Total e Raízen disputam cada litro de combustível da Ale

  • 29/10/2014
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Quem vai ficar com a Ale? A resposta só virá ao fim do leilão em que se transformou a venda da quarta maior rede de postos de combustíveis do Brasil. A companhia, controlada pelos empresários Marcelo Alecrim e Sergio Cavalieri, permanece sobre o balcão desde o fim de 2013. A francesa Total e a Raízen, leia-se Cosan e Shell, estão na disputa. Segundo fonte do setor, o BTG Pactual também demonstrou interesse pela empresa – no mercado, desconfia-se que o banco apenas representaria os interesses de um grupo estrangeiro ainda não presente no Brasil. Se a Ale estivesse exposta na Sotheby’s, talvez o martelo já tivesse sido batido. No entanto, as conversações têm sido marcadas por uma série de idas e vindas. Na visão dos pretendentes a  compra da Ale, Cavalieri e Alecrim são dois leiloeiros com uma dose de ganância além da conta. Procurada pelo RR, a Ale não confirmou as informações e garantiu que segue com o “plano de crescimento previsto para 2014”. A Total esteve muito perto de fechar a aquisição da Ale. Chegou, inclusive, a firmar um contrato de exclusividade para negociar a compra da empresa, que venceu em fevereiro deste ano. Os franceses aceitaram pagar a cifra de R$ 1 bilhão estipulada pelos donos da Ale. No entanto, de acordo com a mesma fonte, Alecrim e Cavalieri teriam inflacionado a pedida para algo perto de R$ 1,2 bilhão. Foi a vez da Raízen concordar com as novas condições, mas a novela teria se repetido: na hora H, os controladores da Ale regatearam. Segundo a fonte do RR, as conversações tanto com a Total quanto com Rubens Ometto prosseguem, porém num tom bem mais rascante. Alecrim e Cavalieri valorizam ao máximo o mais cobiçado ativo do setor, a última das grandes distribuidoras nacionais ainda imunes ao processo de consolidação do setor. Para a Total, de modesta presença no mercado brasileiro, a aquisição significaria o passaporte para o topo do comércio retalhista. No caso da Raízen, por sua vez, a operação valeria um empate técnico com a Ipiranga, na vice-liderança do ranking. Ambas passariam a ter cerca de 14 mil postos, atrás apenas da BR, dona de 20 mil postos.

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