Esteves acha um atalho para o Banco Votorantim

  • 22/11/2013
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 É impressionante como Eike Batista, ou melhor, como a débâcle de Eike Batista faz bem a André Esteves. O banqueiro foi muito bem remunerado para ser adviser de uma reestruturação que sequer chegou a entregar. Só na venda da MPX, teria embolsado aproximadamente R$ 50 milhões, isso para não falar do valor intangível do acesso a s mais intestinas informações do Grupo EBX – um conhecimento que pode ter mil e uma serventias. No entanto, nessa curiosa e bem recompensada convivência, o maior dos ganhos obtidos por Esteves não deverá vir pelo seu figurino de conselheiro. Por vias transversas, Eike tem tudo para ser o responsável pela consumação do maior e mais cobiçado projeto do banqueiro: ser sócio, a um só tempo, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. O “X” da questão é a execução da garantia dada pelo Banco Votorantim ao empréstimo de US$ 228 milhões do BNDES a  OSX. Ao que tudo indica, o pagamento da carta-fiança, anunciado nesta semana, foi a gota d’água na conflituosa sociedade entre o BB e os Ermírio de Moraes, sócios no Votorantim. O desembolso dos US$ 228 milhões praticamente aniquilou qualquer possibilidade de o banco fechar o último trimestre do ano no azul e interromper a longa sequência de prejuízos. Somando-se os balanços de 2011 e de 2012, as perdas chegam a impressionantes R$ 2,2 bilhões. Nos noves primeiros meses deste ano, o déficit acumulado é de R$ 633 milhões. Ressalte-se que a direção do Votorantim teria aprovado a concessão da carta-fiança sem a anuência do BB. O resultado não poderia ser outro. Segundo fontes ligadas a  instituição, a situação acicatou de tal forma o relacionamento entre as partes que já se dá como certo o rompimento – leia-se a saída dos Ermírio de Moraes, que, aliás, querem deixar esse barco não é de hoje. Neste caso, todos os caminhos levam na direção do BTG Pactual. Há tempos que André Esteves se movimenta para fincar sua bandeira no Votorantim – ver RR edição nº 4.374. Desta forma, o dono do BTG fecharia seu tão sonhado Grand Slam bancário, tornando- se parceiro da Caixa, por meio do Banco Pan (o antigo PanAmericano), e do BB, no Votorantim. A partir daí, as derivações não têm limite. Esteves poderia, por exemplo, criar uma holding onde penduraria suas participações nos dois bancos. O passo seguinte? Bem ao estilo do BTG, que tal um IPO desta futura empresa? O disfarçado incesto da banca pública – o banqueiro privado fecha os vértices do triângulo com o BB e a CEF – deixará André Esteves em posição privilegiadíssima no setor. A interseção societária com o BB e a Caixa significará o acesso a dois dos maiores canais de distribuição do varejo bancário no Brasil: a dupla soma mais de oito mil agências. A operação, diga-se de passagem, viria em um momento oportuno. O Pan não é o sofrido Banco Votorantim, mas o BTG também tem suado para colocar a casa em ordem. Um caso emblemático é área de crédito imobiliário. Nem mesmo a coabitação societária com a Caixa tem sido suficiente para alavancar o negócio. Muito pelo contrário. Nos últimos meses, o Banco Pan reduziu a oferta de recursos e adotou critérios mais rigorosos para a concessão de empréstimos, inclusive com a suspensão de uma leva de contratos que já estavam pré-aprovados.

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