Stora Enso é uma incógnita enraizada nas florestas da Veracel

  • 22/05/2014
    • Share

O “risco Stora Enso” paira sobre a Veracel. Há evidências cada vez mais fortes de que os escandinavos pretendem reduzir ou até mesmo vender integralmente sua participação na fabricante de celulose – uma associação com a Fibria, do Grupo Votorantim. Mais do que isso: os movimentos recentes indicam que a Stora Enso talvez não esteja virando as costas apenas para a Veracel, mas, sim, para o próprio Brasil. Nos últimos meses, a companhia vem reduzindo seus investimentos florestais no país, com sucessivas vendas de plantações de eucalipto na Região Sul. Ao mesmo tempo, está construindo uma fábrica de eucalipto no Uruguai, em parceria com a chilena Arauco. Coincidência ou não, o empreendimento terá praticamente a mesma capacidade instalada da Veracel: em torno de 1,3 milhão de toneladas por ano. Os benefícios fiscais concedidos pelo governo uruguaio e a parceria com a Arauco justificariam a decisão do grupo de mudar seu eixo de negócios na América Latina. Dos muros para dentro da Veracel, o comportamento da Stora Enso tem apresentado uma certa arritmia – o que, neste contexto, também pode ser interpretado como um sinal de recuo. Segundo informações filtradas junto a  empresa, os escandinavos vêm impondo cortes de investimentos, em muitos casos atingindo projetos previamente acertados com a Fibria. No dia a dia, a política do machado é personificada por Andreas Birmoser, vice-presidente de finanças da Stora Enso. Ressalte- se que o executivo conhece cada hectare da contabilidade da Veracel: por dois anos, respondeu pela diretoria administrativa e financeira da empresa. Em tempo: no momento, o Votorantim é uma espécie de “protagonista passivo neste enredo”. Os Ermírio de Moraes assistem, impotentes, aos movimentos da Stora Enso. Não é hora para qualquer gesto brusco. Até que o enigma Stora Enso seja decifrado, a prioridade continua sendo o equacionamento financeiro da Fibria. O lucro de R$ 19 milhões obtido pela companhia no primeiro trimestre deste ano ainda não passa de uma gotícula, se comparado aos mais de R$ 2,2 bilhões em prejuízos acumulados nos últimos três anos.

Leia Também

Todos os direitos reservados 1966-2024.