Ministérios, ele deve assumir o cargo munido de sal grosso e água benta e se dirigir, primeiro, ao gabinete de Arno Augustin. É lá que está concentrada toda a magia negra da contabilidade criativa.

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