ABB aponta suas turbinas na direção da Weg Motores

  • 13/02/2014
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O epíteto de “empresa 100% nacional” que sempre acompanhou a Weg Motores pode estar com os dias contados. Ao menos no que depender do apetite da ABB. Um dos maiores fabricantes de equipamentos do mundo, o grupo suíço estaria disposto a desembolsar uma fortuna pelo controle da companhia catarinense. O que mais aguça o apetite da ABB é a unidade de energia elétrica da Weg, hoje responsável pelas maiores taxas de crescimento da empresa. No ano passado, a receita com a venda de equipamentos para geradoras subiu 23%, contra 18% do aumento da receita global. Neste ano, o avanço da carteira deve chegar aos 30%. A ABB olha para o fim da década e além. A expectativa é de que até 2020 a demanda por equipamentos elétricos no Brasil cresça 40% na esteira dos grandes empreendimentos hidrelétricos na Amazônia. Se o prazo for esticado para 2024, esse índice sobe para 60%. Com a compra da Weg, a ABB montaria uma máquina de guerra para disputar estes contratos: passaria a ter 13 complexos industriais no país, sete deles herdados da empresa catarinense. E o exterior? Bem, tratando-se do grupo suíço, presente em mais de 100 mercados, as operações da Weg em duas dezenas de países entre fábricas e escritórios comerciais viria quase como um brinde. A ABB sabe que está jogando suas fichas em uma aposta complicada. A Weg está longe de ser uma presa frágil. Trata-se de uma companhia lucrativa, com uma gestão eficiente, uma marca forte e notória inserção internacional. Aparentemente, não tem problemas de sucessão. Os acionistas fundadores Werner Ricardo Voigt e Eggon João da Silva já estão afastados da gestão executiva desde o início dos anos 90. Por sua vez, Décio da Silva, filho de Eggon, conduziu o processo de profissionalização administrativa até 2007, quando também deixou o dia a dia para assumir o comando do Conselho de Administração no lugar do pai. São fatos que tornam a Weg ainda mais valiosa e jogam lá para cima um eventual dote pelo controle.

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