Santander é um cartão em busca de crédito

  • 4/08/2014
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A leseira do Santander ao contaminar suas análises econômicas com pitacos de ordem política e eleitoral não está invadindo seu core business. Menos mal. O banco prepara uma forte investida no mercado brasileiro de cartões de crédito. No varejo, o avanço se dará por meio da GetNet, credenciadora comprada no ano passado; na área corporativa, o Santander negocia com grandes grupos industriais parcerias similares a  fechada recentemente com a AmBev – distribuidores da cervejeira podem efetuar seus pagamentos usando as maquinetas de cartão. Puxa daqui, estica dali, o Santander pretende atingir 10% do setor em 2015 – hoje, detém aproximadamente 6% de market share. E de onde virão esses tão cobiçados pontos percentuais? A estratégia do Santander é avançar sobre o território do Itaú, aproveitando-se do mau momento do banco neste segmento. Um momento, aliás, que já dura mais de quatro anos. Nesse período, a participação do Rede, a credenciadora dos Setúbal, caiu de 45% para 38%. Estudos de mercado feitos pelos espanhóis mostram que este processo de erosão ainda está longe de terminar. Em tempo: em condições normais de temperatura e pressão, talvez o Santander repetisse o matreiro expediente já usado em outras ocasiões. O presidente da instituição no Brasil, Emilio Botín, iria ao Planalto comunicar os novos planos e a área de comunicação corporativa do banco faria a festa, usando o encontro com Dilma Rousseff para dar publicidade a  marca. Desta vez, no entanto, Botín vai ter de buscar outra garota-propaganda.

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